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Psicologia Positiva felicidade e bem estar

No documento Musicoterapia : autoestima e qualidade de vida (páginas 105-115)

A Psicologia Positiva é um ramo da psicologia que tem em conta as potencialidades e virtudes da pessoa em vez das dificuldades. A sua função é ajudar as pessoas a fazer escolhas que fomentem o significado do sentido de vida e autenticidade.

Defende que é fundamental estudar e conhecer as forças e virtudes humanas, ou seja as qualidades que a pessoa reconhece em si, o que contribui para se sentirem felizes.

A felicidade é um conceito difícil de se concretizar por ter muitas causas e fatores associados.

Para alguns autores a felicidade é um percurso em que por vezes temos de nos libertar do supérfluo para encher a vida do que é realmente importante.

A felicidade não vem de fora, dos outros ou das coisas, mas da nossa mente e da forma como vemos a vida.

Caso para reflexão.

“Certo dia o sr. Pedro deu consigo infeliz, por não lhe sair do pensamento uma observação negativa que alguém fez sobre a sua imagem. Como não concordava com a opinião dessa pessoa, quanto mais pensava no assunto pior se sentia, aumentando o seu ressentimento. Ele que até era naturalmente bem humorado tinha perdido a alegria e o bem estar. Resolveu falar com o psicólogo e falar-lhe dos sentimentos que o consumiam. Em resultado dessa conversa, o sr. Pedro concluiu que a observação tinha sido despropositada, e a maioria das outras pessoas tinham uma opinião positiva sobre si. Portanto as emoções negativas que sentia apenas o faziam sentir-se infeliz. Resolveu, então ter uma conversa com quem o ofendeu, dizendo-lhe que apesar de não ter gostado da observação, a perdoava por saber que por vezes se dizem coisas “da boca para fora”. Com esta atitude, o sr. Pedro sentiu-se aliviado e a sua vida adquiriu novo sentido por se ter “livrado” dos sentimentos negativos, aumentando a sua esperança em que o futuro pode ser mais agradável se sentir bem consigo mesmo.”

Algumas das forças interiores que temos são:

Otimismo - Estado de confiança relativamente ao futuro e de atender ao lado positivo das coisas.

Felicidade - Estado de quem é feliz; contentamento; bem-estar.

Bem-estar – Capacidade, diferente de pessoa para pessoa, de se sentir bem e sentir que o que tem é suficiente.

Esperança - Confiança em conseguir o que se deseja. Perdão – Capacidade de desculpar.

Gratidão – Reconhecimento por alguma coisa ou benefício que se recebeu. Não necessariamente material.

Humor – Qualidade do que é divertido ou cómico. Modo de agir que faz com que as pessoas fiquem bem dispostas.

Alegria – Estado de grande satisfação.

Reconhece em si algumas destas forças interiores? Classifique-as de 1 a 9.

Otimismo

Resiliência

Felicidade

Bem estar

Gratidão

Humor

Alegria

Esperança

Perdão

Para reconhecermos uma força interior temos de reconhecer também a oposta

Otimismo vs Pessimismo Resiliência vs Fraqueza

Felicidade vs Infelicidade Bem estar vs Mal estar Gratidão vs Ingratidão Humor vs Mau humor Alegria vs Tristeza

Esperança vs Desesperança Perdão vs Ressentimento

A questão é: Qual destas forças interiores dá mais sentido à minha vida? Qual me fará mais feliz?

ANEXO 35

Descrição das sessões de acordo com os objetivos e procedimentos. Sessão 1

“Apresentação do grupo e concetualização de AE”

Objetivos

1.Apresentação dos participantes e das caraterísticas da intervenção, respetivos objetivos do programa e auscultação das expetativas dos participantes.

2 Apresentação e discussão do conceito de autoestima. 3 Aplicação de teste psicométrico.

4 Apresentação da tarefa intersessão.

Procedimentos

1 No início da sessão, o formador apresentou-se dizendo o nome, cargo e função. Seguidamente procedeu-se à orientação auto e alo psíquica e que falasse sobre alguma coisa que tenha, ou tivesse tido, orgulho em fazer e que considerasse que não foi fácil. Foram depois explicadas as caraterísticas da intervenção, bem como os objetivos do programa. Após esta introdução, foi solicitado ao grupo que apresentasse dúvidas e expusesse as suas expetativas sobre a intervenção.

2 Para abordar a noção de AE foi apresentado o documento “Racional teórico de Autoestima” (ANEXO 17) e um “Caso de baixa autoestima” (ANEXO 18), a partir do qual se trouxe para a discussão situações com que os participantes se identificassem. Seguidamente, foi apresentado aos participantes uma gravura com um gato que se vê ao espelho como um leão (ANEXO 19), metáfora de AE alta, o que gerou uma discussão espontânea em torno do conceito de AE e da forma como cada um se vê.

3 Para avaliação da AE procedeu-se ao preenchimento do teste psicométrico de autopreenchimento Rosenberg Self-Esteem Scale (ANEXO 20).

4 Como tarefa intersessão, solicita-se o preenchimento DA “Folha de registo da imagem de AE” (ANEXO 21).

Materiais

Sessão 2

“Avaliação de autoconceito e autoeficácia, pensamentos negativos e pensamentos alternativos”

Objetivos

1-Rever a tarefa intersessão.

2-Promoção de estratégias de juízo crítico e insight. 3-Promoção de estratégias reestruturação cognitiva.

4 Reflexão sobre a sessão e apresentação da tarefa intersessão. Procedimento

1 Após a orientação, os participantes foram convidados, a partir da tarefa intersessão, recuperar o conceito de AE, e refletir sobre situações por si experienciadas, em que tenham alcançado um objetivo ou feito algo de que se orgulham e que tenha contribuído para a sua auto satisfação.

2 O preenchimento da “Grelha A” (ANEXO 23) das aptidões pessoais, foi utilizado para os participantes, individualmente, enunciem e registem as próprias aptidões de que se lembrem. Posteriormente preencheu-se a grelha “B” (ANEXO 23) de aptidões de que provavelmente se esqueceram e por fim, compararam-se as grelhas “A” e “B” (ANEXO 23) chamando-se a atenção para o fato de, de um modo geral, darmos atenção insuficiente às nossas capacidades reais.

3 A partir da leitura, pelo terapeuta, da grelha dos “Erros de processamento de informação” (ANEXO 24), explicou-se ao grupo a noção de erro de processamento de informação e a forma como interpretações subjetivas sobre nós mesmos e sobre quem nos rodeia, podem influenciar a forma como nos sentimos. De seguida os participantes comentaram, um a um os pontos do (ANEXO 24), falando de casos em que a sua opinião sobre alguma pessoa mudou, depois de a conhecer melhor. Seguidamente solicitou-se que refletissem sobre como as emoções são diferentes quando pensam positiva ou negativamente sobre si mesmos eliciando o insight e o juízo crítico. Seguidamente os utentes foram convidados a refletir sobre possíveis pensamentos depreciativos, tal como sobre “como me vejo” e o “como me veem” e respetivos pensamentos alternativos. (ANEXO 25).

4 Foi proposta a tarefa intersessão constituída por grelha de auto e hétero observação “como me vejo” e o “como acho que me veem” (ANEXO 26).

Sessão 3

“Competências de linguagem”

Objetivos

1 Rever tarefa intersessão. Introduzir o tema da linguagem verbal e não-verbal. 2 Promover competências de linguagem verbal e não-verbal.

3 Treinar de competências de comunicação. 4 Reflexão sobre a sessão.

Procedimentos

1 Após os procedimentos de orientação, a partir da tarefa intersessão, refletiu-se sobre a influência que a forma como comunicamos tem na perceção que os outros tem de nós. Introduzir o tema de linguagem verbal e não-verbal apresentando fotografias de “Rostos exprimindo diferentes emoções (P. Ekman)” (ANEXO 27).

2 A partir do racional teórico (ANEXO 28) os participantes foram convidados a refletir sobre linguagem verbal e não-verbal.

3 Solicitou-se seguidamente aos participantes que dramatizassem, através de um roleplay situações de linguagem não-verbal para serem identificadas pelos restantes participantes.

4 Reflexão sobre a sessão. Como tarefa intersessão, ficou estabelecido o preenchimento do questionário (ANEXO 28).

Sessão 4

“Comportamentos sociais positivos”

Objetivos

1 Rever informação da sessão anterior e introduzir o tema competências pessoais. 2 Roleplay para treino de competências pessoais.

3 Reflexão sobre competências interpessoais.

4 Reflexão sobre a sessão. Preenchimento grelha “Atitude mais positiva” parta tarefa intersessão.

1 Após a orientação e a revisão da tarefa intersessão, foi apresentada a grelha de comportamentos sociais positivos (ANEXO 29) e proposta a reflexão sobre competências sociais que julgam possuir.

2 O treino de competências foi exercitado a partir de um roleplay. Os participantes foram convidados a por em prática, aos pares, as ações de linguagem propostas no ANEXO 30. No primeiro roleplay “Por favor e obrigado”, um dos participantes dirige- se a outro pretendendo uma informação, tendo em conta os itens propostos no quadro, relativamente ao cumprimento, postura corporal, sorriso, gesticular adequado, pedir por favor e agradecer no final; no roleplay “Peço desculpa”, um dos participantes, ao sair de casa, inadvertidamente, choca com outra pessoa. Deve observar os itens propostos no quadro (ANEXO 29), relativamente ao cumprimento, postura corporal, sorriso, gesticular adequado, pedir por favor e agradecer no final.

3 Seguidamente foi lançada uma discussão grupal sobre de que forma as competências sociais podem influenciar a forma como nos sentimos no relacionamento com os outros e explorou-se em grupo a noção de amabilidade e de que forma os outros devolvem esse sentimento (ANEXO 29). Os participantes foram convidados a partir do anexo falar de situações em que se sentiram felizes por terem sido tratados com amabilidade ou tratado alguém amavelmente.

4 o tarefa intersessão os participantes foram convidados a registar na grelha (ANEXO 31) as atitudes positivas tomadas nos dias anteriores perante situações desagradáveis.

Sessão 5

“Psicologia Positiva”

Objetivos

1 Rever informação da sessão anterior.

2 Introduzir conceitos básicos de Psicologia Positiva. 3 Promover a identificação das virtudes e força interior. 4 Revisão e síntese da sessão.

Procedimentos

1 Após a orientação, a partir da tarefa intersessão, foi lançada uma discussão em grupo sobre a noção de que ter competências positivas favorece a AE.

2 Introduzido, através do racional teórico, o conceito de Psicologia Positiva. Após a leitura de um caso (ANEXO 32), procedeu-se à reflexão sobre o mesmo.

3 Através do preenchimento do (ANEXO 32) “Forças interiores”, os participantes foram convidados a refletir sobre as próprias virtudes, assinalando as que consideram mais fortes.

4 Procedeu-se à preparação da finalização da intervenção, indicando aos participantes que a presente sessão é a penúltima.

Sessão 6 “Despedida”

Objetivos

1 Refletir sobre Psicologia Positiva 2 Aplicação de escala psicométrica 3 Despedida.

Procedimentos

1 Após a orientação, com recurso ao (ANEXO 32) os participantes foram convidados a refletir sobre o conceito de psicologia positiva.

2 Procedeu-se à reavaliação psicométrica, mediante o preenchimento da Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES). (ANEXO 20).

3 Despedida em que cada participante falou da perceção de mudança obtida a partir da intervenção e de que forma espera que esta tenha contribuído para a melhoria da própria AE.

Materiais

Anexos correspondentes

4 - Conclusão

Este estágio foi um constante desafio. Proporcionou uma forte aprendizagem profissional, em que a aquisição de conhecimentos e competências, me abriram horizontes para a prática da Psicologia Clínica e da Saúde. Foi uma caminhada nem sempre confortável, pois quando confrontado com a necessidade de proceder

corretamente junto dos pacientes, senti que o único caminho é a fundamentação das ações. Mesmo assim, quando intervimos, estamos perante uma pessoa única, com as suas idiossincrasias e frequentemente temos apenas uma oportunidade de proceder corretamente ou perdemos a oportunidade de ter êxito no estabelecimento relacional terapêutico ideal.

Neste processo foi crucial o apoio da orientadora de estágio, Drª Sameiro que sempre fez questão do orientar a aprendizagem e apontar o caminho da postura correta perante os utentes e na escolha nos casos de acompanhamento.

Assim, ente sucessos e insucessos, se avançou no sentido da autonomia fosse na entrevista clínica, na aplicação de instrumentos de avaliação, elaboração de protocolos de intervenção e da respetiva execução, que dram sentido à prática clínica. Paralelamente, a experiência adquirida nas ações de formação deram uma perspetiva nova e motivadora no que diz respeito à importância da psicoeducação, e dos efeitos positivos que esta tem quer em funcionários quer nos próprios utentes.

Por outro lado importa realçar o apoio proporcionado pela supervisora de estágio, Doutora Ana Cláudia, na elaboração do relatório, que com paciência e dedicação foi capaz de manter a motivação estabelecendo objetivos consistentes mas alcançáveis, auxiliando no registo das atividades realizadas, revelando os progressos ao longo do percurso.

Do posto de vista do crescimento pessoal, por ventura não menos importante que o profissional, foi importante a perceção de como as emoções estão presentes em cada momento do relacionamento com o Outro. A Relação Empática, quando se estabelece, dá-nos uma perspetiva da realidade alheia, donde dificilmente se pode fugir e nos passa a acompanhar em cada momento, exigindo-nos ver o Mundo pelos olhos dos outros. Este ponto reveste-se de particular importância quando estamos na presença de uma população que apresentam graves défices cognitivos resultantes de demências e outras limitações eventualmente resultantes do envelhecimento.

No documento Musicoterapia : autoestima e qualidade de vida (páginas 105-115)