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“Compreender e lidar com o doente com demência”.

EIXO IV AVC com hemiparesia esquerda EIXO V AGF

Sessão 2 “Compreender e lidar com o doente com demência”.

3.3.1.3 – Descrição das sessões de acordo com os objetivos e procedimentos Sessão 1

“Envelhecimento e tipos de demência”

Objetivos da sessão

1 Apresentação do terapeuta e membros do grupo.

Compreender o envelhecimento biopsicossocial como um acontecimento desenvolvimental humano.

2 Adquirir conhecimentos sobre Demência de Alzheimer e Demência Vascular, e compreender que estas doenças aceleram o processo de envelhecimento.

3 Compreender as modificações psíquicas relativas à demência, nomeadamente as mudanças de comportamento e como se manifestam, podendo interferir na vida dos cuidadores formais ou informais.

Procedimentos

1 O terapeuta apresentou-se dizendo o seu nome e cargo, e solicitou a cada participante que dissesse o seu nome, idade e funções dentro da instituição, bem como as expetativas individuais sobre a sessão. O facilitador apresentou as caraterísticas da intervenção, de acordo com os objetivos, número, duração e frequência das sessões.

O terapeuta transmitiu verbalmente informação sobre o racional teórico do tema da sessão, expondo a matéria relacionada com o envelhecimento biopsicosocial com base no (ANEXO 1).

2 O conceito de demência de Alzheimer e vascular, foi apresentado com recurso a um filme(ANEXO 2) sobre as fases da doença, com a duração de 3 minutos e 10 segundos. A partir desta visualização foi promovida uma reflexão em grupo sobre as consequências da doença, relacionando-a com a experiência e conhecimentos prévios sobre o tema.

3 Mediante a leitura e discussão de um caso (ANEXO 3), abordou-se a temática do surgimento dos primeiros sinais da doença e a forma como isso afeta o idoso e a família. 4 A partir da apresentação do filme e do caso, o terapeuta promoveu a síntese da sessão, e propôs uma discussão grupal sobre o tema. Para tarefa intersessão foi proposta a leitura do racional teórico (ANEXO 4).

Materiais computador

projetor multimédia Anexos correspondentes

Sessão 2

“Compreender e lidar com o doente com demência”

Objetivos da sessão:

1 Rever informação da sessão anterior.

2 Providenciar informação, sobre o racional teórico do tema da sessão.

3 Reconhecer a empatia e a compreensão como pontos fundamentais do relacionamento com o doente.

Procedimentos

1 Foram recuperados em síntese, os temas em questão, e solicitado aos participantes que expusessem dúvidas que tenham surgido, a partir da tarefa intersessão.

2 A partir do racional teórico (ANEXO 1), o terapeuta introduziu oralmente o conceito de plasticidade cerebral e de que forma, esta, em certa medida, pode ajudar na reeducação do doente, aproveitando o que ainda pode fazer, no que diz respeito às atividades de vida diária e quais as atitudes mais corretas do profissional, relativamente às insuficiências dos doentes.

3.A partir da apresentação de um caso, abordou-se a questão da empatia e de que forma esta, pode ajudar a compreensão do doente e de possíveis atitudes hostis (ANEXO 6) deste para com o cuidador.

4 Como síntese da intervenção, a partir da informação nesta obtida, foi promovida uma reflexão sobre a mudança da perspetiva do cuidador, relativamente aos portadores da doença em causa.

Despedida. Materiais

Computador, projetor multimédia Anexos correspondentes

Conclusão

A DA é uma doença do cérebro insidiosa e letal, cujo curso afeta as emoções do doente. Este facto pode ser terrivelmente frustrante para as pessoas que com eles privam, pois estão sujeitas, em muitos casos, a comportamentos agressivos da parte dos doentes. Assim, julgou-se pertinente elaborar uma ação de formação para cuidadores formais que lhes permita adquirirem conhecimentos sobre a doença e promover competências de relacionamento, no sentido da compreensão da doença e do doente, que se encontra biologicamente afetado e não porque é mau. Desejamos, assim contribuir para facilitar a interação entre doentes e cuidadores, amenizando uma relação que por vezes pode ser desgastante, tanto do ponto de vista pessoal como do ponto de vista profissional.

3.3.2 Ação de Formação destinada a utentes do Lar da Santa Casa da Misericórdia: “A Doença de Alzheimer: estratégias de prevenção”

A Demência caracteriza-se pela deterioração gradual do funcionamento mental que afeta todas as áreas de conhecimento, incluindo o julgamento, linguagem e a memória causadas pela perda sináptica e pela morte neuronal, observada nas regiões cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas (Sereniki, 2008). Apesar de geralmente ocorrer em pessoas idosas, não é uma consequência inevitável do envelhecimento, nem ocorre exclusivamente em idosos. Trata-se de uma síndrome associada a uma perda progressiva da memória e outras funções intelectuais suficientemente grave para interferir com a execução das tarefas da vida diária, levando a uma redução progressiva da qualidade de vida para o paciente e sua família (Tarragá, 2004). Os sintomas de demência incluem agnosia, que é o termo técnico para não ser capaz de reconhecer objetos familiares, agnosia facial, a incapacidade de reconhecer rostos familiares, e comprometimento visio-espacial, a incapacidade de localizar lugares familiares (Pavarini, 2008). Para além da deterioração cognitiva, pessoas que sofrem de demência, assinalam perturbações emocionais relacionados com o seu estado e a evolução, sendo as reações mais típicas a depressão, ansiedade, agressividade e atos repetitivos (Aldridge, 1993). A depressão resulta frequentemente das lesões no cérebro relacionadas com os estados afetivos (Xavier, 2001). Os atos repetitivos podem ser muito variados e surgem quando um doente realiza uma ação uma e outra vez de forma incansável. Estas ações, cantar, falar, vestir, despir, andar, ou arrumar coisas de forma incansável ,como se tivessem um propósito específico que não conseguem concretizar, podem ser bastante incómodas para com quem priva com estes doentes (Casanova, 1999). Também podem surgir sintomas psicóticos e delírios (Cruz, 2008), cujo conteúdo delirante pode incluir a crença de estar a ser ameaçado, espoliado, ou abusado, pelos que lhe prestam os cuidados (Vink, 2013). Outras alterações comportamentais presentes nos doentes de Alzheimer, podem ser agitação, agressividade, inquietação, questionamentos repetidos, distúrbios do sono e a “síndrome do entardecer”, que acontece normalmente em períodos crepusculares, principalmente ao fim da tarde, em que há maior tendência do paciente deambular e ficar confuso (Echávarri, 2007). As manifestações de comportamento agressivo, que pode criar grandes conflitos com as pessoas com quem convivem, com grave prejuízo dos relacionamentos interpessoais. Manifestam-se através de gritos, choro, ameaças verbais, acusações pouco razoáveis,

recusa em mover-se e violência física (Spar, 1998). As causas da agressividade podem estar relacionadas com o meio em que a pessoa se encontra, sujeita a ruído ambiental, excesso de pessoas, espaços muto grandes ou confusos, ambiente desconhecido, ou por simples incompreensão do que o rodeia.

A perda das capacidades intelectuais pode compensar-se pela experiência e conhecimentos adquiridos e as atividades cognitivas, metodologicamente administradas, melhoram a capacidade intelectual, autonomia e bem-estar se forem aplicadas desde o início da doença (Fratiglioni, 2007). Também a plasticidade cerebral, base da formação de memória e de aprendizagem, permite que o cérebro, ao longo da vida, pode mudar e ajustar-se aos desafios que o ambiente proporciona, sugerindo Carlson (2008) e Kröger (2008), que um maior envolvimento em atividades cognitivamente estimulantes está associado a um risco reduzido de demência, ou seja, as ocupações complexas, mais exigentes intelectualmente, como por exemplo a coordenação de dados ou o trabalho direto com pessoas, estão associadas com maior benefício para o desempenho cognitivo e um risco reduzido de demência, na velhice (Fratiglioni, 2007).

As estratégias preventivas de estimulação mental ao longo da vida, podem contribuir significativamente para o aumento das sinapses permitindo que a função cognitiva seja mantida na velhice, ou funcionar como processo de reabilitação. Por este motivo pareceu pertinente a implementação desta ação de formação, cujos objetivos se apresentam em seguida.

3.3.2.1 – Objetivos

O objetivo geral desta ação de formação é psicoeducar os utentes no sentido de promover, conhecimentos sobre o processo demencial e promover estratégias de prevenção e reabilitação. Os objetivos específicos consistem em promover a aquisição de conhecimentos sobre a etiologia da demência e promover o conhecimento de exercícios práticos de manutenção e de reabilitação.

3.3.2.2 – Estrutura

O programa de formação terá duas sessões de sessenta minutos, em dias seguidos, de acordo com a disponibilidade dos serviços. Destinam-se a utentes do lar e do centro de dia. Em seguida apresenta-se a estrutura da intervenção (Quadro 2), encontrando-se a descrição pormenorizadas de acordo com os objetivos e

procedimentos em anexo (ANEXO 8) A Doença de Alzheimer: estratégias de prevenção.

Quadro 2

Tema de Ação de Formação “A Doença de Alzheimer: estratégias de prevenção” Entidade promotora: Santa Casa da Misericórdia

Local: Vila do Conde

Formador: Miguel Cerqueira

Público-alvo: 12 utentes Do Lar e Centro de Dia Tempo previsto: Dois módulos de 60 minutos

Objetivo geral: Elucidar sobre o processo demencial e promover estratégias de prevenção e reabilitação

Objetivos específicos: Adquirir conhecimentos sobre o envelhecimento em geral. Sessão 1 “A Doença de Alzheimer e o cérebro”