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ALGUMAS SUGESTÕES DE TÓPICOS PARA UMA AGENDA DESTINADA A MITIGAR OS ATUAIS ÍNDICES DE EXCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL

Nesta Segunda Edição do Mapa da Exclusão Social no Brasil, resolvemos avançar numa sugestão de agenda objetiva destinada a mitigar exclusão social em áreas de extrema carência deste País. Para tanto, apresentaCse os resultados de um portfolio de ações que planejamos e executamos no Estado do Maranhão nos anos de 2005 e 2006. Naquela oportunidade estávamos exercendo funções de Secretário de Estado em duas Pastas. Primeiro como Secretário de Assuntos Estratégicos, no período de março de 2005 a março de 2006 e, posteriormente como Secretário de Agricultura, no período compreendido entre os meses de abril e dezembro de 2006. Naqueles 22 meses tivemos a oportunidade de planejar e colocar em execução algumas das sugestões que havíamos vaticinado na primeira edição deste livro. Estas experiências estão relatadas neste capítulo, incluindo os resultados obtidos. Acreditamos que estas informações poderão ser úteis para servirem ao menos como pontos de referencia para outras tentativas em lugares carentes, como aqueles em que tivemos a oportunidade de trabalhar no Maranhão. Para a consecução daquele trabalho de intervenção, valeram a experiência acadêmica, os textos que havíamos lido, estudado, e outros que havíamos escrito, inclusive na primeira edição deste livro lançada em maio de 2005. Mas foram fundamentais as conversas que tivemos com agricultores, mulheres, homens, crianças e idosos em pelo menos 70 dos 217 municípios maranhenses que tivemos a oportunidade de visitar ao longo daquele período. Daquelas conversas emergiram muitas das idéias que acabaram sendo subsídios para a formulação das políticas de mitigação de exclusão social que ajudamos a fomentar ao longo daqueles profícuos (de um ponto de vista intelectual e humanitário) para o autor deste trabalho. Aprimoramos, naquele período, um conhecimento que já tínhamos de que as pessoas são pobres, carentes, excluídas, mas sabem o que querem. Não estão nas suas áreas apenas para receberem projetos e programas acabados. Neste aspecto gostaríamos de nos referir e citar uma frase de uma mulher que participou conosco em uma Mesa Redonda que discutia pobreza, inclusão social no Congresso Regional da SBPC, que aconteceu em São Luis em março de 2004. Aquela senhora falou exatamente assim:

1 * $ 1 * , 1 1 . (Agricultora maranhense em desabafo indignado no Encontro Regional da SBPC em março de 2004, realizado em São Luis, a propósito da tentação que os detentores de poder experimentam de decidirem o que é bom para as

pessoas pobres, sem lhes consultar e sem ouvir as opiniões, num evidente comportamento arrogante e prepotente).

Esta frase sintetiza tudo o que se possa vir a falar acerca da capacidade das pessoas pobres em definirem o que querem, serem sujeitas e protagonistas dos seus próprios destinos. Foram esses conhecimentos que nos ajudaram a engendrar algumas das ações que relataremos neste capítulo do trabalho.

Vale ressaltar que em abril de 2002, quando o Governador anterior assumiu o comando do estado, o Maranhão detinha os piores indicadores sociais, dentre todos os estados brasileiros. Através de uma retórica que privilegiava o combate à pobreza e a exclusão social, e de ações objetivas de políticas públicas na direção dos discursos, houve uma efetiva prioridade para a inclusão social de grande contingente da população maranhense. Isto se refletiu nos indicadores sociais do estado, como ficou claro nos resultados que mostramos ao longo deste estudo. De fato, o Maranhão avançou de forma significativa, de tal sorte que o estado deixou aquela posição incomoda que desfrutava em 2002, para uma posição menos difícil ao final de 2005, e com projeções promissoras para 2006. Ficou evidente nos resultados mostrados neste estudo que a situação do estado melhorou relativamente ao que acontecia no inicio do milênio, mas ainda apresenta indicadores muito ruins, o que significa que não podemos baixar a guarda e continuar trabalhando para que não hajam retrocessos de qualquer espécie. Assim, neste capítulo passaremos a essa discussão, primeiro de forma genérica, como já havíamos feito na primeira edição, e, posteriormente, abordando o estudo de caso das experiências levadas a efeito nas áreas carentes do Maranhão.

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A construção de uma pauta de agenda destinada a reverter o atual quadro de exclusão social detectado em todos os estados e regiões brasileiros, passa necessariamente, por atitudes em diferentes níveis da atuação que a Federação, Estados e Municípios devem estabelecer em termos de ações coordenadas, sincronizadas e firmes, no sentido de buscarem os caminhos comuns que mitiguem, de forma irreversível, esta situação de apartação social que prevalece no País.

Vale ressaltar que programas de Governo, em qualquer nível, voltados tão somente para incrementar apenas o crescimento econômico, não se reverterão, necessariamente, em melhorias nos padrões de vida geral da sociedade. De forma controversa, podem até aumentar o contingente

de excluídos, se o crescimento econômico vier acompanhado de uma concentração da renda e da riqueza gerados no processo. Assim, a retórica convencional de que pobreza, entendida como um processo de exclusão social, é combatida apenas com crescimento econômico, sem avaliar a forma como se dar esse crescimento, e sem deixar claro quem se apropria dos seus benefícios, se constitui em meia verdade, que não tem respaldo empírico, dentro da própria história econômica recente do Brasil.

Assim, nesta proposta de pauta de agenda sugeremCse algumas ações, dentre tantas outras, a serem imaginadas, que poderiam ser engendradas em nível de Governos Federal, Estaduais e Municipais, para buscarem o Desenvolvimento Econômico, no sentido em que foi discutido e conceituado neste estudo. Deve ficar claro também, que este conjunto de reflexões constituem idéias que foram garimpadas ao longo de uma vida acadêmica e de trabalho de observação em comunidades carentes neste e em outros Países. Também contam na sua construção a recente passagem que tivemos durante 22 meses como exercendo cargo no Poder Executivo de um dos estados mais pobres do Brasil: o Maranhão. Não se tratam, nem é esta a pretensão, de idéias acabadas, tão pouco de “remédios definitivos”, mas de sugestões para serem discutidas, criticadas, e até refutadas, se for o caso, mas que fomentem o debate por parte da sociedade civil e pelos tomadores de decisão política, além da representação popular nos níveis federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal), estaduais (Assembléias Legislativas) e municipais (Câmaras dos Vereadores). AcreditaCse que as ações deveriam ser descentralizadas e serem desenvolvidas em nível dos municípios, que é onde realmente moram os cidadãos e cidadãs. Desta forma haveria que ser discutido um novo pacto federativo, onde os municípios se constituíssem, efetivamente, nas instâncias de decisões, devidamente respaldadas e fiscalizadas pela sociedade civil. Ainda assim acreditaCse que podemCse vislumbrar ações afetas aos três níveis de decisão: Federal, Estadual e Municipal, sempre tendo em perspectiva que as pessoas vivem nos povoados e distritos dos municípios, e é dali que devem sair os diagnósticos e as sugestões de políticas públicas de reversão desses indicadores.

A construção de uma agenda destinada a reverter o quadro de exclusão social detectado neste estudo passa, necessariamente, por mudanças significativas nas atuais prioridades de políticas macroeconômicas. Embora reconheçamos a importância da estabilidade monetária como fator de estabilidade econômica e social, temCse a convicção de que este se constitui num meio, jamais em um fim de política macroeconômica, aos moldes do que se vem observando no País, até como meta exclusiva nos últimos 13 anos, desde a implementação do Plano Real em julho de 1994. A reversão do cenário de exclusão social descortinado neste estudo, implicará em ações definidas e firmes do Estado na condução de políticas fiscal, monetária e cambial, que viabilizem o processo de produção, em vez de penalizáClo como vem ocorrendo nos últimos anos, em nome de uma estabilidade monetária vista de forma unilateral e até obsessiva, e sem uma preocupação com o desenvolvimento econômico. Não se trata aqui de ser “desenvolvimentista”. AcreditaCse que a redução do debate a este nível pode dificultar as ações efetivas de combate à exclusão social. AdvogaCse o desenvolvimento econômico com estabilidade monetária, tendo em vista que o processo inflacionário penaliza mais os mais pobres. O que se almeja, contudo, é que a estabilidade monetária se constitua num meio para a construção de políticas macroeconômicas que promovam o desenvolvimento econômico sustentado. Para tanto, devem ser reduzidos os gastos perdulários, do Setor Publico. Esses gastos é que fomentam a necessidade de seu financiamento, via taxa de juros elevada, e através de uma pesada carga tributária que onera a produção e a renda dos empresários e trabalhadores, na forma de impostos diretos e indiretos.

As políticas fiscais e monetárias devem reduzir os encargos que oneram atualmente o custo do dinheiro no Brasil, um dos mais altos (senão o mais elevado) do mundo. Com os atuais patamares de juros nominais e reais (entre os maiores do mundo), tornaCse inviável investimentos privados de médio e longa maturação, tendo em vista o elevado custo financeiro a eles associados, que seriam refletidos em baixos valores presentes, ou reduzidas taxas internas de retornos, quando o fluxo de recebimentos líquidos desses investimentos fossem descontados no tempo. Isso, além de inviabilizar investimentos associados às chamadas atividades reais da economia (atividades não voltadas ao mercado especulativo do dinheiro, mas às atividades produtivas geradoras de riquezas), provoca um desmonte da estrutura produtiva interna, através de dois mecanismos: os juros desestimulam a demanda efetiva interna, na medida em que encarecem a compra a prazo dos bens duráveis e os investimentos dos empresários. Estes dois fatores conjugados provocam desaceleração da atividade econômica. No ano passado (2006) o PIB agregado do Brasil cresceu de apenas 2,9%. Com a desaceleração da economia vem o

desemprego que, ao retirar do mercado de trabalho um contingente elevado de trabalhadores, priva das atividades econômicas atores que poderiam, com o seu consumo, incrementar os níveis de demanda efetiva interna e, por conseguinte, estimular a produção de bens e serviços que estaria compelida a responder a essa demanda efetiva. Isso sem falar na contribuição, sob a forma de impostos diretos e indiretos, que esses cidadãos e cidadãs deixam de recolher aos cofres públicos (porque estão desempregados e sem renda), além da previdência pública que deixa de arrecadar contribuição de brasileiros e brasileiras em plena curva ascendente de produção e de produtividade. Estes fatos se constituem na feição estritamente técnica dos problemas associados ao desemprego. O lado mais relevante, e que não se traduz em estatísticas, é a queda da autoC estima e da autoconfiança, o desmonte psicológico e do emocional daquela plêiade de brasileiros pilhados nas malhas do desemprego “conjuntural”, “estrutural”, “tecnológico”, não importa. Para esses homens, e para essas mulheres desempregados, é de nenhuma relevância a designação que os economistas atribuem ao desemprego. Para esses desempregados e desempregadas, o fato concreto, e que conta para o seu quotidiano, é que não dispõem de meios materiais para darem o sustento digno aos seus familiares e às próprias vidas. Este, no nosso entendimento, deve ser o lado relevante da discussão e que deve nortear as políticas públicas de geração de ocupação e renda.

Uma política cambial realista, que mantenha a moeda nacional em níveis compatíveis com as desvalorizações internas, decorrentes do processo inflacionário, viabilizaria a produção voltada para o mercado externo, ao tempo em que devem ser adotadas medidas fiscais que dificultem a entrada de produtos que iriam competir, às vezes de forma desleal, com os similares nacionais, provocando desemprego. Políticas de substituição de importações precisam, e devem, ser retomadas, para o bem estar da maioria dos brasileiros, sobretudo aqueles pilhados em desemprego. O discurso de que os produtos importados estimulam a competitividade, se constitui em apenas uma parte das verdades. De fato isso acontece, mas este não tem sido o caminho seguido por outras economias. VejaCse, por exemplo, como entram os produtos chineses nas fronteiras deste País. Produtos de qualidade inferior, com preços subsidiados, que competem de forma desleal com os similares nacionais. Além disso, semelhante abertura não é observada, nem mesmo nas economias capitalistas mais avançadas, onde existem mecanismos efetivos de proteção, e que são acionados por seus governantes, para resguardar setores específicos e estratégicos, geralmente, aqueles setores que empregam bastante mão de obra. A discussão atual da política brasileira de produção de etanol a partir da canaCdeCaçúcar, que encontra uma barreira

tarifária para entrar nos Estados Unidos, o principal importador do produto, ilustra bem este ponto de vista. Naquele País (os EUA), que não tem condições de produzir etanol a partir da canaCdeCaçúcar (devido a problemas climáticos), o faz a partir do milho, a um custo de aproximadamente US$0,10 por litro, acima do similar extraído da matéria prima brasileira. O mesmo ocorre com a exportação de concentrados de suco da laranja brasileira e de aço para aquele País. Portanto, devem ser pensados mecanismos de política macroeconômica que tornem mais competitivos os produtos brasileiros naquele mercado, independentemente do evidente ganho de produtividade e de vantagem comparativa que detemos na produção desses itens. Isso passa, necessariamente pela revisão dessa abertura indiscriminada da economia brasileira, sobretudo em setores grande empregadores de mão de obra, como ainda é a agricultura.

ObservaCse também que a manutenção, por período indefinido de tempo, da moeda brasileira sobreCvalorizada, foi uma das causas que deixou o País vulnerável ao capital especulativo internacional, e praticamente induziu o Banco Central a manter juros em patamares elevados, justamente para conseguirem assegurar o fluxo para dentro do País das moedas fortes que estavam esvaindoCse via importações de bens e serviços provocadas pela abertura indiscriminada e pelo câmbio super valorizado, que dificultava as exportação e estimulava as importações. Esta não se constitui na realidade atual, quando o País dispões de folgada reserva cambial de mais de US$ 100 bilhões. Essas reservas, além de deixarem o País menos vulnerável a avalanches econômicas externas (como as recentes da China e dos EUA), pode ser utilizada para pressionar, para baixo, a valorização atual do real em relação ao dólar americano.

Por outro lado, sabeCse que a construção civil exerce um papel importante na geração de ocupações e de renda, sobretudo para segmentos de trabalhadores menos qualificados. Em todos os estados e municípios brasileiros, observaCse que a qualidade das moradias de parte substancial dos brasileiros é, no mínimo, discutível. Dessa forma, um amplo programa de política de habitação através da construção de conjuntos habitacionais horizontais ou verticais, tanto nos grandes centros urbanos como, principalmente, nas cidades do interior deste País, utilizando materiais produzidos nos próprios locais, teria um (ver DE JANVRY, et al, 1989) fantástico. Isto se refletiria sobre os níveis de empregos e geração de renda, sobretudo de mão de obra de menor qualificação. Isto sem falar nos empregos indiretos, na medida em que a injeção de recursos em comunidades carentes, como já demonstrava o multiplicador Keynesiano é bastante elevado, repercutindo, portanto, sobre todas as demais atividades como

comércio, agricultura e serviços em geral. Isto poderia ser feito com recursos do FGTS, ou de outras fontes, e até buscandoCos em agências internacionais que financiam projetos sociais.

A reversão dos atuais níveis de exclusão social rural e urbana que são observados no Brasil passam necessariamente, por uma mudança significativa na forma como a terra continua sendo apropriada neste País. Isto porque, os problemas urbanos brasileiros têm como causa original a falta de desenvolvimento rural, sobretudo nos estados do Nordeste e do Norte do Brasil. Nessas duas regiões, principalmente naqueles da região Nordeste, está o contingente populacional com a maior predisposição para emigrar. A falta de desenvolvimento rural, por sua vez, está grandemente associada á concentração fundiária que prevalece no Brasil. Assim, um programa de Reforma Agrária amplo, que disponibilize terra em quantidade e de qualidade para quem efetivamente a irá utilizar na produção de alimentos e de matérias primas, terá uma função social e econômica importante, que criaria condições para os trabalhadores rurais e suas famílias, decidirem, sem qualquer tipo de pressão, se querem permanecer nas suas áreas de origem, produzindo. Isso evitaria o mecanismo da emigração forçada por baixas ou nenhuma condição de permanência nas zonas rurais. A emigração, quando houver, ocorrerá por vontade própria de busca de lugares melhores para viver, e não a busca de lugares “menos ruins” para sobreviver. Na pior das hipóteses, se tiverem terras em quantidades satisfatórias, tanto de um ponto de vista de tamanho como de qualidade, as famílias produziriam a sua própria segurança alimentar. Além disso, ao disponibilizar terras de qualidade, em quantidade adequada para as famílias, com o devido aparato institucional estatal de assistência técnica, pesquisa e educação, terá um viés também na preservação da base de recursos naturais, portanto, com forte impactos ambientais positivos. Ações assim, se constituiriam em um enorme avanço, na medida em que, se essas famílias (ou parte delas) migrarem para as áreas urbanas, sequer terão a possibilidade de produzirem a própria alimentação, não tendo assim acesso ao que identificamos como renda não monetária. Esta é uma renda que o trabalhador do campo não aufere, em termos de moeda corrente, mas que deve ser computada, na medida em que, ao produzir o próprio alimento, o trabalhador rural, não fará dispêndios nesse item que ocupa a maior parte do orçamento das famílias pobres. Além disso, ainda que houvesse oportunidades de ocupação nos centros urbanos, esses migrantes não seriam absorvidos, pela absoluta falta de treinamento para os trabalhos que são ofertados nos conglomerados urbanos. Dessa forma a sua ida para esses centros, além de não lhes incrementar a qualidade de vida (na maioria das vezes deteriorandoCa), provocará uma pressão nos serviços essenciais, já deficientes nos centros urbanos, além de promover a elevação

do contingente de desempregados e subempregados, que contribuirá, através da rotação de mão de obra, para uma queda nos salários dos trabalhadores já alocados nos centros urbanos. Este fato, queda de salários, que é corroborado pelo processo de baixo crescimento econômico em curso, retira dos trabalhadores do campo que migraram e para aqueles que já estão na cidade, quaisquer possibilidades de reivindicação de melhorias nas condições de salários e de trabalho, deixandoCos vulneráveis às ações dos detentores dos meios de produção. Daí para tornar frágeis as relações trabalhistas, e para o surgimento da terceirização da força de trabalho, é apenas uma questão de tempo.

Uma vez encaminhado de forma satisfatória o problema da posse assimétrica da terra, se equacionam as dificuldades associadas à produção rural, desde que sejam viabilizadas políticas de crédito rural com juros diferenciados para a produção agrícola familiar, em todas as etapas, desde o preparo da terra até a comercialização dos excedentes gerados nessas unidades de produção. Tudo isso devidamente ancorado em política de pesquisa efetivamente voltada para o segmento de agricultura familiar, assistência técnica, extensão rural e fomento gratuitos, além de disponibilizar, no campo, os serviços essenciais como educação, saneamento e saúde.

Neste aspecto, os grandes conglomerados pertencentes ao sistema financeiro, que tiveram grandes benefícios das políticas macroeconômicas implementadas depois do plano real, deveriam ser convocados a darem a sua parcela de contribuição e de sacrifício, que até então ficou como um fardo pesado sobre os ombros dos trabalhadores, e dos empreendedores, sobretudo os de pequeno e médio portes, através da enorme carga tributária que são obrigados a transferir para o Governo. Para tanto o atual Presidente da República encaminharia ao Congresso Nacional um Projeto de Lei, obrigando os Banqueiros a repassarem um percentual mínimo (a ser definido mediante estudos técnicos) do percentual dos lucros dessas instituições financeiras, para financiarem a produção agrícola familiar e as micro, pequenas e médias empresas dos setores urbanos, a juros diferenciados, substancialmente abaixo dos juros de mercado, e com características semelhantes àqueles praticados nos diferentes tipos de PRONAF.

Estes mecanismos se constituiriam em efetiva transferência de renda de um segmento que tem conseguido auferir lucros extraCnormais nos últimos anos, para contribuir para o