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EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE EXCLUSÃO SOCIAL AGREGADO NOS ESTADOS, REGIÕES E BRASIL ENTRE 2001 E 2005.

Nesta parte da Pesquisa estimamCse os Índices de Exclusão Social (IES) agregados para cada estado, região e Brasil, com desdobramentos para as áreas urbanas e rurais. Foi estimada a evolução desses resultados entre os anos de 2001 e 2005 e foram feitas as projeções para o ano de 2006. As estimativas para o IDH entre os anos de 2001 e 2005, com projeções para 2006 foram obtidas indiretamente através da relação econométrica que existe entre o IES e o IDH que está demonstrada no Anexo A deste trabalho.

Os resultados encontrados para o IES e IDH entre 2001 e 2005, bem como as respectivas projeções para o ano de 2006 estão apresentados na Tabela 11. Contudo, antes de discutir os resultados mostrados na Tabela 11 deveCse informar que as PNADs de 2001 a 2003 não traziam as informações para as áreas rurais dos estados da região Norte, com exceção de Tocantins. Apenas em 2004 essas informações passaram a fazer parte das PNADs. Uma outra observação que deve ser feita é que os resultados obtidos nesta fase da pesquisa não são diretamente comparáveis com aqueles obtidos a partir dos dados do Censo Demográfico de 2000. Isto porque se torna evidente as diferenças de fontes de dados, e os critérios estatísticos sob os quais foram feitos os levantamentos do Censo e das PNADs. Contudo, acreditaCse que os pesos associados a cada um dos indicadores não devem ter experimentado mudanças significativas, de modo que optouCse pela utilização daqueles estimados com base nas informações dos 5506 municípios brasileiros e 19 distritos de Brasília, tal como definidos pelo IBGE em 2000. Feitas estas observações passemos a discutir a evolução do IES e do IDH entre 2001 e 2005 com projeções para 2006.

Através das evidencias apresentadas na Tabela 11 depreendeCse que o IES no Brasil regrediu de 22,22% em 2001 para 21,68% em 2005. ObservaCse que durante a sua trajetória, o IES apresentou oscilações para 22,91% em 2002, experimentando uma redução brusca para 20,36% em 2003 e depois assumindo uma trajetória crescente em 2004 e 2005. Por causa dessa trajetória estimaCse uma taxa geométrica de crescimento para o IES do Brasil no período 2001C2005 da ordem de C0,49% ao ano. Assim, em 2006 o IES projetado para o Brasil foi de 21,57%.

Tabela 11: Evolução do Índice de Exclusão Social e do IDH estimado indiretamente por Regressão Entre os anos de 2001C2005 e Projeções para 2006 IES: Percentagem Total de Excluídos IDH: Estimado pela sua Relação Econométrica com o IES*

Estado 2001 2002 2003 2004 2005 TGC** 2006*** 2001 2002 2003 2004 2005 2006* BRASIL 22,22 22,91 20,36 21,51 21,68 K0,0049 21,57 0,785 0,782 0,794 0,789 0,788 0,788 Acre ND ND ND 38,84 39,24 0,0051ª 39,44 ND ND ND 0,706 0,704 0,703 Amapá ND ND ND 30,65 28,94 C0,0283* 28,12 ND ND ND 0,745 0,753 0,757 Amazonas ND ND ND 27,22 28,10 0,0160ª 28,55 ND ND ND 0,761 0,757 0,755 Pará ND ND ND 32,77 33,22 0,0068ª 33,45 ND ND ND 0,735 0,733 0,732 Rondônia ND ND ND 36,65 37,53 0,0119ª 37,98 ND ND ND 0,717 0,712 0,710 Roraima ND ND ND 26,11 23,47 C0,0519ª 22,25 ND ND ND 0,767 0,779 0,785 Tocantins 40,55 38,89 36,69 34,90 35,28 C0,0275 34,31 0,698 0,706 0,716 0,725 0,723 0,723 Norte ND ND ND 32,45 32,42 K0,0005ª 32,41 ND ND ND 0,737 0,737 0,737 Maranhão 45,89 44,22 41,85 41,46 40,29 C0,0257 39,25 0,673 0,681 0,692 0,694 0,699 0,704 Piauí 44,67 47,41 42,11 40,87 40,84 C0,0178 40,11 0,678 0,665 0,691 0,697 0,697 0,700 Ceará 40,33 39,10 35,12 37,05 36,98 C0,0172 36,34 0,699 0,705 0,724 0,715 0,715 0,718 R.G.Norte 30,81 33,98 28,98 30,29 29,17 C0,0109 28,85 0,744 0,729 0,753 0,747 0,752 0,754 Paraíba 39,30 37,54 35,34 34,07 33,51 C0,0314 32,46 0,704 0,712 0,723 0,729 0,732 0,737 Pernambuco 36,00 37,95 33,50 35,48 34,78 C0,0069 34,54 0,720 0,710 0,732 0,722 0,726 0,727 Alagoas 45,84 48,33 43,99 46,38 43,24 C0,0116 42,74 0,673 0,661 0,682 0,670 0,685 0,688 Sergipe 29,23 31,22 26,92 25,72 27,45 C0,0125 27,11 0,752 0,742 0,763 0,769 0,760 0,762 Bahia 39,29 38,93 34,78 35,53 35,51 C0,0200 34,80 0,704 0,706 0,726 0,722 0,722 0,725 Nordeste 39,37 39,96 35,78 36,52 36,07 K0,0174 35,44 0,704 0,701 0,721 0,717 0,719 0,722 E. Santo 24,26 22,03 20,38 19,96 19,57 C0,0421 18,75 0,776 0,786 0,794 0,796 0,798 0,802 M.Gerais 21,51 21,61 19,11 19,25 20,03 C0,0142 19,75 0,789 0,788 0,800 0,799 0,796 0,797 R.Janeiro 12,36 12,77 10,92 11,82 13,07 0,0112 13,22 0,832 0,830 0,839 0,835 0,829 0,828 São Paulo 9,15 9,59 8,59 9,32 9,42 0,1240 10,59 0,847 0,845 0,850 0,847 0,846 0,841 Sudeste 11,41 13,64 12,07 12,67 13,13 0,0285 13,50 0,837 0,826 0,834 0,831 0,829 0,827 Paraná 21,33 20,36 17,57 18,24 18,75 C0,0255 18,27 0,790 0,794 0,807 0,804 0,802 0,804 Sta.Catarina 14,75 14,55 13,02 13,57 13,27 C0,0209 12,99 0,821 0,822 0,829 0,826 0,828 0,829 R.G.Sul 17,06 17,21 14,72 14,97 15,53 C0,0186 15,24 0,810 0,809 0,821 0,820 0,817 0,818 Sul 18,16 17,83 15,43 15,89 16,24 K0,0221 15,88 0,805 0,806 0,818 0,815 0,814 0,815 Goiás 27,90 28,93 25,23 26,56 27,70 C0,0014 27,66 0,758 0,753 0,771 0,765 0,759 0,759 Mato Grosso 49,58 32,25 27,14 29,29 28,96 C0,1020 26,01 0,655 0,738 0,762 0,752 0,753 0,767 M.G. do Sul 29,25 29,80 26,69 28,90 28,99 C0,0018 28,94 0,752 0,749 0,764 0,753 0,753 0,753 D.Federal 10,91 9,94 9,37 9,94 10,19 C0,0136 10,05 0,839 0,844 0,846 0,844 0,843 0,843 Centroeste 29,83 25,98 23,08 24,68 25,10 K0,0339 24,25 0,749 0,767 0,781 0,774 0,772 0,776 Fontes: Valores Estimados a Partir dos dados da s PNADs nos anos de referencia.*Relação econométrica estimada: IDH = 0,891 – 0,004758 x IES: **Taxa geométrica de crescimento discreta estimada entre os anos de 2001 e 2005; a – taxa geométrica de crescimento considerando os anos de 2004 e 2005. ND= Dados não disponíveis para as áreas rurais da Região Norte, exclusive Tocantins.

Os estados da região Norte apenas apresentam estimativas globais nos anos de 2004 e 2005, haja vista que entre 2001 e 2003 apenas as áreas urbanas dos estados dessa região (com exceção de Tocantins) eram pesquisadas pelo IBGE. Para esta região estimaCse um IES de 32,45% em 2004 e 32,42% em 2005, numa evidente trajetória decrescente que projeta uma TGC média de C005%. Se for essa a tendência de queda do percentual de excluídos da região Norte, esperaCse que a região tenha chegado em 2006 com IES = 32,41%. Nesta região os estados nas melhores posições, em termos do percentual de socialmente excluídos, são Amapá (IES = 20,37% em 2006) e Roraima (IES = 22,25% em 2006). Os estados com maiores dificuldades, em termos de exclusão social, são Acre com 39,44% de excluídos em 2006; Rondônia com 37,98% e Tocantins com 34,30% de excluídos projetados para 2006.

O Nordeste se constitui na região brasileira com o maior percentual da população socialmente excluída em todos os anos deste começo de milênio. A região começou a década com 39,37% de excluídos, e chegou em 2005 com 36,07% de sua população socialmente excluída. Contudo a região apresentou um bom indicio neste começo de século e de milênio, na medida em que apresentou uma taxa elevada de redução do IES (apenas sendo superada pelas taxas observadas nas regiões Centroeste e Sul), e por esta razão, a projeção que se faz é que chegou em 2006 com 35,44% de excluídos. Nesta região, o Maranhão começou liderando o ranking dos estados com maior IES em 2001. Naquele ano o estado tinha 45,89% de socialmente excluídos, e também se constituía no estado brasileiro com a pior performance neste índice. Mas no Maranhão houve um notável esforço para melhorar os seus indicadores sociais, sobretudo nos anos de 2005 e 2006, mediante ações sociais que promoveram a inclusão de milhares de pessoas em programas de acesso a água encanada e a locais adequados para esconder dejetos humanos. Assim, em 2005 o IES do Maranhão já não era mais o maior do Brasil nem da região, e assumia a magnitude de 40,29% que era superado pelo IES de Alagoas (IES = 43,24%) e do Piauí (IES = 40,84%). A taxa de desaceleração do IES no Maranhão foi uma das maiores do Brasil entre 2001 e 2005, chegando a C2,57% ao ano. Isto projetou para o estado um IES de 39,25% para 2006 que era inferior aos apresentados por Alagoas, Piauí e Acre. Portanto, o Maranhão subiu (e melhorou) em três posições no ranking nacional de exclusão social (Tabela 11).

Os estados do Nordeste com melhores performances, no que se refere ao percentual de excluídos ao longo dos primeiros seis (6) anos desta década de 2000 são: Sergipe (27,11% de excluídos projetados para 2006) e Rio Grande do Norte que chegou em 2006 com projeção de IES = 28,85%. DeveCse destacar o esforço do estado da Paraíba em desacelerar a exclusão social das suas fronteiras. De fato este estado apresentou a terceira maior taxa de

desaceleração do IES entre 2001 e 2005, da ordem de C3,14 % ao ano, apenas sendo superado por Roraima (C5,19% ao ano) e por Espírito Santo (C4,21% ao ano). A Paraíba chegou em 2005 com um IES de 33,51%, e em 2006 o seu IES deve ter atingido 32,46%.

No Sudeste observouCse que não houve redução do percentual de socialmente excluídos entre 2001 e 2005. Em 2001 o IES estimado para a região era de 11,41% (o menor do Brasil) e em 2005 havia ascendido para 13,13% de excluídos.. Naquele ano de 2005 o Sudeste continuava sendo a região brasileira com menor percentual de socialmente excluídos, mas havia incrementado, tanto em termos relativos como em termos absolutos, o seu contingente de socialmente excluídos, em relação ao que prevalecia no começo do século. Por essa razão o IES do Sudeste acelerouCse, entre 2001 e 2005, a um ritmo médio anual de 2,85%. Esta taxa projeta par 2006 um IES de 13,50% para esta região que é a mais desenvolvida do País.

Na região Sudeste, o estado com melhor performance, em termos de IES, é São Paulo. Este estado começou o milênio com 5,25% de sua população socialmente excluída, mas teve uma elevação bastante acentuada destes percentuais entre 2001 e 2005 (12,4 % ao ano), chegando em 2005 com 9,42% de excluídos, com projeções para 2006 de 10,59%. Rio de Janeiro também experimentou taxa positiva de crescimento do IES entre 2001 e 2005 (1,12% ao ano). Este estado tinha 12,36% de excluídos em 2001 e chegou em 2005 com 13,07% de socialmente excluídos. ProjetaCse para 2006 que o Rio de Janeiro deve ter tido um IES de 13,22%. No Sudeste, o Espírito Santo começou o milênio com o maior IES da região (24,26%). Mas neste estado foi feito um grande esforço de superação desta chaga social, de tal sorte que, a taxa de desaceleração do IES entre 2001 e 2005 foi a segunda maior do Brasil, na magnitude de C4,21% ao ano. Por essa razão o Espírito Santo terminou o ano de 2005, com um percentual de socialmente excluídos menor do que o observado para Minas Gerais. De fato, enquanto em 2005 o IES do Espírito Santo era de 19,57%, o de Minas Gerais atingia 20,03%. As projeções feitas para 2006 sinalizam que o Espírito Santo terminou aquele ano com IES de 18,75% e Minas Gerais com IES igual a 19,75%.

A região Sul foi a que apresentou a segunda maior taxa de desaceleração do IES entre os anos de 2001 e 2005, na ordem de C2,21% ao ano. O Sul começou a década com 18,16% de sua população na condição de ser socialmente excluída e chegou ao final de 2005 com 16,24%. Para 2006 projetaCse um IES de 15,88% para a região Sul. Nesta região, o estado de Santa Catarina apresenta a melhor performance, chegando ao final de 2006 com um IES projetado de 12,99%. No entanto foi o estado do Paraná que apresentou a melhor taxa de desaceleração do IES no período 2001/2005, da ordem de 2,55% ao ano. Mas neste estado

ainda se concentra o maior percentual de população socialmente excluída da região Sul (19,57% em 2005 e 18,27% em 2006).

O Centroeste destacouCse por se constituir na região brasileira a apresentar a maior taxa de desaceleração do IES no período 2001/ 2005. De fato, essa região apresentou o IES caindo em média 3,39% ao ano neste começo de milênio. O Distrito Federal apresenta os menores percentuais de excluídos entre 2001 e 2005, começando com 10,91% em 2001 e terminando 2005 com 10,19% de IES. Mato Grosso apresentava o pior desempenho na região, em termos de magnitude do IES em 2001 , mas tem o grande mérito de apresentar a maior taxa de desaceleração do IES do Brasil entre os anos de 2001 e 2005. Neste estado, no período 2001/2005 o IES desacelerouCse a uma taxa média anual de C10,20% ao ano. Esta taxa fez com que Mato Grosso alcançasse o IES de Mato Grosso do Sul em 2005 e ficasse em posição melhor do que Goiás e Mato Grosso do Sul em 2006. Mato Grosso deve ter chegado em 2006 com um IES de 26,01%, enquanto Mato Grosso do Sul e Goiás chegaram com IES de respectivamente (28,94 %) e (27,66%). (Tabela 11 e Figura 3).

FIGURA 3: Evolução do Índice de Exclusão Social no Brasil e nas Regiões entre 2001 e 2006 10 15 20 25 30 35 40 45 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Brasil Nordeste Sudeste

$ - . /% .0 6778 677:

Os valores do Índice de Desenvolvimento Humano apresentados nesta parte da pesquisa foram estimados indiretamente, a partir da equação de definição apresentada no Anexo A. Isto porque as PNADs não apresentam os indicadores de esperança de vida ao nascer. Por conseqüência, os valores mostrados na Tabela 11 devem ser lidos como aproximações econométricas do IDH a partir das estimativas feitas para o IES. Como o ajustamento estatístico da equação estimada é bastante significativo, acreditamos que estamos diante de aproximações muito boas do IDH entre os anos de 2001 e 2005 no Brasil, regiões e estados brasileiros.

Inicialmente observaCse que o Brasil teve o seu IDH evoluindo de 0,785 em 2001 para 0,788 em 2005, mantendo o mesmo valor projetado para 2006. ObservaCse também que o IDH teve o seu menor valor em 2002 (0,782) e a sua maior magnitude no ano seguinte, 2003, quando chegou a 0,794.

Para a região Norte apenas dispomos de informações para os anos de 2004 e 2005, tendo em vistas que nos demais anos investigados a PNAD não dispõe de informações para os estados da região (exceção de Tocantins) para as zonas rurais entre 2001 e 2003. Em 2004 o IDH do Norte era 0,737 que praticamente ficou estabilizado neste valor nos anos de 2005 e de 2006. Nessa região os estados de melhor IDH são Amapá que terminou 2006 com valor de 0,794 e Roraima que chegou ao final daquele ano com um IDH de 0,785. Acre (IDH=0,703) e Rondônia com IDH de 0,710 em 2006 se constituem nos estados das regiões Norte com piores desempenhos também neste indicador social.

O Nordeste apresenta o menor IDH entre as regiões brasileiras em todos os anos inseridos no lapso de tempo entre 2001 e 2005. De fato a região terminou 2001 com IDH de 0,704, e concluiu o ano de 2005 com IDH=0,719. ProjetaCse que em 2006 o IDH do Nordeste tenha chegado a 0,722. Mas observaCse que em 2001 o IDH dessa região acompanhou a oscilação negativa do IDH do Brasil, e havia atingido a magnitude de 0,701. Nessa região, Maranhão e Alagoas iniciaram a série com as piores performances tendo o mesmo IDH em 2001 de 0,673. O Maranhão terminou o ano de 2005 com IDH de 0,699, e projetaCse que o estado tenha findado 2006 com IDH de 0,704. Alagoas chegou a 2005 com um IDH de 0,685, e o Piauí terminou aquele ano de 2005 com IDH de 0,697. Alagoas, Piauí e Maranhão, nesta ordem, se constituíam nos estados do Nordeste, e do Brasil, que em 2005 exibiram as piores performances em IDH. Face aos esforços empreendidos no Maranhão para reduzir a pobreza, sobretudo nos anos de 2005 e 2006, o estado chegou ao final de 2006 com um IDH provável

de 0,704. O Piauí terminou aquele ano de 2006 com um IDH projetado de 0,700 e Alagoas concluiu 2006 com IDH de 0,688. Assim, em 2006 o ranking dos 4 estados com piores IDH havia mudado, tendo Alagoas continuado na liderança (que partilhava com o Maranhão em 2001), seguido de Piauí, Acre (na região Norte) e Maranhão, que subiu três posições no ranking brasileiro do IDH entre 2001 e 2006.

No Nordeste o estado com a melhor performance é Sergipe que concluiu o ano de 2006 com IDH de 0,762. Em segundo lugar fica o Rio Grande do Norte, que chegou ao final de 2005, com IDH = 0,752 e em 2006 havia saltado para IDH = 0,754. (Tabela 11).

O Sudeste, a mais próspera região do País, também possui o melhor IDH, embora este indicador de bemCestar social haja declinado entre 2001 e 2006 na região, acompanhando a tendência do IES. Em 2001 o Sudeste tinha IDH = 0,837. Em 2005 o IDH do Sudeste havia declinado para 0,829; e em 2006 a região de maior desenvolvimento humano do País deve ter perdido dois milésimos no seu IDH, chegando a 0,827.

Em hierarquia decrescente de IDH, seriam colocados em 2006 os estados do Sudeste na seguinte ordem: São Paulo (IDH = 0,841); Rio de Janeiro (IDH = 0,829); Espírito Santo (IDH = 0,802) e Minas Gerais cujo IDH projetado para 2006 foi de 0,797.

A região Sul segue logo atrás do Sudeste em padrão de IDH. O Sul inicia a serie estudada com IDH = 0,805 e chega ao final de 2005 com IDH = 0,814. Dada as projeções do IES para 2006, estimaCse que o Sul deva ter chegado ao final de 2006 com um IDH de 0,815.

Caso seja feita a hierarquia do IDH nos estados do Sul, observaremos que devem ter concluído o ano de 2006 com as seguintes situações: Santa Catarina (IDH = 0,829); Rio Grande do Sul (IDH = 0,818); Paraná (IDH = 0,804). Sem dúvida excelentes performances dos estados gaúchos em desenvolvimento humano, acompanhando a performance em termos de redução do percentual de sua população socialmente excluída.

No Centroeste a evolução do IDH se comportou da seguinte maneira. Em 2001 a região tinha IDH de 0,749. Em 2005 o IDH do Centroeste atingia 0,722, que daria um salto em 2006 chegando a 0,776. O Distrito Federal apresenta, de forma disparada, a melhor performance em termos de desenvolvimento humano nesta região. O DF começou a série em 2001 com IDH = 0,839 e chegou ao final de 2005 com IDH = 0,843. Em 2006 o IDH projetado par o DF é de 0,843 e se constitui no melhor índice de desenvolvimento humano do Brasil.

Os demais estados que compõem o Centroeste podem ser hierarquizados em 2006 da seguinte forma, em termos do IDH, que devem ter concluído aquele ano: Goiás (IDH = 0,759); Mato Grosso (IDH = 0,767) e Mato Grosso do Sul (IDH = 0,753). (Figura 4).

FIGURA 4: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano no Brasil e nas Regiões entre 2001 e 2006 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Brasil Nordeste Sudeste

Sul Centroeste

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Nas Tabelas 12 e 13 apresentamCse os desdobramentos dos Índices e Exclusão Social (IES) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para o Brasil e regiões, bem como para os estados, respectivamente. As evidencias apresentadas nestas duas tabelas mostram as dificuldades que as zonas rurais dos estados, regiões e, por conseqüência do País, enfrentaram ao longo de todo o período analisado. O Brasil chegou ao final de 2005 com 50,88% da sua população rural excluída, com um IDH de 0,649. No caso das áreas rurais, a região Centroeste juntaCse às regiões Norte e Nordeste, como parte das três com maiores percentuais de socialmente excluídos, e com menores padrões de desenvolvimento humano nas zonas rurais ao final de 2005. O Nordeste chegou ao final daquele ano com 60,51% da sua população rural socialmente excluída e com IDH = 0,630; O Centroeste concluiu 2005 com 54,51% de excluídos e com IDH = 0,632; e a região Norte terminou aquele ano com 54,84% de socialmente excluídos e com IDH = 0,630. A região Sul apresentou o menor percentual de excluídos nas áreas rurais e, por conseqüência, o maior IDH nestas áreas em 2005. EstimaCse um IES = 38,60% e um IDH = 0,707 para as zonas rurais da região Sul. O Sudeste apresentou IES = 43,72% e IDH = 0,683 em 2005. (Tabela 12).

Nas zonas urbanas observamCse padrões de exclusão social e de desenvolvimento humano, bem mais confortáveis do que aqueles observados para as zonas rurais das regiões brasileiras. Este fato sinaliza que as maiores prioridades de incremento de qualidade de vida devem concentrarCse nas áreas rurais, até para estancar o processo de migração desordenada que tem como implicações a redução dos padrões de qualidade de vida das áreas urbanas.

TABELA 12: Evolução do IES e do IDH nas zonas Urbanas e Rurais do Brasil e Regiões Entre 2001 e 2005.

Evolução do IES e do IDH:Zonas Urbanas Evolução do IES e do IDH: Zonas Rurais BRASIL IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH IES / IDH Regiões 2001 2002 2003 2004 2005 2001 2002 2003 2004 2005 BRASIL 15,880 16,680 14,610 15,410 15,620 55,260 55,920 51,230 51,350 50,880 0,815 0,812 0,821 0,818 0,817 0,628 0,625 0,647 0,647 0,649 Norte 29,550 28,340 24,630 25,050 24,710 ND ND ND 52,980 54,840 0,750 0,756 0,774 0,772 0,773 ND ND ND 0,639 0,630 Nordeste 28,300 28,760 25,280 26,420 25,960 65,770 66,770 61,290 61,860 60,510 0,756 0,754 0,771 0,765 0,767 0,578 0,573 0,599 0,597 0,603 Sudeste 8,120 10,620 9,300 9,960 8,200 46,630 47,430 43,370 44,070 43,720 0,852 0,840 0,847 0,844 0,852 0,669 0,665 0,685 0,681 0,683 Sul 12,120 12,240 10,560 10,870 11,490 44,640 42,330 37,830 38,870 38,600 0,833 0,833 0,841 0,839 0,836 0,679 0,690 0,711 0,706 0,707 Centroeste 23,430 21,090 18,150 20,000 23,430 71,570 59,720 53,750 54,120 54,510 0,780 0,791 0,805 0,796 0,780 0,550 0,607 0,635 0,633 0,632 Fontes: Valores Estimados a Partir dos dados da s PNADs nos anos de referencia.

Os níveis de exclusão social e os padrões de desenvolvimento humano aferidos, respectivamente pelo IES e pelo IDH dos estados nas zonas urbanas e rurais, estão mostrados na Tabela 13. O que foi discutido na Tabela 12 e que mostrava que o Nordeste apresentou o maior percentual de sua população socialmente excluída no final de 2005 e, portanto, o menor IDH das áreas rurais, observaCse na Tabela 13 onde estas dificuldades acentuamCse de uma forma mais incisiva para os estados. As evidencias apresentadas nesta Tabela nos mostram que os estados brasileiros com os padrões de qualidade de vida mais críticos nas zonas rurais, aferido pelo IES e pelo IDH, são os seguintes, e na ordem em que se seguem, numa hierarquia decrescente, começando pelo estado com indicadores mais ruins: O Piauí com 65,64% de excluídos na zona rural e com IDH = 0,579 lidera este ranking indesejável. SeguemCse o Acre (IES = 63,55% e IDH = 0,589); Paraíba (IES = 62,74% e IDH = 0,592); Alagoas (IES = 62,53% e IDH = 0,593); Ceará (IES = 62,13%; IDH = 0,595); Maranhão (IE =61,95%; IDH = 0,596) e Pernambuco (IES = 60,89%; IDH = 0,601).

ObservaCse ainda que os estados do Centroeste, sobretudo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, nesta ordem, apresentam padrões de exclusão social e de desenvolvimento humano, nas respectivas zonas rurais, semelhantes àqueles apresentados nos demais estados

do Nordeste, que não compõem a relação acima. Ou seja, também nesta região, as zonas rurais experimentam níveis elevados de exclusão social, apesar dos altos padrões de renda per capta que observamos para os estados que a compõem.

Através das evidencias apresentadas na Tabela 13 também sinalizam que durante todos os cinco anos estudados, e para os quais dispunhaCse de informações para os estados, os padrões de pobreza ou exclusão social e de baixos níveis de desenvolvimento humano das zonas rurais, pontificaram de forma bastante significativa, em todos os estados e regiões, mas de forma mais significativa, em todos os cinco anos analisados, nas regiões Nordeste, Norte e Centroeste. O estado brasileiro com maior IES e, por conseguinte com menor IDH nas áreas rurais em 2005 foi o Piauí, cujos valores foram de respectivamente 65,64% e 0,579. SeguemC se o Acre cujo IES = 63,55% e IDH = 0,589; Paraíba (IES = 62,74% ; IDH = 0,592); Alagoas (IES = 62,53% e IDH=0,593); Ceará (IES = 62,13% e IDH = 0,595); e Maranhão (IES = 61,95% e IDH = 0,596).

No que concerne à performance no setor rural, São Paulo apresenta o menor IES em 2005, da ordem de 29,10% e IDH = 0,753. Seguindo vem o Distrito Federal cujo IES = 31,95 e IDH = 0,739. Rio Grande do Sul (IES = 35,10% e IDH = 0,724) e Santa Catarina (IES = 35,45 e IDH = 0,722) completam os estados brasileiros melhores posicionados no ranking de qualidade de vida nas zonas rurais brasileiras no ano de 2005.

As zonas urbanas dos estados brasileiros apresentaram patamares de desenvolvimento humano e de pobreza disparadamente melhores do que as zonas rurais, como era de esperar. Contudo, deveCse fazer gestões para que os padrões de qualidade de vida nas áreas rurais incrementemCse porque, de outra forma, fatalmente a qualidade de vida das zonas urbanas depreciará e as cidades, sobretudo as grandes, receberão contingentes migratórios que as tornarão inviáveis. Este, nos parece, deve ser o grande desafio. Promover desenvolvimento rural que viabilize condições para que as populações dessas áreas possam escolher de uma forma mais racional, sem a pressão de indicadores sociais e de renda ruins, onde querem ficar.