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AMBIENTAÇÃO DO DISCURSO DE UMA PRÁTICA DOCENTE EM TEATRO

PEDAGÓGICA EM TEATRO EM CONSTRUÇÃO

AMBIENTAÇÃO DO DISCURSO DE UMA PRÁTICA DOCENTE EM TEATRO

DE ANIMAÇÃO

A educação se processa nos mais diversos lugares e si- tuações sociais, numa complicada e significativa teia de expe- riências, sendo muitas dessas perdidas no tempo e no espaço. Inúmeras práticas em teatro são desenvolvidas nos espaços de formação e, em alguns casos, pouco divulgados em docu- mentos científicos. O fazer não registrado impossibilita mu- danças reais nos currículos escolares e, consequentemente, na formação dos sujeitos. Há inúmeros casos em que sequer essas experiências são registradas; assim, perdem-se dados relevantes, documentos contendo desafios e conquistas que poderiam ocasionar uma reforma significativa sobre o apren-

15 Mestranda do Programa Mestrado Profissional em Artes – UFMA. Inte- gra-se ao quadro docente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão campus Zé Doca.

16 Professor vinculado ao Mestrado Profissional em ArtesPROFARTES/ UFMA. Integra-se ao quadro docente do Departamento de Educação Física/UFMA.

der e o ensinar teatro – neste caso, teatro de animação – na educação profissional e técnica.

Os maiores problemas enfrentados no ensino do teatro no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão estão relacionados a: ementas dos projetos de cursos que valorizam exacerbadamente as artes visuais, pouca carga horária, instalações físicas inadequadas e a inexistência de centros culturais nas cidades em que alguns

campi se fazem presentes, pois isso inviabiliza um conta-

to mais próximo e profícuo com as artes, especificamente o teatro. Quando este teatro se refere ao de animação, essa problemática se acentua; o principal problema se constitui numa proposta pouco vivenciada nos espaços formativos, e, quando se apresenta, vincula-se a uma metodologia de en- sino, servindo apenas como recurso pedagógico para ensino de determinada temática.

O lugar da percepção e da fala é o da docente pesquisa- dora, em uma tentativa reflexiva de se apropriar do vivido por meio da escrita como língua da experiência (LARROSA, 2014). Dessa forma, a prática pedagógica em teatro de ani- mação da autora/docente em formação está atrelada às ex- periências vivenciadas durante sua formação tanto inicial, no curso de Licenciatura em Educação Artística, quanto conti- nuada, atualmente no Mestrado Profissional em Artes, am- bas na Universidade Federal do Maranhão.

A justificativa deste estudo se apresenta como possibi- lidades de concepções teóricas e práticas, além de contri- buir para a disseminação do ensino, pesquisa e extensão em teatro de animação na educação profissional e técnica, visto que esse tripé enfatiza uma das políticas educacio-

nais dos institutos federais. Assim, o propósito deste regis- tro é analisar de maneira reflexiva as experiências viven- ciadas na prática pedagógica, com ênfase na participação dos integrantes do Grupo de Estudos e Práticas Artísticas Teatrais (GEPAT) “Pessoas” nas oficinas de animação, mi- nistradas pelos membros do projeto de extensão Casemi- ro Coco,17 a partir dos saberes partilhados na disciplina

Teatro de Animação.18 Como essa proposta contribui para

o processo de ensino e aprendizagem dos partícipes en- volvidos nesse processo, ou seja, a docente e os alunos/ integrantes desse grupo?

O anseio em participar e/ou oportunizar uma prática nessa área acompanha a autora deste texto há algum tem- po; logo, era necessário buscar formação, pois o primeiro contato com a animação se deu de forma muito incipien- te. O momento oportuno ocorreu no primeiro semestre de 2017, ao cursar a referida disciplina.

Nesse percurso formativo, enfatiza-se a convivência com as educadoras19 e colegas de trabalho, em que o aprendizado

obtido no mestrado estendeu-se para seus ambientes de prá- tica pedagógica. Assim, planejou-se de maneira coletiva – e em parceria com os integrantes do projeto de extensão Case- miro Coco – uma proposta em que as docentes e seus alunos

17 Esse projeto funciona como um laboratório de pesquisa das linguagens ex- pressivas dessa área específica do teatro, incluindo a coleta de fontes primárias e se- cundárias, cujos resultados são reelaborados e transformados em produtos de exten- são, como cursos, oficinas, espetáculos, com publicações, exposições, etc., oferecendo espaço de prática pedagógica para alunos das graduações da UFMA, professores de qualquer nível de ensino e também a alunos de cursos médios, técnicos, etc. 18 Disciplina curricular do Mestrado Profissional em Artes da UFMA, ministra- da pelo prof. Dr. Tácito F. Borralho.

19 Tissiana Carvalhêdo e Fernanda Zaidan, ambas colegas de turma no mes- trado e docentes do IFMA, respectivamente campus Codó e Barreirinhas.

se encontrassem na função de estudantes em formação. Em linhas gerais, o processo de ensino e aprendizagem foi dividi- do em quatro etapas: apresentação para os alunos dos aspec- tos teóricos e práticos, participação nas oficinas, avaliação das atividades desenvolvidas e desdobramentos futuros.

A metodologia desta investigação fundamenta-se nos es- tudos de Cunha (1998), com ênfase numa abordagem qua- litativa através da proposta da pesquisa narrativa da expe- riência do vivido e nos estudos de Tourinho; Martins (2016, p.124), quando afirma que, “ao narrar um acontecimento, no fluxo cotidiano de relações e inter-relações, a pessoa tem a oportunidade de re-visitar e re-organizar sua experiência de modo que ela adquira uma ‘ordem’ que atribui valores ao evento, emoção ou situação relatados”. As técnicas de pes- quisa se referem à observação direta intensiva e extensiva, e os instrumentos analisados se referem aos registros escritos da autora/docente de Teatro e os dos alunos/integrantes do GEPAT “Pessoas” (relatórios e diários de bordo), fotos, vídeos, entrevistas orais e escritas, bem como alguns mate- riais lidos e estudados nesse semestre no mestrado profis- sional em Artes/UFMA.