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VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

AMINOÁCIDO SULFURADOS

CISTEíNA

1. Química

A cisteína é sintetizada no fígado, formada, com auxílio da serina, a partir da METIONINA (essencial), tendo como intermediária a HOMOCISTEÍNA. A cisteína pode ser convertida em CISTINA e em TAURINA.

A metionina, a cisteína e a taurina formam o grupo dos AA sulfurados, isto é, contêm enxofre em suas moléculas. A CISTINA compõe-se por duas moléculas de cisteína, e representa uma forma quimicamente mais estável, servindo de matéria-prima “armazenada” para a formação de cisteína quando necessária. A maior parte da cisteína circulante apresenta-se sob essa forma.

A cisteína pode formar GLUTATTON (juntamente com o ácido glutâmico e a glicina), que é um antioxidante e antitóxico por excelência, e participa como co-fator de várias enzimas, protegendo o corpo de metais pesados, de químicos e de fumaça pela glutation-peroxidase.

METIONINA

SERINA

HOMOCISTEÍNA

HOMOSERINA

CISTEÍNA

A HOMOCISTEÍNA, produto intermediário na transformação de metionina em cisteína, é tóxica e relacionada com a gênese da aterosclerose. Doses das vitaminas B6, B12 e ácido fólico precipitam sua

metabolização em cisteína e evitam o acúmulo nocivo no organismo.

2. Fontes alimentares

 Sob a forma de CISTINA: iogurte, aveia, gérmen de trigo e aves.

 Sob a forma de CISTEÍNA: gema de ovos, pimenta, alho, cebola e brócolis.

3. Funções principais

 Forma o glutation, que vai tomar parte na neutralização do peróxido de hidrogênio por meio da glutation-peroxidase. Sua maior disponibilidade determina aumento na síntese de glutation;

 É o melhor protetor antioxidante e desintoxicante contra a poluição e o tabagismo;

 Ajuda a neutralizar os aldeídos produzidos pelo fígado vindos da metabolização do álcool, gorduras, poluentes e drogas;

 Liga-se ao chumbo, mercúrio e cádmio, ajudando na eliminação de metais pesados;

 É o AA mais abundante nos cabelos;

 Protege as células da mutagênese e da carcinogenese;

 É a principal fonte de grupos SH, que estabilizam a estrutura de várias PTNs, entram na formação da coenzima A, ligam-se a metais pesados para transporte, etc.;

 Participa do fator de tolerância à glicose (GTF);

 Serve de precursora da tioetanolamina, porção da coenzima A.

 Fumantes (tosse, bronquite) - usado com BETA-CAROTENO, ZINCO e SELÊNIO, protege os alvéolos da ação do fumo, inibindo a elastase, destruidora da elastina pulmonar;

 Poluição atmosférica e química - neutralizando os aldexdos;

 Câncer - inibe a mutagênese;

 Eliminação de metais pesados;

 Psoríase (melhora a cicatrização da pele) - é o AA mais abundante da queratina e parece ser uma das substâncias responsáveis pela elasticidade da pele;

 Tosse (como expectorante) - fluidifica as secreções brônquicas

 Perda de cabelos (é o AA mais importante na formação dos cabelos);

 Infecções - elimina toxinas e aumenta a resposta leucocitária

 Artrite reumatóide;

 Catarata (prevenção);

 Asma;

 Cicatrização (no pós-cirúrgico e nas queimaduras);

 Anti-aging- pela ação antioxidante;

 Como antioxidante em qualquer patologia em que exista estress e oxidativo;

 AIDS - eleva os níveis de glutation inibindo a replicação do vírus HIV pela inibição do fator nuclear kappa-beta (NFK|3);

5. Doses

200 a 1.200 mg/dia - dividida em várias doses e juntamente com VITAMINA C (3 vezes a dose de cisteína) para prevenir a cristalização da cistina excessiva na urina (cistinúria) e a formação de cálculos.

Ex.: 200 mg de cisteína + 600 mg de vitamina C.

Pode ser administrada sob a forma de N-acetil-L-cisteína, que apresenta melhor absorção, na dose de 600 mg/dia ou por inalação com soluções a 10 ou 20%.

Deve ser administrada em doses menores nos diabéticos, já que pode inativar a insulina.

METIONINA

1. Química

É um AA sulfurado essencial que pode dar origem aos outros AA dessa mesma classe: CISTEÍNA e TAURINA. Sua principal característica bioquímica é ser o mais importante doador de grupos metila do organismo.

2. Fontes alimentares

O menos abundante dos AA nas dietas encontra-se nos laticínios, nos ovos, nos peixes e nas carnes vermelhas. Nas dietas vegetarianas, aparecem nas sementes (nuts), milho, arroz e outros grãos. Aparece também nas leguminosas, na abóbora e na carne de frango.

3. Funções principais

 Tem ação lipotrópica (tal como o INOSITOL e a COLINA), prevenindo o excesso de gordura no fígado;

 Controla a liberação de histamina;

 Ajuda na eliminação de cobre, quando elevado;

 Pela sua conversão em cisteína, é excelente destruidor de radicais livres e neutralizador de toxinas, embora se use mais a L-cisteína por ser melhor absorvida. Pode neutralizar toxinas também por metilação;

 Entra na formação da acetilcolina, da colina, da creatinina e da epinefrina;

 Forma a S-adenosilmetionina, principal fonte de grupos metila do organismo;

 Participam da síntese de ESPERMINA e da ESPERMIDINA, importantes fatores de proliferação celular;

 Auxilia na absorção e no transporte de selênio no organismo.

4. Possíveis usos

 Hepatoprotetor - ação lipotrópica;

 Fadiga;

 Alergias - reduz liberação de histamina;

 Intoxicação pelo cobre e por outros metais pesados;

 Aterosclerose;

 Depressão (em especial na do tipo histadélico);

 Parkinsonismo - aumenta a dopamina por metilação da L-dopa:

 Esquizofrenia (quando ligada à histadelia).

5. Doses

Usual: 200 a 600 mg/dia. Máxima: 4 g/dia.

Recomenda-se o uso concomitante do complexo B, especialmente as vitaminas Be, B12 e o ácido fólico, para evitar-se a formação excessiva de homocisteína, poderoso agente aterogênico.

GLUTATION

Trata-se de um tripeptídio sulfurado derivado da molécula CISTEÍNA, acrescida de ÁCIDO GLUTÂMICO e GLICINA, preste em vários tecidos, principalmente: fígado, cristalino, baço, pâncreas e rins.

Serve de substrato para a enzima glutation peroxidase, que necessita de SELÊNIO em sua molécula, e tem como principal função a neutralização do peróxido de hidrogênio, precursor do radical hidroxila.

2. Fontes alimentares

A disponibilidade de CISTEÍNA controla a quantidade de glutation formado no fígado.

3. Funções principais

 Atua como protetor básico dos tecidos contra toxinas e processos oxidativos, particularmente por meio da glutation peroxidase e da glutation redutase;

 Protege a membrana celular da peroxidação feita pelos peróxidos que, por sua vez, são potentes agentes oxidantes e precursores do radical hidroxila;

 Neutraliza vários tipos de tóxicos (pela glutation transferase), a saber: nitrosa minas, solventes, inseticidas, metais pesados, toxinas bacterianas, fumo, poluição atmosférica, etc.;

 Estimula a imunidade carreando nutrientes para os linfócitos e fagócitos;

 Mantém a integridade das hemácias, evitando hemólise;

 Protege as células hepáticas de lesões causadas por tóxicos diversos.

4. Possíveis usos

Antioxidante - pode ser usado em qualquer patologia que envolva

estresse oxidativo;

Imunodeficiências - melhora a resposta leucocitária;

AIDS - em geral, o período da transformação do portador do HIV

saudável em paciente aidético, caracterizado pela replicação incontrolável do vírus, coincide com uma diminuição da concentração de glutation no fígado. O glutation impediria a ativação do fator nuclear kappa-beta (NFKβ), responsável pela replicação do material genético viral dentro do núcleo dos linfócitos T4;

Intolerâncias alimentares;

Câncer - inibe o crescimento de alguns tumores, mesmo em estágios

avançados;

Catarata - aumenta os níveis de glutation peroxidase no cristalino;

AVC e lesões cerebrais;

Toxicomania;

Envelhecimento - os tecidos dos animais velhos apresentam

concentrações até 34% menores de glutation quando comparados « animais jovens;

Transporte de órgãos para transplantes - utiliza-se uma solução

isosmolar rica em glutation.

5. Doses

Até recentemente, utilizava-se somente a N-acetil-L-cisteína (600 mg dia) para aumentar os níveis de glutation no organismo. Lembramos que essa deve ser sempre acompanhada de três vezes a dose de VITAMINA C, para evitar cálculos renais de cistina.

Atualmente usa-se o glutation sublingual na dose de 10 a 50 mg três vezes ao dia. Nos casos de alergias alimentares, deve-se usá-la dez minutos antes das refeições. Na administração por via oral, as doses oscilam entre 100 e 1.000 mg ao dia.

A suplementação conjunta de SELÊNIO é importante para 2 formação da glutation peroxidase, possibilitando o bom efeito antioxidante do glutation administrado.

1. Química

Pode formar-se a partir da CISTEÍ NA com auxílio da PIRIDOXINA. Pode ser um AA. essencial em recém-nascidos, incapazes de sintetizá-la. Em adultos, porém, essa essencialidade é discutível, fazendo com que alguns autores a considerem um AA semi-essencial.

Apesar de não constituir elemento de formação das proteínas corpóreas, encontra-se em vários tecidos (coração, sistema nervoso central, músculos, etc.), tendo especial importância no metabolismo cerebral. É o AA em forma livre mais abundante no músculo cardíaco, no cristalino e no cérebro. No cérebro infantil, sua concentração pode chegar a quatro vezes a do adulto.

A exposição prolongada aos raios solares aumenta os níveis de taurina na pineal e na hipófise, embora sejam desconhecidas suas funções naqueles sítios. Durante crises de enxaqueca, as plaquetas mostram concentrações elevadas, sem que isso possa ser ainda justificado.

2. Fontes alimentares

Encontra-se fartamente nas carnes vermelhas e nos peixes.

Uma vez que o estradiol inibe a formação de taurina no fígado, as mulheres apresentam maior necessidade desse aminoácido em suas dietas.

3. Funções principais

 Regula o fluxo transmembrana de cálcio e de potássio no músculo cardíaco;

 Estabiliza a membrana celular dos tecidos excitáveis (cérebro e coração);

 Auxilia o transporte de íons (K, Na, Ca e Mg) através da membrana celular (assistida pelo ZINCO);

 Neurotransmissor inibitório;

 Promove, com o auxílio do MANGANÊS, a transformação de ÁCIDO GLUTÂMICO em GABA;

 Entra na formação do ÁCIDO TAUROCÓLICO, importante elemento da bile que mantém a solubilidade do colesterol naquele meio;

4. Possíveis usos

 Arritmias cardíacas - especialmente as pós-infarto;

 Hipertensão arterial - diminui a ANGIOTENSINA, aumentando a excreção de água e de sódio;

 Isquemia cardíaca - encontra-se deficiente após ataques cardíacos, juntamente com o MAGNÉSIO;

 Prevenção da catarata - a queda na concentração de taurina no cristalino é associada ao aparecimento de catarata;

 Insuficiência cardíaca congestiva - melhora a contratilidade dc músculo cardíaco;

 Hipercolesterolemias - baixa o colesterol e triglicerídeos e aumenta o HDL-colesterol;

 Epilepsia - neurotransmissor inibitório, levemente sedativo, aumenta a descarboxilação do ÁCIDO GLUTÂMICO, promovendo a formação de GABA. Estabiliza a membrana celular com marcante efeito anticonvulsivante. Além disso, as concentrações de taurina no líquido cefalorraquidiano de epiléticos encontram-se freqüentemente diminuídas;

 Disfunções biliares - ajuda a formar o ÁCIDO TAUROCÓLICO, que promove a eliminação de colesterol pela bile;

 Ansiedade, estresse, insônia e depressão - atua como sedativo ansiolítico;

 Outros: doenças oculares, cirrose, insuficiência hepática, acloridria e hipocloridria, diminuição da motilidade dos espermatozóides, sal sem sódio (ornitil-taurina);

 Nas arritmias cardíacas - 500 mg a 3 g/dia;

 Na insuficiência cardíaca congestiva - 1 g três vezes ao dia;

 Epilepsia - 500 mg três vezes ao dia;

 Como sedativo leve - 250 mg três vezes ao dia;

 Na insônia - 500 a 1.000 mg à noite, ao deitar-se;

Como a absorção intestinal de taurina é bastante irregular, tem- se optado, com sucesso, pela sua administração sublingual. Normalmente utilizam-se cápsulas sublinguais com 250 mg de taurina e manitol qsp.

A prescrição conjunta com PIRIDOXINA é fundamental. O uso de MAGNÉSIO constitui um bom complemento, bem como o de ZINCO e o de MANGANÊS.

EFEITOS COLATERAIS: raramente vem a provocar diarréia e irritação gástrica.

Mulheres em tratamento com estrogênios podem apresentar deficiência de taurina pela inibição de sua formação a partir da cisteína.