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Medicina Hortomolecular - Paulo ROBERTO CARLOS de CARVALHO

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PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO

MEDICINA

ORTOMOLECULAR

Um guia completo sobre

os nutrientes e suas

propriedades terapêuticas

NOVA ERA

(2)

MEDICINA

ORTOMOLECULAR

Elo Místiko

livros e produtos esotéricos Av. Dr. Moraes Sales, 1151 Loema Shopping - Loja 09 Campinas-SP CEP: 13010-001

(3)

PAULO ROBERTO CARLOS DE CARVALHO

MEDICINA

ORTOMOLECULAR

Um guia completo sobre os nutrientes

e suas propriedades terapêuticas

NOVA ERA Rio de Janeiro

(4)

CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

Carvalho, Paulo Roberto Carlos de

C327m Medicina ortomolecular: um guia completo

sobre os nutrientes e suas propriedades terapêuticas / Paulo Roberto Carlos de Carvalho. - Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2000.

ISBN 85-01-05752-5

1. Medicina ortomolecular. 2. Nutrição. 3. Radicais livres (Química). 4. Anlioxidantes. 5. Vitaminas -Uso terapêutico. I. Título.

00-0445 CDD – 615.854

CDU – 615.854

Copyright © 1999 by Paulo Roberto Carlos de Carvalho

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no todo ou em parte sem autorização prévia por escrito da editora, sejam quais forem os meios empregados.

Direitos exclusivos desta edição reservados pela

DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 -Rio de Janeiro, RJ - 20921-380 - Tel.: 585-2000 Impresso no Brasil

(5)

PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052

Rio de Janeiro, RJ - 20922-970

Dedico o presente trabalho e todos os outros exercidos diariamente durante toda a minha existência

aos meus pais Thyrso Abílio Carlos de Carvalho Maria Regina Maia Carlos de Carvalho

aos meus filhos Camila Mendes Carlos de Carvalho Flávia Mendes Carlos de Carvalho Bruno Mendes Carlos de Carvalho

à minha irmã Ângela Maria de Carvalho Figueiredo

aos meus mestres Friedrich Johan Spaeth Helion Póvoa Filho Helion Póvoa Filho

à minha incentivadora Laura Maria Pellegrino De Carvalho Antonini

(6)

Sumário

PREFÁCIO 11

1. INTRODUÇÃO 13

MEDICINA ORTOMOLECULAR 14 PATOLOGIA DOS RADICAIS LIVRES 15 RADICAIS LIVRES E ESTRESSE 21

2. VITAMINAS 29 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS 32 VITAMINA A 32 VITAMINA D 40 VITAMINA E 45 VITAMINA K 51 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS 55 COMPLEXO B 55 TIAMINA - VITAMINA B1 56 RIBOFLAVINA - VITAMINA B2 60 NIACINAMIDA - VITAMINA B5 63

ÁCIDO PANTOTÊNICO - VITAMINA B5 68

PIRIDOXINA - VITAMINA B6 71

(7)

ÁCIDO FÓLICO 82

BIOTINA - VITAMINA H 86 INOSITOL 88

COLINA 91

PABA (ácido para-aminobenzóico) 94

ÁCIDO ORÓTICO-VITAMINA B13 96

ÁCIDO PANGÂMICO - VITAMINA B15 97

LAETRILE - VITAMINA B17 99

ÁCIDO ALFA-LIPÓICO 99 VITAMINA C 102

BIOFLAVONÓIDES (vitamina P) 107

3. AMINOÁCIDOS 110

AMINOÁCIDOS DO CICLO DA URÉIA ARGININA 120

ORNITINA 122 CITRULINA 123

PROLINA- HIDROXI-PROLINA 124 ÁCIDO GLUTÁMICO e GABA 125 GLUTAMINA 127 AMINOÁCIDOS SULFURADOS CISTEÍNA 130 METIONINA 133 GLUTATION 134 TAURINA 136 AMINOÁCIDOS AROMÁTICOS TRIPTOFANO 140 FENILALANINA 143 TIROSINA 145 HISTIDINA 147 OUTROS AMINOÁCIDOS LISINA e HIDROXI-LISINA 149 CARNITINA 151 ACETILCARNITINA 154 ÁCIDO ASPÁRTICO 156 ALANINA 157

(8)

VALINA 159 ISOLEUCINA 160 LEUCINA 160

AMINOÁCIDOS DERIVADOS DA TREONINA TREONINA 161

GLICINA 162 SERINA 164

OS AMINOÁCIDOS NA CLÍNICA 165

4. MINERAIS 167

COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DO CORPO HUMANO (70 kg) 169 CÁLCIO 176 MAGNÉSIO 183 FÓSFORO 188 POTÁSSIO 190 FERRO 194 ZINCO 201 COBRE 206 SELÊNIO 211 MANGANÊS 216 MOLIBDÊNIO 220 CROMO 222 VANÁDIO 226 LÍTIO 229 COBALTO 232 BORO 235 ESTRÔNCIO 238 FLÚOR 238 GERMÂNIO 240 IODO 240 NÍQUEL 242 RUBÍDIO 243 5. LIPÍDIOS 244 DEFINIÇÃO 244 FUNÇÕES 244

(9)

CLASSIFICAÇÃO 247 ÁCIDOS GRAXOS 247 FOSFOLIPÍDIOS 254

6. OUTROS AGENTES TERAPÊUTICOS 261

MELATONINA 261 DHEA 263 COENZIMA Q-10 265 ENZIMAS DIGESTIVAS 266 GINKGO BILOBA 271 SILIMARINA 272 PYCNOGENOL® 273

EXTRATO DE SEMENTES DE UVAS 274 OCTACOSANOL 274

DIMETILSULFÓXIDO 275 NADH 277

CONDROITINA SULFATO 278

SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD) 278 CREATINA 279

LACTOBACILLUS 281

FIBRAS ALIMENTARES 282 INOSINA 285

CHITOSAN 286

7. INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS 287

OS POLUENTES 287 OS METAIS PESADOS 289 OS AGENTES QUELANTES 290 ALUMÍNIO 292 ARSÊNICO 295 BÁRIO 298 BERÍLIO 299 CÁDMIO 299 CHUMBO 302 MERCÚRIO 307

(10)

USOS INDUSTRIAIS DOS METAIS 311 CARACTERÍSTICAS DA INTOXICAÇÃO 313 TRATAMENTO HOMEOPÁTICO 313 8. MINERALOGRAMA 315 COLETA DO MATERIAL 315 PARÂMETROS NORMAIS 316 INTERPRETAÇÃO 318

COMPETIÇÃO ENTRE OS MINERAIS 331

9. GUIA TERAPÊUTICO 336

10. DOSES DIÁRIAS DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS 358

DOSES TERAPÊUTICAS 358 RDA 363

DDR 363 IDR 365

NÍVEIS MÁXIMOS DE SEGURANÇA DE VITAMINAS E / OU MINERAIS 366

11. APÊNDICES 367

EFEITO DE ALGUMAS DROGAS SOBRE A ABSORÇÃO E O METABOLISMO DOS NUTRIENTES 367

VALORES DE REFERÊNCIA DOS PRINCIPAIS EXAMES

LABORATORIAIS UTILIZADOS NA MEDICINA

ORTOMOLECULAR 370

BIBLIOGRAFIA 379 ÍNDICE REMISSIVO 381 O AUTOR 414

(11)

PREFÁCIO

Quando Linus Pauling, há cerca de três décadas, usou o termo Medicina Ortomolecular, houve um certo estupor na comunidade científica mundial! Isto porque afirmou que se tratava da maior conquista da medicina dos últimos anos, o que, afirmado por alguém duas vezes laureado com o Prêmio Nobel (Química e Paz), decididamente teria de ser levado a sério! O tempo encarregou-se de confirmar tal assertiva. O conceito de radicais livres se impôs de tal maneira nos meios científicos mundiais que, atualmente, há pelo menos cinco revistas estrangeiras e cerca de cinqüenta ou sessenta conclaves internacionais anuais sobre este tema.

Infelizmente, por total desinformação, alguns colegas brasileiros ainda insistem em não aceitar algo que no mundo inteiro já é adotado e reconhecido.

Escrever um prefácio para um livro sobre o assunto é dessas honras a que ninguém se pode furtar.

Primeiramente por se tratar de meu prezado amigo Paulo Roberto Carlos de Carvalho, já que sempre afirmo que a “amizade com os maus é como a sombra da manhã, decrescendo a cada hora. J á com os bons é como as sombras da tarde, aumentando à medida que o sol da idade se põe”. Além disto, este magnífico livro é o reconhecimento da sabedoria de um colega

(12)

que luta para se firmar junto à nossa classe médica, e que tem demonstrado invulgar sapiência nesta especialidade.

De fato, a sabedoria não deve ser algo para o repouso de um espírito inquieto e pesquisador ou o terraço para uma mente deambulante e vaidosa, mas algo para a glória do Criador e, principalmente, para o alívio do sofrimento e melhor elucidação dos mistérios do corpo humano!

Este seu magnífico livro preenche in totum esses requisitos, e passa a ser uma fonte de consulta obrigatória para os iniciados na Medicina Ortomolecular.

Parabéns, Dr. Paulo Roberto, pela magnífica obra.

Helion Póvoa Filho Abril de 1999

(13)

1. INTRODUÇÃO

Muito vem se falando sobre MEDICINA ORTOMOLECULAR e

RADICAIS LIVRES; no entanto, verifica-se que a grande maioria dos

brasileiros ou recebe informações fragmentadas sobre o assunto, ou nenhuma informação que lhes possibilite utilizá-la com real eficiência. Como resultado, médicos e pacientes vêem-se privados de lançar mão de uma poderosa arma terapêutica, plenamente acessível nos países do primeiro mundo.

Mesmo sem ter uma formação especializada, o médico generalista rode e deve beneficiar seus pacientes com a terapia antioxidante e, de maneira mais ampla, com os ensinamentos da Medicina Ortomolecular. Os princípios que regem essa nova ciência encontram-se tão difundidos nos grandes centros científicos dos EUA e da Europa, que sua utilização se tornou comum como adjuvante da maioria dos tratamentos clínicos praticados naqueles países.

O objetivo deste manual é fornecer aos médicos, principalmente os nãos especializados em Medicina Ortomolecular, informações capazes de orientá-los na prescrição de medicamentos ultramodernos, naturais e com propriedades até pouco tempo desconhecidas da ciência. Além disso, os pacientes bem informados, com ações mínimas sobre nutrição, poderão nortear-se com maior segurança.

Com a finalidade de cumprir tal escopo, fazemos uma exposição em linguagem direta, fácil e objetiva, que procura esclarecer, com o máximo de simplicidade, as regras básicas da Medicina Ortomolecular (MO).

Evitar-se-ão os intrincados textos de bioquímica, que tanto confundem o não especialista, dando-se ênfase à abordagem clínica e terapêutica da

(14)

matéria, esperando, no entanto, criar uma sólida base para a prática da MO com total segurança e eficiência.

MEDICINA ORTOMOLECULAR

A MEDICINA ORTOMOLECULAR (MO) preocupa-se, teoricamente, em corrigir qualquer desequilíbrio na constituição molecular do indivíduo. Como a maioria das patologias viria acompanhada por alterações da composição bioquímica do organismo, uma correção, principalmente nutricional, provocaria um restabelecimento da homeostase interna.

Na prática, a MO presta-se tanto para curar como para evitar doenças. Indiscutivelmente, trata-se de uma das maiores armas da medicina preventiva, ocupando-se das questões relacionadas com a alimentação, a atividade física, a imunologia, a interação do ser humano com o meio ambiente, a poluição, a psicopatologia, o estresse, etc.

A MO atinge a economia do paciente por meio de quatro vias complementares:

1. repondo uma substância que se encontre em déficit no organismo, e.g.: na pelagra prescreve-se a vitamina B3;

2. Promovendo a eliminação ou inibindo a absorção de uma substância tóxica, e.g.: na intoxicação grave por metais pesados, usa-se quelação pelo EDTA;

3. Aumentando a concentração de uma substância que, mesmo

estando em níveis normais no organismo, tem um efeito farmacológico quando em concentrações mais elevadas, e.g.: na gripe utilizam-se a vitamina C para estimular o sistema imune;

4. combatendo o excesso de radicais livres, responsável por uma série de patologias identificadas pela MO, eg.: na septic3emia o excesso de radicais livres provoca uma queda da resposta imunológica e a falência dos sistemas por intoxicação aguda, para a qual se indicaria o emprego de altas doses de vitamina E e de outros antioxidantes.

(15)

Convém observar que as matérias-primas utilizadas como medicação são, na maioria das vezes, substâncias que existem normalmente no

organismo:

1. VITAMINAS (A, B, C, D, E, K, etc.);

2. SAIS MINERAIS (Ca, Mg, K, Zn, Cu, Mn, Mo, Cr, etc.);

3. AMINOÁCIDOS (arginina, taurina, carnitina, triptofano, tirosina, etc.); 4. LIPÍDIOS (Omega-3, Omega-6, etc.);

5. HORMÔNIOS (melatonina, DHEA, etc.);

6. ANTIOXIDANTES (glutation, ácido lipóico, etc.).

Muitas vezes a MO lança mão de agentes terapêuticos provenientes de alimentos comuns por meio de um aconselhamento nutricional. Tal prática vem sendo denominada, mais recentemente, de Alimentação Funcional. Dessa forma, indica-se ao paciente uma ingesta maior de derivados do leite, de couve-flor ou de brócolis quando há necessidade de cálcio; de folhas verdes nas deficiências de magnésio; de cenoura e de batata-doce para aumentar-se a disponibilidade de beta- caroteno.

O complexo relacionamento entre os nutrientes está-se tornando cada vez mais claro à medida que as pesquisas avançam e revelam novas características bioquímicas dos processos metabólicos. Os mesmos nutrientes há muito conhecidos, mas cujas pesquisas raramente atraíam grandes investimentos, aparecem como poderosos agentes terapêuticos cercados das mais amplas fundamentações experimentais.

Tudo isso faz com que a MEDICINA ORTOMOLECULAR seja uma

medicina natural com uma característica até agora inédita nesta área: o

suporte dos conhecimentos mais recentes da ciência moderna.

A velocidade vertiginosa com que novas descobertas são incorporadas a MO e, conseqüentemente, às suas possibilidades terapêuticas garante-lhe um título que, cada vez mais, vem sendo citado em todo o mundo: A MEDICINA DO FUTURO.

(16)

PATOLOGIA DOS RADICAIS LIVRES

Inspirados pelos trabalhos do Dr. Linus Pauling e do Dr. Denman Harman, e apoiados por maciços investimentos, principalmente das universidades norte-americanas, pesquisadores em bioquímica identificaram uma série de substâncias derivadas do oxigênio, com características altamente nocivas às estruturas celulares, os RADICAIS LIVRES.

RADICAL LIVRE (RL) é toda molécula que apresente um número ímpar de elétrons na sua órbita externa, ou melhor, um elétron desemparelhado naquela posição.

Tal instabilidade estrutural faz com que essas moléculas tentem desesperadamente roubar um elétron de qualquer outra substância, a fim de se estabilizarem. Com a perda desse elétron cria-se um novo RL, que irá deflagrar uma reação em cadeia, lesando seriamente várias estruturas celulares.

Nos seres vivos, a energia necessária à vida provém da transformação de ATP em ADP. Uma vez liberada a energia, o ATP regenera-se dentro da mitocôndria, por um processo de redução do oxigênio, a respiração celular, que incorpora 4 átomos de hidrogênio e 4 elétrons ao 02, formando H2O,

sob ação da citocromo oxidase.

Apesar de 95 a 98% de o oxigênio serem consumidos dessa forma, durante o curso do seu metabolismo normal, ele pode aceitar menos que 4 elétrons para formar metabólitos oxigenados que são citotóxicos, os RADICAIS LIVRES.

Os diferentes passos que irão determinar a formação dos RL a partir desses 2 a 5% do O2 que não são consumidos de uma forma “limpa”

(17)

SEQUÊNCIA DE FORMAÇÃO DOS RL

 Os principais RL gerados por essa via são, portanto:

1. RADICAL SUPERÓXIDO-.02

-2. PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO - H2Oa

3. RADICAL HIDROXILA - .OH

Existe ainda um outro RL proveniente do processo de fagocitose, como veremos adiante, chamado:

4. OXIGÊNIO SINGLET-102

 As enzimas responsáveis pela neutralização desses radicais são:

1. SUPERÓXIDO DISMUTASE - SOD 2. CATALASE

3. GLUTATION PEROXIDASE

Existe ainda uma outra enzima antioxidante que atua principalmente na neutralização dos radicais hidroxila formados em presença de metais pesados (reação de Fenton), chamada:

(18)

4. METIONINA REDUTASE

Para melhor esclarecer o metabolismo de cada um dos RL, vamos analisá-los separadamente:

1. Radical superóxido

O processamento alterado do oxigênio molecular inicia-se com a adição de um elétron ferroso (Fe+2) que se encontra na enzima citocromo C.

Fe

+ 2

Fe

+ 3

O

2

+ e

-

O

2

-O elétron tirado da molécula ferrosa coloca a última órbita com um elétron desemparelhado, o que confere ao superóxido as características de instabilidade próprias dos RL.

Sendo ineficiente o processo de metabolização para formar peróxido de hidrogênio, e considerando que o superóxido tenta ganhar um elétron de qualquer fonte para estabilizar-se, ele irá procurar outra fonte de elétrons. Na maioria das vezes, esta fonte são os ácidos graxos poliinsaturados encontrados na dupla camada de lipídios das membranas celulares que, perdendo elétrons, propiciam lesões de membranas, provocando diversos tipos de disfunções que culminarão com a morte celular. A essas alterações na estrutura lipídica, as mesmas encontradas nas gorduras rançosas, dá-se o nome de LIPOPEROXIDAÇÃO, e suas conseqüências serão abordadas adiante.

Além disso, o superóxido inativa uma série de moléculas, tais como: tRNase, RNase, 3 fosfato-gliceraldeído desidrogenase.

O superóxido pode dismutar-se espontaneamente, dando duas moléculas neutras segundo a seguinte reação:

(19)

Na verdade, essa reação é acelerada pela enzima SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD), que constitui a primeira enzima antioxidante endógena, componente importante do chamado sistema enzimático antioxidante ou, ainda, antioxidantes de primeira linha.

Existem dois tipos de SOD: um que age dentro da mitocôndria e encerra em sua molécula átomos de manganês e outro, citoplasmático, que contém cobre e zinco. Além disso, a SOD age nos fluidos extracelulares, no plasma, na linfa, no líquido sinovial, etc.

2. Peróxido de hidrogênio

A dismutação do superóxido dá origem ao peróxido de hidrogênio que, mesmo não possuindo elétron desemparelhado e, portanto, não sendo um verdadeiro RL, tem forte poder oxidante. Pode induzir a alterações cromossomiais, romper as cadeias de ADN e provocar diversos tipos de lesões na estrutura das proteínas.

Embora não seja uma espécie altamente lesiva, o peróxido de hidrogênio pode dar origem ao RL mais reativo de todos, o RADICAL HIDROXILA (.OH), nos moldes da seguinte reação, conhecida como REAÇÃO DE HABER-WEISS ou de FENTON, dependente da presença de ferro e do próprio superóxido:

H2O2 + .O2- O2 + OH- + .OH

No sentido de impedir a formação dessa substância altamente tóxica, o organismo lança mão da ação de duas enzimas que neutralizam o peróxido de hidrogênio: a CATALASE e a GLUTATION PEROXIDASE.

Essas duas enzimas, em conjunto com a SOD e a METIONONA REDUTASE, compõem o sistema enzimático antioxidante natural do organismo.

A CATALASE localiza-se nos peroxissomas e no citoplasma, sendo abundante nos eritrócitos e utilizando o cobre como co-fator metálico. Sua

(20)

função é catalisar a transformação de peróxido de hidrogênio em água e em oxigênio molecular:

2. 2H2O2 2 H2O + O2

A GLUTATION PEROXIDASE, tal como a catalase, remove o peróxido de hidrogênio, que é subproduto criado pela ação da SOD sobre o radical superóxido.

O GLUTATION (polipeptídio formado por cisteína, glicina e ácido glutâmico) entra como substrato e o SELENIO, como co-fator. A principal função biológica do selênio nos mamíferos é atuar na síntese e na atividade enzimática da glutation peroxidase, e seu valor na clínica se deve a essa participação específica.

Transforma o peróxido de hidrogênio, na presença de glutation reduzido (GSH) , em água e glutation oxidado (GS-SG), juntando luas moléculas desse peptídio, segundo a seguinte reação:

2 GSH + H2O2 GS-SG + 2 H2O

Uma vez oxidado, o glutation deve ser regenerado para nova utilização, fenômeno obtido pela ação da enzima GLUTATION RZDUTASE, que age suprindo átomos de hidrogênio na seguinte reação:

GS-SG + 2 H 2 GSH

A atividade da glutation redutase é dependente da vitamina riboflavina). O ciclo de oxirredução do glutation é o maior sistema de proteção celular que conhecemos, neutralizando a maioria dos processos oxidantes dos RL e de outras toxinas. Na verdade, as concentrações de glutation são consideradas hoje marcadores de saúde celular.

O GLUTATION é sintetizado no fígado, a partir de alfa-glutamil cisteína e de glicina, pela GLUTATION SINTETASE. O conteúdo hepático de GSH aumenta com a ingestão de seus precursores sulfurados: cisteína, metionina, ou N-acetil-cisteína.

(21)

É formado pela chamada reação de Haber-Weiss ou de Fenton a partir do peróxido de hidrogênio e do superóxido não metabolizados pela SOD, catalase e glutation peroxidase, dependente da presença de ferro ou cobre. O RADICAL HIDROXILA é o mais deletério de todos os RL. Pode retirar átomos de hidrogênio dos lipídios, dando início à peroxidação lipídica, pode oxidar compostos sulfidrílicos, inativando numerosas enzimas e proteínas da estrutura celular, e pode reagir com o DNA, rompendo a integridade da dupla hélice.

Por não haver enzima neutralizadora para promover sua metabolização, o aumento das concentrações de radical hidroxila provoca rápida desorganização da homeostase celular, lesões da membrana e morte da célula.

A ação tóxica do radical hidroxila é interrompida basicamente em duas situações:

1. quando encontra outro radical livre, em especial outro radical hidroxila, e pareia o elétron livre;

2. quando neutralizado por uma substância antioxidante não enzimática (ácido úrico, vitamina C, manitol, etc.).

Existe ainda a hipótese de que a enzima metionina redutase possa neutralizar o radical hidroxila. Esse mecanismo, porém, permanece obscuro até o momento.

4. Oxigênio singlet

É produzido secundariamente ao processo de fagocitose determinada pela presença de leucócitos que englobam bactérias, gerando o OXIGÊNIO SINGLET (102) numa reação em que participam o íon hipoclorito e o

peróxido de hidrogênio, segundo o seguinte esquema:

CIO- + H

2O2 > CI- + H2O + 102

Tem a capacidade de reagir com as duplas ligações de carbono, o que provoca lesões em diferentes estruturas protéicas e lipídicas.

(22)

RADICAIS LIVRES E ESTRESSE

Fisiologicamente, o metabolismo do oxigênio reserva uma pequena quantidade de moléculas (2 a 5%) para formar os radicais livres. Essas substâncias altamente reativas e lesivas têm importante papel na destruição de microrganismos invasores. Os RL, armazenados nos peroxissomos, são liberados sobre os organismos fagocitados, promovendo sua “digestão”. O organismo utiliza essas espécies de oxigênio e as coloca sob controle através dos sistemas enzimáticos antioxidantes.

Com os avanços da pesquisa na área da bioquímica criou-se a OXIDOLOGIA, que estuda os efeitos patológicos dos radicais livres. Em determinadas situações adversas, a concentração de RL aumenta de forma descontrolada, provocando diversos tipos de lesões, que atualmente são incontestavelmente relacionadas com a gênese de várias doenças. A essas situações deu-se o nome de ESTRESSE OXIDATIVO.

O resultado deletério mais característico da ação dos radicais livres é a chamada LIPOPEROXIDAÇÃO. Os RL em contato com os fosfolipídios e os ácidos graxos poliinsaturados das membranas celulares, as lipoproteínas e o colesterol provocam diversas alterações na estrutura e no metabolismo daquelas membranas e da própria na célula. Além disso, alterações em moléculas de proteínas e polissacarídicas influem negativamente em diversos processos vitais:

1. alterações graves da permeabilidade a íons e moléculas; 2. crosslinking de proteínas e lipídios;

3. depleção de NADPH;

4. inativação de receptores e enzimas da membrana; 5. despolimerização de peptídios;

(23)

Esse novo tipo de estresse provém de diversos processos orgânicos (respiração celular, fagocitose, citocromo P-450, etc.) e é precipitado por vários fatores exógenos:

1. ESTRESSE QUÍMICO: poluição atmosférica, alimentação

inadequada, pesticidas, solventes químicos, drogas, álcool, fumo, metais pesados, etc.;

2. ESTRESSE EMOCIONAL - depressão, medo, frustração, traição,

dificuldades de relacionamento interpessoal, intangibilidade de objetivos, etc.;

3. ESTRESSE FÍSICO - exercícios excessivos, trabalho braçal, parto,

traumatismos, queimaduras, radioatividade, temperaturas extremas, jet-lag, etc.;

4. ESTRESSE INFECCIOSO - doenças virais, bacterianas, fungicas,

septicemias, etc.

Todos esses processos de agressão ao organismo resultam em ESTRESSE OXIDATIVO, que representa um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e os sistemas antioxidantes que os mantêm sob controle.

Observa-se, também, que a todo estresse oxidativo corresponde uma disfunção do sistema imunológico e, por conseguinte, risco de se contraírem doenças.

(24)

Convém observar que às enzimas antioxidantes somam-se os antioxidantes adquiridos pela alimentação: vitamina E, beta-caroteno, vitamina C, aminoácidos, minerais, etc.

Em resumo: no estresse oxidativo, o aumento de RL modifica os meios intra e extracelulares, provocando lesões múltiplas em diversas estruturas e disfunção do sistema imunológico.

Para combater tal desequilíbrio, podemos ter três condutas objetivas: 1. diminuir o estresse primário que está provocando o estresse

oxidativo;

2. administrar ou estimular a produção de enzimas antioxidantes

(glutation, SOD, cisteína, selênio, etc.);

3. administrar antioxidantes não enzimáticos (vitamina E, caroteno, vitamina C, extrato de Ginkgo biloba).

ESTRESSE OXIDATIVO SOB CONTROLE

A oxidologia vem-se tornando de capital importância ao entendimento da patogênese de várias doenças, principalmente as degenerativas, as auto-imunes, as carenciais, as metabólicas e as psiquiátricas.

Na verdade, o que desperta grande interesse do mundo científico é a inequívoca relação entre estresse oxidativo e três problemas que afligem as sociedades modernas: CÂNCER, ATEROSCLEROSE e ENVELHECIMENTO.

Além disso podemos relacionar uma vasta lista de doenças cuja fisiopatologia tem clara e evidente relação com o excesso descontrolado de RL. As principais são:

(25)

AUTO-IMUNES

retocolite ulcerativa

lúpus eritematoso

artrite reumatóide

esclerose múltipla doença de Crõhn

psoríase

CIRCULATÓRIAS

aterosclerose

processo isquemia-reperfusão

doença coronariana aguda

claudicação intermitente

arritmias cardíacas

cardiomiopatia alcoólica

acidente vascular cerebral

METABÓLICAS

diabetes

deficiências nutricionais

alcoolismo

lesões por irradiação ionizante

gota

(26)

doença de Alzheimer

catarata

amiloidose

câncer

parkinsonismo

RESPIRATÓRIAS

enfisema

asma brônquica

tabagismo

IMUNOLÓGICAS

alergias

rejeição de órgãos transplantados

imunodeficiência idiopática

AIDS

DIGESTIVAS

gastroenterite aguda

pancreatite

diarréia crônica

síndromes de má absorção

hepatites

cirrose

GINECOLÓGICAS

tensão pré-menstrual

PSIQUIÁTRICAS

depressão

e

squizofrenia

A seguir, apresentamos os principais antioxidantes e seus alvos:

(27)

SOD

superóxido

CATALASE

peróxido de hidrogênio

GLUTATION PEROXIDASE

peróxido de hidrogênio

ALBUMINA

superóxido

ÁCIDO ÚRICO

radical hidroxila e oxigênio singlet

VITAMINA C

superóxido, peróxido e radical hidroxila

VITAMINA E

interrompe a lipoperoxidação

BETA-CAROTENO

oxigênio singlet

EDTA

superóxido, radical hidroxila e oxigênio

singlet

ÁCIDO LIPÓICO

interrompe a lipoperoxidação

FLAVONÓIDES

interrompem a lipoperoxidação

CISTEÍNA

aumenta o glutation

No organismo existem vários processos biológicos capazes de produzir RL, dentre eles destacam-se:

1. A CADEIA RESPIRATÓRIA MITOCONDRIAL - 2 a 5% do 02

transformam-se em O2- iniciando a cadeia de formação de radicais

livres.

2. FAGOCITOSE - quando ativos, os neutrófllos consomem grandes quantidades de oxigênio e formam radicais livres (superóxido, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila, oxigênio singlet, hipoclorito, cloramina) para “digerir” o material fagocitado.

3. REAÇÃO ISQUEMIA-REPERFUSÃO - no infarto do miocárdio há um aumento da xantina oxidase produzindo altos níveis de RL.

4. REAÇÕES DE DESINTOXICAÇÃO - através das oxidases e do citocromo P-450 (fumo, álcool, químicos, etc.).

5. SÍNTESE DAS PROSTAGLANDINAS - o metabolismo do ácido araquidônico libera radicais hidroxila.

6. RADIAÇÕES IONIZANTES - por radiólise da água.

7. METABOLISMO DO ÓXIDO NÍTRICO - o óxido nítrico é um agente vasodilatador produzido pelas células endoteliais e um neurotransmissor com ações pró-oxidantes características dos RL. Sua formação é feita a partir da arginina pela ação da enzima óxido

(28)

nítrico sintetase. Na presença do superóxido, transforma- se em

peroxinitrito, potente iniciador da cadeia de lipoperoxidação.

Na luta pelo equilíbrio entre produção e neutralização das espécies oxigenadas tóxicas, o corpo organiza linhas de defesa que varrem os radicais livres.

LINHA DE DEFESA TIPO LOCALIZAÇÃO*

1° SOD (Mn) Matriz itocondrial

2° Vitamina E ligada membrana Membr. intermitocondrial

3° SOD (Cu-Zn) Citoplasma

4° Glutation peroxidase, catalase Membrana - mitocôndria

5° Aminoácidos sulfurados, Soro – tecidos – citoplasma

glutation, vitamina C, vitamina E.

* Reproduzido com autorização de Helion Póvoa Filho.

Apesar de ser a lipoperoxidação a lesão mais devastadora provocada pelos RL, inúmeras outras surgem após o aumento daquelas espécies oxigenadas. Como a lipoperoxidação destrói diretamente os fosfolipídios da membrana celular, provocando extravasamento do conteúdo citoplasmático, disfunção do transporte transmembrana, culminando com a morte celular, seus efeitos são reconhecidamente patogênicos, a curto e a longo prazos. Outros alvos importantes dos RL são as proteínas. Sua ação sobre essas molécula está esquematizada a seguir*:

O2- oxidação das pontes sulfidrílicas

H2O2 fragmentação das cadeias protéicas

crosslinking das cadeias protéicas .OH lesões extensas das proteínas fragmentação de aminoácidos

(29)

* Reproduzido com autorização de Helion Póvoa Filho.

Diante das evidências que confirmam a importância dos radicais livres e

do estresse oxidativo na etiologia de inúmeros processos patológicos,

convém determinar-se o perfil oxidativo de cada paciente para

estabelecermos a terapêutica adequada e para acompanharmos a evolução do

tratamento.

Pode-se ter uma boa idéia do grau do estresse oxidativo por meio dos

seguintes exames laboratoriais:

1. dosagem de radicais livres no sangue (por quimioluminescência);

2. dosagem de MDA na urina (o dialdeído malônico é resultante do

processo de lipoperoxidação);

3. dosagem do glutation nas hemácias;

4. dosagem de vitaminas (A, C, E, beta-caroteno, ácido fólico, B

12,

etc.);

5. dosagem de metais pesados no sangue e na urina (podem-se estudar

os níveis de chumbo, alumínio, arsênico, ferro, etc.);

6. dosagem da LDL oxidada (a lipoproteína oxidada está ligada à

formação do ateroma);

7. mineralograma dos cabelos (fornece informações sobre as

con-centrações orgânicas

de

minerais essenciais e de metais pesados);

8. HLB (testa de forma grosseira o estresse oxidativo pela verificação da

disposição das hemácias de uma gota de sangue seco observada sob

microscópio).

(30)

2.VITAMINAS

VITAMINAS são compostos orgânicos, encontrados nos alimentos em pequenas quantidades, essenciais a reações metabólicas específicas, que não podem ser sintetizados pelo organismo a partir de metabolitos simples. Exceções à essencialidade se fazem à:

• VITAMINA A - formada a partir dos carotenóides;

• NIACINA (vitamina B3) - formada a partir do triptofano;

• VTTAMINA D - formada a partir do colesterol pela exposição da pele ao sol.

Por definição, a deficiência de qualquer vitamina deve provocar uma disfunção metabólica, sintomas patológicos, ou mesmo uma doença. Uma vez suplementada a vitamina específica, as alterações correspondentes devem desaparecer.

(31)

As vitaminas não fazem parte da composição estrutural dos tecidos nem são produtoras de energia (calorias), mas atuam, principalmente, como COENZIMAS em uma série de mecanismos bioquímicos e reações metabólicas, em que as enzimas atuam como catalisadores.

Em 1912, isolou-se a primeira vitamina, a tiamina (vitamina B1), que se

pensou ser uma amina. O termo deriva da expressão vital amina, que sugere uma amina essencial à vida.

As vitaminas são comumente classificadas em dois grupos segundo sua solubilidade: lipossolúveis e hidrossolúveis.

1. Vitaminas lipossolúveis: A – D – E - K

 são absorvidas com outros lipídios e dependentemente da presença de bile e de suco pancreático;

 encontram-se tanto em alimentos vegetais como animais;

 são armazenadas nos tecidos orgânicos, o que permite longos períodos sem ingestão, mas propicia a ocorrência de níveis tóxicos com certa facilidade (principalmente nas vitaminas A e D);

 são transportadas ao fígado pelos vasos linfáticos como parte das lipoproteínas;

 normalmente, não são excretadas pela urina.

2. Vitaminas hidrossolúveis: complexo B e vitamina C

 normalmente encontradas em alimentos vegetais;

 não são armazenadas no organismo e devem ser ingeridas regularmente;

 são excretadas pela urina, tendo toxicidade muito limitada;

 freqüentemente atuam como coenzimas e agem no metabolismo energético do organismo.

(32)

Em 1968, o governo americano publicou uma lista com as doses diárias recomendadas para vitaminas, minerais e outros nutrientes. Conhecidas como RDAs (Recommended Daily Allowances), tais doses representam as necessidades mínimas desses nutrientes para os seres humanos manterem boa saúde. O Brasil e, posteriormente, o Mercosul também adotaram esses parâmetros para regulamentar as quantidades de vitaminas nos alimentos. Infelizmente, a interpretação equivocada dessa fonte de referência tem dado margem a inúmeras discussões e proibições. Como o Brasil proíbe doses acima daquelas consideradas mínimas nos alimentos, nossa indústria de suplementos alimentares encontra-se em franco subdesenvolvimento se comparada com as dos outros países.

A seguir, estão relacionadas as vitaminas e suas respectivas doses recomendadas, segundo o governo brasileiro:

Doses Diárias Recomendadas (DDRs)

Fonte: Ministério da Saúde (transcrito como apresentado).

1 1UI = 0,3 mcg de retinol equivalente ou 1,8 mcg de beta-caroteno. 2 Sob a forma de calciferol. 1mcg de colicalciferol = 40 UI.

3 1mg de niacina equivalente = 1 mg de niacina ou 60 mg de triptofano da dieta.

4 1 mg d-l-alfa acetato de tocoferila — 1 USP.

VITAMINA D D Vitamina A 2666,7 UI1 2 Vitamina D 5 mcg2 5 Vitamina B, (tiamina) 1,4 mg 1 Vitamina B2 (riboflavina) 1,6 mg 1 Niacina 18 mg NE3 1 Ácido pantotênico 6 mg 6 Vitamina Be (piridoxina) 2 mg 2 m Vitamina B12 1 mcg 1 Vitamina C 60 mg 6 Vitamina E 10 mg TE4 Biotina 0,15 mg 0 Ácido fólico 200 mcg 2 Vitamina K 80 mcg 8 0

(33)

Algumas doses diferem do texto adiante por serem aquelas provenientes da National Academy of Sciences, USA.

Note-se que esses valores não levam em conta o estado nutricional, a atividade física e intelectual, o grau de estresse ou qualquer outro parâmetro que indique a maior necessidade de vitaminas. Na verdade, a Medicina Ortomolecular procura, levando em conta um de seus princípios básicos, adequar á dose de cada nutriente às demandas individuais, considerando o maior número possível de aspectos próprios do indivíduo.

Comercialmente, as vitaminas podem ser encontradas sob três formas:

1. Naturais -

quando provenientes de alimentos encontrados na natureza;

2. Sintéticas -

quando produzidas industrialmente em laboratório;

3. Time-release –

quando a vitamina hidrossolúvel, natural ou sintética, é

apresentada de forma a ser lentamente absorvida, permitindo a

manutenção de suas concentrações sangüíneas por longos períodos.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

VITAMINA A

1. Química

Vitamina A é o nome genérico usado para classificar um grupo de substâncias com atividade biológica semelhante à do retinol, e que são encontradas sob duas formas:

a) Os precursores CAROTENÓIDES ou PRÓVITAMINA A -compreendem mais de cinqüenta compostos biologicamente ativos (alfa, beta, gama-carotenos, etc.);

(34)

O carotenóide biologicamente mais ativo é o beta-caroteno, considerando-se sua capacidade de converter-se em vitamina A. É uma molécula simétrica, contendo dois anéis beta-ionona ligados por uma cadeia carbonada que, uma vez partida ao meio, por cisão oxidativa simétrica, fornece duas moléculas iguais de vitamina A. Todas as outras pró-vitaminas contêm apenas um anel beta-ionona, fornecendo, assim, uma única molécula de vitamina A para cada molécula transformada.

A vitamina A ou retinol, derivada dessa transformação, é um álcool amarelo-claro, cujo nome, retinol, provém de suas funções específicas na retina, e inclui outras duas formas químicas biologicamente ativas: aldeído (retinal) e ácido (ácido retinóico).

Apesar de o beta-caroteno ter maior eficiência na formação de retinol, acredita-se que o licopeno seja mais efetivo no que diz res- peito à ação antioxidante.

1. Fontes alimentares

 A VITAMINA A se encontra, exclusivamente, em fontes animais (UI de atividade de vitamina A do retinol):

FÍGADO BOVINO (85 g) 30.000 UI

LEITE (1 xícara) 500 UI

(35)

QUEIJO CHEDDAR (28g) 250 UI

MANTEIGA (1 colher) 150 UI

A presença de vitamina A no fígado de animais é generalizada, e sua concentração varia com a espécie. O óleo de fígado de atum é 450 vezes mais rico que o de bacalhau, e o de fígado de urso-polar parece ser o que apresenta maior conteúdo da vitamina. Daí os quadros gravíssimos de hipervitaminose aguda entre os esquimós.

O BETA-CAROTENO, embora também apareça em tecidos animais, é largamente encontrado em frutas amarelo alaranjadas e em verduras (UI de atividade de vitamina A do betacaroteno):

BATATA-DOCE (1 média) 24.880 UI

CENOURA ( 1 média crua) 20.250 UI

ESPINAFRE (1/2 xícara) 8.750 UI ABÓBORA (1/2 xícara) 8.570 UI MANGA (1 média) 8.060 UI DAMASCO (4 secos) 2.530 UI BRÓCOLIS (1/2 xícara) 1.100 UI PÊSSEGO (1 médio) 470 UI PAPAIA (1 xícara) 400 UI LARANJA (1 média) 270 UI

UI de vitamina A do retinol (origem animal) = 3 UI e vitamina A do betacaroteno (origem vegetal).

3. Metabolismo

Tanto a vitamina A como os carotenóides são absorvidos no intestino delgado e, por serem lipossolúveis, necessitam da presença de ácidos biliares e de ácidos graxos em quantidades regulares na luz intestinal.

Uma vez absorvidos, os carotenóides transformam-se em vitamina A, em pequena parte, no próprio epitélio intestinal e, em sua maioria, no fígado, onde é armazenada em combinação com ácidos graxos. É transportada no sangue sob a forma de lipoproteínas. O organismo necessita de zinco para mobilizar as reservas hepáticas.

(36)

Nos indivíduos com lesão hepática, a capacidade de armazenamento de vitamina A e sua transformação a partir dos carotenóides ficam diminuídas, caindo, portanto, seus níveis séricos. Nas hepatopatias obstrutivas, pela deficiência de excreção de bile, a hipovitaminose é de origem absortiva. As reservas de vitamina A diminuem durante os períodos de estresse ou de doença crônica.

A transformação de carotenóides em retinol parece ser regulada de alguma forma, uma vez que a ingestão excessiva dos precursores não provoca hipervitaminose.

A absorção de vitamina A é prejudicada pela hipovitaminose E e pela ingestão de óleos minerais, que a carreiam para excreção nas fezes. Admite-se que o betacaroteno apresente cerca de metade da biodisponibilidade da mesma quantidade de vitamina A ingerida, devido a diferenças de absorção e à necessidade de transformação do carotenóide naquela forma ativa.

A excreção é feita em pequenas quantidades nas fezes.

4. Funções fisiológicas

Os carotenóides, além de formadores de vitamina A, possuem ações próprias no organismo, sendo a mais clara delas a ação antioxidante.

VISÃO - o retinal (aldeído) combinado com a opsina (proteína forma

a rodopsina, pigmento presente nos bastonetes retinianos e

responsável pela acuidade visual com pouca luminosidade. A luz brilhante destrói a rodopsina, que necessita ser recomposta no escuro, na presença de mais vitamina A.

 CRESCIMENTO - a vitamina A regula a atividade osteoblástica, sendo essencial na formação dos núcleos cartilaginosos de crescimento. Tem importantes funções na síntese de proteínas e na diferenciação das células ósseas.

 TECIDO EPITELIAL - a vitamina A mantém a integridade dos epitélios dos olhos, da pele e de todas as mucosas, evitando a queratinização, a secura e a descamação. Mantendo a umidade das mucosas, evita infecções e lesões por poluentes. É necessária na

(37)

diferenciação das células basais em células epiteliais mucosas. O betacaroteno tem especial ação protetora contra a radiação solar.

 CÓRNEA e CONJUNTIVA - a hipovitaminose determina processo de xeroftalmia, que consiste na queratinização dos epitélios oculares.

 DENTES - sua deficiência prejudica a formação de dentes sadios, provocando crescimento dentário anormal, deformidades, esmalte com pouca espessura, etc.

 Essencial na síntese do GLICOGÊNIO.

 ANTIOXIDANTE - protege o organismo dos radicais livres. Sob a forma de betacaroteno e licopeno, neutraliza o oxigênio singlet. Esse efeito antioxidante confere à vitamina A e ao betacaroteno propriedades protetoras contra o fumo e outros poluentes, ajuda a prevenir a aterosclerose, a hipertensão arterial, o envelhecimento, etc.

 Regula a síntese de vários HORMÔNIOS SEXUAIS e a liberação de ANDROGÊNIOS testiculares.

 É fundamental para a saúde e o desenvolvimento do feto, principalmente nas primeiras fases da gravidez.

 Ação ANTIANÊMICA, relacionada também com a deficiência de ferro.

 Importante na formação do COLAGENO e na cicatrização.

5. Deficiência

Acredita-se que 25% da população americana tenham dieta insuficiente em vitamina A e betacaroteno. No Brasil, os técnicos do Ministério da Saúde já identificaram áreas do Norte e Nordeste em que essa deficiência é encontrada em 100% das crianças, casos em que a suplementação comprovou diminuir a mortalidade (geralmente por infecções respiratórias e diarréia).

A deficiência de vitamina A pode determinar:

 CEGUEIRA NOTURNA- normalmente é o primeiro sintoma de hipovitaminose A, e está ligada à falta de regeneração da rodopsina;

 XEROFTALMIA - é a queratinização dos epitélios oculares, em especial da conjuntiva, associada à atrofia das glândulas perioculares;

(38)

 INFECÇÕES - a hipovitaminose A aumenta a susceptibilidade do organismo a infecções de todas as etiologias pela falência de seu papel de manutenção da integridade das mucosas. Além disso, o número e a resposta imunológica dos linfócitos T (imunidade celular) e dos linfócitos B (produção de anticorpos) diminuem. A deficiência vitamínica A pode provocar atrofia do timo;

 ALTERAÇÕES CUTÂNEAS – caracterizam se pela

hiperqueratinização com secura, rigidez, aspereza, acne, perda do brilho e da oleosidade dos cabelos;

 OUTRAS ALTERAÇÕES: deficiências de crescimento,

osteomalácia, desequilíbrios menstruais, fadiga, insônia, anorexia, anosmia, hipovitaminose C, deficiências na cicatrização, resposta diminuída à quimioterapia do câncer, aumento da incidência de câncer, etc. Trabalhos recentes demonstraram que a deficiência de vitamina A diminui a produção de RNA nas células.

6. Toxicidade

Sendo estocada no fígado e dificilmente excretada (lipossolúvel), os efeitos cumulativos de doses altas de vitamina A podem ocorrer com doses prolongadas de 50.000 a 100.000 UI por dia.

Para se evitar tal intoxicação, prefere-se a suplementação com betacaroteno, precursor da vitamina A, que terá uma transformação regulada por algum processo ainda desconhecido. Além disso, a parte de betacaroteno que não for transformada em vitamina A terá ação farmacológica benéfica como antioxidante.

INTOXICAÇÃO AGUDA:

Uma única dose de 600.000 UI (200 mg) de retinol pode causar náuseas, vômitos, fadiga e anorexia. Casos graves foram relatados com a ingestão de fígado de urso-polar (20.000.000 Ul/kg de fígado).

INTOXICAÇÃO CRÔNICA:

Pode apresentar-se com hipertensão craniana, cefaléia, insônia, constipação, náuseas, vômitos, dor abdominal, irritabilidade, alopécia, fissuras labiais, pele seca e amarelada, desequilíbrios menstruais, alterações ósseas, hepato esplenomegalia, artrite gotosa, hipercalcemia, etc.

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Em crianças, pode haver fechamento prematuro das cartilagens epifisárias com crescimento anormal dos ossos.

Pode causar malformações fetais.

A ingestão excessiva de betacaroteno pode provocar uma coloração amarelada da pele, sem conseqüências lesivas ao organismo, e que desaparece com a redução da ingestão de carotenóides.

7. Possíveis usos

O efeito terapêutico do betacaroteno encontra-se principalmente ligado à sua ação antioxidante. A vitamina A tem ação farmacológica benéfica nos seguintes processos patológicos (relacionados ou não à sua deficiência no organismo):

 cegueira noturna, xeroftalmia, secura e aspereza da pele, algumas deficiências do crescimento ósseo e dental (todas ligados à hipovitaminose A);

 acne;

 anemia (devida à deficiência na síntese de hemoglobina, ligada também à deficiência de ferro);

 câncer (pode inibir a carcinogênese, provavelmente por suportar a diferenciação celular);

 imunodeficiências (potente ativador da resposta imunológica, atuando nos linfócitos B e T, aumenta o número de T-helper, reverte a imunossupressão induzida por drogas);

 infecções agudas e crônicas (por melhorar a resposta imunológica)

 fibrose cística das mamas;

 menorragia;  síndrome pré-menstrual;  periodontite;  cicatrização;  psoríase;  retocolite ulcerativa;

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 úlcera péptica;

 úlceras de pele;

 como antioxidante (principalmente sob a forma de betacaroteno)

 cardiopatias (diminui estatisticamente a incidência de doenças cardiovasculares).

8. Doses

Muita confusão tem-se criado em tomo das unidades usadas para medirem-se as doses de vitamina A e de betacaroteno. A relação entre peso e UI (unidades internacionais) de vitamina A e betacaroteno é a seguinte: 1 EQUIVALENTE RETINOL = 1 mcg de RETINOL (vitamina A)

= 6 mcg de BETA-CAROTENO

= 3,33 UI de ATIVIDADE DE VITAMINA A no RETINOL

= 10 UI de ATIVIDADE DE VITAMINA A no BETA-CAROTENO

Portanto, comparando-se a atividade biológica de cada molécula, teremos:

 1 mg de vitamina A = 6 mg de betacaroteno = 12 mg de outros carotenos

 Um alimento com 100 equivalentes retinol contém 1.000 UI de betacaroteno (se alimento de origem vegetal) ou 333 UI de vita-mina A (se alimento de origem animal)

 1 mg de vitamina A = 3.330 UI

 1 UI de vitamina A = 0,0003 mg

 6 mg de betacaroteno = 1.666 UI

 1 UI de betacaroteno = 0.0006 mg

Ingestão diária recomendada (RDA) de vitamina A pré-formada:

CRIANÇAS 2.500 UI

ADULTOS 5.000 UI

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LACTAÇÃO 7.000 UI

Doses terapêuticas diárias usadas em Medicina Ortomolecular BETACAROTENO ANTIOXIDANTE 45.000 UI IMUNODEFICIÊNCIA 45.000 UI PSORÍASE 60.000 UI XEROFTALMIA 60.0000 UI CÂNCER 45.0000 UI + 20.000 UI de vitamina A

Deve-se fazer a suplementação acompanhada de Vitamina E, que melhora sua absorção e ação. Deve-se também dar atenção ao ZINCO, que permite a mobilização das reservas hepáticas de vitamina A.

VITAMINA D

1. Química

A vitamina D (CALCIFEROL) corresponde a uma série de variedades químicas lipossolúveis, que são esteróis (semelhantes ao colesterol) com atividade vitamínica, encontradas na alimentação, mas passíveis de síntese tissular.

Os precursores, o 7-DEHIDRO-COLESTEROL (origem animal) e o ERGOSTEROL (de origem vegetal), interagem na pele com os raios ultravioleta formando as provitaminas CALCIFEROL (vitamina D3) e

ERGOCALCIFEROL (vitamina D2). Essas provitaminas serão convertidas,

por uma hidroxilase, no fígado, em suas formas ativas intermediárias: 25-OH-CALCITRIOL (25-OH-D3) e 25-OH- ERCALCITRIOL (25-OH-D2).

Posteriormente, uma outra hidroxilase, a 1-alfa-hidroxilase, hidrodroxila tais compostos nos rins transformando-os nas formas mais ativas dessa vitamina: o 1,25 - HIDROXI-CALCITRIOL (D3) e o 1,25

(42)

PELE FÍGADO RINS

PRECURSOR ANIMAL PRÓ-VITAMINA VITAMINAS ATIVAS

7 – DEHIDRO-COLESTEROL – UV – COLECALCIFEROL (D3) 25 (OH) D3 –––––––– 1,25 (OH)2D2 (CALCITRIOL)

(25-hidroxi-colecalciferol) (1,25-hidroxi-colecalciferol)

PRECURSOR VEGETAL PRÓ-VITAMINA VITAMINAS ATIVAS

ERGOSTEROL-UV-ERGOCALCIFEROL (D2) 25 (OH)D2 1,25(OH)2D2 (ERCALCITRIOL) (25-hidroxi-ergocalciferol) (1,25-hidroxi-ergocalciferol)

Com relação à atividade vitamínica, podese dizer que o calcitriol -l,25(OH)D3 é cinco vezes mais ativo que o 25 hidroxicolecalciferol

-25(OH)D3 - que, por sua vez, é cinco vezes mais ativo que o colecalciferol

- D3. A vitamina D2, de origem vegetal, embora presente no organismo, não

desempenha papel biológico importante nos seres humanos.

2. Fontes alimentares

As fontes naturais mais comuns de origem animal contêm o COLECALCIFEROL, sendo a mais clássica o óleo de fígado de bacalhau (100 UI/g).

As fontes não animais contêm o ERGOSTEROL, sendo a mais comum á levedura de cerveja. Os vegetais apresentam quantidades mínimas, e seus produtos metabólicos têm baixa atividade vitamínica.

As principais fontes são:

ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU (5 g) 500 UI

ARENQUE (28 g) 255 UI

SALMÃO (28 g) 142 UI

SARDINHA (28 g) 85 UI

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GEMA DE OVO (1 unidade) 25 UI

LEITE (1 xícara) 10 UI

QUEIJO CHEDDAR (28g) 3 UI

3. Metabolismo

Uma vez ingerida, a vitamina D é absorvida no intestino juntamente com outras substâncias lipídicas, com o auxílio dos sais biliares. É armazenada principalmente no fígado e, também, na pele, no cérebro, no baço e nos ossos.

Níveis excessivos e tóxicos podem ser facilmente alcançados com digestão aumentada ou com exposição prolongada ao sol.

A síntese por hidroxilação de calcitriol (forma mais ativa) pelos rins é regulada pelos níveis séricos de cálcio e de fósforo, tendo o paratormônio como importante mediador hormonal.

Assim, baixos níveis séricos de cálcio aumentam a secreção de paratormônio, com subseqüente aumento da síntese de calcitriol nos rins que, por sua vez, vai estimular a absorção intestinal de cálcio.

A vitamina D3 (1,25(OH)D3) pode ser dosada em laboratório de

análises clínicas por método de HPLC. Seus valores de referência estão entre 20 e 76 pg/ml. Encontra-se aumentada no hiperparatireoidismo e diminuída na insuficiência renal crônica e no hipoparatireoidismo.

4. Funções Fisiológicas

O calcitriol (D2) promove a absorção intestinal de cálcio pela

estimulação da síntese de proteínas transportadoras de cálcio no pólo ciliar das células da mucosa intestinal. A fosfatase alcalina, cuja síntese é também induzida pelo calcitriol, pode, igualmente, estar envolvida nesse processo.

A vitamina D estimula o transporte ativo de fosfatos no intestino. Em conjunto com o paratormônio, atua na mobilização do cálcio dos ossos e aumenta a reabsorção tubular renal de cálcio e de fósforo.

Por regular o metabolismo do cálcio e do fósforo, a vitamina D é importante para o crescimento ósseo infantil, para a manutenção da saúde

(44)

dos ossos e dentes na idade adulta, para o equilíbrio das funções neurológicas e cardíacas, e para a coagulação sangüínea.

Como a vitamina D é produzida em um órgão (pele), é liberada no sangue para controlar o metabolismo de outro tecido (ósseo), guarda relações de feedback com um hormônio (paratormônio), e é quimicamente derivada do colesterol; modernamente, é considerada um hormônio e não uma vitamina.

No final de 1997, a vitamina D foi apontada como uma das mais importantes substâncias capazes de estimular a produção de fatores de

crescimento neuronal, especialmente o NGF (Nerve Growth Factor).

Esses fatores teriam fundamental importância na manutenção da saúde do sistema nervoso, particularmente no que se refere à memória. Acredita-se que sua deficiência tenha envolvimento na gênese da doença de Alzheimer.

5. Deficiência

A vitamina D pode estar deficiente nos idosos, uma vez que, nesse grupo, sua produção na pele fica diminuída, sua digestão e absorção baixam, e as funções hepáticas reduzem. Outras causas de deficiência são as doenças gastrintestinais, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crõhn, as carências alimentares e até o uso continuado de protetores solares.

Como a deficiência de vitamina D leva à má absorção de cálcio, suas manifestações clínicas estão relacionadas com a deficiência desse mineral. OSTEOMALÁCIA

A absorção de cálcio, estando diminuída, leva a uma desmineralização

óssea, que se caracteriza por amolecimento e deformidades nessas

estruturas. Os sintomas incluem dor tipo reumática, fraqueza muscular, surdez por subdesenvolvimento dos ossículos dos ouvidos e descalcificação dos dentes.

A diminuição da absorção de fósforo leva a uma hipofosfatemia. RAQUITISMO

É a hipovitaminose D em crianças, provocando alterações no

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Decorre da falta de exposição da pele ao sol, de deficiências alimentares (menos freqüente) e da má absorção (diarréia).

Os sintomas incluem: sudorese profusa, agitação, movimento constante da cabeça durante o sono, pouco desenvolvimento muscular.

Embora a deficiência de vitamina D não seja a causa específica da OSTEOPOROSE, encontra-se intimamente relacionada com sua etiologia e tratamento.

6. Toxicidade

A vitamina D é considerada a vitamina potencialmente mais tóxica. Doses diárias de 1.000 a 1.500 UI em adultos e de mais de 600 UI em crianças podem deflagrar o quadro de hipervitaminose, com conseqüências graves. A doença caracteriza-se por uma hipercalcemia com calcificação excessiva dos ossos e calcificação de partes moles, em especial dos pulmões e dos rins (incluindo litíase renal).

Outros sintomas incluem: cefaléia, fraqueza, náuseas, vômitos, constipação, poliúria e polidipsia.

Acredita-se que exposições prolongadas ao sol, em especial de pessoas ainda não bronzeadas, possam aumentar a produção de vitamina D na pele e provocar uma hipervitaminose aguda.

7. Possíveis usos

Naturalmente, o uso mais específico da vitamina D ocorre nos casos de hipovitaminose com osteomalácia ou raquitismo.

Na maioria das vezes, o uso de vitamina D serve para prevenirem-se patologias ligadas às alterações da calcificação dos ossos e dos dentes. Além disso, podemos citar várias patologias em que a vitamina D é usada com sucesso:

 OSTEOPOROSE - sendo fundamental na absorção do cálcio, a deficiência de vitamina D é uma das principais causas dessa pato-logia. Pacientes osteoporóticos podem exibir deficiência na con-versão de 25(OH)D3 em 1,25(OH2) D3;

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 FRATURAS - a vitamina D garante o metabolismo normal do cál-cio necessário à formação do calo ósseo;

 PSORÍASE - o calcitriol regula o crescimento e a diferenciação dos queratinócitos. Uso oral e tópico;

 HIPERTENSÃO ARTERIAL - está estatisticamente ligada à defi-ciência de vitamina D;

 como ANTIOXIDANTE - mostra marcantes efeitos na redução dos níveis de radicais livres circulantes;

 OUTROS - gripes, diabetes, catarata, alergias, ciatalgia, conjuntivite, espasmos musculares, asma, artrite reumatóide. aterosclerose, esclerose múltipla, imunodeficiências, gastrite, etc.:

 Várias pesquisas sugerem sua eficiência na prevenção do câncer de mama e do cólon.

8. Doses

RDA = crianças, adultos e grávidas - 400 UI 1 mcg vitamina D3 = 40 UI

1UI vitamina D3 = 0,025 mcg

 VIA ORAL: as doses vão de 50 a 500 UI por dia.

suplementação 200 UI

osteoporose 300 UI

osteomalácia e raquitismo 500 UI

 USO TÓPICO: cremes com 15 mcg/g (600 UI) na psoríase.

VITAMINA E

(47)

A vitamina E ou tocoferol refere-se a um grupo de oito substâncias oleosas, encontradas na natureza, com propriedades vitamínicas, de-nominadas TOCOFERÓIS e TOCOTRIENÓIS. Entre os tocoferóis (alfa, beta, gama e delta), a forma mais ativa é o d-alfa-tocoferol. Além disso, o alfa-tocoferol é o mais estável de todos quando submetido ao calor e ao congelamento. Os quatro tipos de tocotrienóis recebem a mesma denominação dos tocoferóis: alfa, beta, gama e delta.

Os tocoferóis oriundos de fontes naturais têm potência aproximadamente dobrada, se comparados com os de síntese. Os naturais podem ser identificados pela letra “d” no início do nome (e.g.: d- alfa-tocoferol), enquanto os sintéticos, provenientes de derivados do petróleo, iniciam seus nomes por “dl” (e.g.: dl-alfa-tocoferol)

Os tocoferóis são inativados em contato com os ácidos graxos poliinsaturados ou gorduras rançosas existentes na dieta, que consumiriam vitamina E para protegerem-se da destruição oxidativa a que estão sujeitos. O chumbo e o ferro são também agentes inativadores. Industrialmente, devem ser protegidos do ar e da luz.

Sua característica química mais importante é a propriedade antioxidante, sendo os tocotrienóis mais potentes que os tocoferóis.

2. Fontes alimentares

Tem origem vegetal e animal, sendo as primeiras as mais importantes. Infelizmente, quase toda a vitamina E presente nos grãos (principalmente nas cascas) é perdida durante o refino e outros processos industriais; dessa forma, a dieta normal é muito pobre em tocoferóis. As melhores fontes seriam os óleos extraídos a frio e o gérmen de trigo. O aquecimento dos óleos para fins culinários (frituras) destrói a vitamina E.

Os tocotrienóis são encontrados nos ácidos graxos mono insaturados, mais abundantemente presentes no azeite de oliva extra virgem (extraído a frio).

Geralmente, o conteúdo de vitamina E nos alimentos guarda relação direta com o dos ácidos linoléico e linolênico, os ácidos graxos mais essenciais da alimentação.

As principais fontes de tocoferóis são:

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ÓLEO DE MILHO (1 colher) 14,0 mg

ÓLEO DE SOJA (1 colher) 8,8 mg

ÓLEO DE GIRASSOL (1 colher) 8,5 mg

LEITE (1 xícara) 7,6 mg

AMÊNDOAS (28 g) 6,7 mg

BATATA-DOCE (1 média) 5,9 mg

ABACATE (1 médio) 4,0 mg

DAMASCO (10 unidades) 2,2 mg

AZEITE DE OLIVA (1 colher) 1,8 mg

Outras fontes: manteiga, ovos, fígado, espinafre, aspargos, pepino, etc.

3. Metabolismo

É absorvida no intestino, juntamente com as outras gorduras e sais biliares, indo inicialmente para a corrente linfática e posteriormente para o sangue e para o fígado, onde é utilizada e eventualmente estocada. A capacidade corpórea de armazenamento da vitamina E é bastante reduzida, ao contrário do que ocorre com as vitaminas A. D e K. Parte é excretada nas fezes e uma pequena quantidade pode armazenar-se no fígado, no tecido gorduroso e no muscular. A melhor via de absorção é a sublingual.

A absorção intestinal fica prejudicada pelo cloro, pelo ferre inorgânico e pelos óleos minerais (laxantes). A ingestão excessiva de óleos insaturados aumenta a demanda de vitamina E.

4. Funções fisiológicas

Apesar de a vitamina E ter ações fisiológicas claras em animais, es-tando sua deficiência ligada à distrofia muscular, a anormalidades no sistema reprodutor, à anemia megaloblástica, etc., suas funções n: ser humano são ligadas à sua potente ação antioxidante:

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 a vitamina E atua primariamente protegendo os ácidos graxos poli-insaturados, as outras vitaminas lipossolúveis, principalmente a vitamina A e a vitamina C, de serem oxidadas no tubo digestivo;

 ajuda a incorporar material lipídico à membrana celular, por inibir a cadeia de lipoperoxidação;

 importante no funcionamento de todos os sistemas por auxiliar na manutenção da membrana celular. Essa ação parece ser particularmente importante para a manutenção e a sobrevida dos glóbulos vermelhos, evitando a hemólise e a formação de trombos;

 ajuda o corpo a responder às situações de estresse, protegendo os tecidos da oxidação dos radicais livres;

 protege o LDL-colesterol contra a lipoperoxidação, o que tornaria essa lipoproteína aterogênica;

 evita a agregação e a adesividade plaquetária.

A vitamina E certamente tem sido nos últimos anos, a vitamina mais estudada nos grandes centros de pesquisas do primeiro mundo. Seu papel como antioxidante vem sendo evidenciado em quase todos os tecidos, e parece ser uma substância fundamental à homeostasia das principais funções fisiológicas do organismo.

Em sua tarefa de proteção do organismo contra os radicais livres, a vitamina E é consumida por oxidação, transformando-se de tocoferol em tocoferil. Este último é regenerado à forma reduzida, tocoferol, pela ação da vitamina C, que de ascorbato passa a ácido diedro ascórbico e que, por sua vez, também pode ser eventualmente regenerado pela ação do glutation.

Radical Livre Radical Livre Reduzido

Tocoferol Tocoferil

GS-SG < GSH

Ác. Deidro <

Ascórbico Ác. Ascórbico

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5. Deficiência

Mesmo que a vitamina E não seja armazenada com a mesma eficiência das outras vitaminas lipossolúveis, e que sua presença na alimentação seja relativamente pequena, os casos de deficiência são raros, uma vez que suas necessidades à sobrevida são pequenas.

No entanto, a maioria dos especialistas considera sua presença na alimentação insuficiente para fazer frente ao crescente estresse oxidativo a que o homem moderno se vê submetido.

O quadro de deficiência, geralmente ligado à má absorção, é associado à neuropatia periférica.

Os prematuros comumente apresentam deficiência de vitamina E pela sua dificuldade em atravessar a placenta.

Baixos níveis sangüíneos de tocoferol estão relacionados com: acne, anemia ferropriva, anemia hemolítica, infeções, câncer, periodontite, doenças neuromusculares e doença de Alzheimer.

O uso de ferro depleta a vitamina E no intestino antes de ser absorvida. Isso se deve, provavelmente, ao excesso de radical hidroxila formado pela reação de Fenton na presença daquele mineral na luz do tubo digestivo.

6. Toxicidade

Acredita-se que a vitamina E seja a menos tóxica de todas as vitaminas. Na verdade, sua dose tóxica não está estabelecida, embora já tenham sido relatados raros casos de distúrbios gastrintestinais (náuseas, diarréia, meteorismo) e um possível aumento da pressão arterial em hipertensos. Alguns autores citam reações adversas em casos de cardiopatia por febre reumática.

Por sua ação anticoagulante, a vitamina E deve ser suspensa antes de cirurgias, e utilizada com cautela quando em combinação com outros anticoagulantes.

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Pela sua potente ação antioxidante, utiliza-se a vitamina E no tratamento e na prevenção das mais diversas doenças, principalmente aquelas ligadas à patologia dos radicais livres.

Pode-se dizer que todas as patologias em que os radicais livres estejam aumentados se beneficiem com o uso da vitamina E, em especial as doenças degenerativas. Além disso, várias de suas indicações decorrem de sua atividade trombolítica.

Naturalmente, como a vitamina E é considerado o antioxidante padrão, suas possibilidades terapêuticas vêm aumentando dia a dia com a crescente inclusão da fisiopatologia de várias doenças no rol da oxidologia. Inúmeros testes clínicos mostram a eficiência da vitamina E nos seguintes estados mórbidos:

ANGINA PECTORIS TABAGISMO

INFARTO DO MIOCÁRDIO ARTRITE REUMATÓIDE

CLAUDIGAÇÃO INTERMITENTE GOTA

ATEROSCLEROSE DOENÇAS AUTO-IMUNE

PSORÍASE PREVENÇÃO DA CATARATA

TROMBOFLEBITE NEVRALGIA PÓS-HERPÉTICA

DISMENORRÉIA ESCLERODERMIA

TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL ALERGIAS

DISPLASIA MAMÁRIA DIABETES

SINTOMAS DA MENOPAUSA ESCLEROSE MÚLTIPLA

IMUNODEFICIÊNCIAS AIDS

Outros usos: auxiliar na quimioterapia do câncer, aplicações locais em tratamentos dermatológicos, tromboflebites, distrofia muscular, retocolite ulcerativa, doença de Crõhn, etc. Largamente utilizada na preparação de atletas.

8. Doses

1mg de ALFA-TOCOFEROL = 1 UI

Essa correspondência é aproximada, uma vez que as diversas apresentações de vitamina E (acetato e succinato de alfa-tocoferol: d,l-alfa-tocoferol) mostram pequenas variações de equivalência.

RDA = Crianças 7 UI Adultos 10 UI

Referências

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