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Análise, conceito e modelos para avaliação dos target costs

7. Só possível em situações de monopólio 8 Perda de quota de mercado.

2.3.7 Análise, conceito e modelos para avaliação dos target costs

Numa PqE a operar num mercado concorrencial os preços são os permitidos pelo mercado. Há assim que assegurar custos inferiores aos da concorrência, para se obter uma vantagem competitiva.

Na sua essência o target costs adapta o custo do produto ao preço que o mercado impõe, envolvendo todos os sectores da empresa (Mondem, 1999).

A conceitualização deste termo parece ter surgido na década de 60 e incorporado pela Toyota no custeio dos seus produtos, o qual alastrou a várias empresas japonesas, destacando-as das suas congéneres ocidentais em termos de rentabilidade económica e obtenção de margens a preços baixos.

Nessa década, cita Sakurai (1998, p. 22), “ocorreu no Japão um notável aumento na produção de bens industriais, tais como aço, petróleo e produtos químicos”, e a melhoria do nível de vida nipónico e a exigência dos consumidores levou as empresas a massificarem o fabrico de produtos, a preços acessíveis, para atender às suas necessidades e anseios.

Esta diferenciação pelos custos permitiu ao Japão a sua manutenção como um grande player global, ainda hoje considerado um dos três primeiros países de maior produtividade a nível mundial.

Os target costs constituem-se assim como uma das variáveis mais importantes para que uma empresa se mantenha estável ou adquira uma maior participação no mercado, pois, a constante procura de redução de custos aumenta as suas margens de rentabilidade, melhoria de qualidade e de produtividade,

possibilitando um posicionamento estratégico que muitas vezes não é possível de acompanhar pela concorrência.

Para isso torna-se necessário uma gestão eficiente destes custos para garantir um resultado que possibilite atingir o preço de acordo com os anseios do mercado.

Uma correcta gestão e o conhecimento do mercado implica, segundo Santos (1994, p. 133), um cálculo do preço de vendas correcto, fundamental para a continuidade da empresa, tendo como objectivos: (i) maximizar os lucros da empresa; (ii) manter a qualidade mas atender aos anseios do mercado àquele preço determinado; (iii) maximizar os níveis de produção, etc.).

De acordo com Sakurai (1997, p. 56), os target costs diferem dos sistemas de gestão de custos usuais, pois estão direccionados não só para a análise dos custos internos, mas visam também o mercado, Enquanto o custo-padrão é voltado principalmente para a produção e tecnologia, o custo-alvo é voltado para o mercado.

Sakurai (1997 p. 49) conceitua target cost como “um método abrangente de gestão estratégica de custos que envolve a redução de custos durante todo o ciclo de sua ocorrência”.

O target cost é descrito por Maher (2001 p. 617) como “uma abordagem sistemática para estabelecimento do custo desejado de um produto, com base em factores ditados pelo mercado”.

O conceito que aborda e sistematiza o objectivo principal do target cost foi citado como:

Uma técnica de gestão de lucros futuros da empresa. Alcança este objectivo disciplinando o processo de desenvolvimento do produto – identificando o custo a qual o produto deve ser fabricado, alcança-se a margem de lucro esperada quando vendido ao preço alvo de venda. (…) é uma estrutura aproximada para determinar o custo do ciclo de vida no qual um determinado produto com uma funcionalidade e qualidade específicas deva ser fabricado para gerar uma margem desejada de lucro quando vendido a um preço de venda pré-determinado. (Cooper & Slagmulder, 1997, p. 71 e 72).

Verificando todos estes conceitos, conclui-se que o target cost é um sistema integrado de gestão de custos que tem como meta o preço que o mercado está disposto a pagar, considerando as qualidades intrínsecas ao produto.

De uma maneira simplificada, o target cost forma-se pelo preço que o mercado impõe ao produto, segundo o método baseado no preço de venda, como se explicita:

C= P (1 – L)

Sendo C = Custo; P = Preço do Mercado; L = Margem de Lucro. O target cost envolve um processo sistemático de elaboração de um produto determinando um preço de venda compatível com a necessidade do mercado.

Diferente dos sistemas tradicionais de custeio, que possuem amplo foco interno, o target cost possui como determinante as aspirações do mercado e é utilizado, principalmente, na elaboração de novos produtos ou na sua reformulação.

Os objectivos do target cost são determinados da seguinte forma:

1. Reduzir os custos de novos produtos de maneira que o nível de lucro requerido possa ser garantido, ao mesmo tempo que os novos produtos satisfazem os níveis de qualidade, prazo de entrega e preço exigidos pelo mercado.

2. Motivar todos os funcionários a alcançar o lucro-alvo durante o desenvolvimento de novos produtos tornando o target cost uma actividade de determinação do lucro por toda a empresa (Monden, 1999, p. 27)

Quando o target cost é mencionado, temos a impressão que existirá um sacrifício das características do produto em função das necessidades de preço pelo consumidor. A gestão dos custos, tem sempre implícita a manutenção das características do produto e a proposição de um melhor preço ao consumidor, determinando uma minimização do custo do produto, com manutenção da rentabilidade da empresa pois a satisfação das necessidades do comprador é, com efeito, um pré-requisito para a viabilidade de qualquer indústria e das empresas dentro dela. Os compradores precisam estar dispostos a pagar um preço por um

produto acima de seu custo de produção, ou a empresa não sobreviverá a longo prazo (Porter, 1989, p.27).

O target cost é parte integrante do planeamento estratégico da empresa. A necessidade de se obter maior participação no mercado, faz com que as empresas giram o seu sistema de custos levando em consideração a concorrência e as necessidades do cliente.

A implantação do sistema de target cost divide-se, basicamente, em cinco fases: (i) planeamento corporativo; (ii) desenvolvimento de projecto de um novo produto específico; (iii) determinação do plano básico para um

produto específico; (iv) projecto do produto; (v) planeamento da transferência do produto para a produção. (Monden, 1999, p. 28).