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Análise da Gestão Orçamentária e Financeira por meio de Coeficientes.

No documento BALANÇO GERAL DO ESTADO (páginas 193-200)

Despesa Realizada Superávit da Execução

FIGURA 5.7 PERCENTUAL DOS CRÉDITOS ADICIONAIS SUPLEMENTARES

5.6 Análise da Gestão Orçamentária e Financeira por meio de Coeficientes.

Analisaremos, a seguir, coeficientes de gestão orçamentária e financeira sob diversas óticas. Esta análise permite a obtenção de informações adicionais de grande importância junto aos gestores públicos e também para os diversos segmentos da sociedade que utilizam esta peça, Balanço Geral do Estado – BGE, como fonte de pesquisa e informação, e para auxiliar no processo de tomada de decisão, possibilitando gerenciar com efetividade a execução dos recursos disponíveis.

a) CEO – Coeficiente de Execução Orçamentária.

Metodologia: Razão entre a receita total arrecadada em relação à despesa total realizada.

Objetivo: Mensurar o nível do resultado do orçamento.

Comentário:. Mesmo diante da crise e seus reflexos negativos nas finanças pública brasileira, o Tesouro Estadual registrou, em 2009, coeficiente de 103,31, pouco inferior ao registrado no exercício de 2008 que foi de 103,76. É importante mencionar que em termos de recursos financeiros o resultado de 2009, R$ 338 milhões, ficou próximo da média dos anos de 2007 e 2008 e superior a 2006, quando ocorreu um resultado orçamentário de apenas R$ 6,4 milhões, fato que só foi possível pela antecipação de receitas do FPE e IPI na ordem de R$ 59,3 milhões de janeiro/2007 para dezembro de 2006.

Tabela 5.21 - Coeficiente de Execução Orçamentária

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CEO 102,48 100,09 104,07 103,76 103,31 Receita Arrecadada 5.834.955 6.951.817 7.923.923 9.734.196 10.549.059 Despesa Realizada 5.693.783 6.945.435 7.613.675 9.381.403 10.210.618 Resultado Orçamentário 141.172 6.381 310.248 352.792 338.440 Figura 5.10 102,48 103,31 104,07 103,76 100,09 2005 2006 2007 2008 2009

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009

b) CECOR – Coeficiente de Execução Corrente.

Metodologia: Razão entre o montante da receita corrente arrecadada e despesa corrente realizada.

Objetivo: Mensurar o nível de recursos correntes disponíveis para utilização em gastos de capital.

Comentário:. Mesmo com o decréscimo do FPE, com o crescimento real do ICMS e a racionalização dos gastos foi possível, em 2009, o direcionamento de 11,25% recursos para gastos de capital, cerca de R$ 1 bilhão de reais.

Tabela 5.22 - Coeficiente de Execução Corrente

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CECOR 120,57 116,25 112,77 115,75 111,25 Receita Corrente 5.762.727 6.685.451 7.776.609 9.363.289 9.935.749 Despesa Corrente 4.779.533 5.751.100 6.896.146 8.089.408 8.930.908 Figura 5.11 120,57 116,25 112,77 115,75 111,25 2005 2006 2007 2008 2009

Re ce i ta C orre n te /De spe sa C orre n te

c) CICONV – Coeficiente de Execução de Investimentos com Recursos de Convênios.

Metodologia: Razão entre o montante de recursos de convênios recebidos em relação ao capital sobre investimentos.

Objetivo: Mensurar qual o patamar de investimentos foi efetivado com recursos de convênios de capital.

Comentário: Mesmo com a contenção de gastos da União, o Pará ainda conseguiu executar convênios com o Governo Federal, destinados a investimentos na ordem de R$ 85,5 milhões, inferior em 28,44% a 2008, porém bem superior aos montantes registrados no triênio 2005/2007.

Tabela 5.23 - Coeficiente de Execução de Investimentos com Recursos de Convênios R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CICONV 1,77 0,68 1,23 13,00 10,33 Recursos de Convênios 12.204 6.510 6.034 119.483 85.491 Investimentos 689.422 951.600 491.697 919.115 827.322 Figura 5.12 10,33 13,00 1,77 0,68 1,23 2005 2006 2007 2008 2009

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009

d) CSDIV – Coeficiente do Serviço da Dívida Pública.

Metodologia: Razão entre o total do serviço da dívida pública estadual sobre a receita corrente líquida - RCL.

Objetivo: Mensurar o nível do serviço da dívida pública comparada com a RCL.

Comentário: Em função da crise financeira, a receita corrente líquida que vinha registrando um crescimento acima de 12% até 2008, em 2009 apresentou elevação de 5,40% em relação ao ano anterior, apesar disso os recursos destinados ao pagamento do serviço da dívida pública ficaram nesse ano em torno de 5% da RCL, muito inferior ao acordado no Programa de Refinanciamento e Ajuste Fiscal do Estado - PAF, que é 11,5%, ou seja, demonstrando que o Tesouro do Estado está em perfeita condições de dobrar o seu estoque de dívida sem ultrapassar o limite imposto pela Lei 9.496 e com o PAF, assinado junto ao Tesouro Nacional.

Tabela 5.24 - Coeficiente do Serviço da Dívida Pública

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CSDIV 5,19 4,17 3,95 4,55 4,99 Serviço da Dívida 251.724 233.338 247.897 345.125 399.288 RCL 4.847.313 5.590.771 6.273.309 7.587.651 7.997.163 Figura 5.13 5,19 4,17 3,95 4,55 4,99 2005 2006 2007 2008 2009 S erviço da Dívida/RCL

e) CENDIV – Coeficiente de Endividamento.

Metodologia: Razão entre o estoque bruto da dívida em relação à receita corrente líquida - RCL.

Objetivo: Mensurar o grau de endividamento público.

Comentário: O Tesouro Estadual é um dos poucos estados brasileiros que não acumula nem atraso, nem acúmulo de resíduos da dívida pública; esse é um dos elementos que fazem com que o coeficiente de endividamento demonstre que em 2009, o nível de endividamento do Estado vem decrescendo sequenciadamente, alcançando nesse exercício, mesmo contraindo novas operações de crédito, cerca de 65% do registrado em 2005.

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009

Tabela 5.25 - Coeficiente de Endividamento

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CENDIV 52,054 48,123 41,783 36,783 34,406 Dívida Consolidada 2.523.238 2.690.442 2.621.184 2.790.958 2.751.523 RCL 4.847.313 5.590.771 6.273.309 7.587.651 7.997.163 Figura 5.14 52,05 34,41 36,78 41,78 48,12 2005 2006 2007 2008 2009 Dívida C onsolidada/RC L

f) CARRI – Coeficiente de Autonomia de Gastos das Receitas Resultantes de Impostos.

Metodologia: Razão entre a receita resultante de impostos exclusive, as transferências constitucionais e legais, sobre o total das receitas resultante de impostos.

Objetivo: Mensurar qual o nível de recursos para livre aplicação e / ou rigidez de execução orçamentária.

Comentário: Um dos pontos marcantes na Federação Brasileira é a vinculação dos gastos às receitas, principalmente àquelas oriundas de impostos; se por um lado tais vinculações garantem gastos a determinadas áreas, de outro, não limita a flexibilidade do gestor de direcionar recursos para áreas como: segurança pública, transporte, habitação e etc. No Pará, em 2009, a cada real recebido de imposto, apenas 39,51% é de livre aplicação, pouco superior ao registrado em 2008 e inferior ao ano de 2005. A transferência de recursos do Tesouro Estadual para os Outros Poderes, foi o item de vinculação que apresentou no período o maior crescimento, cerca 107 %, saindo de R$ 521 em 2005 para pouco mais de R$ 1 bilhão de reais, o que foi ocasionado pela alteração da base de cálculo e da ampliação dos percentuais vinculados; as demais vinculações seguiram dentro do limite da variação das receitas resultante de impostos.

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009

Tabela 5.26 - Coeficiente de Autonomia de Gastos das Receitas Resultantes de Impostos R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CARRI 42,83 41,89 41,58 39,18 39,51 Receita de Impostos 5.145.424 5.900.755 6.553.449 7.782.139 8.004.287 Despesa com Educação 1.092.980 1.257.738 1.386.697 1.651.332 1.683.709 Despesa com Saúde 541.683 607.966 665.668 792.639 808.180 Repasse aos Poderes 521.574 650.077 760.330 1.112.012 1.080.163 Transferências aos Municípios 785.234 913.375 1.015.830 1.176.810 1.269.450 Receita Líquida de Impostos 2.203.953 2.471.598 2.724.925 3.049.345 3.162.785

Figura 5.15

42,83

41,89 41,58

39,18 39,51

2005 2006 2007 2008 2009

Receita Líquida de Impostos/Receita de Impostos

g) CIOC – Coeficiente de Execução de Investimentos com Operações de Crédito.

Metodologia: Razão entre os recursos de operações de crédito e investimentos.

Objetivo: Com o decréscimo das transferências federais, FPE e IPI, e o recebimento dos recursos do PEF Programa Emergencial de Financiamento, os recursos de operações de crédito direcionados para investimentos foram de R$ 511 milhões; bem superior ao nível apresentado em 2008, quando o nível desse coeficiente foi de 14,51; entretanto o fortalecimento da estrutura fiscal vem permitindo ao estado decréscimos no seu nível de endividamento, como evidenciado nos coeficientes endividamento e de pagamentos dos serviços da dívida, 5,24 e 5,25 e além disso, o cumprimento, nos últimos três anos, das metas fiscais, tanto do Programa de Ajuste Fiscal como dos limites impostos pela Lei Complementar nº 101 – LRF, ratificam o equilíbrio fiscal do Estado do Pará.

Tabela 5.27 - Coeficiente de Execução de Investimentos com Operações de Crédito R$ Milhares

Ano 2005 2006 2007 2008 2009

CIOC 3,49 24,41 22,06 14,51 61,84 Operações de Crédito 24.092 232.277 108.476 133.379 511.640 Investimentos 689.422 951.600 491.697 919.115 827.322

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009 Figura 5.16 24,41 61,84 14,51 22,06 3,49 2005 2006 2007 2008 2009

O pe raçõe s de C ré dito/Inve stime ntos

h) CGP – Coeficiente de Gastos com Pessoal.

Metodologia: Razão entre a despesa de pessoal do executivo bruta e a despesa total do Estado.

Objetivo: Mensurar quanto da despesa total foi aplicado na despesa de pessoal incluindo os encargos.

Comentário: As informações desse coeficiente demonstram que ao longo de cinco anos, o nível de gastos de pessoal não alterou muito seu perfil; em 2005 essa relação era de 41,36 e em 2009 ocorreu uma discreta elevação, registrando 41,69; o que é justificado pela recomposição parcial das perdas salariais do funcionalismo publico estadual, tanto que em 2007, foi registrado 44,53; entretanto, a forma responsável na gestão dos gastos vem possibilitando essa recomposição, sem contudo, ultrapassar o limite prudencial da LRF e do Programa de Ajuste Fiscal do Estado.

Tabela 5.28 - Coeficiente de Gastos com Pessoal

R$ Milhares

Ano 2005 2006 2007 2008 2009

CGP 41,36 41,63 44,53 40,82 41,69 Pessoal e Encargos Sociais 2.354.673 2.891.324 3.390.343 3.829.483 4.256.948 Despesa Total 5.693.783 6.945.435 7.613.675 9.381.403 10.210.618 Figura 5.17 44,53 40,82 41,69 41,63 41,36 2005 2006 2007 2008 2009

De spe sa de Pe ssoal/De spe sas Totais

i) CMP – Coeficiente de Custeio da Máquina Pública.

Metodologia: Razão entre o total de custeio, excluindo transferências. Constitucionais, transferências aos municípios, inativos e pensionistas e bolsa trabalho e a despesa total.

Objetivo: Mensurar quanto da despesa total foi aplicado em custeio. Comentário: Mesmo com ampliação e interiorização de áreas fundamentais, como segurança pública, educação, saúde e etc. O nível do coeficiente de custeio da máquina pública registrou em

Balanço Geral do Estado do Exercício de 2009

2009, 19,57, superior em 1,32 ao registrado em 2005 que apresentou 18,25 da despesa total do Estado.

Tabela 5.29 - Coeficiente de Custeio da Máquina Pública

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CMP 18,25 18,55 19,44 19,16 19,57 Total de Custeio 1.039.142 1.288.530 1.480.071 1.797.023 1.998.096 Despesa Total 5.693.783 6.945.435 7.613.675 9.381.403 10.210.618 Figura 5.18 19,57 19,16 19,44 18,25 18,55 2005 2006 2007 2008 2009

Total de Custe io/De spe sa Total j) CDEP – Coeficiente de Dependência.

Metodologia: Razão entre a receita própria e as receitas de transferências corrente e de capita.

Objetivo: Mensurar a proporção entre a receita própria e a receita de transferência.

Comentário:. Em 2009 as receitas próprias superaram as transferidas em 27,86% superior em 6 pontos ao registrado em

2008. O esforço de arrecadação própria, principalmente no que diz respeito à tributária e o crescimento em menor magnitude das receitas transferidas foi o principal elemento para o crescimento desse coeficiente. É importante ressaltar que dentre as transferências, os recursos que apresentaram crescimento foram àqueles que são vinculados como a complementação ao FUNDEB, com 43,9%, convênios, 86,02% e SUS 43,55%, os principais itens, FPE e IPI, como foi dito acima registraram queda em relação a 2008.

Tabela 5.30 - Coeficiente de Dependência

R$ Milhares Ano 2005 2006 2007 2008 2009 CDEP 131,42 140,95 137,18 121,87 127,86 Receita Própria 3.653.516 4.343.943 4.858.875 5.715.766 6.140.847 Receitas de Transferências 2.779.947 3.081.901 3.542.032 4.689.887 4.802.715 Figura5.19 121,87 127,86 131,42 140,95 137,18 2005 2006 2007 2008 2009

6. Da Análise dos Resultados e Avaliação Fiscal do Governo do Estado do Pará

6.1 Apresentação

A análise dos resultados fiscais, por meio do Relatório Resumido da Execução Orçamentária - RREO e Relatório de Gestão Fiscal - RGF, referentes ao exercício financeiro de 2009, com base nos dispositivos previstos na Lei Complementar nº 101 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tem como objetivo: a) demonstrar sistematicamente o ingresso das receitas, a execução das despesas e o resultado orçamentário; b) aferir o cumprimento dos limites constitucionais e legais, com destaque para o comportamento das despesas próprias com saúde, manutenção e desenvolvimento do ensino, pessoal e encargos sociais; c) demonstrar os resultados primário e nominal; d) evidenciar a situação financeira; e) demonstrar o nível de endividamento do Governo do Estado do Pará. Outra análise é da avaliação fiscal do Governo do Estado, que teve como base às metas anuais e compromissos assumidos junto a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, e as regras estabelecidas no Programa de Ajuste Fiscal - PAF para o exercício financeiro de 2009 em comparação com os anos anteriores.

Os demonstrativos e resultados, analisados tiveram como base os registros contábeis pelos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, integrantes dos Orçamentos Fiscais e da Seguridade Social no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios – SIAFEM.

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