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Análise das percepções discentes por intermédio dos questionários

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.2 Análise estatística descritiva

4.2.5 A percepção de ganho de habilidade em solução de problemas

4.2.5.1 Análise das percepções discentes por intermédio dos questionários

As questões que abrangem as características ligadas à habilidade de soluções de problemas e que foram abordadas nos diversos questionários aplicados durante o experimento encontram- se sintetizadas nos gráficos e tabelas que seguem. Com base nesses instrumentos, estabelecem-se as comparações entre os dois métodos de ensino aplicados neste evento, efetuando assim, a análise das percepções que os discentes obtiveram ao longo do curso. As análises iniciam-se pelas percepções dos grupos experimentais e, após isso, abordam-se as dos grupos de controle. Ao final, um parágrafo de comparação é emitido para salientar as diferenças. 4% 9% 30% 26% 30% -20% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5

Prática de análise de problemas ABP - Turma A

Prática de análise de problemas - Turma A - ABP 0% 0% 43% 43% 14% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5

Prática de análise de problemas ABP - Turma B

Prática de análise de problemas - Turma B - ABP 0% 9% 18% 50% 23% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5

Prática de análise de problemas Tradicional - Turma A

Prática de análise de problemas - Turma A - Ens.Tradic. 23% 23% 27% 18% 9% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5

Prática de análise de problemas Tradicional - Turma B

Prática de análise de problemas -Turma B - Ens. Tradic.

Gráfico 21 – Características de ganhos de habilidade de solução de problemas – prática de análise de problemas

De maneira geral o grande destaque deste Gráfico 21 é a grande aceitação dessa afirmação perante as duas turmas. De maneira específica notamos que a Turma B não apresentou discordância a essa afirmação enquanto que a Turma A, mesmo que baixa, foi observada alguma discordância. Esta afirmação é elemento-chave quando olhamos para a análise do quesito habilidade de solução de problema e procuramos comparar os efeitos das duas modalidades de ensino sobre a percepção dos alunos. Neste enfoque, a análise dos resultados nos informa que a ABP obteve forte aceitação quanto à maioria dos aspectos analisados nesta

pesquisa. Especificamente para o quesito habilidade de solução de problema essa regra não foi quebrada uma vez que, ao examinarmos os resultados das percepções dessas habilidades no ensino tradicional, chegamos à conclusão que a ABP cobre com eficiência o provimento de tais habilidades. Uma ressalva a ser feita é que neste caso a metodologia de ensino tradicional levou vantagem sobre a ABP em termos de concordância na Turma A. Já quanto a Turma B o padrão de concordância observado até aqui persiste, ou seja, essa turma enfatizou a ABP com forte concordância neste quesito em detrimento da metodologia de ensino tradicional. 4% 13% 39% 26% 17% -20% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5 Desenvolvimento de habilidade analítica ABP - Turma A

Desenvolvimento de habilidade analítica - Turma A - ABP 0% 0% 0% 86% 14% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5 Desenvolvimento de habilidade analítica ABP - Turma B

Desenvolvimento de habilidade analítica - Turma B - ABP 5% 10% 48% 24% 14% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5 Desenvolvimento de habilidade analítica Tradicional - Turma A

Desenvolvimento de habilidade analítica - Turma A - Ens.Tradic. 36% 36% 14% 5% 9% 0% 20% 40% 60% 1 2 3 4 5 Desenvolvimento de habilidade analítica Tradicional - Turma B

Desenvolvimento de habilidade analítica - Turma B - Ens. Tradic.

Gráfico 22 – Características de ganhos de habilidade de solução de problemas – desenvolvimento de habilidade analítica

Uma característica bem evidente nestes dados coletados é que a Turma B apresentou maiores graus de concordância em relação às afirmações referentes à metodologia de ABP em todos os questionamentos levantados sobre os ganhos de habilidades de solução de problema. Mesmo nos depoimentos coletados de forma escrita, as afirmações a respeito desta metodologia apresentaram altos teores de aprovação por parte dos integrantes da Turma B. Mas, a exemplo do que ocorreu nas diferenças extremas em relação à avaliação dos alunos quanto ao método expositivo tradicional citado anteriormente, em que a Turma A apresentou

maior aprovação quanto ao método tradicional comparada à aprovação dada pela Turma B, a seqüência em que as metodologias são aplicadas parece influenciar a avaliação e a percepção dos alunos.

Para os alunos da Turma A, as percepções foram diferentes das obtidas junto a Turma B quanto à afirmação de que os exercícios das aulas tradicionais tenham proporcionado a possibilidade de praticar a análise de problemas. A Turma A desenvolveu o curso de Contabilidade de Custos na metodologia tradicional na segunda etapa do experimento, sendo então, o grupo de controle nesta etapa. Dos alunos participantes desta turma 91% responderam com algum grau de concordância (18% em escala 3, 50% em escala 4 e 23% em escala 5 de concordância). Dos que apresentaram algum grau de discordância, ou seja, 9% dos alunos, essa discordância ficou centrada no grau 2 (9%).

A Turma B apresentou maiores restrições quanto às afirmações oferecidas nos questionários sobre a metodologia de ensino tradicional. Considerações a serem feitas acerca da diferença relevante de percepção entre as duas Turmas (A e B), quanto à aquisição das habilidades que sustentaria a solução de problemas, segue o mesmo padrão de concordância das variáveis autonomia e aprendizagem. Uma importante consideração é a seqüencia das metodologias, ou seja, há um efeito memória ou efeito de mudança de atitude quanto ao estilo de estudos dos alunos, mais especificamente, aqueles que foram expostos ao método de ABP na primeira etapa. Tendo desprendido uma grande quantidade de horas na resolução do problema, levaram para a segunda etapa do curso a mesma intensidade de estudos utilizada na primeira etapa do experimento quando desenvolviam o papel de grupo experimental. Esse aspecto pode ser ratificado, como já exposto anteriormente, pela quantidade de horas média que os estudantes se dedicaram para a disciplina. Os alunos da Turma A, grupo que começou como experimental e exposto inicialmente à metodologia ABP, apresentaram média de 8 horas de estudo semanal e após a primeira etapa, quando expostos ao ensino tradicional, apresentaram uma redução na média de horas de estudo para 6 horas por semana. A Turma B, que começou como grupo de controle exposto à metodologia tradicional de ensino, apresentou média de estudo semanal de 2 horas e após a primeira parte, quando desenvolviam o papel de grupo experimental, passaram a se dedicar uma média de 7 horas por semana. Essas informações foram captadas pelo formulário de auto-avaliação, avaliação do grupo e avaliação do docente.

Ainda neste último instrumento de auto-avaliação a seguinte afirmação foi colocada: “A metodologia de aula proposta contribuiu para melhorar minha capacidade de solução de problemas.”

A afirmação se refere ao contexto do curso na metodologia de ABP. Sobre esta afirmação foi requisitado aos alunos que atribuíssem uma nota de 0 a 10, sendo que 0 é total discordância à afirmação e 10 é total concordância. A média de notas atribuídas foi de 7,9 pela Turma A e de 8,43 pela turma B. Ou seja, ambas as turmas ratificaram suas opiniões prestadas em outros instrumentos em outros momentos, garantindo a confiabilidade das percepções aqui coletadas.