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Análise de chegadas, receitas e participação do turismo internacional no PIB

3.3 O BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL

3.3.1 Análise de chegadas, receitas e participação do turismo internacional no PIB

Ano/Região (milhões) Mundo África Américas Ásia e o Pacífico Europa Oriente Médio

1985 320.1 9.7 65.1 32.9 204.3 8.1 1986 330.2 9.4 70.9 36.8 206.2 6.9 1987 359.7 9.9 76.6 42.1 223.9 7.2 1988 385.0 12.6 83.0 48.7 231.6 9.1 1989 410.1 13.9 86.9 49.4 250.7 9.2 1990 439.5 15.2 92.8 56.2 265.6 9.6 1991 442.5 16.3 95.3 58.0 263.9 8.9 1992 479.8 18.3 102.2 65.8 282.2 11.3 1993 495.7 18.9 102.2 72.3 290.8 11.4 1994 519.8 19.3 105.1 80.1 303.1 12.1

Tabela 2: Chegadas internacionais no mundo e por continentes Fonte: OMT

A tabela 2 acima mostra uma evolução regular e contínua do movimento turístico, com uma taxa média de crescimento anual de 4,7% entre as décadas de 1980/1990 e de 4,6% a partir da década de 1990. Indica claramente a hegemonia da Europa em chegadas internacionais e uma participação mais expressiva das Américas, a partir da década de 1990. As regiões da Ásia, Pacífico e o Continente Africano ampliaram gradativamente a sua participação, no começo dos anos 90, confirmando a busca por novas destinações turísticas indicando, possivelmente, certo grau de esgotamento do paradigma turístico vigente.

Ano/Região Mundo (milhões) Américas (milhões) Brasil Participação Brasil/Mundo (%) 1970 165.8 42.3 249.9 0,15 1975 222.3 50.0 517.9 0,23 1980 278.1 62.3 1.625 0,58 1981 278.6 62.5 1.357 0,49 1982 276.9 59.7 1.146 0,41 1983 281.8 59.9 1.420 0,50 1984 306.8 67.4 1.595 0,52 1985 320.1 65.1 1.735 0,54 1986 330.2 70.9 1.934 0,57 1987 359.7 76.6 1.929 0,54 1988 385.5 83.3 1.742 0,44 1989 410.1 86.9 1.402 0,34 1990 439.5 92.8 1.091 0,25 1991 442.5 95.3 1.228 0,28 1992 479.8 102.2 1.692 0,35 1993 495.7 102.2 1.641 0,33 1994 519.8 105.1 1.853 0,34

Tabela 3: Chegadas Internacionais e a participação do Brasil no contexto mundial Fonte: OMT e Embratur

O dinamismo e a expansão da atividade mostram, através da tabela 3, que o crescimento do país aconteceu em ritmo lento, por vezes decrescente, frente a outros territórios em desenvolvimento. A presença brasileira atingiu uma taxa de participação de 0,15% em 1970, para 0,54% em 1987 e 0,34% em 1994, praticamente inalterada. Essa situação acabou excluindo o país da lista dos vinte destinos mais procurados, que compara a competitividade em turismo e viagens de 124 países desde 1979, em termos de potencial turístico. O estudo é feito em parceria com o Fórum Econômico Mundial91, sendo que na década de 1980 a posição do Brasil estava no 40°. Os dados revelados mostram uma situação de estagnação do turismo internacional, indicando que o Brasil foi pouco atrativo na preferência dos estrangeiros em comparação com o número de chegadas nas Américas. Os viajantes optaram por outros destinos ao invés de conhecer o Brasil.

91 O estudo analisa 52 categorias, como meio ambiente e turismo sustentável, segurança, saúde e

higiene, infra-estrutura turística, transporte aéreo e terrestre, nível de preços, serviços, atrações culturais. Disponível em:<http://www.weforum.org>.

País 1990 1992 1994 1. França 52.497 59.740 61.312 2. Estados Unidos 39.363 47.261 45.082 3. Espanha 34.085 36.492 43.232 4. Itália 26.679 26.113 27.480 5. Áustria 19.011 19.098 17.894 6. Reino Unido 18.013 18.535 20.794 7. Polônia nd92 16.260 18.825 8. México 17.712 17.146 17.182 9. Alemanha 17.045 15.913 14.490 10. Canadá 15.209 14.741 15.972 11. China 10.484 16.512 21.070 12. Grécia 8.873 9.331 10.642 13. Portugal 8.020 8.884 9.169 14. Suíça 7.963 12.800 12.200 15. Malásia 7.446 6.016 7.197 16. Hong Kong 6.581 8.011 9.331 17. Holanda 5.795 6.083 6.178 18. Bélgica nd 5.204 5.309 19. Tailândia 5.299 5.136 6.166 20. Cingapura 4.842 5.446 6.268 21. Turquia 4.799 6.549 6.033 22. Marrocos 4.024 4.390 3.465 23. Irlanda 3.666 3.724 4.309 24. Bulgária nd 1.322 5.309 25. Japão 3.236 3.582 3.468 26. Tunísia 3.204 3.540 3.856 27. República da Korea 2.959 3.231 3.580 28. Macau (China) 2.513 3.180 4.489 29. Porto Rico 2.560 2.657 3.042 30. Egito 2.411 2.944 2.356 31. Austrália 2.215 2.603 3.362 32. Arábia Saudita 2.209 2.582 3.325 33. Indonésia 2.178 3.064 4.006 34. Noruega 1.955 2.375 2.830 35. Argentina 1.930 1.704 2.089 36. Bahamas 1.562 1.399 1.516 37. República Dominicana 1.305 1.415 1.717 38. Brasil 1.091 1.692 1.853 39. África do Sul 1.029 2.892 3.897

Tabela 4: Principais países em receptivo internacional (milhões) Fonte: OMT

A análise da tabela 4 permite analisar o fluxo internacional tendo três países Europeus no topo da tabela - França e Espanha -, com crescimento positivo e contínuo e a Itália mantendo um fluxo regular, sendo acompanhados por três países das Américas, onde os Estados Unidos mantém uma presença forte e proporcional a sua representatividade mundial, o México consolida a sua participação com um movimento regular, e o Canadá desponta com uma evolução gradativa e constante no segmento receptivo. É possível notar a perda de correntes turísticas em países

como Alemanha e Áustria, e uma ascendência do Reino Unido como destino turístico, ultrapassando a Áustria em 1994.

Destacam-se nesse contexto, o desenvolvimento forte do fluxo em países como a China, Turquia, África do Sul, Grécia, Cingapura, Indonésia e a Austrália, que aparecem com resultados expressivos, surgindo como novos destinos internacionais no mercado mundial. E uma presença altamente pró-ativa da Polônia e da Bulgária, que no começo da década, por certo, não dominavam a metodologia adequada para a coleta de dados estatísticos, surgindo dois anos depois, em 1992 com uma presença expressiva, no caso da Polônia, e explodindo em 1994, no caso da Bulgária, que praticamente quintuplicou a entrada de turistas internacionais no país.

Com relação à região do Caribe constam os principais destinos que apesar da limitada extensão territorial, marcam presença figurando, inclusive, acima do Brasil.

Os países da América Latina presentes na tabela 4 mostram uma posição (ir)regular da Argentina, mantendo um fluxo decrescente entre 90/92, e retomando o movimento entre 92/94, conseguindo ultrapassar a barreira dos dois milhões de turistas estrangeiros na metade da década de 1990. A participação brasileira indica claramente um crescimento tímido entre 90/92, e inexpressivo entre 92/94, apresentando resultados insuficientes diante da magnitude dos potenciais turísticos do qual o país é possuidor.

1990 1992 1994

Mundo (U$ bilhões) 270.2 326.6 362.1

1. Estados Unidos 43.007 54.742 58.417 2. França 20.184 25.051 24.678 3. Espanha 18.484 22.180 21.474 4. Itália 16.458 23.544 24.739 5. Reino Unido 15.375 15.517 16.654 6. Alemanha 14.245 15.794 14.910 7. Áustria 13.417 14.247 12.094 8. Suíça 7.411 8.099 8.298 9. Canadá 6.339 6.536 6.988 10. México 5.526 6.085 6.363 11. Cingapura 4.937 6.081 7.811 12. Hong Kong 4.682 6.204 8.239 13. Tailândia 4.326 4.829 5.762 14. Holanda 4.155 5.968 5.418 15. Bélgica 3.721 4.101 5.182 16. Portugal 3.555 3.721 3.828 17. República da Korea 3.559 3.272 3.806 18. Japão 3.578 3.588 3.477 19. Turquia 3.225 3.639 4.321 20. China 2.218 3.948 7.323 21. Austrália 4.246 4.550 6.559 22. Indonésia 2.105 3.278 4.785 23. Grécia 2.587 3.272 3.905 24. África do Sul 1.832 1.810 2.064 25. Malásia 1.667 1.768 3.440 26. Noruega 1.570 1.975 2.229 27. Macau (China) 1.473 2.255 2.701 28. Irlanda 1.453 1.641 1.811 29. Brasil93 1.492 1.066 1.051 30. Porto Rico 1.366 1.520 1.728 31. Bahamas 1.324 1.238 1.327 32. Argentina 1.331 1.413 1.862 33. Marrocos 1.259 1.360 1.236 34. Egito 1.100 2.165 2.006 35. Tunísia 948 1.074 1.317 36. República Dominicana 900 971 1.429 37. Polônia 358 4.100 6.150 38. Bulgária 320 215 362 39. Arábia Saudita nd nd nd

Tabela 5: Receitas do turismo internacional Fonte: OMT e Embratur

93 Dados estatísticos informados pelo Banco Central, avaliando unicamente a receita cambial. Como

resultado de estudos realizados, para englobar o máximo de retorno econômico gerado pelo turismo, a OMT adotou a partir de 1994 uma nova estatística, intitulada Conta Satélite do Turismo, considerando o efeito multiplicador da atividade, recomendando o seu uso aos países membros (LIMA NETO, 2002).

A tabela 5 permite um exame dos índices das receitas com o turismo receptivo, indicando uma inversão de posição entre a França e Estados Unidos, em que este assume a primeira colocação em maior rentabilidade com o turismo internacional, revelando que a nação americana mantém um mercado orientado, principalmente, para o consumo. Os principais países no alto da tabela confirmam suas posições em uma relação direta das chegadas com a entrada de divisas.

Destaque importante para as receitas exponenciais auferidas pelos países da Austrália, Turquia, China, Cingapura, Bélgica, Indonésia e Hong Kong, sendo que a maior evidência de um excelente rendimento recai sobre a Polônia, que definitivamente colhe os frutos da democracia política e da abertura comercial para o mundo, ocorrida no final da década de 1980.

Algumas nações mantiveram uma evolução regular na entrada de divisas como Argentina, Marrocos, Porto Rico, Portugal e Japão. A República Dominicana, ao contrário, mostrou um crescimento tímido, entre 90/92 e entre 92/94, praticamente dobrou a sua receita com o turismo internacional. Em relação à África do Sul, o país conseguiu manter uma margem equilibrada entre as chegadas e as receitas obtidas, perdendo apenas no período que compreende os anos de 1990/1992.

O Brasil inicia com uma boa média a década de 1990 na relação entre as chegadas e as receitas auferidas. Contudo, apesar do tímido crescimento de turistas estrangeiros entre 92/94, a receita cai vertiginosamente oportunizando algumas considerações: o país não conseguiu agregar valor ao seu produto turístico, o gasto dos turistas que visitaram o Brasil foi infinitamente inferior durante a permanência na época e o processo inflacionário ao que o país estava exposto também contribuiu para afastar o viajante internacional e por conseqüência reduzir o gasto turístico de quem esteve no país. Dessa forma, nesse primeiro momento, a presença do país no contexto mundial permaneceu inexpressiva, em comparação com alguns países da Ásia ou mesmo do continente africano, que certamente não possuem a diversidade étnica, cultural e ambiental peculiares ao Brasil.

A participação do turismo no PIB94 em diferentes países, segundo a OMT (RABAHY, 2003) está na proporção de 10% da atividade turística no PIB mundial, cuja variação depende exclusivamente das características de cada economia. Na

tabela 6 é possível exemplificar essas diferenças desproporcionais, sendo que em alguns casos ocorre uma dependência acentuada, podendo causar riscos elevados em caso de algum revés situacional95, e em outros casos visualiza-se uma relação

equânime como em países desenvolvidos, e ainda uma condição insatisfatória que pode e deve ser melhorada, principalmente em virtude da oferta turística existente subaproveitada, que se refere à associação do turismo no PIB brasileiro.

Países Participação do turismo no PIB (%) Maldivas(2) 87,7 Ilhas Virgens(2) 45,2 Bahamas(2) 37,4 Jamaica(2) 24,6 França 11,8 Estados Unidos(1) 11,6 Austrália(1) 11,1 Espanha(1) 8,4 Itália(1) 7,2 Canadá(1) 6,5 Marrocos(2) 4,9 Tailândia(2) 4,7 Brasil(1) 3,5 Alemanha(1) 2,4 Holanda(1) 2,4 Japão(1) 0,4

Tabela 6: Participação do turismo no PIB Fonte: OMT (2) - ano base 1993 (RABAHY, 2003)

Fonte: OMT (1) - ano base 2002 (BENI, 2003)

Os percentuais expostos na tabela 6 fazem referência à participação do turismo no PIB em cada país, incluindo o turismo doméstico e receptivo. Apesar da diferenciação temporal existente dos dados apresentados entre os países citados, acredita-se que a taxa percentual tenha mantido o nível indicado, sem grandes oscilações. As informações contidas nesse quadro mostram uma dependência excessiva da produção nacional frente ao turismo, em países como Maldivas, Ilhas Virgens, Bahamas e Jamaica e uma relação equilibrada em países desenvolvidos, que apostam no turismo como fonte geradora de renda e emprego. Ao contrário de outras nações com o mesmo perfil, mas que não creditam o mesmo interesse na atividade turística, que é o exemplo da Alemanha. Entretanto o Brasil, que almeja se

95 Consideram-se problemas de ordem climática como furacões, enchentes, tsunamis, relativos à

projetar como uma das maiores potências mundiais, apresenta um desempenho tímido refletindo a falta de interesse, ou o desconhecimento, aliado à ausência de organização entre governo e setor privado em priorizar o turismo como uma atividade capaz de mudanças significativas na sociedade brasileira.

Ano Chegadas Ano Chegadas Ano Chegadas

1970 249.900 1979 1.081.799 1988 1.742.939 1971 287.926 1980 1.652.422 1989 1.402.897 1972 342.961 1981 1.357.879 1990 1.091.067 1973 399.127 1982 1.146.681 1991 1.228.178 1974 480.267 1983 1.420.481 1992 1.692.078 1975 517.967 1984 1.595.726 1993 1.641.138 1976 555.967 1985 1.735.982 1994 1.853.031 1977 634.595 1986 1.934.091 1978 784.316 1987 1.929.053

Tabela 7: Entrada de Turistas no Brasil (milhões) Fonte: Anuário Estatístico Embratur

A tabela 7 permite analisar cronologicamente a evolução do fluxo internacional no país de uma forma individualizada. É possível identificar um movimento contínuo e acanhado até a década de 1980, se comparado a outros mercados emergentes. A partir desta, ocorreu uma instabilidade do movimento receptivo internacional, apresentando um período decrescente a partir de 1987, não conseguindo obter o mesmo resultado exponencial até o início da década de 1990. Fica evidente que o Brasil teve uma participação mediana nas rotas turísticas internacionais, apesar dos discursos governamentais terem propalado o contrário. Importante mencionar que o modelo político existente no Estado até 198596, pode ter

influenciado diretamente na relação do país com o mercado externo, obstruindo uma possível parceria comercial vantajosa para o mercado brasileiro, em termos de trocas de experiências, aquisição de conhecimento e tecnologia com o exterior, tornando o país e o produto turístico brasileiro desconhecido para o turista internacional.

Por outro lado, o brasileiro não se furtou de viajar ao exterior conforme indica a matéria da Revista Carta Capital97 que aborda este tema, revelando a disparidade entre o turismo internacional emissivo e o receptivo no país: “Ano a ano aumenta o número de brasileiros que vão fazer turismo fora do país. Enquanto a classe média

96 Até 1985 o Brasil estava sobre o domínio de um governo militar (SKIDMORE, 2003, p. 225). 97 Carta Capital. Caindo no mundo. São Paulo, n° 8, 1995.

vai ao Caribe, o Brasil tenta se tornar mais atraente aos olhos estrangeiros”. Nesta relação à conta turismo do Brasil98 apresentou mais perdas do que ganhos, não

conseguindo equilibrar na balança de pagamentos as receitas obtidas com os turistas internacionais e os gastos dos brasileiros no exterior.

Carvalho comenta sobre o déficit constante no balanço de pagamentos da conta do turismo brasileiro, com exceção da década de 1980, onde importar significa a entrada de turistas internacionais e exportar significa a saída de brasileiros ao exterior:

Uma demonstração inequívoca de que o turismo era então uma atividade desprovida de qualquer significado maior infere-se do fato de que, somente em 1970, a Embratur começou a realizar trabalhos econométricos sobre a atividade turística. Em decorrência da decisão do governo de tentar compreender cientificamente o fenômeno turístico, a EMBRATUR editou, no ano de 1971, a primeira versão de seu Anuário Estatístico. Nesse documento, foi apresentada a primeira série histórica do balanço de pagamentos referente à conta do turismo no Brasil. Essa conta, desde então, excetuando-se o período de 1980 a 1989, caracteriza-se por um déficit constante (CARVALHO, 2005, p.20).

A argumentação mais qualificada para explicar este superávit na conta do turismo na década de 1980, está diretamente relacionada ao período ultra inflacionário existente no país. Segundo uma retrospectiva do IBGE99 a taxa média

de inflação anual foi num crescendo de 6% nos anos 30 para 12% nos anos 40; 19% nos anos 50; 40% nas décadas de 60 e 70; 330% nos anos 80 e 764% de 1990 a 1995, caindo para 8,6% de 1995 a 2000. O índice relativo aos anos 80 interferiu no comportamento do turismo emissivo, ocasionando uma retração nas viagens dos brasileiros ao exterior provocando uma redução significativa na conta despesas do país, favorecendo as receitas obtidas com a entrada dos turistas estrangeiros (LIMA NETO, 2002).

O estudo do desempenho nacional, aliado as estatísticas referentes a outros territórios em igual condição de desenvolvimento, juntamente com a mídia impressa, será essencial para apontar questões importantes e fundamentais, fazer uma análise crítica dos fatos e debater o desempenho brasileiro no turismo mundial, buscando

98 A pesquisa não abordará as diferenças numéricas existentes na conta turismo do Brasil, pois seria

necessário complementar com os números do turismo internacional emissivo do país e este tema não faz parte do foco deste estudo.

99 IBGE. Estatísticas do Século XX. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/29092003estatisticasecxxhtml> Acesso em: 02 ago. 2007.

entender o por que dos baixos índices de chegadas internacionais em um país que abriga a Amazônia, o pantanal, as Cataratas de Iguaçu, a costa litorânea entre outros atrativos, além de uma diversidade étnica, uma cultura rica e de um patrimônio histórico invejável. O que falta ao Brasil para se tornar competitivo no mercado turístico internacional?

Ausência de foco do governo, bem como do setor privado, poderiam ser mencionados como fatores relevantes para a presença marginal do país em chegadas internacionais. Carvalho (2005, p.21) avalia que “a falta de conscientização dos próprios brasileiros sobre a importância econômica e social do turismo no Brasil resultou em uma grande crise na captação de fluxos internacionais pelo país na década de 1980”. Para o autor uma verdade permanece atual na indústria internacional, a de que a demanda fronteiriça e geograficamente próxima pode alçar um determinado país a se transformar em mercado receptor prioritário (CARVALHO, 2005).

De acordo com este pensamento, será possível resumir o turismo a um movimento fronteiriço e geograficamente próximo? O turista de hoje se mostra fiel e arraigado aos limites geográficos100? Ou o que está sendo invariavelmente debatido e questionado é justamente a pulverização sistemática dos destinos turísticos, o que de certa forma, está abrindo espaço a novos produtos neste mercado global de viagens. O Brasil possuidor de um potencial turístico ilimitado merece fazer parte do seleto grupo de países mais visitados pelo turismo mundial.