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Capítulo V – Apresentação dos Resultados

1. Análise descritiva

1.1. Autoperceção da idade

Na Tabela 10 e 11 são apresentados os resultados relativos à análise da autoperceção da idade do idoso. Assim, pôde observar-se que 66% dos participantes consideram-se na meia- idade, 26% acham-se velhos e 8% jovens. Realçam-se 44% de idosos que sentem que têm a mesma idade, 39% sentem-se mais novos e 14% mais velhos.

Tabela 10. Caracterização da Autoperceção da Idade.

Caracterização da Autoperceção da idade N

(100) % Eu sinto-me: Jovem 8 8.0 Na meia-idade 66 66.0 Velho 26 26.0

Tabela 11. Caracterização da Autoperceção da Idade.

Caracterização da Autoperceção da idade N (100) %

Em relação à minha idade cronológica eu sinto-me:

Mais novo 39 39.0

Da mesma idade 44 44.0

Mais velho 14 14.0

Relativamente à média da idade cronológica, os participantes do estudo apresentam aproximadamente 72 anos, com uma variação entre 65 e 93 anos. Na idade sentida evidenciam uma média aproximada de 60 anos. Contudo, a idade ideal é de 44 anos. Sobre a idade que gostariam de ter, apontam os 39 anos e pensam que as outras pessoas gostariam de ter 34 anos (cf. Tabela 12).

Tabela 12. Estatística descritiva da idade cronológica, sentida, ideal, pessoal e genérica

Idade cronológica, sentida, ideal, pessoal e genérica N Min. Max. Média DP

Idade cronológica 100 65.00 93.00 72.35 6.00

Idade sentida 100 35.00 90.00 60.78 10.47

Idade ideal 100 17.75 71.00 44.23 12.16

Idade pessoal 100 16.00 73.00 39.69 14.98

Idade genérica 100 16.00 66.00 34.28 11.95

Como se pode observar através da Tabela 13 na idade subjectiva, os idosos da amostra gostariam de viver até aos 91 anos e pensam que a idade da velhice é a partir dos 72 anos.

Tabela 13. Estatística descritiva da idade subjectiva

Idade Subjetiva N Min. Max. Média DP

Eu gostaria de viver até 100 72.00 112.00 91.67 7.77 Com que idade pensa que se entra na fase da velhice 100 40.00 100.00 72.76 10.47

Foi, também, determinada a Identidade de Idade Subjetiva através da escala de Laureanu (2009) que corrobora com os restantes resultados: a idade sentida é inferior à idade cronológica (cf. Anexo 5).

Em síntese: A idade sentida, pessoal e genérica é inferior à idade cronológica.

1.2. Perceções de envelhecimento

O Questionário da Perceção do Envelhecimento (QPE) apresenta-se dividido em duas partes: A) “Perspetivas sobre o envelhecimento” e B) “Experiência com mudanças

relacionadas com a saúde” num total de oito subescalas.

De acordo com os autores da escala (Barker, Hickey & Conroy, 2007) os valores elevados na subescala da Duração crónica e cíclica, Consequências negativas e

lado, um valor elevado nas subescalas do Controlo positivo, Controlo negativo e

Consequências positivas associa-se a melhor perceção de envelhecimento.

Assim, nos resultados obtidos nas sete subescalas das Perspetivas sobre o

envelhecimento (cf. Tabela 14) pode observar-se que a Duração crónica evidencia uma média

de 16.47 e a Duração cíclica uma média de 14.65. Estes resultados revelam que o envelhecimento é sentido de forma acentuada como crónico e permanente com algumas variações na consciência do mesmo.

Na Representação emocional, a média é de 14.17, emergindo uma resposta gerada pela percepção do envelhecimento com algumas emoções negativas de preocupação, ansiedade, medo e tristeza.

A subdimensão das Consequências é referente às crenças sobre o impacto, positivo ou negativo, do envelhecimento na vida do indivíduo, nomeadamente sobre o bem-estar subjetivo. Assim, nas Consequências positivas pode observar-se uma média de 10.99 e nas

Consequências negativas uma média de 17.42, revelando que por um lado o envelhecimento

traz um impacto positivo para a sua vida mas, por outro lado, realçam algumas consequências negativas.

Na subdimensão do Controlo, analisam-se as crenças pessoais acerca do modo como lidam e gerem a experiência do envelhecimento. No Controlo positivo a média de 18.79, e no

Controlo negativo 10.47, identificando experiências positivas relacionadas com o

envelhecimento e algum controlo sobre as experiências negativas que vão surgindo.

Globalmente, os idosos apresentam uma Perspetiva sobre o envelhecimento positiva (102.96).

Em síntese:

Os idosos apresentam uma Perspetiva sobre o envelhecimento positiva;

Identificam experiências positivas relacionadas com o envelhecimento e sentem algum controlo sobre as experiências negativas que vão surgindo;

Sentem que o envelhecimento causa um impacto positivo na sua vida;

Sentem o envelhecimento como crónico e permanente com algumas variações na consciência do mesmo; O envelhecimento provoca algumas emoções negativas como preocupação, ansiedade, medo e tristeza.

Tabela 14. Estatística descritiva da perspetiva sobre o envelhecimento

Perspetiva sobre o envelhecimento N Min. Max. Média DP

Duração Crónica (5 – 25 pontos) 100 8.00 25.00 16.47 3.37 Duração Cíclica (5 – 25 pontos) 100 5.00 25.00 14.65 4.50 Representação Emocional (5 – 25 pontos) 100 5.00 24.00 14.17 4.61 Consequências Positivas (3 – 15 pontos) 100 3.00 15.00 10.99 2.16 Consequências Negativas (5 – 25 pontos) 100 10.00 25.00 17.42 3.24 Controlo Positivo (5 – 25 pontos) 100 5.00 25.00 18.79 3.74 Controlo Negativo (4 – 20 pontos) 100 4.00 19.00 10.47 3.15 Score global (32 – 160 pontos) 100 64.00 127.00 102.96 11.75

Já no que diz respeito às Experiências com mudanças relacionadas com a saúde, as pontuações nesta subescala da Identidade variam entre 0 e 100 pontos, constatando-se que a média dos idosos da amostra é de 98.86 (cf. Tabela 15).

Em síntese:

A maioria das experiências com mudanças relacionadas com a saúde é atribuída ao facto de estarem a envelhecer.

Tabela 15. Estatística descritiva da experiência com mudanças relacionadas com a saúde Experiência com mudanças

relacionadas com a saúde N Min. Max. Média DP

Identidade (0 – 100 pontos) 100 87.50 100.00 98.86 2.72

1.3. Imagens da velhice (ImAge)

Como foi anteriormente referido, o questionário ImAge (Cerqueira, 2010) apresenta-se estruturado em três fatores fundamentais: 1) Incompetência relacional e cognitiva, 2)

Dependência física e emocional e 3) Maturidade relacional e cognitiva.

Na interpretação dos resultados deve-se ter em atenção que os valores elevados da subescala Incompetência relacional e cognitiva e da Dependência física e emocional estão associados a uma má imagem da velhice nomeadamente consideram os idosos aborrecidos, teimosos, tristes, amargurados e que já não sentem as emoções como antes, o que compromete a interação com os outros e, ainda, sentem necessidade de mais repouso, atenção e paciência por parte dos outros.

De contrário valores elevados na subescala da Maturidade relacional e cognitiva refletem a ideia de uma fase da vida em que se ganhou maturidade, se sabe aproveitar os bons momentos e em que a pessoa se sente bem.

Neste seguimento, os resultados apresentados na Tabela 16 revelam que a

Incompetência relacional e cognitiva evidencia uma média de 24.53, mostrando uma ideia

pouco acentuada de pessoa velha e triste que já não sente da mesma forma as emoções.

Na Dependência física e emocional pode observar-se uma média de 21.51, espelhando a ideia da alguma dependência dos outros, no que respeita à ajuda em termos de saúde ou emocionais, ou em termos de utilização das ferramentas da atual sociedade.

Relativamente à Maturidade relacional e cognitiva a média de 20.79 revelam adaptação e bem-estar na concretização das atividades do dia-a-dia.

Globalmente, os idosos apresentam uma Imagem da velhice positiva (66.83).

Em síntese:

Os idosos apresentam uma Imagem da velhice positiva;

Não consideram as pessoas velhas e tristes que já não sentem da mesma forma as emoções; Revelam adaptação e bem-estar na concretização das atividades do dia-a-dia;

Têm alguma dependência dos outros, no que respeita à ajuda em termos de saúde ou emocionais, ou em termos de utilização das ferramentas da atual sociedade.

Tabela 16. Estatística descritiva das dimensões da imagem da velhice

Imagem da velhice N Min. Max. Média DP

Incompetência relacional e cognitiva (12 – 60 pontos) 100 12.00 52.00 24.53 8.46

Dependência física e emocional (7 – 35 pontos) 100 7.00 35.00 21.51 5.78 Maturidade relacional e cognitiva (6 – 30 pontos) 100 11.00 29.00 20.79 3.68 Score global (25 – 125 pontos) 100 40.00 105.00 66.83 12.16