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Dor de cabeça, minha cabeça, tô sem a cabeça.

3.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Conforme descrito no primeiro capítulo desta dissertação, sobre os procedimentos metodológicos desta pesquisa, foi realizada uma análise temática por meio dos depoimentos das entrevistadas (idosas do Grupo Poder Grisalho) da qual emergiram categorias, sendo elas: metáforas; memória; conhecimento e aprendizagem; empoderamento.

Abaixo, apresentarei a análise destas categorias, por meio de uma construção narrativa, cujos resultados coadunam com as perguntas das entrevistas semiestruturadas e compactuaram com objetivos deste trabalho.

Metáforas.

Eu acho, acredito que seja uma proposta de mudança de comportamento, de mudança de atitude, uma nova forma de ver a nossa realidade, de ver o nosso dia a dia, esses movimentos, eles fazem com que a gente repense algumas atitudes, como ficar bloqueada

pelo o qual eu não posso, já que eu estou viva, já que eu sou capaz, então eu vejo a dança nesse aspecto, como uma quebra de paradigma.

Ágata.

Dentre os diversos pontos discorridos pelas idosas em suas falas relacionadas às perguntas 1, 2, 3 e 5, um dos aspectos que marcaram foram as incidências das palavras “eu” e “metáforas”. Esta temática foi recorrente ao longo das entrevistas com estas mulheres, cujos termos mais citados se expressam conforme a figura abaixo, ou seja, quanto mais vezes a palavra aparece no discurso, maior será o seu tamanho na apresentação da nuvem. A necessidade de organizar estes termos nesta categoria foi fundamental para compreender e identificar outras questões que surgiram no decorrer das análises.

Figura 24 – Nuvem da categoria Metáfora - Relacionadas às questões 1, 2, 3 e 5

Fonte: Elaboração do autor, 2019.

Mediante análise da nuvem de palavras construída com base nos excertos dos depoimentos das entrevistadas, percebeu-se que houve recorrente presença nos discursos das idosas, das palavras “eu” e “metáforas”. Tal fato nos chama atenção para identificar as possíveis correlações que existem com o entendimento do que é metáfora, de como elas foram lembradas e trabalhadas nas aulas de dança e das contribuições (ajudas) no processo de envelhecer. Sendo assim, entendo como fator importante e presente nas argumentações, a ideia de que as idosas

correlacionaram os entendimentos, as lembranças e as contribuições quando assimilaram, perceberam, apreenderam, sentiram, cheiraram, respiraram, moveram, não separadamente e de forma dualista, e sim como pensamento-ação, palavrasgesto, todas juntas, corponectadas.

Rengel (2015) aponta este pensamento-ação, palavrasgesto se configuram como um compreendersentirpensar que emergem do procedimento metafórico do corpo. Palavras movimentos, movimento, nós, pessoa, corpo, indicam que para essas mulheres as metáforas se apresentam como ações do convívio cotidiano e como um conjunto de reações e transformações unas e em relação. “EuCorpoMetaforicamente” tudo junto. Para tanto, Água Marinha quando questionada sobre o uso de metáforas nas aulas de dança diz:

Eu me lembro de uma metáfora, numa de nossas aulas “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!” falando sobre nós procurarmos persistir, procurarmos mesmo diante da...

da vida, diante de estar fazendo com sincronismo determinado movimento, ou não, ai nós procurarmos fazer o nosso melhor, porque a água vai bater e é mole e vai furar a pedra que é dura, então, eu me lembro que isso ai, várias vezes nossos professores falavam pra gente e, é uma metáfora pra mim que não é só pra aula não, é para a vida da gente né, a nossa

persistência diariamente [...].

Água Marinha.

A partir da fala de Água Marinha, relacionada às metáforas usadas nas aulas de dança foi notado que essas metáforas promovem e permitem reflexões que permeiam os sincronismos que estão presentes não só na sala de aula, mas que atravessam as persistências diante das adversidades da vida enquanto movimentos/movimento de como compreendersentirpensá-la.

Durante as entrevistas foi notado que em vários momentos as idosas se manifestam por meio de ações corporais e gestos que se intensificavam em vários momentos durante suas falas.

Quando duas pessoas se encontram ou ainda quando uma pessoa encontra um grupo constituído estabelece uma troca de informação intensa que combina o que é efetivamente dito com informações não verbais os estudiosos da área afirmam que a maior parte da comunicação se dá precisamente através das informações não verbais, ou seja, pelo que é percebido por todos os sentidos e compreendido pela intuição e pelo sentimento. (NUNES, 2014, p. 42) Observou-se no grupo que algumas idosas estabeleciam comunicação por meio da linguagem não verbal, corroborando com os estudos de Nunes (2014) e

Rengel (2015), os gestos durante as explanações eram feitos com a mão aberta, que se direcionava ao peito como autoafirmação em relação às palavras “eu” quando se tratava do entendimento de metáforas.

Assim, pode-se inferir que este compreendersentirpensar sobre o que seria metáforas está no corpo e faz parte do corpo, traduzindo, então, um sentimento ação através da palavragesto que reafirma as ações de empoderamento com o uso de metáforas que incitam e provocam o corpo.

A membrana entre corpo e palavra tem sido tecida por uma maneira de proceder do corpo que é metafórica, e não nos damos conta disso. Sabe-se, hoje a partir de estudos minuciosos, feitos desde o início dos anos 80, que não há comunicação que prescinda das metáforas, linguísticas ou gestuais. São representações construídas (como o são os conceitos, as categorias, os protótipos) por um modo de operar do corpo e não há como deixar de utilizá-las (como vemos à larga). Por isso, coatuam constantemente em qualquer cultura, mesmo que de modos diversos. (RENGEL, 2015, p. 117)

A partir dos estudos em dança da Professora Lenira Rengel (2015), podemos entender a palavragesto que conceitua o corpo como unidade intelectual, física e emocional como ação cognitiva. A professora argumenta que as ações de compreendersentirpensar acontecem como parte de processo conjunto para a compreensão de nós mesmos. A professora argumenta ainda que os processos, sejam eles dançados, falados, escritos não sejam compreendidas enquanto ocorrem separadas do corpo, pois elas acontecem no corpo e pelo corpo.

Acompanhando a mesma linha de raciocínio podemos acrescentar a fala de Pérola Negra:

Eu entendo, a... metáfora, metabolismo é o seguinte, nós falando, andamos, dormimos, deitamos, acordamos, o movimento, se virando, se movimentando, varrendo casa, lavando

roupa, cozinhando, então, pra mim tudo isso é uma metáfora, a gente sai, pra resolver problemas, pega ônibus, sabe pra onde vai, pra onde vem, volta pra casa, não pega o

ônibus errado, tudo isso, pra mim, é uma metáfora!

Pérola Negra.

As metáforas sejam elas linguísticas, gestuais, rituais, só acontecem por conta do procedimento metafórico do corpo. Por esta razão, aos termos consciência de que o procedimento metafórico não é um ornamento da linguagem verbal, mas sim um aparado cognitivo independente da nossa escolha, não podemos nos eximir – professores de arte, estudantes, artistas – da responsabilidade para

com as metáforas que colocamos no mundo. (RENGEL, 2015, p. 120)

A metáfora pra mim é o convívio do corpo, em exercício, é está você exercitando seu corpo, então sua mente está sendo revigorada, é... nos exercícios, em nossas danças vemos que o

nosso corpo começa a flutuar, os nossos pensamentos vão além, é como se fosse um paraíso, em busca de um campo de flores. É muito bom!

Topázio.

E Ametista confirma as falas de Pérola Negra e de Topázio:

Quando a gente varre a casa, traz à memória o movimento da bruxa, que tá ali com a vassoura, então aquele varrer a casa, virou um movimento da dança e, agora você tá comendo algo, mas, esse algo é nojento ai você faz aquela cara feia, entendeu, você traz a

memória pro movimento da dança, com algo que realmente exista na sua vida, então a gente varre casa, com é que é colocar lata na cabeça? A gente pega, se abaixa, pega a lata

e bota na cabeça e isso depois se transforma em movimento coreografo, então a gente essas metáforas e, que na realidade, não existe uma lata ali, a gente não botou nada na cabeça e como trazer, não vocês têm que ficar como se tivesse um peso nas costas, então,

carregando uma pedra, então a gente imagina uma pedra, mas, na realidade, isso é uma metáfora, por que a gente não tem nenhuma pedra nas nossas costas, mas temos que fazer

aquela cara feia, aquela cara de dor e, agora você tá se passando lama, que lama? A lama não está ali, mas está na sua mente, são metáforas.

Ametista.

Diante das falas de Pérola Negra, Topázio e Ametista, lê-se a questão das metáforas que foram mais lembradas dentro do discurso, de que elas eram acionadas e associadas às ações do dia a dia e nas colaborações com os processos que envolvem o seu estar no mundo e na sucessão de fatores, que incitavam o abstrato, a memória, lembranças e funções cognitivas sensoriomotoramente, conforme demonstrado acima:

Assim a proposta é que procedimento metafórico pensa fatoS corpoS (o plural enquanto ênfase em múltiplos processos) transitados por fatos menteS, faz menteS transitadas por corpoS. O procedimento metafórico efetivo, de fato, os não dualismos, pois instaura o sensório motor e conceitos abstratos do corpo, juntos. Ele é a efetivação da corpoconectividade (do embodiment). (RENGEL, 2015, p. 118)

Estes fatoS, menteS, corpoS podem ser observados no discurso das entrevistadas e se fizeram presentes nas relações com as metáforas e os trânsitos dentro das produções, desenvolvimento e execução das aulas de dança no GPG.

Pelos depoimentos, nota-se que grande parte desta construção foi feita pelas relações e trocas entre professores e as idosas e as percepções e transformações acontecem de ambos os lados.

Há, sem dúvida, cem maneiras de instruir também: se aprende na escola dos embrutecedores; um professor é uma coisa - de certo - menos manipulável do que um livro, mas que pode ser aprendida: observá-lo, imitá-lo, dissecá-lo, recompô-lo, experimentar o que de sua pessoa oferece. Sempre se aprende, ao escutar um homem falar. Um professor não é, nem mais nem menos inteligente do que qualquer outro homem; ele geralmente fornece uma grande quantidade de fatos à observação daqueles que procuram. (RANCIÈRE, 2002, p. 108)

Assim, observou-se que as idosas do GPG além de serem marcadas pelas vivências e construções a partir das experiências em sala de aula com o uso de metáforas, também se deparam com as múltiplas formas de apreenderem os movimentos, coreografias e as danças de forma a refletir, criticar e transformar.

Além da construção imagética de um cenário onde o “eu” e as “metáforas” aparecem em evidência pelas várias ocorrências no discurso, com a palavra gesto por meio do procedimento do corpo, constatou-se no decorrer das entrevistas, que parte das idosas, associam o memorizar dos movimentos quando dançam ao tipo de metáfora utilizada nas aulas. As idosas afirmam também que existem trocas de conhecimento e que há aprendizagem no grupo.

Memória, Conhecimento e Aprendizagem.

É quando meu corpo se manifesta em prazer né, nas apresentações, o apresentar as pessoas, elas verem nossas apresentações, é muito... como é que se diz? É algo que mexe

muito com os sentimentos, tanto nosso, como de quem está lá do outro lado assistindo. As apresentações nossas como homem de lata, que é a parte de um metal de um trabalho,

mas que a visão, cada um tem uma visão, uma dança de lata. Isso traz para nós uma experiência fantástica, que é o nosso corpo falando, é o nosso corpo sentindo, é os nossos

ouvidos ouvindo, de formas diferentes, mas, todo numa só ação, que é dançar.

Opala.

As palavras movimento; grupo; corpo; memorizar; e professores, destacadas na nuvem ladrilham os caminhos dos discursos referentes às respostas das perguntas 4 e 6. Muito embora a temática tenha se voltado para palavra “memorizar” cujo termos mais citados se expressam conforme a figura abaixo, na apresentação da nuvem.

Figura 25 – Nuvem da categoria Memória, Conhecimento, Dança e Ensino/Aprendizagem –

Relacionadas às questões 4 e 6

Fonte: Elaboração do autor, 2019.

A nuvem de palavras acima demonstra outros núcleos de palavrasgesto proferida pelas entrevistadas ao evidenciar movimento, grupo, corpo, professores e memorizar, em termos de nomenclatura. Na nuvem da figura número 25, nota-se que aparecem em destaque as expressões “movimento” e “grupo” relacionadas às respostas das questões 4 e 6. As referidas questões abordam as formas com que as senhoras memorizavam e entendiam os movimentos quando dançavam e averiguam se existem trocas de conhecimento e aprendizagem no grupo. Analiso tais questões como ocorrem as memorizações e entendimentos dos movimentos e se há trocas de conhecimentos e aprendizagem.

Quando indaguei as idosas pertencentes ao GPG sobre como elas memorizavam e entendiam os movimentos quando dançavam, Safira e Quartzo responderam:

Eu memorizo assim, o movimento de dança quando eu associo à metáfora, de pentear um cabelo, de cortar um bolo, certo... Varrer... de varrer a casa.

Safira.

[...] é como você memoriza os passos da dança? então, pra você memorizar você tem que fazer aquele esforço repetitivo, né, e até copiar mesmo, copiar. E uma situação que

aconteça ali, é você, quando você lembrar daquela situação, você vai lembrar do passo da dança, tá entendendo?

Quartzo.

Seguindo os raciocínios de Safira e Quartzo, Pérola Negra se levanta, olha para todas, e em voz alta reforça:

A gente tá com o objetivo de dançar, no nosso movimento, nosso modo de andar, modo de falar, levanta os braços, abaixa os braços, se agacha, vira pra um lado, vira pra o outro, se

espreguiça de um lado pra outro, isso ai tudo é um jeito de... de... um ensaio repetitivo, então, tem... repete, né!

Pérola Negra.

A noção que as entrevistadas apresentam sobre a memorização dos movimentos e de como elas os entendem enquanto dançam é explanada como sendo associada às metáforas, ações e gestos repetitivos do seu cotidiano. Neste sentido, foi demonstrando que para elas este é um recurso de memorizar os passos da dança, e que faz com que elas não esqueçam os movimentos.

Aprender e conhecer são capacidades cognitivas que se estabelecem pelo uso que se faz da informação, assim sendo o aprendizado só é possível quando o corpo está exposto à repetição. Contudo não se trata de uma ideia de repetição dentro de parâmetros mecanicistas, mas sim, de um tipo de repetição que não descarte sua possibilidade de atualização. Somente quando nos aproximamos de uma nova instrução de dança com a ideia de que se trata de um propósito móvel, seremos capazes de reutilizar, manipular e reconfigurar plasticamente esta instrução. (HERCOLES, 2011, p. 28)

Entendo que meu corpo se manifesta em prazer, em ação, que é a partir do movimento repetitivo, estamos ativando as nossas memórias, eu mesmo me considero assim, muito sem ritmo, né, e no meu passado eu fui uma professora de dança e hoje eu me... me sinto

totalmente desconectada com tudo, sem... e, depois do Poder Grisalho a repetição, tá fazendo com que minha memória, até revigore cada dia mais.

Opala.

Na perspectiva de Opala, foi identificado que esta maneira de memorizar é caracterizada como recurso de reconfiguração plástica, ativado pelas memórias. Em seu discurso, ela nos revela um entendimento dos movimentos enquanto ação que se manifesta no e pelo corpo, em prazer, do acionar revigorante de suas memórias diante do seu percurso de vida.

As falas das idosas do GPG corroboram com as considerações trazidas por Rosa Hercoles (2011) em A não representação do movimento, no que tange a pensar dança a partir das ações corporais, no seu sentido mais amplo, é uma maneira acessível às pessoas, sejam aquelas que sabem alguma técnica específica ou que tenham tido alguma experiência com dança. A professora reafirma e pesquisa sistemas cognitivos que capacitam o corpo, a partir do que ele já sabe, descobrir o que ainda não sabe. Esta proposta, bem como a busca por metáforas (RENGEL, 2007) são também bases na tentativa de encontrar possibilidades metodológicas para mover o processo criativo nos alunos.

Sobre entender e memorizar, Água Marinha nos diz com uma pequena pausa de olhos fechados para um inspirar a memória e expirar a reflexão:

É... Pra memorizar, além do processo repetitivo, eu também vãos em alguns momentos, de lembranças de filmes.... nós tivemos uma cena aqui de um gavião, e

dizia assim, tínhamos que abaixar um pouquinho nosso corpo e levantar as mãos como se fossem as asas e, quando eu estava fazendo isso as meninas diziam assim: “E, parece um gavião mesmo!”, ai eu me lembrava, para isso eu me lembrava de uma música que dizia assim: “Carcará, pega mata e come! Carcará...”, então o Carcará ele é o que? Ele estava ali morto de fome, ele queria comer, ele queria devorar e, a nossa

cena, ela tinha que representar isso para o público, nós tínhamos que demonstrar aquela coisa ali, então, eu me lembro muito bem dessa cena, que nem eu própria observava que eu estava fazendo direitinho, mas as colegas diziam “Oh! Olha lá como

ela faz, tá mostrando mesmo que é um Carcará!” (gargalhadas). E aí, teve uma hora que eu olhei para o espelho e, vi mesmo que eu fazia aquela coisa, então a memorização da cena, a repetição faz esse processo junto com a metáfora.

Água Marinha.

Por meio das falas de Água Marinha e Esmeralda foi possível identificar a possibilidade de atualização da instrução dos movimentos de dança e da maneira como ela é entendida, veiculada pelo uso de metáforas, como proposta movente de reconfiguração.

Esmeralda segue, expirando o discurso:

Memória, movimento... A repetição dos movimentos quando você ensaia, não aprendeu, fez errado, vai repetir, faz não sei quantas vezes para você ter que aprender [...] [...] a gente sente, que a gente faz isso, a gente se repete sempre e não tem noção, né, a gente fazendo

isso no dia a dia, né.

Esmeralda.

Esmeralda traz em sua fala a experiência pela repetição como possibilidade de aprendizado de forma singular.

A singularidade da experiência promove a possibilidade do desenvolvimento de repertórios particulares. Cada corpo tem seu próprio repertório e uma maneira particular de efetuar as conexões entre as informações por esta razão diferentes corpos realizam uma mesma ação de modo distinto. (HERCOLES, 2011, p. 26)

Ao serem questionadas sobre a existência de trocas de conhecimento e aprendizagem no grupo, Topázio e Safira se expressam de forma positiva e o grupo acompanham-nas, com elevação dos polegares para cima e flexão de cabeças e pescoços em sinal de afirmação. A impressão era de que haviam ensaiado o gesto.

Sim, eu acho que sim, porque nós estamos sempre juntas e empoderadas, fazendo vários tipos de coisas e felizes.

Topázio.

Sim, porque o grupo aqui é uma família, porque há trocas de ideia e experiências, é... é isso!

Safira.

Ainda complementando a pergunta no que tange ao aprendizado Pérola Negra diz:

E também aprendemos, né, com os professores e os professores aprendem com a gente, é isso (risos ao fundo), é..., A gente, nós somos jovens, passamos nossa juventude pros professores que são velhos e eles passando a juventude nova deles pra gente que somos

velhos. Muito bom, a convivência, o entendimento, as palestras, as brincadeiras, tudo fantástico! (risos ao fundo).

Pérola Negra. Seguindo o fluxo, Opala se pronuncia:

Nesse grupo eu tiro o maior aprendizado de vida, porque eu veja a maneira como cada uma vem, a contribuição de merenda, o dividir, né, os conselhos, a falação de todo mundo querer falar de vez e de Manoel falar “Vamos parar um pouquinho pra ouvir!”, então isso pra mim é

uma experiência muito grande, né, o sentir do corpo, de falar, cada um ter seu momento, acho que nessas atividades a contribuição é muita, dos professores, de nós, cada uma trazendo cada dia mais a sua vivência, sua experiência, essa troca pra mim é fantástica. Isso é a maior lição de vida que eu estou tirando, cada dia mais, e eu queria poder..., trazer

assim, tantas pessoas que não tem esse entendimento, que acha que é o envelhecer e acabou, né, acha que o envelhecer é ficar lá jogada no leito de hospital [...].

Opala.

Por meio dos grupos de convivência e das relações estabelecidas entre alunos e professores entende-se que as trocas mútuas encontradas no processo de ensino/aprendizagem, são alicerçadas por políticas de emancipação e podem

desencadear substancialmente em práxis na sociedade na qual os indivíduos