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Análise do Corpus – Aspectos Materiais e de Conteúdo

METAS DE DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS

3. DESCRIÇÃO DO ESTUDO

3.3. Análise do Corpus – Aspectos Materiais e de Conteúdo

As gramáticas presentes no mercado editorial português comportam apenas o compêndio em si, sem suportes de tipologias diferentes, como o CD-ROM, sites de internet (na maioria dos casos) ou outros com recurso a novas tecnologias. Assim, numa primeira análise, compreende-se que a gramática pedagógica surge apenas como auxiliar de estudo, complemento do manual escolar, numa obra volumosa, com um conteúdo muito preenchido, com poucos ou mesmo nenhuns exercícios, numa profusão de páginas escritas numa linguagem hermética, o que leva ao afastamento do aluno, que estuda o funcionamento da língua pelo manual escolar44 ou pelos apontamentos, confinando-se a uma perspectiva simplista de cada descrição gramatical. A acrescer a esta repulsa, os próprios encarregados de educação/pais, na sua generalidade, não vêem com bons olhos o investimento em obras com um preço assaz considerável e que não encaixam na listagem de livros a apoiar pela Acção Social Escolar, num tempo de globalização da escolaridade obrigatória, com uma massa de alunos oriundos de diversificados estratos sociais, alguns com parcos recursos, atendendo ao ordenado mínimo português e à conjuntura económica nacional.

Deste modo, depreende-se que o ensino/aprendizagem do funcionamento da língua se reduza ao estudo dos conteúdos veiculados pelo manual escolar, que oferece um tratamento frequentemente diminuto45 dos aspectos gramaticais, articulados com os

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“A informação linguística é distribuída no campo pedagógico, em larga medida, através dos manuais escolares que configuram, por si, um contexto de transmissão e aquisição, em que a componente instrucional é enformada pelo desenvolvimento de estratégias discursivas que servem a sua transmissão.”, (CASTRO, 1995: 99).

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“O que significa perceber esta “gramática pedagógica” como lugar de vulgarização científica, cabendo- lhe transmitir os resultados da investigação linguística sem, por um lado, falsificá-los, nem, por outro,

113 textos, que peca pela subjectividade dos autores que os apresentam e pelos parcos exercícios. Ultimamente, para colmatar este problema, as editoras têm recorrido ao caderno de exercícios para avolumar o número de exercícios gramaticais disponíveis, de modo a aplicar os esquemas explicativos presentes no manual. A gramática é, neste caso, o conteúdo nuclear, seguido de fichas de avaliação e de registo. Ora, não sendo os obreiros do manual escolar autores de gramáticas descritivas da língua nem linguistas, por norma, seria expectável que indicassem as fontes consultadas. Para além de levantar questões de legitimidade, este procedimento manifesta a autoridade do manual relativamente à gramática escolar – “Estes factos prefiguram a antologia escolar como texto “totalitário”, texto cujo âmbito tende a coincidir com o domínio de intervenção da disciplina.”, (CASTRO, 1995: 69). Aliás, no estudo de Inês Sim-Sim e Palmira Rodrigues, surge bem visível a predominância do manual – “Note-se que o manual escolar surge como denominador comum na alusão dos professores e dos alunos, sendo o elemento mais constante nas actividades em aula e em casa.”, (SIM-SIM; RODRIGUES, 2006: 134).

Outra preocupação surge quando pensamos no papel da gramática escolar nas aulas de Língua Portuguesa: como enfrentar a concorrência desleal das editoras de manuais, que utilizam estratégias de persuasão para conquistar o mercado – prometem apoiar e auxiliar o professor, para além de fornecer gratuitamente, em caso de adopção do manual, uma enorme quantidade de materiais e recursos educativos? Onde fica a gramática escolar no meio deste emaranhado de influências e interesses económicos? Como a reabilitar dentro e fora da sala de aula, no ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa? A agravar o panorama, os alunos demonstram uma atitude imediata de rejeição do estudo da língua, é-lhes mais aprazível ler, interpretar, exercitar a compreensão, até escrever do que reflectir sobre o funcionamento da língua. Aliás, este problema surge bem comprovado numa notícia veiculada pelo jornal Público46, a 9 de Novembro de 2010, sobre os resultados dos alunos do 6º Ano nas Provas de Aferição, em matéria de conhecimento explícito da língua: “Segundo o relatório nacional do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação sobre a prova

tornar o texto inacessível a quem não seja linguista; este entendimento da gramática escolar como lugar de vulgarização é verificável igualmente no reconhecimento de que alguma “falsificação” será inevitável, sob a forma de simplificações, de soluções inseguras, de uma certa escassez (…) de argumentação polémica.”, (CASTRO, 1995: 91).

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Pode ser consultada no endereço http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/alunos-do- 6%C2%BA-ano-aquem-do-desejavel-no-conhecimento-explicito-da-lingua_1465155.

114 de Língua Portuguesa do 6.º ano, hoje divulgado, (…) «Os alunos evidenciam um bom desempenho ao nível da Compreensão da Leitura e da Expressão Escrita, mas permanecem aquém do que é desejável no que respeita ao Conhecimento Explicito da Língua», lê-se no relatório.”. Desde logo, existe assim o problema da motivação para a gramática, arcabouço fundamental para a construção de seres socialmente aptos, autónomos e livres – “No contacto com os alunos, sempre me pareceu que a melhor forma de os motivar para o estudo da disciplina de Português seria conduzi-los à própria reflexão linguística em sentido pragmático, com questões do tipo: “Será importante falar e escrever bem?”, “Porquê?”, “Para quê?”, “O que é que isso significa?”, etc. Ou seja, para que o aluno se interesse pelo estudo de uma disciplina será preciso, em primeiro lugar, que ele descubra e compreenda a utilidade dessa mesma disciplina.”, (SANTOS, 2002:13). Como tal, questionar-nos-emos sobre a motivação necessária para os alunos manejarem um compêndio gramatical cheio de regras, alguns sem exercícios de aplicação, com poucos grafismos apelativos, com aspectos gramaticais que não são exclusivos do 3º Ciclo47 e com um número de páginas estonteante para jovens que oscilam entre os 12 e os 16 anos de idade?

Após estas considerações, principiaremos a análise dos compêndios do corpus, em busca de respostas, atendendo aos aspectos materiais das várias edições.

Quadro nº 7 – Características das gramáticas

Edições Asa Texto Editora Didáctica Editora

Plátano Editora

Porto Editora Lisboa Editora de págs. 240 317 256 319 360 480 Medidas 24,5 ˟ 17,5 cm 20,8 ˟ 14,7 cm 26,6 ˟ 20,1 cm 26,2 ˟ 19,9 cm 27,6˟ 19,9 cm 24,8 ˟ 16,6 cm

Formato Cartonado Formato brochura

Capa mole Capa mole Capa mole Capa dura

Peso 0,575 g. 0,420 g. 0,590 g. 0,795 g. 0,882 g. 0,789 g.

Preço 15,14€ 13,11€ 14,18€ 15,90€ 17,72€ 19,90€

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Veja-se a opinião de Rui Vieira de Castro: “fruto do seu posicionamento específico e das suas características de texto referencial, as gramáticas escolares são textos dotados de alguma autonomia em relação às metas oficialmente definidas para a acção pedagógica; disso é prova suficiente o facto de não aparecerem associadas apenas a um determinado nível de escolaridade, sendo normalmente instituídas como referência de um ciclo escolar.”, (CASTRO, 1995: 69).

115 Assim, se analisarmos a tabela comparativa, concluímos que a média das páginas numa gramática ronda as 329 páginas; o formato é diversificado, sendo preferencialmente de capa mole, devendo ser destacada a edição da Texto Editora por apresentar um molde mais maleável, de menores dimensões; o peso ronda, em média, os 0,675 gramas, o que torna as gramáticas pouco práticas para os alunos levarem nas suas mochilas diariamente para a escola; as medidas também não são muito favoráveis à sua utilização diária, devendo, não obstante, ser destacadas favoravelmente as edições gramaticais da Texto Editora e da Lisboa Editora, por serem mais práticas de utilizar, pois as medidas encaixam melhor no tamanho das mãos dos alunos da faixa etária do 3º Ciclo; finalmente, o preço médio é de 16€, o que comprova que as gramáticas constituem um produto caro, equivalente a mais um manual escolar, sem apoio da Acção Social Escolar. Confirma-se, nesta amostra, que o compêndio gramatical não tem outro suporte material para além da obra em si, sendo gramáticas volumosas, pois incidem maioritariamente sobre matérias do 3º Ciclo e do Ensino Secundário – o menor número de páginas corresponde a 240, o que é um valor considerável.

Outro aspecto a averiguar é a estrutura das gramáticas – a presença de um índice, a sua localização e tamanho; o número de capítulos; a presença de apêndices, de bibliografia, de exercícios de aplicação.

Quadro nº 8 – Estrutura das gramáticas

Índice Bibliografia Exercícios

Edições P re se n ça L oc ali zaç ão N. º d e p gs N. º d e cap ít u los Apênd ice s P re se n ça N. º d e p gs P re se n ça Cor re ão Edições Asa

Sim Início 6 4 1 Sim 1 Não Não

Texto Editora

Sim Início 3 8 0 Sim 1 Não Não

Didáctica Editora

Sim Início 5 6 2 Sim 1 Não Não

Plátano Editora

Sim Início 15 3 1 Sim 3 Não Não

Porto Editora

Sim Início 4 5 1 Sim 10 Sim Sim

Lisboa Editora

116 Todas as gramáticas apresentam um índice estruturado, obedecendo ao princípio da hierarquização de conteúdos, com capítulos gerais subdivididos em subtemáticas48 – destaca-se a gramática da Lisboa Editora que denota um número consideravelmente maior de capítulos gerais. A gramática das Edições Asa possui ainda um índice remissivo de 2 páginas; a da Porto Editora tem ainda um índice analítico de 11 páginas, que visa facilitar a consulta rápida de dado aspecto pelos alunos remetendo de imediato para a respectiva página, numa perspectiva facilitadora da aprendizagem.

Divergem na presença ou ausência de exercícios práticos: apenas o compêndio da Porto Editora apresenta exercícios, com as respectivas correcções no final da obra; finalizam todos com uma bibliografia, com uma dimensão variável entre cada edição - destaca-se a da gramática da Porto Editora que se revela assaz completa e dividida por áreas temáticas. O manual gramatical da Lisboa Editora inclui na sua bibliografia, para além das obras de referência, endereços de sítios úteis para a posterior consulta dos alunos, o que revela uma perspectiva actualizada e inovadora, o que surgira, mais timidamente, na gramática da Didáctica, com referência ao sítio do Dicionário de Termos Linguísticos e ao CD-Rom da TLEBS.

Os compêndios possuem um número diverso de apêndices, que servem sobretudo para incluir dados alusivos à conjugação verbal, com tabelas e quadros de conjugação. Assim, nas Edições Asa e na Didáctica Editora, existem tabelas de verbos e a explicitação de recursos de valorização estilística/figuras de estilo; na Plátano Editora, surge a conjugação dos verbos; o emprego do hífen e os nomes étnicos, pátrios e gentílicos; na Porto Editora, o apêndice reveste uma mescla de aspectos linguísticos: História da Língua Portuguesa; fenómenos fonéticos; figuras de estilo; métrica; uso de maiúsculas; sinais de pontuação; nomes pátrios e gentílicos; quadro-síntese de classes de palavras, de determinantes, de numerais e determinantes numerais, de pronomes; tabelas de conjugação; prefixos mais frequentes e radicais gregos; na Lisboa Editora, surge um primeiro apêndice intitulado Técnicas de Expressão, que abarca o resumo, a contracção de texto, a síntese, o sumário, o comentário, a dissertação, a carta, o requerimento, a declaração, o curriculum vitae e o relatório. O segundo apêndice aborda a conjugação verbal, com várias tabelas, que incluem os verbos regulares e irregulares.

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Veja-se a opinião de Rui Vieira de Castro: “o princípio geral de organização hierárquica do texto nem sempre é actualizado de modo idêntico no conjunto das gramáticas estudadas (a organização formal do texto em capítulos, subcapítulos, secções, subsecções, alíneas, sub-alíneas, é relativamente arbitrária e não envolve obrigatoriamente a atribuição de um valor idêntico a cada unidade) ”, (CASTRO, 1995: 150).

117 Esta análise demonstra a subjectividade dos autores, que remetem para o apêndice conteúdos completamente diversificados, que podem gerar confusão no espírito dos alunos, pois certamente se questionarão sobre o motivo da sua inserção num apêndice isolado do capítulo onde deveriam estar incluídos, o que permitiria compreender as (inter)relações existentes entre as matérias. Ademais, existe o perigo do aluno nem sequer consultar o apêndice, pois, na faixa etária do 3º Ciclo, os jovens não têm por hábito procurar informações adicionais, a não ser que sejam orientados por um professor, o que remete para a necessidade de trabalhar com compêndios gramaticais em sala de aula.

A leitura da introdução de cada compêndio permite inferir o destinatário e o conteúdo veiculado pelos autores. Assim, a introdução reveste-se de grande importância na medida em que os autores explanam a metodologia, os objectivos pretendidos e os fundamentos científicos que subjazem às suas pesquisas. A grande excepção é a gramática da Plátano Editora, que não apresenta qualquer introdução. Todas reconhecem como destinatários preferenciais os alunos do 3º Ciclo e do Ensino Secundário, à excepção do compêndio das Edições Asa, que remete para uma noção abstracta de aluno, que pode encaixar em diversos patamares de ensino, e o da Texto Editora que destina a obra a professores e alunos, no geral também.

O conteúdo veiculado insiste sobretudo na perspectiva dos autores sobre as noções de gramática escolar/pedagógica, enquanto instrumento de consulta, de apoio. Trata-se de uma concepção de análise orientada para a enunciação dos princípios constitutivos da Língua Portuguesa. A obra das Edições Asa explana as teorias linguísticas que subjazem à gramática – a língua vista como uma totalidade, estando a estrutura alicerçada em volta de três ideias centrais: texto/frase/palavra. As autoras reconhecem contudo um cariz normativo, pedagógico e portador de normas. A introdução da Texto Editora apresenta, como justificação de base para esta obra, os poucos conhecimentos de funcionamento da língua dos alunos à chegada aos estudos superiores, apresentando o autor o seu contributo pessoal com a feitura da gramática em moldes clássicos, ainda que tenha em conta as novidades contidas nos novos programas. Trata-se de uma obra normativa, como surge na introdução: “Aqui se encontra a norma das suas estruturas e do seu funcionamento”. A Didáctica Editora defende o conhecimento reflexivo da língua. Inovadora é a perspectiva inclusa no compêndio da Porto Editora, que pretende ser uma gramática cultural, um GPS para os alunos. A

118 Introdução faz uma abordagem explicativa sobre a gramática, as partes constituintes e sua funcionalidade, seguida por uma visão histórica sobre o percurso dos estudos gramaticais. Explana ainda as possíveis abordagens dos fenómenos linguísticos: normativa ou tradicional; descritiva ou ainda generativa. O compêndio da Lisboa Editora inclui a ideia de obra de aprofundamento dos conteúdos e de actualização decorrente da adopção da nova Terminologia Linguística, fixada no Dicionário terminológico – “não é uma gramática no sentido restrito, já que pretende ser uma obra de apoio e de aprofundamento de conhecimentos em diferentes áreas do estudo do Português.”, (AZEREDO; PINTO; LOPES, 2009: 3).

Consequentemente, as gramáticas analisadas apresentam normas acerca das estruturas da língua e do seu funcionamento, numa lógica inicialmente normativa, mas progressivamente mais reflexiva (Didáctica Editora) e, de seguida, descritiva, pois o compêndio da Lisboa Editora versa sobre a análise da língua na vertente prática/literária: “aborda os conteúdos gramaticais, interpretando-os nos diferentes aspectos do estudo da língua, quer na sua dimensão prática quer na sua realização literária.”, (AZEREDO; PINTO; LOPES, 2009: 3).

Assim sendo, os compêndios das Edições Asa e da Texto Editora são os únicos que definem a gramática enquanto veiculadora de normas, enquanto os restantes não problematizam a definição de gramática, assumindo-a como instrumento de consulta, com indicações de utilização, ou ainda como obra de apoio e aprofundamento. Entrevê- se aqui ecos das conclusões retiradas por Rui Vieira de Castro, em 1996: “A leitura dos textos que compõem o corpus seleccionado deixa perceber a escassez, a quase ausência de problematização do conceito de gramática.”, (CASTRO, 1996: 96). Para este estudioso, esta realidade pode ser explicada de duas formas distintas: “estamos (…) perante conceitos ou práticas perfeitamente delimitadas e reconhecíveis que, por isso, não carecem de discussão – gramática é aquele texto; ou, ao contrário, à definição “tradicional” de gramática já não é reconhecida validade suficiente e, não estando preenchidas condições para uma sua definição consensual, ela é omitida.”, (CASTRO, 1996: 96).

Estas obras pretendem apresentar os conteúdos com rigor, clareza, simplificação. Para tal, os aspectos destinados aos alunos do Ensino Secundário surgem, na obra da Lisboa Editora, assinalados com um S. As gramáticas das Edições Asa e da Texto Editora referem seguir os novos programas de Língua Portuguesa e, finalmente, a da

119 Lisboa Editora inclui, na introdução, a referência às actualizações da TLEBS, que as da Didáctica Editora, Plátano Editora e Porto Editora também incluem no seu cerne.

Quadro nº 9 – Análise da introdução das gramáticas Intro-

dução

Edições Asa Texto Editora Didáctica Editora

Plátano Editora

Porto Editora Lisboa Editora

Páginas 2 1 (Prefácio) 1 0 2 1

Citação Programas, vol. I e II F. Pessoa F. Pessoa - - - D es ti na ri o Linguagem complexa, académica. (Alunos ). Linguagem neutra. (Professores e alunos). Linguagem neutra. (Alunos do 3º Ciclo e Ensino Secundário). - Linguagem destinada aos alunos, simples. (3º Ciclo e Ensino Secundário) Linguagem neutra. (Alunos do 3º Ciclo e Ensino Secundário). C o nteúdo - Gramática escolar de natureza pedagógica veiculadora de normas. - Aprendizagem da língua como uma totalidade. - Quadro comunicativo do discurso. - Texto, frase e palavra. - Sentido simbólico e referencial da linguagem. - Acompanha os programas vigentes. - Gramática “Bíblia da língua”. - Veiculadora da norma das estruturas e do funcionamento. - Estado calamitoso dos alunos à chegada às universidades. - Contributo pessoal para melhorar a situação. - Linha clássica com novas pedagogias, e em linha com novos programas. - Regras sintéticas, claras, com exemplos esclarecedores. - Gramática pedagógica. -Instrumento de consulta. -Conhecimento reflexivo. - Rigor. - - Gramática cultural, um GPS. - Necessidade de exercitar. - Indicações de utilização. - Reformulação da versão anterior. - TLEBS. - Análise da língua na vertente prática / literária. - Obra de apoio e aprofundamento. - Capítulo e anexo sobre o texto literário. - Simplificação dos conteúdos pelas alterações do Dicionário Terminológico. - Símbolo S para conteúdos do Secundário. - Caixas de síntese dos conteúdos. - Caderno de exercícios e soluções noutro volume.

Outro aspecto a averiguar é o grafismo das gramáticas – a presença de ilustrações, de tabelas, de esquemas, de quadros síntese. Da análise efectuada, denota-se claramente um esforço de utilização crescente de grafismos apelativos, de modernização das imagens do compêndio de gramática, de motivação/captação pela imagem / foto /

120 banda desenhada. Torna-se atractivo à consulta o recurso ao jogo de cores, com quadros de diferentes colorações, sobretudo nos compêndios da Porto Editora e da Lisboa Editora.

Quadro nº 10 – Aspecto gráfico das gramáticas

N.º de págs. Edições Asa Texto Editora Didáctica Editora Plátano Editora Porto Editora Lisboa Editora Ilustradas 0 4 12 2 140 104 Tabelas / Quadros 24 48 177 81 92 227 Esquemas 6 32 45 27 34 6

Se atentarmos nas páginas com ilustrações, verificamos que o compêndio da Texto Editora detém 0,8% de imagens; o da Didáctica Editora tem 5% de espaço para ilustrações; a gramática da Plátano Editora apresenta apenas 0, 62% do espaço para ilustrações; a da Porto Editora salvaguarda 39% de páginas para imagens coloridas e apelativas e a da Lisboa Editora ocupa 22% na totalidade das páginas.

As tabelas são também uma ferramenta importante para uma explicação organizada, estruturada e simplificada da informação. Verificamos que todas as gramáticas usam este recurso, ainda que com uma regularidade bem diferente. É interessante notar o uso de quadros síntese, preferencialmente em finais de capítulos ou subunidades, que permitem uma visão de conjunto da matéria explanada, facilitadora da aprendizagem, porque a clarifica e a organiza. Assim, a gramática das Edições Asa possui 24 tabelas/quadros; a da Texto Editora 48; a da Didáctica Editora 177; a da Plátano Editora 81; a da Porto Editora 92 e, finalmente, a da Lisboa Editora 227 tabelas/quadros49. Não obstante, o compêndio da Lisboa Editora, apesar de ser aquele que possui mais tabelas / quadros, denota páginas muito preenchidas de informação, o que pode gerar confusão aquando da consulta por parte do aluno. Por outro lado, é inovadora a inclusão, nesta gramática, de 21 pequenos quadros amarelos colocados, ao estilo Post-It, numa das margens das páginas, onde se incluem conselhos para o registo de dado conceito a nível informático ou se fornecem explicações adicionais. Aliados às

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