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Capítulo 2 – Métodos e Procedimentos

4. Desenvolvimento de Metodologia

4.2. Pesquisa de Campo

4.2.2. Inquérito por Questionário

4.2.2.3. Análise do Pré-questionário

No que concerne à análise do pré-questionário, distinguimo-la em duas vertentes, a primeira é referente à caracterização da amostra da população (em que analisámos de forma abreviada os dados pessoais dos inquiridos) e a segunda descreve a reformulação do pré-questionário, nomeadamente as alterações realizadas e a sua justificação.

Relativamente à análise dos dados pessoais dos 22 inquiridos, Directores de Turma, apurámos que 90,9% são do sexo feminino, e 9,1% são do masculino. A idade varia entre 20 e mais de 50 anos, destacando-se com maior percentagem o escalão dos 30 a 39 anos com 68,2%, seguindo-se o escalão dos mais de 50 anos com 18,2%, o escalão dos 40 a 49 anos com 9,1% e por último o escalão dos 20 a 29 anos com 4,5%. Em relação à habilitação académica, com a maior percentagem sobressaiu a licenciatura com 90,9%, seguindo-se o bacharelato e outra com 4,5%. Relativamente à situação profissional, 50% dos inquiridos é efectivo no quadro de escola, 36,4% é efectivo no quadro de zona pedagógica e 13,6% é contratado, sendo que todos são profissionalizados (100%). O tempo de serviço varia entre os 0 e os mais de 25 anos, destacando-se o escalão dos 4 a 9 anos com 45,5%, seguindo-se os escalões: dos 10 a 14 anos com 22,7%, mais de 25 anos

com 13,6%, dos 20 a 24 anos com 9,1 e por últimos os escalões dos 0 a 4 anos e dos 15 a 19 anos, ambas com 4,5%. No que diz respeito aos anos de experiência como Director de Turma, cujos escalões varia entre o 1 e os mais de 10 anos, constatámos que 40,9% dos inquiridos está no escalão dos 3 a 5 anos, seguindo-se o escalão dos mais de 10 anos com 31,8%, e por último, os escalões do 1 a 2 anos e dos 6 a 10 anos, ambas com 13,6%. Dos Directores de Turma inquiridos, 63,6% pertencem ao 2ºciclo e 36,4% pertencem ao 3ºciclo. Verificámos também que 68,2% dos inquiridos nunca assistiram a acções de formação específica sobre a direcção de turma, tendo apenas assistido 38% dos Directores de Turma que participaram neste inquérito.

Deste modo verificámos que a amostra é pouco heterogénea, constituída na sua maioria por indivíduos do sexo feminino, cujas idades variam entre os trinta e os trinta e nove anos, todos com o grau de licenciatura e com a profissionalização. Metade da amostra é efectiva no quadro de escola, seguindo-se uma percentagem (36,4%) efectiva no quadro de zona pedagógica. Quase metade da amostra apresenta-se no escalão dos quatro a nove anos de tempo de serviço, situando-se no escalão dos três a cinco anos de experiência como Director de Turma, seguindo-se o escalão dos mais de dez anos de experiência. Também, mais de metade dos inquiridos pertence ao segundo ciclo e, na sua maioria, nunca frequentaram acções de formação sobre a direcção de turma.

De seguida, apresentámos as alterações efectuadas após uma análise das respostas dos pré-questionários, sendo de salientar que a maioria destas alterações foram motivadas pelas sugestões e comentários mais proeminentes dos inquiridos, de forma a tornar o questionário mais inteligível, interessante e completo, a nível da apresentação, linguagem e conteúdo.

Assim, para todas as questões onde surgia o termo Director de Turma, acrescentámos um (a) ao Director, ficando Director(a), sendo a alternativa feminina. Quanto à questão 5, relativa à Profissionalização, esta foi retirada do pré-questionário por ser uma variável pouco significativa, visto que hoje em dia a maioria dos professores e especialmente os que são escolhidos para Directores de Turma são profissionalizados, revelando-se isso mesmo na análise do pré-questionário, em que todos os inquiridos eram profissionalizados, o que vai de encontro ao que diz a Portaria nº921/92 e o Decreto Regular nº10/99 de 21 de Julho que deve ser escolhido “preferencialmente, um docente profissionalizado”. Neste sentido, também analisámos uma dissertação de Henriques (2005, 98), onde constatámos que todos os inquiridos, Directores de Turma, eram profissionalizados, e para além disso observámos alguns grupos que constam nas listas

de graduação do concurso de colocação de professores de 2006, e verificámos que só um número reduzido de professores de cada grupo, do 2º e 3º ciclos é que não é profissionalizado, num vasto leque de professores. Nas questões 11 e 12 colocámos o termo “execução” detrás de “funções/ tarefas administrativas” e retirámos os exemplos que estavam a seguir. Na questão 14 alterámos a instrução do número de respostas possíveis, passando de “Assinale com um X a sua resposta” para “Assinale com um X as três respostas mais frequentes”, pelo facto da maioria dos inquiridos dar três e quatro respostas, como havia diversas alternativas de resposta e assim ainda acrescentámos mais duas: “Carta (normal)” e “Telemóvel do Professor”, que considerámos pertinentes, visto serem referidas nas sugestões dos inquiridos. Nas questões 25.2 e 25.5 houve uma junção das duas por considerarmos serem similares, também houve uma reformulação nas questões 25.6 e 25.7, agregando-as.

As questões mencionadas a seguir foram reformuladas de forma a torná-las mais claras, rigorosas e objectivas que as versões anteriores: na questão 16.8, onde se lê “(…) para o maior envolvimento (…)” altera para “(…) para promover um maior envolvimento”; a questão 17.6, onde se lê “(…) aplicação da Lei nº30/2002 (…)” altera para “(…) possível aplicação da suspensão até 5 dias pelo Conselho Executivo (…)”, visto que houve um número de pessoas que colocou “sem opinião”; questão 17.7, onde se lê a palavra “deve” altera para “pode”, visto ser uma possibilidade de participação e não uma obrigatoriedade prevista na lei; na questão 17.16, onde se lê ”(…) deve intervir na (…)“ altera para ”(…) deve ter uma intervenção mais participativa na (…)”; questão 23.19, onde se lê “respeito” altera para “sensibilidade/ compreensão”, visto apresentar uma conotação negativa com relação ao professor; na questão 25.8, onde se lê “acordos” altera para “contratos comportamentais”, sendo a definição mais correcta; a questão 26.9, onde se lê “Evitar repreender o aluno quando este tem atitudes menos próprias dentro da sala de aula, desde que não esteja a perturbar os colegas” altera para “Evitar excesso de repreensões” de forma a reduzir o seu tamanho; a questão 26.12, onde se lê “ Planificar antecipadamente (…)” altera para “Aclarar as (…); a questão 27.1, onde se lê “mãe/pai” altera para “E. Educação”; a questão 28.2, onde se lê “Não sabem o que hão-de fazer” altera para “Mostram-se incapacitados para agir face à situação”; questão 28.5, onde se lê “aborrecidos” altera para “constrangidos”; a questão 29 foi remodelada e transitou para a questão 17, item 18, de forma a podermos reduzir um pouco o questionário; a questão 32.8, onde se lê “semanal” altera para “periódica”, fazendo mais sentido no contexto onde está inserida.

As questões que apresentámos, de seguida, foram acrescentadas de forma a enriquecer o leque de alternativas apresentadas nas questões fechadas: na questão 3 – “Pós-graduação”; na questão 21 – “Ambas”; na questão 25 – “Utilizar o sistema de créditos como reforço de um comportamento positivo”; na questão 26 – “Explicitar convenientemente os Direitos e os Deveres dos Alunos”, “Compensar as actividades menos atractivas com actividades mais atractivas”, “Promover um ambiente de empatia na sala de aula”; na questão 27 – “Melhoram o comportamento”; na questão 28 – “Demonstram vontade em resolver o problema”.

4.2.2.4. Questionário Definitivo

Após a reformulação do questionário, houve a necessidade de reestruturar a

numeração das questões e respectivos itens, como poderemos observar nos quadros 13 e 14:

Quadro 13 (I e II) – Correspondência entre a numeração das questões do pré-questionário com a do questionário definitivo. I Pré-Q. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Quest. 1 2 3 4 a) 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 17 II Pré-Q. 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Quest. 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 b) 29 30 --- Legenda:

a) A questão relativa à variável – Profissionalização foi retirada, como já explicamos anteriormente. b) A questão relativa ao resultado da comunicação da ocorrência de situações de indisciplina foi

Quadro 14 (III e IV) – Correspondência entre a numeração dos itens da questão número dezassete do pré-questionário com os do questionário definitivo.

III Pré-Q. 17.1 17.2 17.3 17.4 17.5 17.6 17.7 17.8 17.9 Quest. 16.1 16.2 16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.9 IV Pré-Q. 17.10 17.11 17.12 17.13 17.14 17.15 17.16 17.17 Q.29 Quest. 16.10 16.11 16.12 16.13 16.14 16.15 16.16 16.17 16.18

Sintetizando então a reestruturação do questionário, podemos referir que: na parte da identificação do inquirido foi retirada uma questão, referente à variável “profissionalização”; na questão 17, que alterámos para a 16, introduzimos mais um item, substituindo a questão 29, de forma a pudermos reduzir ligeiramente o questionário definitivo (Anexo VII) que ficou com 30 questões e 18 itens, em substituição das 32 questões e 17 itens presentes no pré-questionário.

No que concerne à relação existente entre as categorias, às hipóteses e as questões e itens da questão 16, descrita aquando a organização do pré-questionário, podemos observar o resumo das alterações efectuadas, no quadro seguinte.

Quadro 15 – Relação entre as Categorias, as Hipóteses e as Questões e Itens do Questionário

Categorias da Análise de

Conteúdo

Relação entre a variável – Tipo de Escola e as variáveis dependentes

Questões e Itens do Questionário 3 e 5 a) O tipo de escola tem influência no papel do Director de Turma. 9, 10; 11

4 b) O tipo de escola tem influência na elaboração do Projecto

Curricular de Turma.

16.11; 16.13, 16.16; 18; 19

6 c) O tipo de escola influencia o tipo de manifestações de

indisciplina que ocorrem com mais frequência na turma. 20; 21

6 d) O tipo de escola influencia as possíveis causas que propiciam

situações de indisciplina. 22

6 e) O tipo de escola influencia a acção/ estratégias utilizadas pelo

Director de Turma para combater a indisciplina. 23; 24

7 f) O tipo de escola tem influência na frequência com que actua o

Conselho de Turma Disciplinar 16.5; 16.6

8

g) O tipo de escola tem influência nas medidas/estratégias que possam ser trabalhadas na área não disciplinar – Formação Cívica para reduzir a indisciplina na turma.

16.4; 16.7; 16.15; 25

9

h) O tipo de escola influencia as perspectivas dos Directores de Turma face ao envolvimento da família na escola, de modo a contribuir para a diminuição da indisciplina.

16.1;16.8; 16.9; 16.10;

16.12

9 i) O tipo de escola tem influência nos possíveis benefícios que os

alunos podem obter com o envolvimento parental na escola. 16.3; 16.14

9 j) O tipo de escola tem influência nos factores que condicionam o

envolvimento parental na escola. 15; 16.17

10 k) O tipo de escola tem influência na frequência com que os

Encarregados de Educação comparecem na escola. 12; 13; 14

10 l) O tipo de escola influência a interacção entre o Director de

Turma, o Encarregado de Educação e o Aluno.

16.18, 26;

27; 28 10 m) O tipo de escola influencia as estratégias que o Director de

Turma opta para o envolvimento parental. 16.2; 29

10

n) O tipo de escola influencia as medidas de cooperação a implementar na parceria Escola/Família, de modo a combater a indisciplina.