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3 INOVAÇÃO EDUCACIONAL COMO PRINCÍPIO PEDAGÓGICO

4. ITINERÁRIO METODOLÓGICO: DA CONCEPÇÃO DO MÉTODO AOS PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

4.4 Análise de documentos

Juntamente as entrevistas, às fontes documentais é o outro instrumento a ser utilizado para a coleta de dados. Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (idem, 1999, p. 169) consideram “como documento qualquer registro escrito que possa ser usado como fonte de informação”. No tocante à educação, é muito comum o uso dos “livros didáticos, registos escolares, programas de curso, planos de aula, trabalhos de aluno [...]”. Nesse âmbito, os documentos se constituem em fontes primordiais de informações perfeitamente apropriadas à investigação do objeto proposto para este estudo.

Lüdke e André (2002, p. 38) corroboram com tal afirmativa quando justificam o valor técnico subjacente a análise documental. Para as autoras, a abordagem realizada por meio de documentos, além de juntar-se a outras fontes de pesquisa, enseja novas perspectivas a respeito da problematização de um tema. Em termos práticos, o documento designa qualquer forma de registro escrito contendo informações sobre um determinado assunto. Dentre estes, inserem-se “leis e regulamentos, normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, roteiros de programas de radio e televisão ate livros, estatísticas e arquivos escolares”.

No estudo de caso, por exemplo, Yin (2005, p. 114) o uso de documentos impõe relevo às evidências colhidas de outras fontes de informações. Sejam eles para “[...] verificar a grafia correta e os cargos ou nomes de organizações mencionados nas entrevistas”; explicitar as especificidades contidas “[...] nas informações obtidas através de outras fontes” e

inferir “[...] ao observar a lista de distribuição de um documento específico [...]”. Porém, as inferências aferidas não devem ser tidas como definitivas, mas como suposições inquiridas no processo investigativo correndo o risco de serem dadas como falsas.

Estes documentos permitem, por outro lado, auxiliar o pesquisador naquilo que ele estabelece como fundamento de suas afirmativas e declarações. Permitem ainda, abordar as informações em contextos determinados nos quais a pesquisa acontece. Nesse sentido, Yin (2005, p. 112) considera outras formas de documentos relevantes para o estudo de caso:

i. Cartas, memorandos e outros tipos de correspondências;

ii. Agendas, aviso se minutas de reuniões, e outros relatórios escritos de eventos em geral;

iii. Documentos administrativos – propostas, relatórios de avaliação e outros documentos internos;

iv. Estudos ou avaliações formais do mesmo “local” sob o estudo;

v. Recortes de jornais e outros artigos que aparecem na mídia de massa ou em informativos de determinadas comunidades.

Contudo, este autor chama a atenção para o cuidado que se deve ter no manuseio dos documentos quando estes já tiverem sido editados, ou mesmo, já terem ultrapassado o seu tempo de validade. Outro aspecto considerado por Yin, diz respeito às condições de produção e o nível de utilidade dos documentos ambientados em arquivo.

Segundo Gil (1999, p. 161), a disponibilidade de dados vindos de fontes documentais diz respeito aos objetivos traçados pelas instituições “que os coleta e os organiza”. Ele cita o exemplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) responsável em produzir informações socioeconômicas referentes aos dados da população brasileira, consignados a “idade, sexo, tamanho da família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda e etc”.

Em vista do exposto, a análise de documentos

É um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição dos conteúdos das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção (variáveis inferidas) das mensagens (BARDIN, 1987,160).

Sendo assim, dos registros de documentos irão permitir o acesso as informações relacionadas ao ProEMI, em sua relação com as políticas públicas para a educação básica, conforme especificados no quadro abaixo:

Quadro 3 – Seleção de Documentos para serem analisados.

Oficiais Técnicos

 Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB Nº: 7/2010).

 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - Parecer CNE/CEB N.º 5/2011.

 Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

 Documentos Orientadores do Programa Ensino Médio Inovador – ProEMI.

 Projeto político-pedagógico da SEDF.  Currículo do ensino médio das escolas da

SEDF participantes da pesquisa.

 Plano de Ação da Coordenação de Ensino Médio- COEMED da Subsecretaria de Educação Básica da SEDF.

 Plano de Ação da Coordenação Regional de Ensino participante da pesquisa.  Projetos político-pedagógicos das escolas

participantes da pesquisa.

 Documentos referentes à adesão do ProEMI pelas escolas participantes da pesquisa.

 Documentos referentes ao fluxo escolar dos estudantes das escolas de ensino médio da SEDF, participantes da pesquisa.

Fonte: Da autora.

Tendo os procedimentos de pesquisa e especificado os tipos de instrumentos para a coleta de dados, demonstraremos em um quadro abaixo, um quadro com a síntese desses procedimentos e as técnicas de pesquisa com seus respectivos, informantes.

Quadro 4 – Síntese dos procedimentos, técnicas e informantes da pesquisa. Procedimentos/Instrumentos

de pesquisa Informantes da pesquisa

Entrevista semiestruturada

 a Coordenadora da Secretaria de Educação Básica do MEC;  o Coordenador do Ensino Médio – COEMED, da SEDF;  o Gerente da Educação Básica – GEB da Coordenação

Regional de Ensino da SEDF;

 um Coordenador do Ensino Médio da GEB, da Coordenação Regional de Ensino da SEDF;

 dois Gestores (Diretores) das Escolas de Ensino Médio, da SEDF que aderiram o ProEMI e formam escolhidas para a pesquisa;

 três professores da escola A e três professores da escola B, em um total de 06 professores pertencentes às escolas que aderiram ao ProEMI, da SEDF;

 três estudantes da escola A e três estudantes da escola Bem um total de 06 estudantes pertencentes às escolas que aderiram ao ProEMI, da SEDF.

Análise documental

 Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB Nº: 7/2010).

 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - Parecer CNE/CEB N.º 5/2011.

 Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).  Documentos Orientadores do Programa Ensino Médio

Inovador – ProEMI.

 Projeto político-pedagógico da SEDF.

 Currículo do ensino médio das escolas da SEDF participantes da pesquisa.

 Plano de Ação da Coordenação de Ensino Médio- COEMED da Subsecretaria de Educação Básica da SEDF.

 Plano de Ação da Coordenação Regional de Ensino participante da pesquisa.

 Projetos político-pedagógicos das escolas participantes da pesquisa.

 Documentos referentes à adesão do ProEMI pelas escolas participantes da pesquisa.

 Documentos referentes ao fluxo escolar dos estudantes das escolas de ensino médio da SEDF, participantes da pesquisa. Fonte: Da autora.

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