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3 INOVAÇÃO EDUCACIONAL COMO PRINCÍPIO PEDAGÓGICO

4. ITINERÁRIO METODOLÓGICO: DA CONCEPÇÃO DO MÉTODO AOS PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

4.2 Procedimentos e instrumentos para coleta de dados

A pesquisa entendida aqui como uma atividade sistemática exercida a partir de critérios estabelecidos de forma clara e estruturada requer do pesquisador a escolha do método. Essa decisão faz parte dos protocolos da pesquisa quando se trata de formular conceitos e teorias sobre uma determinada realidade. Ademais, as pesquisas quando são apresentadas impõem crenças e comportamentos adequando o modo de como as sociedades humanas se relacionam com a cultura e o conhecimento produzidos historicamente.

Com isso, espera-se do pesquisador adequar a seleção dos procedimentos técnicos ao método de investigação para não correr o risco de confundir o percurso da pesquisa. Uma vez dito isso, a certificação de tais procedimentos “[...] determinará as estratégias, técnicas e métodos de alcançar a comprovação, coerentes com a concepção assumida e, também, à eleição de técnicas que permitirão melhor reunir as informações indispensáveis” (CHIZZOTTI, 2008, p. 26).

Todavia, o pesquisador em seu processo de escolha não deve limitar-se a fontes reduzidas de dados, tendo em vista a variedade de informações que poderá existir sobre o informante. Certamente, essa escolha assemelha-se aos métodos qualitativos pela própria natureza que define esse tipo de pesquisa. Ou seja, a seleção dos instrumentos para a coleta de dados implica na adoção de fontes multi-metodológicas de informações, a exemplo das formas e usos de documentos, entrevistas, relatos, memória e etc.

Com base no exposto, o procedimento para a coleta de dados que alimentará esta pesquisa incluirá uma combinação de elementos colhidos de fontes quantitativas e qualitativas integradas ao contexto do objeto. A combinação entre ambas permite comparar os resultados, no sentido de fomentar, ou mesmo, corroborar com a validação substanciada dos achados da pesquisa. De outro modo, o rigor de tal procedimento preceitua apresentar as estratégias de identificação e especificação dos dados que deverão ser coletados (CRESWELL, 210).

O campo empírico da pesquisa abrangerá duas escolas de ensino médio da rede pública do DF que aderiram o ProEMI. A seleção destas escolas foi feita com base nos seguintes critérios: Essa escolha se deve a pontuação que as escolas obtiverem na avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) elevando as notas dos estudantes. Outro dado relevante a esse respeito foi com relação a aprovação desses estudantes no vestibular de universidades públicas149. Interessante ressaltar é que estas escolas situam-se na Região Administrativa do Plano Piloto em Brasília.

Dessa forma, algumas questões norteadoras antecedem as investigações: daria para correlacionar os pontos positivos do ProEMI entre essas escolas? Quais os pontos em comuns que estas escolas apresentam em relação à adesão do ProEMI? Haveria convergência na proposta de reformulação curricular entre as escolas? Em que aspectos a gestão dos Diretores se assemelham em relação ao desenvolvimento do ProEMI?

A seguir, tem-se um quadro contendo os objetivos alinhados aos procedimentos/instrumentos de pesquisa.

149 Entre essas universidades estão a Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

Quadro 2 – Objetivos e procedimentos/instrumentos de pesquisa.

Objetivos Descrição do Objetivo Fontes de Dados

Geral

 Analisar e explicitar as intenções de melhoria do ProEMI no ensino médio do DF, no período de 2009 a 2014.

 Dados do Censo Escolar, das entrevistas semiestruturadas e a análise de documentos.

Específicos

 Explicitar e analisar se a reformulação curricular proposta pelo ProEMI implicou em mudanças significativas nas escolas de ensino médio do DF.

 Análise de documentos.  Entrevista semiestruturada.

 Identificar e analisar em quais disciplinas do currículo escolar as propostas de inovação curricular apontadas pelo ProEMI, foram mais perceptíveis em relação às mudanças na concepção de ensino médio.

 Análise de documentos.  Entrevista semiestruturada.

 Explicitar a percepção dos gestores e coordenadores do ProEMI em âmbito nacional, central e local sobre o reconhecimento do Programa como política educacional voltada para a melhoria da qualidade do ensino médio.

 Entrevista semiestruturada.  Estatísticas do censo escolar.

 Verificar e analisar se a concepção de currículo postulada nos Documentos Orientadores do ProEMI condiz com a reformulação curricular realizada pelas escolas de ensino médio do DF, que aderiram ao Programa.

 Análise de documentos.

 Analisar se o ProEMI melhorou os indicadores de evasão e repetência nas escolas públicas do DF.

 Estatísticas do censo escolar.

Fonte: Da autora.

Apontado os procedimentos de pesquisa, a coleta de dados se fará por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental. O uso destes instrumentos está assim justificado.

4.3 Entrevista

Segundo Poupart (2010, p. 223), “[...] quando se trata de dar conta do ponto de vista dos atores” a entrevista nas pesquisas qualitativas pode ser considerado um recurso privilegiado e eficaz de coleta de dados. No estudo de caso, ela representa uma importante fonte de informações colhidas da interação social estabelecida entre do condutor da entrevista e o seu entrevistado. Conforme destacou Haguette (idem, ibdem, 2001, p. 86), esta interação implica em quatro componentes: “a) o entrevistador; b) o entrevistado; c) a situação da entrevista; d) o instrumento de captação de dados ou roteiro de entrevista”. De outra parte, quando aplicadas ao estudo de caso, as entrevistas quase sempre são dirigidas de “forma espontânea” (Yin, 2006). Em vista disso, a entrevista ao passo que aproxima o pesquisador dos sujeitos investigados, aprofunda o seu foco de análise e penetra nas especificidades mais complexas do objeto de estudo.

A esse respeito, Lüdke e André (idem, p. 33) relatam que

A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos [...] pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e intima, assim como temas de natureza complexa e de escolhas nitidamente individuais.

Assim, em vistas a favorecer a relação interativa do entrevistador com o entrevistado optou-se pela modalidade da entrevista semiestruturada considerando nesse formato de entrevista, um roteiro menos enrijecido de perguntas ao ponto de deixar o entrevistado, com um lastro maior de possibilidades dele se expressar. Nas entrevistas semiestruturadas o entrevistador, ao passo em que estrutura o rol de perguntas de forma clara e objetiva, estas ocorrem de modo mais flexível oportunizando um volume diversificado de informações sobre o entrevistado.

Para a realização desta pesquisa, que objetiva analisar o ProEMI e as intenções de melhoria do ensino médio, nas escolas públicas do DF, será informado os sujeitos que participarão das entrevista semiestruturadas. Após essas informações, apresentamos no Anexo B, o roteiro de perguntas dessas entrevistas endereçadas a cada um dos informantes mencionados:

 a Coordenadora da Secretaria de Educação Básica do MEC;  o Coordenador do Ensino Médio – COEMED, da SEDF;

 o Gerente da Educação Básica – GEB da Coordenação Regional de Ensino da SEDF;

 um Coordenador do Ensino Médio da GEB, da Coordenação Regional de Ensino da SEDF;

 dois Gestores (Diretores) das Escolas de Ensino Médio, da SEDF que aderiram o ProEMI e formam escolhidas para a pesquisa;

 três professores da escola A e três professores da escola B, em um total de 06 professores pertencentes às escolas que aderiram ao ProEMI, da SEDF; e  três estudantes da escola A e três estudantes da escola Bem um total de 06

estudantes pertencentes às escolas que aderiram ao ProEMI, da SEDF.

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