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7 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.1 Análise dos dados qualitativos, coletados de um grupo focal

7.1.1 Preço da mensalidade e tempo do curso – fatores que influenciam a tomada de decisão

Os alunos, quando estimulados a discorrer sobre a principal vantagem em estar cursando um curso tecnológico na Faculdade Ateneu, foram enfáticos ao responder que o preço é o maior atrativo.

O primeiro aluno que se pronunciou quanto à questão respondeu “preço”. O segundo “professor”. O terceiro “tempo de duração do curso”. O quarto “assim... o fato também da duração do curso, porque assim é... enquanto uma pessoa faz o bacharelado passa quatro anos se graduando, a gente passa dois anos e consegue, às vezes, entrar nesse mercado, vamos supor, no tempo recorde...” O quinto aluno assinalou que “No meu caso, eu trabalho numa empresa financeira, na área de plano de saúde. Mais no meu caso eu entrei mais por conta do preço acessível, e porque eu sou um cara que veio lá de baixo.. minha família é pobre e dificuldade passo mesmo..ao mesmo tempo que trabalhar..o mesmo tempo tô passando na faculdade, tenho que ajudar em casa com o mesmo dinheiro que eu recebo...tem que ter um

preço acessível para mim poder cursar um curso superior, eu que sempre estudei em colégio público”.

Com base nas respostas acima, podemos concluir que o preço da mensalidade, realmente, é o maior fator atrativo para os alunos entrevistados estarem frequentando um dos cursos tecnológicos da Faculdade Ateneu.

Relacionado ao tempo de duração do curso, podemos perceber que é uma outra vantagem que se apresentou de forma evidente durante a entrevista. Podendo- se inferir que a importância em cursar um curso de pós-graduação, destacada na pesquisa quantitativa, deve-se ao fato de que em tempo menor que um bacharelado tradicional com duração de 04 anos, o estudante do curso tecnológico tem a chance de concluir o seu curso de graduação e pós-graduação e ainda sobrar tempo para outras atualizações.

O fator infra-estrutura é o que obtém maior descontentamento por parte dos alunos entrevistados, acompanhado pela falta de bons serviços prestados a eles. O primeiro aluno que se pronunciou destaca “as salas são muito quentes.... os ventiladores não ventilam nada....” O segundo “os serviços prestados refletem no geral. Porque se você vai passar uma reclamação, sei lá, de infra-estrutura ou de professor ou de alguma outra dificuldade que você venha a ter, dificilmente isso vai pra frente. É aquela coisa, eles dão o atendimento que não é atendimento. Eles dão aquele atendimento tipo:Eu quero que você vá embora daqui. Me diga só o que você quer que eu vou dizer o que você quer ouvir, mas não vou resolver. É essa postura que eles adotam”.

Com mínimas exceções, o fator infra-estrutura figurou-se como o maior ponto de descontentamento entre os alunos entrevistados. Entretanto, percebe-se que os fatores positivos, já citados acima, possuem valor ponderado maior do que os fatores negativos, tendo como resultado um saldo positivo para as classes que procuram, antes de tudo, preço da mensalidade e tempo de duração do curso em uma instituição de Ensino Superior.

7.1.2 Curso superior x emprego

Decorrente da busca constante de profissionais qualificados, o perfil dos candidatos selecionados tem progredido para a elevação do nível de formação

desses, tanto a nível de contratação por parte das empresas privadas quanto públicas.

Em passado recente, alcançar a conclusão do nível de segundo grau era o bastante para concorrer, de forma não discriminatória, com os demais candidatos. Hoje as empresas exigem mais, o mercado de trabalho encontra-se mais exigente, obrigando o trabalhador a buscar o crescimento da sua formação, muitas vezes, através da conclusão de um curso de nível superior.

A visão do autor deste trabalho, derivada da interpretação relacionada ao estudo da entrevista grupal, dos alunos entrevistados quanto ao tema: curso superior x emprego, é a seguinte:

O primeiro entrevistado destaca o seu ponto de vista nesta colocação: “eu já trabalho no ramo de mexer com aluno, então é triste você tá aqui, fazendo seu trabalho, e chegar alguém e diz -“Olha essa pessoa vai lhe substituir porque ela tem nível superior e você não tem”. Como eu já vi casos e casos acontecerem desse jeito. Sou formado em Educação Física, eu já vi senhores veteranos que tão aí em pleno seus direitos perante a lei, né ?... e chegar a diretora e dizer assim: “olhe, você vai ter que abrir um espaço...a partir de hoje, o seu lugar na educação física vai ser este, você não tem nível superior...então eu já visando esse lado meu, por esse lado educacional, porque em breve eu vou abrir um colégio pra mim”.

O segundo entrevistado assim manifestou-se: “Hoje, por exemplo, a UFC e a UECE, como vocês sabem, quem entra, a maioria é aqueles caras que estudaram desde pequeno em colégio particular até o terceiro ano. Eu acho que na Faculdade Particular o que tá tendo mais é aqueles, no meu caso, que tão trabalhando para poder pagar o seu estudo pra poder crescer na vida, né? Agora no caso das Faculdades Estaduais, é aqueles que só estudam. não têm com que gastar ou a família já tem, tudo já, aí só estuda, só estuda, por isso passa. No meu caso, assim não tinha como eu estudar e trabalhar, porque, se eu quisesse passar na UFC ou na UECE eu tinha que só estudar, que no caso é difícil, e agora só entra quem estuda em ARI de Sá, Sete de Setembro e, no meu caso, eu tinha que trabalhar pra poder sustentar a família. Então, pra mim crescer, eu tive que optar por uma Faculdade Particular, porque eu tinha que trabalhar para poder estudar.

Podemos inferir, decorrente da investigação, que a conclusão de um curso superior é importante para a conquista do mercado de trabalho. Foram feitas

algumas 1colocações desfavoráveis quanto à instituição de ensino superior ser privada, alegaram que há preconceitos frente ao mercado de trabalho.

Após uma análise criteriosa do crescimento do número de alunos matriculados anualmente nas instituições privadas, bem como sua participação no cenário nacional, que chega a ultrapassar 70%, junto ao recuo de investimentos do setor público em educação superior, traduzido em laboratórios sem equipamentos, número limitado de professores, desmotivação do corpo docente, greves quase anuais, chega-se à conclusão de que o preconceito que existe e que outrora existia mais fortemente frente a contratação dos egressos das instituições de ensino superior privadas tende a diminuir, consideravelmente, ao longo dos próximos anos.

Outra informação que reforça a preocupação com a empregabilidade é que 80% dos alunos entrevistados trabalham. Eles pagam a sua mensalidade, levando a crer que estão naquele recinto por vontade própria, motivados pela expectativa de crescer na vida profissional.