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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.2 Avaliação dos Danos e Prejuízos

5.2.5 Análise dos eventos de chuva Ano 2004

De acordo com Olímpio (2017), o ano de 2004 foi um período em que a região Nordeste como um todo foi impactada por fortes precipitações. Durante o começo do ano de 2004, as condições do Oceano Pacífico Equatorial apresentavam TSM – Temperatura da Superfície do Mar em torno da média, caracterizando um evento Neutro. No Oceano Atlântico Equatorial as condições de TSM apresentavam um dipolo em sua fase positiva na determinação do regime de chuvas (BARBIERI, 2014; OLÍMPIO, 2017).

Dos 24 desastres hidrometeorológicos por ECP registrados no ano de 2004, 37,50% (nove registros) correspondem aos estados do Ceará e todos foram do tipo inundações (Quadro 7). Vale resaltar que os dados diários de precipitação dizem respeito a chuva registrada entre 09:01 horas até às 09:00 do dia seguinte. Portanto, para os município de Iruaçuca, Piquet Carneiro, Jardim e Quixeló o volume pluviométrico responsável por deflagrar o desastre está representado graficamente um dia após a data informada nos formulários de danos.

O evento do dia 22.01.2004, foi registrado no município de Iruaçuba no estado do Ceará (Quadro 7A), com um acumulado mensal de 432,5 mm. O volume de chuva responsável pelo desastre corresponde a 28,72% (124,2 mm), sendo 18,0 mm registrados no episódio (72 horas que antecendem a data do desastre) e 106,2 mm no dia do evento. Observa-se ainda que o maior volume de chuva no mês foi registrado no dia 29 (120,0 mm). Entretanto, não houve nenhum registro de desastres hidrometeorológicos no município.

O volume de chuva registrado no município de Piquet Carneiro (Quadro 7B), no estado do Ceará, em 2004 foi de 473,6 mm. O volume de precipitação responsável pelo desastre de ECP representa 64,19% do acumulado mensal, tendo sido 31,88% (151,0 mm) registrados no episódio de 72 horas que antecedem o desastre e 32,31% (153,0 mm) registrados na data do desastre hidrometeorológico (27 de janeiro 2004).

O quadro 7C mostra o acumulado mensal no mês de janeiro de 2004 para o município de Lavras de Mangabeira (387,8 mm). O volume de precipitação responsável pelo desastre de ECP reconhecido no município corresponde a apenas 13% do acumulado mensal, sendo 16,4 mm de chuva registrados no espisódio de 72 horas e 34,0 mm registrados na data do desastre (28 de janeiro de 2004).

O município de Tarrafas (Quadro 7D) acumulou em janeiro de 2004 um total de 466,2 mm de precipitação, o volume de chuva responsável por deflagrar o desastre hidrometeorológico de ECP corresponde a 21,02 % da chuva do mês, sendo 52,0 mm na data

do evento (30 de janeiro de 2004) e 46,0 mm registrados no episódio de 72 horas da data do evento.

O quadro 7E apresenta a precipitação do mês de fevereiro de 2004 para o município de Jardim no estado do Ceará. O total acumulado no mês foi de 248,2 mm. O volume de chuva responsável por deflagrar um desastre de ECP no município representa 41,45% (103,0 mm) do acumulado mensal, sendo o volume de chuva para o dia 02 de fevereiro (data do desastre) de 99,0 mm (39,84%). Observa-se que o maior volume de chuva no mês foi registrado no dia 03 (68,0 mm).

O volume de chuva registrado no município de Quixeló em fevereiro de 2004 foi de 202,0 mm. Por sua vez, o acumulado de precipitação responsável por deflagar o desastre hidrometeorológico de ECP corresponde a 28,50% (58,7 mm) da chuva mensal, conforme o quadro 7F.

O evento do dia 05.02.2004 foi registrado no município de Aurora (Quadro 7G), a leste da Chapada do Araripe. O volume de chuva do mês de fevereiro no município foi de 341,5 mm, sendo que a média histórica das chuvas para o mês de fevereiro para o município é de 153,6 mm. O volume de chuva responsável pelo desastre é de 93,1 mm, representando 26,98% do acumulado mensal, sendo de 77,4 mm a precipitação registrada no episódio de 72 horas e apenas 15,7 mm registrados no dia do evento. Destaca-se que o maior volume diário de precipitação foi registrado nas 72 horas (53,5 mm – no terceiro dia do mês). Considerou- se, portanto, o volume de precipitação entre o primeiro e o quinto dias do mês de fevereiro como sendo responsável por ocasionar o desastre hidrometeorológico no município.

O evento do dia 16 de fevereiro de 2004, registrado no município de Juazeiro do Norte no estado do Ceará (Quadro 7H), teve um acumulado mensal de precipitação pliviométrica de 506,0 mm. A chuva responsável por ocasionar o desastre de ECP representa 32,81% da chuva do mês (166,0 mm), conforme representação gráfica.

Quadro 7. Precipitações diárias dos meses de janeiro e fevereiro de 2004, para os municípios do Ceará que decretaram desastre hidrometeorológico por ECP

Iruaçuba-A Evento do dia 22 de

Piquet Carneiro-B Evento do dia 27 de janeiro Lavras de Mangabeira- C Evento do dia 28 de janeiro Tarrafas-D Evento do dia 30 de janeiro Jardim-E Evento do dia 02 de fevereiro Quixeló-F Evento do dia 03 de fevereiro Aurora-G Evento do dia 05 de fevereiro

Juazeiro do Norte-H Evento do dia 16 de fevereiro Farias Brito-I Evento do dia 18 de fevereiro

Dias

Fonte: FUNCEME. Elaborado pela autora

O quadro 7I mostra o acumulado mensal do mês de fevereiro de 2004 para o município de Farias Brito no estado do Ceará (454,0 mm). O volume de precipitação responsável pelo desastre de ECP no município corresponde a 27,93% (126,8 mm) do acumulado do mês, sendo registrado no episódio de 72 horas de ocorrência do desastre, conforme a representação gráfica.

Conforme Barbieri (2014), o mês de janeiro de 2004 foi o janeiro mais chuvoso de todas as séries de observações do Ceará, inclusive tendo um total médio de chuva na região superior aos meses de abril e março20 de alguns anos com observações no passado. Ainda de acordo com Barbieri (2014), as chuvas registradas em janeiro de 2004 foram bem distribuidas no tempo e no espaço em todas as regiões cearenses. Com a presença da ZCIT, as chuvas mantiveram uma boa distribuição espacial e temporal em fevereiro de 2004, sobre todas as regiões do Ceará (INMET 2004; BARBIERI. 2016, p. 170).

No tocante aos volumes de chuva deflagradores de desastres por ECP nos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte a figura 13 e o quadro 8 mostram a distribuição diária da precipitação. Na Paraíba, o desastre de ECP do tipo enxurrada registrado no município de Santana de Mangueira (Paraíba) teve uma análise diferenciada, devido ao período de ocorrência informado no AVADAN. A figura 13 mostra a distribuição da precipitação pluviométrica durante os meses de janeiro e fevereiro de 2004 no município.

Figura 13. Precipitação diária dos meses de janeiro e fevereiro de 2004 em Santana de Mangueira-PB

Fonte: AESA. Elaborado pela autora

No que tange ao volume de chuva que ocasionou o desastre hidrometeorológico de ECP no município, foi possível observar que, durante o período de 35 dias (janeiro ao quarto dia de fevereiro de 2004), o volume de chuva acumulado foi de 555,0 mm, sendo 449,3 mm registrados no mês de janeiro e 105,7 mm registrados do primeiro ao quarto dia de fevereiro.

Conforme foi apresentado na tabela 22 (página 89), valorizaram-se os eventos de quantitativos iguais ou superiores a 60,0 mm dias para análise, enquadrando-os na categoria de eventos extremos, representando 42,11% do acumulado do período (233,7 mm).

A chuva do dia 27.01.2004, corresponde a 17,27% da precipitação acumulada no mês de janeiro. Somando essa quanto à do evento de chuva extrema do dia 30 do mesmo mês (92,1 mm), obtém-se 37,77% de toda a precipitação pluviométrica de janeiro de 2004 (169,7 mm) para o município de Santana de Mangueira. Destaca-se que o valor acumulado nos dias 27 e 30 de janeiro é superior à Normal Climatológica (1981-2010) para a região, que é de 163,2 mm para o mês de janeiro. O evento intenso do dia 03.02.2004 (Figura acima) corresponde a uma chuva diária de 64,0 mm, representando 25,31% da chuva do mês de fevereiro.

Com base no Boletim Climanálise (INMET, 2004) e nas informações das Cartas de pressão da Marinha do Brasil, durante o mês de fevereiro de 2004, a localização da ZCIT, ao sul da posição climatológica, favoreceu a ocorrência de chuvas na região do NEB.

O quadro 8 mostra a distibuição mensal das precipitações diárias para os municípios que registraram ECP nos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte no ano de 2004 e que apresentaram dados pluviométricos para análise.

O evento do dia 10/01/2004 (Quadro 8A) foi registrado no município de Catingueira (Paraíba). O volume de precipitação pluviométrica em janeiro de 2004 no município foi de 564,2 mm, quando o esperado para o mês é de 84,7 mm (AESA, 2019). Ou seja, choveu 479,5

mm acima da climatologia do mês. Nota-se que o evento não foi registrado pelo órgão responsável pelo monitoramento das chuvas no estado. Nenhum volume de precipitação na data de ocorrência do evento foi informada no AVADAN e tampouco a chuva registrada no episódio (72 horas que antecendem a data do desastre - 1,8 mm) seria responsável por deflagrar um desastre hidrometeorológico de nível III. Portanto, considerou-se a chuva registrada no dia 11/01/2004 (24,3 mm) como sendo responsável por deflagarar o desastres de ECP, tendo em vista que as precipitações são totalizadas de 9:01 às 9:00 da data do referente dado, como mencionado anteriormente. Também observou-se que o maior volume diário de precipitação foi registrado no dia 18 do mês (84,3 mm), sendo este um volume de chuva esperado para todo o mês de janeiro para o município de Catingueira.

O evento do dia 17.01.2004 (Quadro 8B) foi registrado no município de São José da Lagoa Tapada (Paraíba). O acumulado mensal de precipitação foi de 374,4 mm, quando a climatologia para janeiro é de 127,1 mm (AESA, 2019). O volume de chuva responsável por deflagrar o desastre hidrometeorológico de ECP do tipo enxurrada foi de 170,0 mm, registrado no dia 18, conforme a representação gráfica. Este volume diário de chuva corresponde a 45,41% do acumulado mensal, sendo o maior volume de precipitação registrado no mês de janeiro de 2004 no município.

O evento do dia 28.01.2004 (Quadro 8C) foi registrado no município de Picuí (Paraíba). O total registrado (279,4 mm) no mês foi superior à climatologia para janeiro no município (29,7 mm), conforme Aesa (2019). A chuva responsável por deflagrar o desastre do tipo enxurrada foi de 57,4 mm (20,57% do acumulado mensal), sendo registrados 52,2 mm no episódio de 72 horas da data de ocorrência do desastre hidrometeorológico de ECP.

O quadro 8D mostra a precipitação do mês de janeiro de 2004 para o município de Carnaubeira da Penha (Pernambuco), onde foi registrado um total mensal pluviométrico de 554,0 mm. O desastre de ECP do tipo enxurrada foi registrado pela Defesa Civil no dia 28.01.2004. Entretanto, o volume de precipitação foi registrado no dia posterior. Portanto, considera-se como sendo o volume de chuva na data do desastre os valores registrados dos dias 28 e 29 do mês, somando assim 55,0 mm. Considera-se ainda que o volume de precipitação (31,0 mm) registrado no episódio das 72 horas contribuiu para deflagrar o desastre. Sendo assim, o volume de chuva responsável por ocasionar a enxurrada no município de Carnaubeira da Penha foi de 86,0 mm.

Quadro 8. Precipitação diária dos meses de janeiro e fevereiro de 2004, para os municípios da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte que decretaram desastre hidrometeorológico por ECP

Catingueira (PB)-A Evento do dia 10 de janeiro

São José da Lagoa Tapada (PB)-B

Evento do dia 17 de janeiro

Picuí (PB)-C Evento do dia 28 de janeiro

Carnaubeira da Penha (PE)- D

Evento do dia 28 de janeiro

Parari (PB)-E Evento do dia 29 de janeiro

Junco do Seridó (PB)-F Evento do dia 30 de fevereiro

São José dos Cordeiros (PB)- G

São João do Tigre (PB)-H Evento do dia 30 de janeiro

Sanharó (PE)-I Evento do dia 05 de fevereiro

Parelhas (RN)-J Evento do dia 05 de fevereiro

Santa Cruz (RN)-K Evento do dia 05 de fevereiro

Pau dos Ferros (RN)-L Evento do dia 05 de fevereiro

Brejo de Madre de Deus (PE)-M

Evento do dia 05 de fevereiro

Dias

Fonte: AESA/APAC/IPA/EMPARN. Elaborado pela autora

O evento do dia 29.01.2004 (Quadro 8E), foi registrado no município de Parari (Paraíba). O acumulado mensal de precipitação foi de 241,7 mm. O volume de chuva responsável por deflagrar o desastre do tipo chuva intensa foi de 51,2 mm, compondo 21,18%

da chuva do mês, sendo 34,2 mm registrados do episódio de 72 horas e 17,0 mm na data de ocorrência do desastre. O maior volume diário de precipitação registrado no mês de janeiro de 2004 no muncípio foi de 40,2 mm (15.01.2004). Porém, não houve registro de desastre hidrometeorológico.

O desastre de ECP do tipo enxurrada reconhecido no município de Junco do Seridó (Paraíba), ocorreu no dia 30.01.2004 (Quadro 8F). O volume de precipitação pluviométrica em janeiro de 2004 no município foi de 520,6 mm. Observa-se que as chuvas ocorreram com frequência a partir do dia 12 do mês, com registros de chuvas extremas, a exemplo do dia 26, com registro de 101,4 mm, o que representa 19,48% de tota a chuva mensal. O volume de precipitação pluviométrica acumulado entre o episódio de 72 horas que antecedem o desastre e a data do referido desastre foi de 34,5 mm. Entretanto, é importante ressaltar que devido às fortes chuvas nos dias que sucederam o desastre, o solo perdeu parte de sua capacidade de infiltração21, ficando saturado na data de ocorrência do desatre de ECP registrado do município.

O quadro 8G mostra a distribuição da precipitação no mês de janeiro de 2004 para o município de São José dos Cordeiros (Paraíba). Foi registrado um total mensal de 468,6 mm de precipitação, quando a climatologia para o mês é de apenas 23,6 mm (AESA, 2019). Houve um desvio absoluto de 445,0 mm. O volume de chuva que corresponde à data do evento (30.01.2004) foi de 68,1 mm, sendo 66,8 mm registrados durante o episódio de 72 horas. A distribuição temporal das chuvas seguiu o mesmo padrão observado no município de Junco do Seridó, com grandes volumes diários de precipitação antecedendo a data de ocorrência do desastre, comprometendo a capacidade de infiltração do solo.

Foi registrado também no dia 30.01.2004 (Quadro 8H) um desastre hidrometeorológico de ECP no município de São João do Tigre (Paraíba). O acumulado de precipitação em janeiro de 2004 no município foi de 423,6 mm, quando a climatologia do mês é de apenas 51,4 mm (AESA, 2019). O volume de chuva responsável por deflagrar o desastre foi de 82,4 mm, sendo 65,0 mm registrados no episódio de 72 horas que antecederam o desastre.

O evento do dia 05.02.2004 (Quadro 8I) foi registrado no município de Sanharó (Pernambuco). O total acumulado de precipitação em fevereiro de 2004 no município foi de 154,7 mm. O volume de chuva responsável por deflagrar o desastre de ECP do tipo enxurrada foi de 109,4 mm, sendo 73,0 mm registrados na data de ocorrência do desastre e 36,4 mm

21 Capacidade de infiltração: é a quantidade máxima de água que pode infiltrar no solo em um dado intervalo de tempo. A capacidade de infiltração só é atingida

registrados no espisódio de 72 horas. O volume de chuva que ocasionou o desastre compôe 75,09% de toda a chuva do mês de fevereiro de 2004.

O quadro 8J apresenta a distribuição da precipitação no mês de fevereiro de 2004 para o município de Parelhas (Rio Grande do Norte), onde foi registrado um total pluviométrico de 218,2 mm. O volume de chuva acumulado na data de ocorrência do desastre (05.02.2004) foi de 40,2 mm. Considerando que a precipitação é totalizada das 09:01 às 09:00 da data do referente dado, o volume de precipitação registrado durante o episódio de 72 horas foi de 70,0 mm. Portanto, o volume de chuva responsável por deflagrar o desastre de ECP no município de Parelhas corresponde a 50,50% (110,2 mm) do acumulado no mês de fevereiro de 2004. Obsegva-se ainda que o maior volume diário de chuva foi registrado no dia 27 do mesmo mês (90,0 mm), porém, não houve registro de desastres.

No período de Janeiro de 2004, os sistemas que atuararam sobre o NEB foram Cavado – CV, Alta da Bolívia – AB, Vórtices Ciclônicos de Altos Níves – VCAN e Complexos Convectivos de Mesoescala (INMET. 2004, BARBIERI, 2014).

Para o mês de fevereiro de 2004, conforme INMET, 2004, a ZCIT estava localizada ao sul da posição climatológica, ou seja, abaixo da linha do Equador, favorecendo a ocorrência de chuvas no norte do NEB.

A figura 14 mostra a distribuição da precipitação pluviométrica durante o mês de março de 2004, no município de São José do Sabugi no estado da Paraíba, onde foi registrado um desastre de ECP no dia 09.03.2004. Não foi registrado pelo órgão responsável pelo monitoramento das chuvas do estado nenhum volume de precipitação na data de ocorrência do evento informada no AVADAN. Entretanto, a chuva registrada no episódio episódio (72 horas que antecendem a data do desastre - 51,0 mm) representou 53,68% da precipitação acumulada durante todo o mês de março (95,0 mm). Portanto, considera-se a chuva acumulada no episódio de 72 horas como sendo responsável por deflagarar o desastre de ECP no município.

Figura 14. Precipitação diária do mês de março de 2004 em São José do Sabugi, na Paraíba

Fonte: AESA. Elaborado pela autora 0 0 0 0 0 0 9 42 0 0 0 0 5 0 0 24 6 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 (m m ) Dias

Houve uma predominância de chuvas abaixo da média histórica no centro e norte do NEB em março de 2004, pois a atuação da ZCIT ocorreu preferencialmente sobre o noroeste do Maranhão. Contudo, em São José do Sabugi (Paraíba), registraram-se chuvas isoladas que causaram enxurradas, causando perdas materiais (INMET, 2004).

5.2.6 Análise do evento de chuva - Ano 2010

A figura 15 apresenta a distribuição de chuvas durante o mês de junho de 2010 no município de Correntes, onde foi registrado um desastre hidrometeorológico de ECP no dia 18.06.2010. O município de Correntes está localizado na Microrregião Garanhus do estado do Pernambuco, distante 257,7 km da capital Recife. Conta atualmente com uma população de 18.144 habitantes (IGBE, 2019).

Não foi possível observar o acumulado de chuval mensal, tendo em vista que há ausência de dados diários a partir do dia 23 do referido mês. A chuva referente à data do desastre foi de 238,0 mm (registrada das 09:01 horas do dia 18 até as 09:00 horas do dia 19 de março), representando 56,52% da precipitação registrada no mês de junho. Somando esse número ao acumulado de chuva do episódio de 72 horas que antecederam o desastre (41,7 mm – 9,90%), tem-se 66,42% de toda a chuva registrada em junho de 2010 no município de Correntes.

Figura 15. Precipitação diária do mês de junho de 2010 em Correntes no Pernambuco

Fonte: APAC/IPA. (*) Ausência de dados diários. Elaborado pela autora

É importante mencionar que, conforme a classificação climática proposta por Danni- Oliveira (2007), o tipo climático de Correntes é clima tropical litorâneo do Nordeste oriental, com 5 a 7 meses secos.