ANÁLISE DOS INDICADORES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O cálculos dos indicadores econômico-financeiros sobre os dois principais demonstrativos da empresa proporcionam informações valiosas na tomada de decisão, através da apresentação da situação da empresa nestes dois fatores, econômica e financeiramente.

Os indicadores abordados do estudo indicam o nível de endividamento da empresa bem como, o grau de liquidez desta e, também o giro do estoque durante o período. Estes dados proporcionam informações para a identificação da raiz e a solução do problema, além de traçar novos caminhos para o crescimento saudável da empresa. A seguir, são apresentadores os indicadores econômico-financeiros do estudo.

4.5.1 Cálculo coeficiente de liquidez circulante

Com base no cálculo da liquidez circulante apresenta-se a capacidade de pagamento diante de suas obrigações, confrontando os recursos disponíveis, bens e valores a receber classificados no curto prazo com as obrigações de curto prazo, ou seja, os itens do Ativo Circulante e Passivo Circulante do Balanço Patrimonial da empresa.

O quadro 37 apresenta os resultados deste indicador, nos dois anos determinados para o estudo, 2016 e 2015.

Quadro 37 - Cálculo coeficiente de liquidez circulante

Período 2015 2016

Ativo Circulante R$ 1.171.656,98 R$ 1.375.545,72

Passivo Circulante R$ 408.965,36 R$ 255.353,56

Coeficiente de Liquidez Circulante 2,86 5,39

Fonte: Dados conforme pesquisa da autora (2017)

Conforme pode-se observar, nos dois anos analisados a empresa supera o índice padrão de 2,0 estabelecidos como bom desempenho. No ano de 2015, a empresa apresentou um coeficiente de 2,86, 0,86 acima do padrão. Já em 2016, este coeficiente aumentou significativamente, para 5,39.

É possível identificar que, a empresa atua com boas condições de liquidação de suas obrigações de curto prazo, identificando que, em ambos os anos, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa tem respectivamente, R$ 2,86 e R$ 5,39 de bens e direitos de curto prazo.

Este coeficiente pode gerar a necessidade de conversão dos itens de estoque em disponibilidades para a quitação das obrigações portanto, gera um indicador incerto que, além desta dependência, pode estar com valor de estocagem defasado não indicando o real valor do estoque da empresa.

4.5.2 Coeficiente de liquidez seca

O cálculo do coeficiente de liquidez seca, se diferencia do anterior por desconsiderar o valor do estoque, representando uma situação mais real e, com menos dependência da realização de vendas durante o período.

Quadro 38 apresenta o resultado do coeficiente de liquidez seca nos períodos de 2015 e 2016.

Quadro 38 - Coeficiente de liquidez seca

Período 2015 2016

Ativo Circulante R$ 1.171.656,98 R$ 1.375.545,72

Estoque R$ 508.305,70 R$ 678.223,80

Passivo Circulante R$ 408.965,36 R$ 255.353,56

Coeficiente de Liquidez Seca 1,62 2,73

De acordo com os autores pesquisados, este coeficiente não pode ser inferior a 1,0, neste caso, novamente em ambos os anos a empresa apresenta bom desempenho, sendo no ano de 2016, o maior diferencial devido à diminuição do Passivo Circulante em pouco mais da metade do ao apresentado no ano de 2015.

Em 2015, apresentou um coeficiente de 1,62 e, em 2016, 2,73, evidenciando a independência em relação aos valores de estoque para a liquidação de obrigações de curto prazo. Em outras palavras, mesmo sem os valores de estoque, para cada R$ 1,00 de obrigações de curto prazo, existem R$ 1,62 e R$ 2,73 de disponibilidades e valores a receber de curto prazo.

O indicador gerado por este cálculo evidencia também que a empresa mesmo em períodos de queda de vendas tem a capacidade de manter suas atividades, quitando suas obrigações de funcionamento.

4.5.3 Coeficiente de liquidez imediata

O coeficiente de liquidez imediata retrata a capacidade de liquidação das obrigações de curto prazo apenas com os valores das disponibilidades da empresa. As disponibilidades são considerados apenas os valores em Caixa, saldos bancários e aplicações de liquidez imediata.

O quadro 39 apresenta o resultado do cálculo deste indicador nos períodos analisados.

Quadro 39 - Coeficiente de liquidez imediata

Período 2015 2016

Disponibilidades R$ 585.411,82 R$ 171.855,02

Passivo Circulante R$ 408.965,36 R$ 255.353,56

Coeficiente de Liquidez Imediata 1,43 0,67

Fonte: Dados conforme pesquisa da autora (2017)

O coeficiente de liquidez imediata, no ano de 2015 apresenta um melhor desempenho, indicando que para cada R$ 1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa apresenta R$ 1,43 de disponibilidades; já no ano de 2016, este valor cai consideravelmente, mas, não apresenta preocupação já que, o valor considerado confortável para suprir as obrigações é de 0,20 e, a empresa apresentou um indicador de 0,67. Esse indicador não considera os valores de clientes a receber como transformação imediata, ficando estes como garantias em casos necessários para a liquidação de dívidas.

4.5.4 Coeficiente de liquidez geral

Este coeficiente apresenta a capacidade de quitação do total das obrigações, de curto e longo prazos, considerando o total dos bens e direitos, de curto e longo prazos, ou seja, o Ativo Total e o Passivo Total da empresa.

O quadro 40 apresenta os resultados dos coeficientes no período de estudo.

Quadro 40 - Cálculo coeficiente de liquidez geral

Período 2015 2016

Ativo Total R$ 1.314.682,01 R$ 1.497.832,80

Passivo Total R$ 408.965,36 R$ 255.353,56

Coeficiente de Liquidez Geral 3,21 5,87

Fonte: Dados conforme pesquisa da autora (2017)

O coeficiente de liquidez geral engloba os valores de longo prazo, que no caso do Passivo, não existem valores de longo prazo não caracterizando a existência de financiamentos desta modalidade, mais um ponto que demonstra a boa situação financeira e econômica da empresa estudada.

De acordo com os autores estudados, o indicador será bom para a empresa se estiver superior a 1,5, como pode-se observar, nos anos analisados os coeficientes foram muito além disso, deixando clara a situação da empresa. Para cada R$ 1,00 de obrigações totais, existem R$ 3,21 e R$ 5,87 de aplicações para supri-las.

4.5.5 Cálculo do coeficiente de endividamento

Este coeficiente apresenta o grau de endividamento da empresa e, desdobra a utilização do capital próprio e de terceiros. Conforme foi observado no último indicador, a empresa de estudo não possuí financiamentos de longo prazo, o que tornará este coeficiente positivo, caracterizando maior uso do capital próprio ao invés do capital de terceiros.

A seguir, o quadro 41 representa do resultado do coeficiente de endividamento da empresa no período estudado.

Quadro 41 - Cálculo do coeficiente de endividamento

Período 2015 2016

Passivo Total R$ 408.965,36 R$ 255.353,56

Patrimônio Líquido R$ 905.716,65 R$ 1.242.479,24

Coeficiente de Endividamento 0,45 0,21

Fonte: Dados conforme pesquisa da autora (2017)

O grau de endividamento para ser considerado saudável não pode ultrapassar 1,0, portanto, em ambos os anos, a empresa apresentou índices abaixo disso o que não indica endividamento da mesma.

No ano de 2016, a empresa apresentou um melhor desempenho, ao qual, indicou um resultado mais satisfatório, com um coeficiente de 0,21, comparando com o ano anterior, com um coeficiente de 0,45.

4.5.6 Giro de estoque

O indicador de giro de estoque representa o nível de vendas em relação ao estoque da empresa, portanto, quanto maior for, melhor para a empresa.

O quadro 42 apresenta o indicador de giro de estoque nos dois anos de estudo.

Quadro 42 - Cálculo de giro de estoque

Período 2015 2016

Vendas R$ 2.757.220,04 R$ 3.539.522,19

Estoque R$ 508.305,70 R$ 678.223,80

Giro de Estoque 5,42 5,22

Giro em Dias 0,01 0,01

Fonte: Dados conforme pesquisa da autora (2017)

A empresa apresenta um bom giro de estoque no qual, no período de um ano o estoque total girou em 2015, 5,42 vezes e, em 2016, 5,22 vezes. Ao converter estes dados em dias, observa-se que em ambos os anos, o estoque da empresa, dadas as vendas, não passam nem um dia em estoque, representando um rotatividade muito rápida.