• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO III – RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análise dos resultados

Quanto à formação acadêmica, o grupo consultado é formado, em sua maioria, por professores com formação em Letras (20%), como mostra o gráfico 01. Dos 32 docentes que compõem o grupo pesquisado, dezoito possuem especialização e 4, mestrado, não havendo nenhum com doutorado. Mesmo considerando alguns benefícios oferecidos pelo Governo do Distrito Federal como afastamento remunerado para cursar mestrado e doutorado, ainda é pequena a parcela de docentes com pós-graduação “stricto sensu” na rede pública de ensino do Distrito Federal.

Gráfico 01 – Formação Acadêmica

Segundo dados da Codeplan (2011), dos 28.293 professores, apenas 805 possuem mestrado o que representa aproximadamente 2,8% dos docentes. 76 são doutores, ou seja, 0,27% do universo dos professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

Os dados gerados refletem a situação nacional. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, o Brasil tem cerca de 705.000 mestres e doutores, o que representa menos de 0,5% da população brasileira. Apesar de ser um número muito baixo ainda em relação a outros países, há um esforço para aumentá-lo, sendo percebido um crescimento de aproximadamente 10% nos últimos 20 anos.

9% 9% 9% 20% 9% 17% 9% 9% 9%

Formação Acadêmica - Graduação

Matemática Química Física Letras Biologia

Os países cujos índices em educação são elevados investem no professor. A Finlândia, por exemplo, considerada a melhor educação do mundo, todos os professores possuem mestrado e passam por treinamento para exercer a função. Segundo a OCDE (2010), os programas de formação docente na Finlândia apresentam quatro características distintivas:

 são fortemente baseados em pesquisa (incluindo a exigência de apresentação de uma dissertação de mestrado e o desenvolvimento da reflexão crítica e do método científico como pontos de partida para o conhecimento da realidade);

 dão ênfase à abordagem didático-pedagógica dos conteúdos disciplinares (sem se limitar à teoria ou história geral da educação);

 treinam para o diagnóstico e o acompanhamento de alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem;

 possuem forte componente prático (incluindo extensos cursos sobre a prática didática e pelo menos um ano de estágio docente em uma escola municipal ou de aplicação).

Um dos fatores que pode contribuir para uma melhor qualidade na educação brasileira é o tempo de exercício da profissão, tendo em vista que ao longo dos anos o profissional se tornará mais familiarizado com os desafios da atividade e, consequentemente, buscará meios para tornar melhor sua atuação. Dos professores consultados, mais de 50% possuem mais de 10 anos de atuação na profissão, como mostra a tabela 01 a seguir. Isso indica que todos eles já participaram de pelo menos uma “escolha de livros didáticos”, um fato muito importante para esta pesquisa.

Os professores são considerados mais capacitados em função de sua experiência e isso pode em tese ser relevante para a escolha do livro didático. No entanto, pode significar também a escolha de um livro didático com um projeto pedagógico mais tradicional.

Tempo de atuação Frequência Frequência Relativa 00 | 05 6 0,190 05 | 10 1 0,030 10 | 15 11 0,340 15 | 20 6 0,190 20 | 25 4 0,125  25 4 0,125  32 1,00

Tabela 01 – Tempo de Exercício Profissional

Os profissionais aprendem gradativamente com o desempenho de suas funções, porque o seu trabalho implica envolvimento em uma série de atividades, problemas ou projetos que exigem necessáriamente um aprendizado. Esta aprendizagem específica para cada situação, no entanto, pode não contribuir muito para a sua base de conhecimentos profissionais gerais, a menos que seja considerada especial, que necessite de tempo de estudo para deliberar sobre o seu significado. Não há muitas pesquisas sobre tempo de trabalho e aprendizagem em qualquer profissão que fundamente melhor essa relação.

O grupo de professores consultados é formado majoritariamente pelo gênero feminino (20), característica que predomina na profissão desde o início do século XX como sugere Apple (1996).

O magistério era uma ocupação masculina no século XIX e passou a feminina no século XX. [...] Essa transformação está ligada, de uma forma complexa, a alterações nas relações patriarcais e econômicas que vinham reestruturando a sociedade mais ampla (APPLE, 1996, p.56).

Esse fato, segundo Campos (2002), ocorre mais provavelmente por questões financeiras. Os baixos salários não são atrativos ao gênero masculino que buscam outros setores econômicos. Enguita (1991) salienta que o domínio feminino na atividade é um fator de desprestígio da profissão. Essa característica também predomina em nível nacional em que dos 2,1 milhões de professores, 1,7 milhão são mulheres.

Não considero que seja o gênero um fator preponderante na desvalorização do docente. Há mulheres tão bem capacitadas para desempenharem a profissão, quanto os homens. Porém, são a remuneração e as condições de trabalho que prevalecem como fatores de desestímulo à profissão.

Como mencionado na metodologia, o Distrito Federal é dividido atualmente em 31 Regiões Administrativas. A pesquisa foi realizada com professores de cinco dessas regiões escolhidas segundos os critérios constantes no capítulo II. O grupo pesquisado foi constituído por local de trabalho conforme o gráfico 02.

Gráfico 02 – Local de Trabalho

A respeito da área de atuação, os consultados atuam: 8, em Códigos e Linguagens, 4, em Matemática e suas Tecnologias, 8, em Ciências da Natureza e suas Tecnologias e 12, em Ciências Humanas e suas Tecnologias. O grupo contempla todas as áreas do conhecimento e representa as diferentes visões dos professores dessas regiões administrativas sobre a política pública do livro didático implementada no Brasil.

Internet, datashow, televisão, jornais e outros recursos didáticos são utilizados por mais de 90% dos entrevistados. Apenas 3 dos entrevistados utilizam só quadro e giz (pincel) para ministrar suas aulas. Com relação à importância do livro didático enquanto recurso didático, 53% o consideram muito importante e 47%, importante. Isso mostra que, mesmo com muitos recursos didáticos à disposição do

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Brazlândia Ceilândia Gama Samambaia Taguatinga

Local de trabalho

professor, o livro didático ainda é visto como essencial no processo de ensino e aprendizagem.

O uso de recursos didáticos no processo de ensino e aprendizagem, e especificamente do livro didático pelos docentes deve ser planejado de forma que atenda os objetivos estabelecidos para aquele momento, proporcionando ao educando um estímulo à pesquisa e a busca de novos conhecimentos. Como salienta Pais (1999), o recurso didático atinge seu objetivo quando é utilizado como facilitador do processo de ensino e aprendizagem e não como o próprio objeto de estudo. Com relação à utilização de recursos didáticos Sousa (2007), assim se expressa:

Utilizar recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem é importante para que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo sua criatividade, coordenação motora e habilidade de manusear objetos diversos que poderão ser utilizados pelo professor na aplicação de suas aulas. (SOUZA, 2007, p.112-113).

A utilização do livro didático exige do professor muito discernimento para não contribuir com a disseminação de determinada ideologia ou preconceitos que muitas vezes permeiam alguns livros didáticos. Não apenas o livro didático, mas o uso de todo e qualquer recurso didático, deve ser pensado, como salienta Souza (2007):

O uso de materiais didáticos no ensino escolar, deve ser sempre acompanhado de uma reflexão pedagógica quanto a sua verdadeira utilidade no processo de ensino e aprendizagem, para que se alcance o objetivo proposto. Não se pode perder em teorias, mas também não se deve utilizar qualquer recurso didático por si só sem objetivos claros. (SOUZA, 2007, p.113).

Quando perguntado aos participantes como ele faz uso do livro didático, foram dadas as seguintes respostas, agrupadas conforme semelhança em três categorias: Os docentes que usam regularmente, os que usam esporadicamente e os que não usam.

Cerca de 80% dos professores pesquisados fazem uso regular do livro didático, ou seja, utilizam-no em sala de aula e em atividades extraclasse. Esses professores desenvolvem basicamente atividades como: exercícios e leitura de textos. Porém, há aqueles que aproveitam os textos para promoverem debates e grupos de discussões de determinado assunto. Quanto ao uso do livro relacionado

ao trabalho docente, alguns usam como material de apoio, na preparação das aulas, como expressam os relatos dos professores, a seguir:

Como suporte para o aluno e para o professor, tanto em sala de aula, como material de estudo para casa. (PROFESSOR 27).

O livro é fonte de pesquisa e instrumento de desafio. Fornece ao aluno a oportunidade de aprender sozinho. (PROFESSOR 03).

Leitura em sala, fonte para pesquisa, debate, reflexão e questões para vestibulares. (PROFESSOR 09).

Apenas um dos consultados não utiliza o livro didático e não explicitou as razões pela qual não utiliza. Outros professores não utilizam por fatores diversos, ou o utiliza parcialmente adequando-o ao contexto da sala de aula.

Procuro utilizar o livro sempre que possível, mas muitas vezes preciso fazer adaptações ou selecionar atividades mais apropriadas. (PROFESSOR 07).

Utilizo pouco, pois não é adequado ao currículo adotado. (PROFESSOR 23).

Utilizo vários livros ao mesmo tempo. Nem sempre o livro didático consegue trabalhar todos os conteúdos. (PROFESSOR 18).

Os relatos demonstram que o Programa Nacional do Livro Didático ainda não atende as peculiaridades dos currículos, necessitando de adaptações ou complementações para melhor aproveitamento. No entanto, cada estado da federação tem liberdade de construir seu currículo, enquanto o Programa do Livro Didático é nacional, possibilitando essas discrepâncias. Atender as especificidades locais é um tanto quanto complexo.

Foi pedido aos docentes que avaliassem os livros didáticos distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático quanto aos seguintes aspectos: design gráfico (sinalização, layout, tipografia, imagens, a qualidade expressiva e a qualidade gráfica), hipertextualidade (coerência entre a proposta didática do livro e o nível do estudante, a qualidade pedagógica dos recursos digitais que o livro oferece e

também a qualidade dos recursos a seus padrões gráficos e de funcionalidade), erros ortográficos e tipográficos e uso em sala de aula.

Para o quesito design gráfico, 29 dos participantes consideram que os livros adotados têm boa qualidade e atendem as necessitadas tanto do docente, quanto do discente, no entanto, alguns professores ressaltam alguns pontos a serem melhorados.

Acho que poderia haver mais imagens explicativas no que diz respeito ao vocabulário. (PROFESSOR 07).

Os livros são bons, porém o conteúdo é enorme e não existe a possibilidade de utilizá-lo por completo. (PROFESSOR 03).

Os avanços na indústria gráfica permitiram um melhor design gráfico dos livros didáticos, aspecto esse percebido pelos professores participantes da pesquisa. A boa qualidade gráfica dos livros didáticos contribui para uma melhor compreensão das imagens (linguagem icônica) e dos gráficos. Esse, no entanto, parece ser um dos critérios adotados pelos professores para adoção do livro didático.

Com relação à hipertextualidade, 69% do grupo consideram que a qualidade é boa, porém 31% apontam algumas incoerências como as mencionadas nas falas dos docentes a seguir.

Os conteúdos dos livros seriados não seguem a ordem do conteúdo programático do DF. (PROFESSOR 28).

Não há coerência entre a proposta didática do livro e o nível dos estudantes. (PROFESSOR 07).

A maioria dos professores aponta a falta de recursos digitais nas coleções distribuídas no último programa. Com relação a esse fato os editais do PNLD 2014 e PNLD Campo 2013 preveem que as coleções do Tipo 2 sejam compostas de conjunto de livros impressos acompanhadas de conteúdos multimídias.

Entende-se por conteúdo multimídia os temas curriculares tratados por meio de um conjunto de objetos educacionais digitais destinados ao processo de ensino e aprendizagem. Esses objetos devem ser

apresentados nas categorias audiovisuais, jogo eletrônico educativo, simulador e infográfico animado; ou congregar todas ou algumas dessas categorias no estilo hipermídia, devendo cada objeto ser identificável individualmente, armazenável em mídia e passível de disponibilização em ambiente virtual. (EDITAL PNLD, 2014).

Foram percebidas também algumas incoerências, principalmente com relação aos conteúdos do livro e a matriz curricular do Distrito Federal e a falta de coerência entre a linguagem do livro e o nível de conhecimento do aluno.

Dos docentes consultados, 22 deles reconhecem que os livros didáticos apresentam erros ortográficos, tipográficos e conceituais. Isso demonstra que a avaliação realizada pelo Ministério da Educação nas coleções não é suficiente. Os erros existentes nos livros didáticos, principalmente os conceituais, podem acarretar problemas no processo de ensino e aprendizagem.

Além do prejuízo didático, há também o prejuízo material, como por exemplo, os erros encontrados em 200 mil exemplares da coleção Escola Ativa, detectados em fevereiro de 2011, acarretaram um dano de 13,4 milhões aos cofres públicos. Ou os erros encontrados em materiais didáticos distribuídos pela Secretaria de Educação do Distrito Federal como aponta reportagem do Correio Brasiliense17:

Cerca de 30 mil livros didáticos de física e biologia destinados aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) vão ser recolhidos pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF). O material, entregue a estudantes e professores no início do segundo semestre letivo de 2010, apresenta erros conceituais, de digitação e de diagramação, além de desacordos com as orientações curriculares do programa. (CORREIO BRASILIENSE 06/11/2011).

Esses livros foram adquiridos pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, não pertencem ao PNLD, no entanto, serve como exemplo do desperdício do dinheiro público.

Na opinião da doutora Magda Becker Soares, professora da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em livros didáticos:

Os livros didáticos não podem conter conceitos ou informações que

17

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/11/06/interna_cidadesdf,221953/inde x.shtml

se tornaram errados ou inadequados e devem incorporar novas concepções de aprendizagem, novas metodologias, novos recursos. (MAGDA SOARES)18

Com relação ao uso em sala de aula, 70% dos professores concordam que os livros não atendem a todos os conteúdos do currículo do Distrito Federal. Isso ocorre porque a maioria dos livros didáticos selecionados pelo Ministério da Educação é de editoras da região Sudeste. As divergências entre os conteúdos dos livros didáticos e o currículo são sanadas pelo professor com materiais complementares. É necessária uma adequação dos livros didáticos ou uma descentralização do programa de forma que atenda cada Estado.

Quanto às mudanças promovidas pela política pública do livro didático implantada em 1996, no processo de ensino e aprendizagem, os professores foram unânimes em afirmar que o mesmo trouxe alguns avanços principalmente ao acesso a informação para o aluno e o professor, entre outros. Como podemos perceber, no discurso de alguns dos participantes da pesquisa.

A possibilidade do aluno estudar em casa, tendo o livro como fonte de pesquisa e aprofundamento. (PROFESSOR 02).

Facilitou o acesso a um material de qualidade, fornecendo melhores condições tanto para o aluno, quanto para o professor. (PROFESSOR 12).

A maioria dos relatos dos professores considera como principal mudança provocada pela distribuição do livro didático a todos os alunos a facilidade do acesso à informação, não deixando claro se houve alguma melhoria no processo de ensino e aprendizagem. Esse é o principal objetivo desse recurso didático: contribuir para uma melhor qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

A seleção dos livros didáticos fica a cargo do Ministério da Educação, que os avalia segundo alguns critérios. Cabe ao MEC constituir comissões de especialistas que formulam os critérios para a avaliação do livro didático. Os critérios têm como objetivo melhorar a qualidade dos livros didáticos utilizados pelos alunos da escola pública, como explica Batista (2002):

Em outros termos: para que o MEC atue de modo mais significativo na promoção de um ensino de melhor qualidade, é necessário ampliar a concepção de livro didático, possibilitando que a oferta de materiais inscritos se diversifique e se enriqueça (BATISTA, 2002).

Quando perguntado aos docentes se eles conhecem esses critérios e o que eles acham desses critérios, foi constatado que mais de 50% dos professores desconhecem esses critérios. Dos que conhecem há aqueles que reivindicam maior participação no processo.

Deveria ter uma maior participação dos professores na seleção do livro didático. (PROFESSOR 28).

Alguns professores avaliam como bons os critérios adotados, mas ressaltam que os mesmos devem ser revisados e aperfeiçoados a cada edição do Programa. Entre outras críticas, vale salientar que alguns docentes não concordam que os livros sejam selecionados por professores do ensino superior. Acreditam que a seleção deve ser melhor se for feita por professores da educação básica.

A participação do professor da educação básica é restrita, a escolha do livro a partir de uma lista recomendada pelo Ministério da Educação.

Considerando o processo de escolha do livro didático pelo docente, foram indagados quais os critérios que eles utilizam nessa escolha. Há uma preocupação da maioria em escolher um livro que contemple todos os conteúdos ou pelo menos a maioria deles, que seja um livro com muitos exercícios. Como exprimem os relatos a seguir:

Coerência com os conteúdos propostos pela Secretaria de Educação, apresentação didática dos conteúdos e atividades. (PROFESSOR 02).

Escolho aquele que possua todo conteúdo de maneira organizada e com boa compreensão. Uma boa quantidade de exercícios resolvidos e propostos com grau de dificuldade crescente. (PROFESSOR 11).

Nota-se que não há uma preocupação com a proposta pedagógica do livro, se há ou não erros ortográficos, tipográficos ou conceituais, se há coerência entre a

linguagem escrita e a icônica etc. Mas, se o livro vai facilitar o trabalho do professor, contendo todo o conteúdo programático e muitos exercícios.

Com relação ao processo de seleção do livro didático, realizado pelo Ministério da Educação, cerca de 22% dos docentes consultados desconhecem o processo. Entre os que o conhecem foi sugerida uma maior participação dos professores de educação básica no processo, como se constata na fala abaixo.

O professor deve indicar quais livros ele realmente gostaria de usar e não um dentro de uma lista indicada. (PROFESSOR 13).

Também apontam para uma descentralização do processo solicitando que a sugestão do livro parta da escola, já que é o professor que conhece a realidade em que vai atuar. Depois num âmbito maior que a discussão seja feita em nível de regional de ensino, para que seja escolhido um livro que atenda melhor as características da cidade satélite.

Deixar que cada escola e/ou equipe pesquisasse no mercado os livros de sua preferência com os quais deseja trabalhar. (PROFESSOR 03).

Os professores consultados consideram poucas as coleções recomendadas e que na maioria das vezes não atendem o contexto em que atuam. Sugerem que o processo seja feito com mais antecedência e que os livros sejam disponibilizados na internet para uma melhor avaliação.

Deveria ser disponibilizados online os exemplares e cada professor escolheria o melhor para o seu contexto. (PROFESSOR 05).

Deveria ser dado mais tempo para as escolas interagirem uma com as outras para discutirem entre si sobre o livro didático. (PROFESSOR 26)

Os argumentos são relevantes considerando que cada contexto exige recursos didáticos apropriados às suas particularidades. Assim, o livro didático deve atender às necessidades desse contexto, cabendo ao professor avaliar qual livro é o melhor para aquele cenário em que atua. A sugestão de um canal online para avaliação de todos os compêndios diretamente pelo professor que utilizará esse recurso é viável e permitirá um monitoramento constante do programa.

O aperfeiçoamento do programa parece imprescindível e ampliar a participação do docente da educação básica no processo é necessário, bem como promover eventos com a finalidade de discutir o livro didático em todas as suas dimensões. A escolha do livro didático deve ser de responsabilidade de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, uma decisão coletiva que deve ser refletida por um tempo suficiente e necessário para avaliação de todas as dimensões desse recurso didático.

É necessário que haja uma reformulação da atual política do livro didático no sentido de promover a participação do professor a fim de dar mais transparência e legitimidade ao processo de seleção desse importante material didático.

Alguns professores afirmam ainda que não estão totalmente preparados para participarem da seleção e o Estado deveria oferecer cursos que visem a uma melhor formação nesse quesito. A formação do professor em nível de graduação para as áreas específicas não tem disciplinas que discutam a avaliação e uso de recursos didáticos.

O Estado deveria oferecer cursos para preparar melhor os professores para o processo de escolha. (PROFESSOR 15)

A importância da participação do professor no processo de seleção do livro didático é percebida pelo grupo pesquisado como de grande relevância. Eles

Documentos relacionados