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3. GERENCIAMENTO DE RISCOS

3.5. Gerenciamento de Riscos no PMBoK

3.5.4. Análise Quantitativa dos Riscos

O processo de análise quantitativa muitas vezes se confunde com o de análise qualitativa (LUTZ, 2006). No entanto, enquanto que a análise qualitativa visa avaliar o impacto e a probabilidade dos riscos identificados, a análise quantitativa tem como objetivo analisar numericamente a probabilidade de cada risco e as suas consequências (impactos) nos objetivos do projeto, bem como estender esta análise dos riscos para o projeto como todo, avaliando o efeito agregado de todos os riscos que afetam o projeto.

A análise quantitativa é realizada nos riscos que foram priorizados pela análise qualitativa de riscos como tendo impacto potencial e substancial nos resultados do projeto (PMI, 2008).

Assim, o processo de análise quantitativa de riscos geralmente segue o da análise qualitativa de riscos, requerendo a identificação dos riscos. Mas em alguns casos, realizar a

análise quantitativa pode não ser necessário para desenvolver respostas eficazes a riscos. A disponibilidade de tempo e orçamento, assim como a necessidade de declarações qualitativas ou quantitativas sobre os riscos, vai determinar os métodos a serem usados em qualquer projeto (PMI, 2008).

Então, os processos de análise qualitativa e quantitativa podem ser utilizados em conjunto ou separadamente (DINSMORE; CAVALIERI, 2010).

Segundo Johann (2003), o processo de análise quantitativa de riscos usa técnicas como, por exemplo, de Monte Carlo e Árvore de Decisão para:

a) Determinar a probabilidade para a obtenção de um objetivo específico do projeto; b) Quantificar a exposição a riscos do projeto e determinar a dimensão dos custos e

o cronograma de reservas de contingência que poderão ser necessárias;

c) Identificar os riscos que requerem mais atenção pela quantificação de sua relativa contribuição aos riscos globais do projeto (priorização dos riscos);

d) Identificar os custos, o cronograma e os objetivos de escopo realistas e realizáveis.

Figura 15 – Realizar a análise quantitativa dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas Fonte: Adaptado do PMBoK (2008)

A figura 15 apresenta as entradas, as ferramentas e técnicas e as saídas do processo de análise quantitativa dos riscos; itens que serão detalhados a seguir:

Entradas Ferramentas e

Técnicas Saídas

1. Registro dos riscos 1. Técnicas de coleta e apresentação de dados

1. Atualizações do registro dos riscos 2. Plano de gerenciamento dos riscos 2. Técnicas de modelagem e análise quantitativa de riscos 3. Plano de gerenciamento de custos e cronograma 3. Opinião especializada 4. Ativos de processos organizacionais

3.5.4.1 Entradas para a Análise Quantitativa dos Riscos 1. Registro dos Riscos

Consultar o item 3.5.2.3.

2. Plano de Gerenciamento dos Riscos Consultar o item 3.5.1.3.

3. Plano de Gerenciamento de Custos e Cronograma Já descritos no item 3.5.1.1.

4. Ativos de Processo Organizacional

Os ativos de processos organizacionais que podem influenciar o processo de análise quantitativa dos riscos incluem, entre outros: informações sobre projetos semelhantes já concluídos; estudo de projetos semelhantes feito por especialistas em riscos, e banco de dados de riscos (PMI, 2008).

3.5.4.2 Ferramentas e Técnicas para a análise quantitativa dos riscos 1. Técnicas de Coleta e Apresentação de Dados

a) Entrevistas: visam quantificar a probabilidade e o impacto dos riscos nos objetivos do projeto. As informações necessárias dependem dos tipos de distribuições de probabilidade que serão utilizadas. Por exemplo, seriam coletadas informações sobre os cenários otimista, pessimista e mais provável para algumas distribuições usadas (PMI, 2008). Um exemplo de estimativa de custos de três pontos é apresentado na tabela 3.

Elementos da EAP Otimista Mais Provável Pessimista

Projeto $4M $6M $10M

Desenvolvimento $16M $20M $35M

Teste $11M $15M $23M

Projeto Total $31M $41M $68M

Tabela 3 – Faixas de estimativa de custos do projeto coletadas durante entrevista Fonte: Adaptado do PMBoK (2008)

A entrevista sobre riscos determina as estimativas de três pontos de cada elemento da EAP para distribuições beta, triangular ou outras distribuições assimétricas. No exemplo da tabela 4, a probabilidade de término do projeto dentro da estimativa tradicional de $41M, ou abaixo dela, é relativamente pequena conforme mostrado nos resultados da simulação na figura 18.

b) Distribuições de Probabilidade: representam a incerteza em valores de durações de atividades do cronograma e custos de componentes do projeto, por exemplo. As distribuições de probabilidades mais utilizadas são as do tipo beta, triangular, uniforme e normal.

2. Técnicas de Modelagem e Análise Quantitativa de Riscos

a) Análise de Sensibilidade: ajuda a determinar quais os riscos tem o maior impacto sobre o projeto, analisando a variação do impacto global por um fator individual de risco, enquanto todos os demais permanecem constantes (DINSMORE; CAVALIERI, 2010);

b) Análise do Valor Monetário Esperado (VME): conceito estatístico que calcula o resultado médio quando o futuro inclui cenários que podem ocorrer ou não, ou seja, análise em situações de incerteza (PMI, 2008). O VME do projeto é calculado multiplicando a probabilidade de um determinado risco acontecer com a sua gravidade (impacto), normalmente expressa em valores monetários (VARGAS, 2005). Seu valor quando positivo, representa ganho, e negativo, perda.

Um uso comum desse tipo de análise é a árvore de decisão (PMI, 2008). Segundo Lutz (2006), a árvore de decisão é um diagrama que descreve uma decisão sob consideração e as implicações de escolher uma ou outra das alternativas possíveis, mostrando o melhor caminho para o tomador de decisões. Esta árvore tem a propriedade positiva de forçar que todos os resultados possíveis para um dado evento de risco sejam identificados, medidos e considerados na decisão (DINSMORE; CAVALIERI, 2010). Um exemplo de árvore de decisão é apresentado na figura 16.

Figura 16 – Árvore de decisão Fonte: Adaptado de Dinsmore e Cavalieri (2010)

Na figura 16, a decisão que esta sendo considerada é representada à esquerda e as alternativas para a decisão são representadas em cada ramo lógico da árvore.

c) Modelagem e simulação: a simulação de um projeto utiliza um modelo que converte as incertezas especificadas de maneira detalhada no seu possível impacto nos objetivos do projeto (PMI, 2008). A simulação consiste em “executar” o projeto várias vezes para fornecer uma distribuição estatística dos resultados calculados (DINSMORE; CAVALIERI, 2010). As simulações iterativas são geralmente executadas usando a técnica de Monte Carlos (PMI, 2008), esquematizada resumidamente na figura 17.

Figura 17 – Análise de Monte Carlos Fonte: DINSMORE E CAVALIERI (2010)

Um exemplo do resultado de uma simulação de risco dos custos é mostrado na figura 18, que ilustra a respectiva probabilidade de atingir determinadas metas de custos.

Figura 18 – Resultados da simulação de riscos de custos Fonte: PMBoK (2008)

A distribuição cumulativa de probabilidades da figura 18 reflete o risco de exceder a soma das estimativas de custos mais prováveis, considerando as faixas de dados

contidas na tabela 4 e distribuições triangulares. A figura mostra que o projeto tem apenas 12% de probabilidade de atingir a estimativa de $41M. Se uma organização for conversadora e desejar uma probabilidade de sucesso de 75%, por exemplo, será necessário um orçamento de $50M (uma contingência de cerca de 22%).

3. Opinião Especializada

A opinião especializada é necessária para identificar os impactos potencias no custo e no cronograma, avaliar a probabilidade e definir entradas para as ferramentas. Também deve ser utilizada para a interpretação dos dados, os especialistas devem determinar quando uma ferramenta específica pode ou não ser adequada, considerando os recursos e a cultura da organização (PMI, 2008).

3.5.4.3 Saídas para a Análise Quantitativa dos Riscos

As saídas desse processo são as Atualizações do Registro dos Riscos, que após a realização da análise quantitativa devem ser atualizados mais uma vez. As atualizações principais são (PMI, 2008):

a) Análise probabilística do projeto: são realizadas previsão de cronograma e de custos, listando as possíveis datas de término e os custos com os níveis de confiança associados.

b) Probabilidade de realização dos objetivos de custo e tempo: com os riscos existentes no projeto, a probabilidade de atingir os objetivos definidos no plano atual pode ser estimada usando os resultados da análise quantitativa de riscos.

c) Lista priorizada de riscos quantificados: lista que inclui os riscos de maior ameaça ou de maior oportunidade para o projeto.

d) Tendências dos resultados da análise quantitativa de riscos: pode ser registrada uma tendência que leve a conclusões que afetam as respostas aos riscos, ao longo das análises feitas.

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