• Nenhum resultado encontrado

6. DESENVOLVIMENTO

6.3 Ideação

6.3.2 Análise de Similares (Mapas Físicos)

Seguindo o processo de ideação do mapa de informações, foi necessária uma pesquisa de suportes físicos similares para manter uma gama de possibilidades para o mapa físico do Santo Antônio. Dessa forma, entrei em contato com todos os mapas que tenho guardado, principalmente os turísticos. Pessoalmente, sempre gostei de mapas, tenho um prazer em colecioná-los e nas experiências que eles propiciam através de aventuras durante jornadas.

O fato de ter acumulado alguns modelos de mapas turísticos contribuiu para que o objeto estudado fosse acessível, em diferentes formatos, dobras, cores e tamanhos. Deve-se ressaltar, que nessa etapa da pesquisa, o mockup 1 (Figura tal) preenchido com post-its foi substituído pelo template do mapa de informações (Figura tal) ocupando um espaço físico considerável da parede do meu espaço de trabalho, localizado à direita do meu campo de visão. Dessa forma, sempre que precisava de alguma informação imediata sobre o projeto, ela estava visível ao meu alcance.

Figura 43: Referências de mapas, impressos sobre o Stº. Antônio, dentre outros

Fonte: Autor.

Alguns desses exemplares, já faziam parte do meu processo, anterior, de arquivamento de mapas, como o Mapa de Itacaré, o do Rio de Janeiro e o de Porto Seguro. Estes foram indispensáveis na análise comparativa direta de formatos e experiência do usuário.

Outros impressos, consegui durante a Pesquisa Exploratória, em que visitei diversos estabelecimentos em busca de tais informações sobre o lugar disponibilizadas fisicamente. Cheguei inclusive a me hospedar por uma noite em um dos hotéis do bairro e, encontrei por R$5,00 um exemplar ao lado da recepção e disposto num display simples, o Mapa da Alegria – Pelourinho – VIII.

Figura 44 : Mapa da Alegria - Fechado

Fonte: autor.

Figura 45 - Mapa da Alegria aberto - Frente e Verso

Este mapa foi desenvolvido por W.Coruja – Arte, design e fotografia; com desenho de Wellington Pappito, design gráfico de Caio Cesar e traduções para o inglês de Aixa Reynoso. Está destacado que essa é a terceira versão desse Mapa da Alegria, impressa em 2016 com 10.000 exemplares. Esse mapa foi a principal referência direta que consegui sobre a parte física do meu mapa de informações. Seguem alguns aspectos:

 É um mapa físico de informações sobre o Centro Histórico inteiro, logo, também inclui o Santo Antônio. O fato de ser o Centro Histórico inteiro torna as informações difusas e em demasia, visto que é uma grande área percorrida e não tem um foco específico em que área do turismo ela se especializaria;  É um mapa com foco no turismo em geral, então tenta ao máximo preencher

espaços vazios com propagandas dos negócios locais, procurando se capitalizar. A parte de trás do mapa é focada nisso, sendo quase toda tomada. Esse comportamento foi percebido na maioria dos outros mapas pesquisados em mãos. Acho importante a capitalização, afinal são necessários recursos para produção, dentre outros. Porém, avaliando quanto ao excesso de elementos visuais, causando certa poluição visual e confusão, o Mapa da Alegria peca na experiência do usuário;

 Utiliza ilustrações na identidade visual do mapa, que já é um indicativo na proposta de valor desse projeto. Porém no Mapa da Alegria, elas não contribuem diretamente para a compreensão direta da localização do usuário no entorno e, geralmente estão misturadas às informações sobre ruas, escritas em baixa leitura, dentre outros problemas

 Embora não funcione, o mapa exibe um endereço na internet como www.MAPADAALEGRIA.com.br, com anúncios pelo impresso indicando o projeto como sendo uma rede de Mapas da Alegria que acontece em alguns locais turísticos como Pelourinho, Salvador, Morro de São Paulo, Itacaré e Arraial da Ajuda. Apesar do acesso ao site não estar disponível, existe essa similaridade de existir uma plataforma online associada ao serviço, com relação a este projeto;

 Outro ponto importante que vale ressaltar nesse exemplar são os telefones úteis (DDD 71) importantes para turistas, como da Saltur, rodoviária, delegacia de proteção ao turista, disk denúncia à pedofilia, dentre outros.

Apesar de haver nesse exemplar diversas características, à nível de informações importantes para um turista, ele não tem uma configuração que auxilie na experiência que será oferecida para os usuários dessa solução.

Assim, desenvolvi um breve estudo ergonômico com os principais formatos de mapa que eu tive acesso em mãos:

Figura 46: Da esquerda p/direita dobrados: Mapa do Rio – Mapa Turístico Oficial, Bahia – O Mapa da Alegria, Porto Boliche – Mapa de Porto Seguro e a Caderneta do MEI.

Fonte: Autor.

Com a figura 46 percebe-se que existe uma diferença no tamanho final que as dobras propiciam aos modelos apresentados. O diferencial na caderneta do MEI é o tamanho final ser de bolso, que mesmo com o aspecto menor, aberta se configura como uma estrutura de 29,7 cm de altura por 56 cm de largura, configurando um tamanho ideal para uso público, em relação aos demais modelos similares que tive acesso.

Os principais fatores analisados foram:

 A possibilidade de ser pocket, de bolso, podendo ser guardado e usado facilmente;

 Ter dobras que fossem facilmente decifráveis pelo usuário, de forma em que ele não perca tanto tempo tentando fazer o mapa voltar ao tamanho original;  Que as dobras e os aspectos físicos do papel possibilitem que ele não rasgue

com tanta facilidade ao abrir e fechar;

Figura 47: Da esquerda para direita fechados e posicionados para dentro do bolso: Mapa Turístico Oficial do RIO, Bahia – Mapa da Alegria e Caderneta do MEI.

Fonte: autor

Na figura 47, é possível notar que o Mapa do Rio não é ideal para um bolso comum, já que é muito largo horizontalmente, dificultando a entrada e oferecendo mais desgaste ao longo do uso, dessa forma. Já o Mapa da Alegria, é muito vertical e, por isso, geralmente fica para fora de bolsos, podendo cair e amassar com mais facilidade inclusive dentro do bolso. Por conta desse formato em contato com o atrito das pernas e vestuário enquanto o usuário caminha, este pode se desgastar da mesma forma que o Mapa do Rio.

Figura 48 – Da esquerda para abertos Mapa Turístico Oficial do RIO, Bahia – Mapa da Alegria e Caderneta do MEI.

Fonte: autor.

Na figura acima, percebe-se que o Mapa do Rio adquire um tamanho exorbitante e sua estrutura não favorece que tenha suas informações consumidas por partes. Além disso, é bem difícil de dobrar para voltar ao tamanho original “de bolso” e, mesmo dobrado, tem muito volume e densidade devido a todo o ar que fica armazenado dentro das camadas de papel.

O Mapa da Alegria ocupa um tamanho considerável quando aberto, sendo essa a única forma de ter total acesso ao mapa de localização, que como suas informações são difusas entre ilustrações, propagandas e fontes pequenas de localizações, acaba que o usuário tem que passar muito tempo procurando essas informações ao abrir esse grande mapa, chamando bastante atenção ao usuário turista em público, podendo atrair assaltantes no percurso. Apesar disso, o Mapa da alegria possibilita uma leitura por partes quanto à parte interna das propagandas, que ocupam a área das dobras, favorecendo os negócios locais nesse aspecto.

A Caderneta do MEI fechada (Figura 47) tem um tamanho portátil de apenas 10,5 cm x 7,5 cm fechado com 24 dobras. Seu tamanho aberto é de 29,5 cm x 56 cm como já foi dito, tendo um acréscimo de 24 vezes o tamanho original. Além disso, a capa e contra-capa são coladas com um papel impresso de 200g nessa primeira e última folha, que além de tornar o material mais resistente e durável, facilita a dobra que se torna muito mais intuitiva, por causa do peso que essas capas conduzem o usuário a fechar o impresso da maneira ideal. Além disso, esse formato propicia leituras parciais de acordo com as dobras, de forma a criar uma trajetória mais concisa da experiência do usuário com esse material impresso.

Nessa perspectiva, a Caderneta do MEI tem características que propiciam uma experiência do usuário mais condizente com a que prevejo enquanto designer, como a ideal para os usuários da solução aqui proposta, de acordo com todas as informações que foram compartilhadas com eles. O projeto, portanto, se apropria do formato dessa caderneta, enquanto melhor forma de apresentar seu conteúdo fisicamente, conquistada ao longo do percurso do projeto. A validação dessa experiência de utilização desses formatos de impressos foi acompanhada pelo orientador e colegas de Projeto Experimental, além do mockup do mapa de informações junto à caderneta, ter sido apresentados para alguns dos artistas colaboradores durante a pesquisa exploratória como forma de exibição do conteúdo e forma do projeto.

Figura 49 – Caderneta do MEI, fechada e aberta

Fonte: autor

É muito válido ocorrer a apropriação de configurações já existentes durante o processo de ideação do serviço. Um dos pilares do Slow Design é o conhecimento compartilhado e, não faz sentido dentro da época em que vivemos, com tanta

informação e métodos disponíveis, sempre criar completamente produtos do zero, até porque isso não seria possível, já que todos carregamos nossa bagagem cultural. Consequentemente, a decisão de utilizar o formato da Caderneta do MEI, enquanto suporte da informação que foi estudada e compartilhada através desse projeto, foi essencial de acordo com um dos seus principais requisitos: o tempo.

Documentos relacionados