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6. DESENVOLVIMENTO

6.2 Imersão

6.2.1 Questionário online Feira de Arte em Salvador

Promovendo o Conhecimento Compartilhado (DESIGN, Slow, 2010), me apropriei de dados de entrevista estruturada num questionário online, desenvolvida pela estudante do curso de design da EBA Mariana Teles, sobre Feira de Arte em Salvador (2017). Essa pesquisa está sendo utilizada como forma de tentar validar hipóteses sobre o fato dessas feiras, que seriam a principal fonte de renda desses profissionais, não serem necessariamente rentáveis para quem participa vendendo.

Através da plataforma do Google Docs. Cerca de 126 pessoas responderam o questionário, sendo 82,6% composta por indivíduos de 18 a 30 anos. Do total perguntado, somente de 51,6% dos entrevistados costuma frequentar feiras de arte, sendo a maioria durante final de semana. A Feira mais conhecida pelos entrevistados é a Feira da Cidade, devido à sua proposta mais holística de ocupação do espaço público, além do forte investimento em marketing. Outras 10 feiras participam da pesquisa, dentre elas a Paraguassu Feira de Impressos, Pedra Papel e Tesouro e a Taboão Feira de Impressos.

Figura 11- Questionário Online

A opção de “não” sobre conhecer alguma das principais feiras de arte de Salvador, aparece com 11,1%, entrando em sinergia com a resposta do próximo questionamento sobre “O que te atrai a ir nessas feiras?”, em que 22% dos entrevistados marcaram nunca ter participado desse tipo de evento. Ainda nas mesmas respostas, as opções que são benefícios relacionados a um passeio (como: encontrar amigos, programação para o final de semana, comidas, shows) se destacam nos números em relação às opções relacionadas a promover a cultura (como: novidades dos produtos, conhecer novas marcas e artistas e apoiar a produção local), sendo “Programação para o final de semana” a alternativa mais marcada com 63,5%.

Figura 12 – Questionário Online

Fonte : Mariana Teles, 2017

As maiores porcentagens para a questão “Quanto costuma gastar nesse tipo de feira?” são que 55,6% dos entrevistados investe entre R$ 15 e R$ 100 reais nesses eventos, resultando numa média de R$65 investidos. Contudo, a falta de conhecimento sobre esse mercado é alarmante: 27,8% nunca sequer participou de uma dessas feiras. Os outros 16,6% dos entrevistados marcaram alternativas maiores que R$ 100 ou menores que R$ 10, configurando-os como usuários extremos do serviço oferecido por essas feiras.

Figura 13 – Questionário Online

Fonte: Mariana Teles, 2017

Assim como as demais atividades culturais no Brasil, as feiras de arte e artesanato em Salvador são pouco consumidas, assim como sua importância enquanto patrimônio cultural. Dessa forma, resultados obtidos nessa pesquisa revelam que o principal produto que atrai a atenção dos entrevistados são comidas (61,1%) e vestuário. Aparentemente, as diversas opções de produtos não interessam o público dessas Feiras de Artes ao ponto de querer compra-los, mesmo num evento em que o foco é o setor.

Figura 14 – Questionário Online

Fonte: Mariana Teles, 2017

Através do comportamento apresentado pelos entrevistados, é possível validar a hipótese de que as Feiras de Arte e Artesanato em Salvador, não possibilitam um ambiente que o público esteja com sua energia voltada para comprar seus produtos e serviços, mas para consumir esses eventos enquanto passeios culturais: investindo em bens e serviços que melhorem sua experiência durante esses eventos.

Esse comportamento é reflexo do distanciamento do público brasileiro, em geral, do hábito de investir em comprar bens e serviços em cultura.Isso acontece porque, segundo dados obtidos no site da UNESCO (2017), tendo como fonte o IBGE – IPEA Ministério da Cultura, a desigualdade socioeconômica no Brasil é reproduzida na cultura, de forma em que a falta de acesso à informação reitera um comportamento de que a cultura em geral é um supérfluo, até mesmo para quem tem capital para consumir produtos e serviços na área.

Figura 15 – Questionário Online

Levando em consideração que segundo a UNESCO, uma grande porcentagem de brasileiros não possui computador em casa, destes, a maioria não tem qualquer acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola). Assim, faz-se necessário que a solução também se ambiente no meio material, para além da plataforma virtual. Dessa forma, através dos mapas físicos, enquanto suportes das informações sobre os empreendimentos do santo Antônio, será possível trazer esse benefício a um maior número de usuários do serviço.

Portanto, a solução busca cooperar com Feiras de Arte e Artesanato, assim como com qualquer outra iniciativa que promova negócios na área. Consequentemente, serão exibidos a partir do mapeamento do bairro, ateliês de artistas, lojas colaborativas e espaços que promovem eventos na área, de forma a abranger o máximo de processos que incentivem esse mercado e seu acesso por parte da população. Para isso é apresentado abaixo o seguinte fluxograma:

Fluxograma 2 - Pessoa X Informações sobre empreendimentos em arte e artesanato em Salvador.

Fonte: Autor

Esse fluxograma foi desenvolvido através das percepções geradas a partir do questionário online e, dos recorrentes dados pesquisados, que ofereceram um panorama do perfil do usuário dessa solução. Essas informações justificam o processo que permitiu enxergar e ilustrar esses dados centrados no Usuário X Informações. Sendo as informações sobre os empreendimentos em arte e artesanato em Salvador.

De acordo com o percurso que o leitor faz do fluxograma, através das questões que levam à solução, são encontrados dois agravantes que atrapalham o andamento de qualquer pessoa no nosso sistema: “Não ter tempo” e “Não ter dinheiro”. Escrevi inclusive de maneira mais coloquial para tornar a leitura mais rápida.

Quanto ao agravante “não ter tempo para conhecer”, a solução não se adentrará sobre esse tema, já que é um problema muito individual. Porém, a questão: “Mas tem interesse em passear em eventos de arte e artesanato?” possibilita à pessoa continuar no percurso. Através do verbo “passear” oferece possibilidade à pessoa só passar pelos eventos de arte e artesanato, sem necessariamente consumir os produtos, fato que é comum culturalmente no Brasil, até para quem tem dinheiro, como foi explicado anteriormente.

O fato das pessoas apenas passearem nos eventos pode parecer um agravante quanto ao consumo direto desses bens e serviços, porém, o aumento no público desses ambientes, pode gerar divulgação orgânica para os empreendimentos e fomentar cultura para quem aparece.

Figura 16 - Personas dos possíveis públicos da solução

Fonte: Autor

O esquema ilustrado acima, faz uma relação direta com os resultados anteriores da pesquisa, de forma a trazer visualmente quatro possíveis usuários dessa solução, cada qual com uma necessidade diferente atrelada ao problema.

As ilustrações representadas foram desenvolvidas com o intuito de facilitar a compreensão por parte do estudante, utilizando estereótipos visuais assim conforme foi orientado pelo orientador Alessandro Faria. Esses estereótipos não têm função de alimentar suas concepções para a sociedade, apenas de serem visíveis para os membros da equipe do projeto de quem se tratam os públicos apresentados, sem nenhum intenção de ofender, nem interferir na representatividade e no empoderamento de qualquer possível grupo social apresentado.

O principal fator que possibilitou essa construção foram os Agravantes do percurso, sendo eles: Recursos, representado com o símbolo ($) do dinheiro; Informação (!) sobre esses empreendimentos em arte e artesanato. A partir disso, pode-se estruturar essas quatro diferentes necessidades de usuários:

 Quem tem recursos financeiros ($) e já é informado (!), pode consumir bens e serviços em arte e artesanato sem maiores complicações, tendo a solução como um benefício extra à sua experiência;

 Quem tem recursos financeiros ($) e não é informado (!) sobre empreendimentos em arte e artesanato, não encontrará problemas caso se interesse por conhecer mais sobre esse negócio e, até pagar por bens e serviços na área. Fazendo a solução útil, caso este queira informações;

 Quem não tem recursos financeiros ($) mas é informado (!), conhece sobre esses empreendimentos e sabe da importância da cultura para a sociedade. Porém, não tem dinheiro para comprar bens e serviços na área, então a solução para essa pessoa pode funcionar como um benefício extra à sua experiência informacional e aos os seus passeios. Além disso, esse usuário pode contribuir com a divulgação orgânica da solução, ao conversar com outros a respeito, atraindo mais público;  Quem não tem recursos financeiros ($) e nem conhece (!) sobre esses

empreendimentos, pode usar a solução enquanto um primeiro acesso à essas informações, podendo assim efetuar passeios: conhecendo um pouco sobre esses empreendimentos, produtos e serviços, podendo chegar até a visitar esses ambientes, sem ter que necessariamente pagar por essas informações;

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