• Nenhum resultado encontrado

Todos os nomes ou referências que possibilitem identificar os entrevistados foram suprimidos e aparecem no texto com um *.

Entrevista com Alice.

04/06/2012 e 13/08/2012.

A: Você pode falar o seu nome e a sua idade? Al: Meu nome é Alice e eu tenho 17 anos.

A: Tá. Você pode falar um pouco sobre a sua família, que Estado eles vieram? Al: Meus pais, eles vieram da Paraíba.

A: Mas eles já se conheceram de lá? Al: Já. Eles eram...

A: Eles se casaram lá?

Al: Não. Eles se casaram aqui, mas eles se conheceram lá. Eles eram amigos na verdade e vieram para São Paulo tentar a vida aqui e acabaram tendo um relacionamento, casaram...

A: Entendi. Faz tempo que eles vieram para cá?

Al: Faz. Acho que vai fazer uns 20 anos mais ou menos. Ou mais. A: E os seus avós moram lá ou em São Paulo?

Al: Não, eles moram lá. Eles não pretendem sair de lá não. A: Tios. Você têm tios lá? Parentes assim...

Al: Todos os meus tios moram aqui. Só tem alguns que estão lá, que deve ser uns dois ou três. E tem uns que já estão meio que se aposentando aqui e já estão querendo voltar pra lá.

A: Você já viajou pra lá?

Al: Já. Umas três ou duas vezes eu acho. A: Para ver os avós?

Al: É. Conhecer o lugar?

A: Tá. Que escola você estudou no fundamental? Al: Estudei no *. Uma escola aqui do lado. A: É Estadual né?

Al: Da prefeitura. A: Ah, é Municipal. Al. Municipal.

A: Tá. E você fez o fundamental inteiro lá. Al: Aham. Os oito anos eu fiz lá.

A: Você sempre estudou lá. Fica aqui no campus? Al: Aham, sim.

A: Aqui do lado. Bom, e seus pais eles trabalham com o que?

Al: A minha mãe ela é secretária do lar. Ela trabalha na casa de uma moça, arrumando. E meu pai ele é gráfico. Ele trabalho com (inteligível).

A: Ah, de impressão gráfica. Al: Isso.

Al: Olha, eu não lembro, mas eu acho que é *, alguma coisa assim. A: Ah, entendi. Tá Bom. E porque você escolheu estudar nas ETECS?

Al: Porque é um ensino diferenciado né. É um ensino diferenciado e qualificado. A: Você acha que a escola é melhor que as outras Estaduais?

Al: Sim, eu acho. Pelo que a gente aprendeu aqui e minha observação do que meu irmão aprendia. Cada escola tem um nível né. Desde a Municipal a ...a Estadual é melhor que a Municipal, e já a ETEC tem o ensino bem melhor que a Estadual e se compara até com uma escola particular.

A: E comparando com a que você fez o fundamental é muito diferente?

Al: Muito, porque lá era outro método de ensino. Pra mim eu não gostava, mas a escola gosta daquele método.

A: Como que era aquele método?

Al: Seria um método de estudar em grupo. Aí você ficava...é...tinha um grupo de quatro, cinco pessoas, que você escolhia com quem sentar o ano inteiro e aí eles te davam a lição quinzenal. Que era um roteiro com todas as lições que você tinha que fazer, ou seja, você pegava o livro, aí para umas duas aulas teóricas que o professor falava e depois você ficava na sala fazendo as lições desse roteiro. E aí a cada quinzena você tinha que mostrar para o professor. Ele dava nota a partir da quinzena que você terminava. Eu não gostava disso porque era pouco contato com o professor. Era mais o livro que você ficava estudando, então você não aprendia muito. Eu não gostava desse método.

A: Mas assim, tinha aula expositiva? Al: Isso. Tinha.

A: E os professores ajudavam você nas questões?

Al: Ajudavam. Então, porque nisso que a gente ficava na sala quando eles não levavam a gente para uma aula expositiva, aí a gente podia pedir ajuda para eles.

A: Entendi. E aí aquele grupo de cinco alunos ficava o ano inteiro junto?

Al: Isso. Mas eu te digo que o método é ruim; por quê? Porque aí começa a dispersar muito. Às vezes você já está em grupo, aí começa a conversar, aí às vezes como é quinzenal você fala: - Não vou fazer essa semana. Deixo para fazer tudo na semana que vêm. E era assim mais ou menos.

A: Mas aí você fazia? Al: Fazia.

A: Você era mais responsável?

Al: É. Eu fazia tudo na primeira semana e eu ficava a semana só esperando chegar o dia de mostrar.

A: Mas então tinha, por exemplo, tinha seis aulas por dia. Al: Aham.

A: Aí três eram expositivas e três para fazer as lições.

Al: Não necessariamente. Era só quando o professor tivesse mesmo que explicar alguma matéria. Por exemplo, chegou o roteiro novo hoje. Aí nessa primeira semana a gente teria as aulas expositivas que seria só uma. Aí, por exemplo, é uma por semana ou duas, cada dia da semana. A: Aí era seriado. Cada sala...?

Al: Isso. Era por série. Mas você não podia sentar com pessoas da outra série. Só com pessoas da mesma sala.

A: Mas vocês ficavam livres para fazer onde quisessem essas atividades? Al: Não necessariamente.

Al: Sempre na sala. A: Ah, na sala.

Al: Eram salões. Tipo, eles quebraram as paredes. Por exemplo: aqui têm as três salas. Eles quebraram as paredes das três salas para juntar todas as salas. Aí tinha as mesas...

A: Como eram as mesas? Al: Redondas.

A: Ah, era redonda? Cabia cinco pessoas certinho.

Al: Cabia. Cinco ou quatro. Geralmente eram os grupos. Eles não deixavam muito maior porque senão as pessoas não iriam fazer.

A: E funcionava? O pessoal fazia?

Al: Não. Era muita brincadeira, o pessoal começa a perder o interesse por estudar, já que não era tão cobrado o ensino. Porque você só tinha que entregar daqui duas semanas. Então aí dispersa muito.

A: Você não gostava muito. Você prefere mais esse sistema tradicional?

Al: Prefiro. Porque a gente conversa, tem um contato maior com o professor. Por exemplo, toda hora estão explicando matéria e lá não. Era a cada duas semanas que a gente recebia matéria nova. Só que tinha vezes que os roteiros eram bem extensos.

A: Mas os professores não auxiliavam? Al: Auxiliavam.

A: Eles ficavam andando pela sala... Al: Isso.

A: Dos grupos. Al: Isso.

A: Ah, não sabia que era assim. Al: É. É assim, mas eu não gosto. A: Você fez desde a primeira série lá?

Al: Aham, mas só mudou acho que a partir da sexta série que eles foram utilizar esse método. Era normal o método de ensino deles. Aí quando eu cheguei na sexta, ou foi na quinta série, não me recordo; aí que eles implantaram esse método lá. De quebrar as paredes...

A: E os pais? Eles aceitaram isso?

Al: Ah, aceitaram, né. Na verdade não foi nem conversado. Isso daí foi... o diretor ele viu esse método em uma escola. Só que a escola era particular, tem outro ambiente, são pessoas de níveis diferentes, uma escola particular para uma escola que está voltada para a rede pública entendeu? Então foi por isso que eu achei que não funcionava, porque muita gente não estava com intenção de estudar. Em uma escola particular não, todo mundo quer estudar. Então eles iam fazer com que esse método funcionasse. Em uma escola pública já não funcionou do jeito que eles pensaram que iria funcionar. Ele pegou esse método de uma escola particular. Eu nem lembro. Mas essa escola era de descendência portuguesa.

A: É a escola da Ponte não é? Al: Ah é! Essa mesmo.

A: Eu estudei na faculdade. Tem uma outra estadual. É Amorim Lima. Fica no Butantã.

Al: Eu não lembro. Mas na época que eu estudava eles falaram que tiraram a ideia dessa escola aí. Acho que é da Ponte mesmo. Não lembro.

A: Não sabia que essa escola era assim. Eu só conhecia a Amorim Lima, que é desse sistema. Al: Não. Ela também implantou esse sistema, mas eu achei que não funcionou não.

A: E aí você não estava satisfeita com o ensino de lá?

professor, as matérias não são com um nível de dificuldade maior. Por exemplo, eles ensinavam o básico mesmo, não se aprofundava muito. Então só passava bem rápido e às vezes nem passava. Por exemplo, na oitava série eu estava aprendendo coisa que meu irmão já tinha aprendido na quinta, sexta. E ele estudava em uma Estadual. Pra você ver a diferença de uma escola Municipal para uma Estadual e para uma particular. Sempre tem essas diferenças de estudo. Aí eu decidi fazer ETEC. Eu prestei...

A: E como você conheceu a ETEC? Bom, visualmente...

Al: É. Do lado né? Não, o diretor ele incentivava a gente a prestar ETEC. Sempre ele ficava no nosso pé.

A: Quando você estava na sexta série não existia esse prédio?

Al: Não, não existia, mas já tinha planejamento para criar. Desde a quinta série se eu não me engano já tinha planejamento do campus, mas a ETEC não estava pronta. Ela foi ficar pronta, acho que quando eu estava na oitava série.

A: Ah, deu certinho. Al: Deu certinho.

A: Pegou a primeira turma daqui. Al: Isso.

A: Bom, e porque você escolheu fazer informática?

Al: Ah bom, porque é uma área que está crescendo muito, é um mercado muito abrangente hoje em dia, então a área tecnológica você sempre vai ter emprego, porque é a tendência daqui para frente. Tecnologia. Então foi uma das áreas que eu escolhi. A princípio eu não queria. Desde pequena eu sempre quis tantas coisas, só que aí eu fui me focando para desenho e agora eu estou em informática.

A: Desenho? Como assim desenho?

Al: Não sei. Eu pensava em... sei lá, ser estilista. Ou então desenho gráfico. A: Arquitetura?

Al: Arquitetura. Mas eu não estou fugindo tanto dessa área porque eu posso fazer web designer, só que aí não tem faculdade, né? Eu tenho que fazer cursos e... não sei se têm pós em web. Ou então eu posso fazer desenho gráfico industrial.

A: Você aprendeu isso com seu pai? De desenho?

Al: Não. Sempre foi uma coisa que eu tive sozinha. Eu sempre... A: Mas você não conversa com ele sobre isso?

Al: Não. A: Não?

Al: Não. (risos)

A: Você gosta da área de imagem?

Al: Gosto. Sou muito... não diria perfeccionista; é que eu gosto dessa parte de desenho. Eu gosto. A: Projetar as coisas...

Al: Projetar. Aí foge um pouco da área de informática. Se eu fosse, aí teria que ser mais para a parte de gerencia, não programação como eu estou fazendo.

A: Ah, basicamente o curso você vê mais programação? Al: É.

A: Você está gostando?

Al: É tenso. (risos) Eu gosto, mas é aquela coisa que eu quero aprender, eu quero aprender porque eu quero ser boa naquilo, mas não porque seja aquela coisa que me agrade muito. Porque é muito difícil. É muito código e às vezes o código está certo, mas não dá certo. E aí você tem que ficar vendo outro método para [inaudível] naquele código para ver se funciona. É difícil.

A: Mas você gosta de cálculo, conta? Al: Gosto. Não sou contra, mas eu gosto.

A: Qual área você mais gosta? Qual disciplina? Entre humanas, biológicas, exatas? Al: Acho que exatas.

A: Você vai melhor em conta. Tipo matemática, física, química? Al: Isso. Eu gosto. Acho que eu sou mais exatas que humanas.

A: Então você prestou o vestibulinho por causa do mercado de trabalho?

Al: É. É uma área que está crescendo e porque também eu gosto. Na verdade nesses últimos anos eu estava muito em dúvida entre arquitetura e informática, então eu optei por informática, porque é um ramo... e dentre os dois me agradava também; e pela opção do mercado de trabalho, porque seria uma área que nunca iria faltar emprego pra mim, então eu nunca ficaria parada.

A: Entendi. Você pode falar um pouco do seu dia a dia? Fala um pouco do seu cotidiano. Cê acorda...?

Al: Nossa! É corrido. Assim, resumidamente na semana eu acordo umas 7 horas, 7h10, aí eu venho para a ETEC.

A: Ah, você mora perto. Al: Eu moro perto. A: Você vem a pé?

Al: Venho. É dez minutos andando devagar e se eu ando muito rápido eu consigo chegar na ETEC em cinco, seis minutos.

A: Nossa, então é muito perto. Al: É perto.

A: É nessa avenida mesmo?

Al: Na verdade é mais lá para dentro. A: Ah, entendi.

Al: Mas é pertinho. Você vem cortando assim... A: Você vem por baixo?

Al: Eu venho por baixo porque é mais perto, porque se eu vier pela * eu venho dando uma volta, assim... se eu vier por essa entrada de baixo eu venho em linha reta, então eu economizo muito mais tempo. Aí por isso que eu acordo meio tarde. Aí eu venho para a ETEC, no ensino médio, aí dependendo do dia eu tenho curso de inglês. Terça e quinta eu faço curso de inglês.

A: De tarde? Al: De tarde. A: Que horário?

Al: Das três às quatro. E a noite eu faço técnico de informática, que seria das sete até às dez e quarenta mais ou menos, dez e meia e aí eu chego em casa....Tem dia que eu não almoço, porque as vezes não dá tempo...estou fazendo algum trabalho ou então eu prefiro dormir porque estou muito cansada.

A: Nossa! Mas olha. Você toma o café, vem para cá... Al: Não tomo café.

A: Por quê?

Al: Porque eu já acordo tarde. A: Ah, entendi.

Al: Entendeu? Relativamente tarde, então aí eu acabo não tomando café. Aí eu chego em casa, almoço.

A: Você sempre almoça em casa?

A: Ah, com os amigos da escola. Al: Isso.

A: O pessoal da sua sala ou de outras salas também? Al: De outras salas também.

A: Onde fica esse bom prato?

Al: Bem aqui! Professor. Você nunca viu não? A: Nessa avenida?

Al: É.

A: Na estrada das...

Al: Você já viu o ponto de ônibus que têm aqui? Aqui em cima? A: Aqui pra baixo?

Al: Isso.

A: Não. É que geralmente eu venho de lá. Al. Então, fica bem ali o bom prato.

A: Bom, eu saio do campus, aí eu viro à direita ou à esquerda? O Bom prato. Al: Pra lá.

A: Pra esquerda. Al: É.

A: Tá.

Al: Bem pertinho. Aí... A: Dá para ir a pé? Al: Dá.

A: Quanto tempo?

Al: Sei lá. Uns...um minuto, dois. Bem pertinho. Depois que você sai do campus é questão de segundos.

A: Acho que a maioria dos alunos que faz o técnico a tarde vai para lá então. Al: Vai pra lá. É bem lotado lá. Sempre encontro o pessoal por lá.

A: É um real não é? Al: É um real.

A: Eu já comi uma vez. Al: Isso. É lá mesmo.

A: Só que eu comi na Liberdade, no centro. Al: Ah, tá. E aí eu pratico vôlei também. A: Onde?

Al: Eu pratico vôlei no instituto esporte-educação que é do Rexona, com patrocínio da Rexona, Unilever e do Ades.

A: E fica aqui perto?

Al: Fica. Eles têm um; como posso dizer? Um núcleo aqui no *. Então eu jogo aqui no *. A: Ah, na quadra da escola.

Al: Isso. É um núcleo e... eu chego cansada em casa porque a noite eu vou jogar com o pessoal também. Porque tem a quadra da * e aí a gente junta uma turma, a gente joga de tarde e aí de noite a gente forma um time e joga na quadra na * também.

A: E geralmente você joga à tarde? Al: Jogo a tarde e a noite.

A: Quais os dias da semana? Al: Quarta e sexta.

Al: De noite todos os dias. A: Mas você não faz o técnico?

Al: Faço o técnico, aí assim que eu saio do técnico eu vou jogar. A: Nossa, dez e pouco da noite. Você joga até que horas?

Al: Ah, eu jogo até às 23h30, mas eles jogam até 02h00 se deixar. A: Mas é, por exemplo, é treino ou é um time? Ou é mais recreação?

Al: De quarta e sexta a gente joga, mas têm um treino específico. E de noite é só bate bola mesmo, é só um happy hour, só para jogar por jogar. Aí convida pessoal de outros núcleos ou às vezes um pessoal que a gente conheceu. Vamos no *, aí conhece um pessoal lá, convida eles para jogar com a gente.

A: * ali em *. Al: Isso.

A: Ah, eu já corri lá. Al: É legal.

A: É bom aquele parque. Mas então você faz vôlei de quarta e sexta a tarde e todos os dias à noite?

Todos os dias?

Al: Quando eu posso. Aí por exemplo, esse mês eu fiquei muito acumulada com o meu TCC então eu não podia estar lá toda hora, mas eu ia porque eu estava muito estressada por causa do TCC e o vôlei é uma coisa que me desestressa e eu consigo pensar mais nas coisas.

A: Mas lá é um time fixo?

Al: Também. Tem um pessoal que vai sempre e tem um pessoal que é convidado, então é um pessoal que aparece de vez em quando.

A: Geralmente você fica lá? Você é fixa? Al: Uhum.

A: Tem campeonato, alguma coisa?

Al: Tem. No campus a gente sempre tem campeonatos ou então inter-núcleos que junta todos os núcleos de São Paulo, aí eles escolhem o local e aí a gente vai e joga, mas sempre com o time já pronto. Aí tem o time misto, feminino e masculino. Eu jogo misto.

A: Ah, você joga misto?

Al: Com pouco menino. Aí são três meninas e três meninos. A: Vocês treinam sempre nessa quadra do *?

Al: Isso. Quando não é nessa pequena é na grandona lá de fora.

A: Então alguns dias você faz inglês à tarde, outros você joga vôlei. Todos os dias você está no técnico?

Al: Todos os dias estou no técnico. A: Tá. Você janta em casa?

Al: Janto. Janto duas vezes porque... A: Como assim duas vezes?

Al: Duas vezes porque eu, sei lá, eu me acostumei porque no ano passado eu estava fazendo um curso que eu ficava praticamente o dia inteiro fora de casa e eu só chegava a noite e dormia. Ia para o médio de manhã, ia para esse curso lá na Saúde, lá no Jabaquara à tarde e quando eu chegava às vezes eu não tinha nem tempo de jantar ou então comia correndo e ia para o técnico e a noite por esse dia maior cansativo eu sentia fome, aí comia de novo à noite, jantava de novo. Aí eu tendo terminado esse curso...

A: Era curso do quê?

A: Ah, da Totvs?

Al: Totvs. Você já ouviu falar? A: É, boa essa empresa. Al: É muito boa.

A: Quer dizer, ela é grande né? Al: Isso, ela é grande.

A: Capital aberto na Bolsa.

Al: Isso. Aí eu fiz esse curso na Totvs que era para gerenciamento desse sistema de RP. Aí eu saia correndo de casa. Tinha que sair correndo daqui do médio, porque pegar metrô, ônibus era difícil. A: Era particular esse curso?

Al: Eu peguei bolsa.

A: Mas como? Você fez alguma prova?

Al: Eu tive que fazer um prova para passar e sem contar que eles; é por teste socioeconômico, né. Eles veem a sua renda. E eu ainda passei na segunda fase por causa da renda do meu pai. Porque o meu pai ele ganha...o bruto dele é alto, aí quando vai fazer esses cursos assim que precisa de ter baixa renda eu não consigo passar, eu peguei a segunda fase porque tinha três pessoas na minha frente, porque eles não foram, perderam o dia da inscrição e aí eu peguei.

A: E como você ficou sabendo desse curso?

Al: A minha prima. Ela trabalha na área de informática então ela sempre está vendo o jornal da Info. Aquela revista Info. Aí ela viu e me mandou no meu e-mail o link do anúncio e aí eu falei: — Ah mãe, vamos tentar.

A: Aí você correu atrás.

Al: É. Porque eu sempre fico fazendo curso. Eu não gosto de ficar parada, então a minha vida já é agitada desde sempre, tanto que eu já fiz *.

A: Que instrumento você tocou? Al: Eu cantava lá.

A: Ah, no coral?

Al: No coral. Fazia coral, era bem legal. A: E você saiu de lá?

Al: Ah, eu sai porque eu sabia que música não era o meu ramo, aí eu só estava fazendo por entretenimento mesmo. Por exemplo, eu tinha três dias da semana vagos aí eu: — Ah, vou fazer *.

A: Isso junto com o médio?

Al: Junto com o médio, técnico, jogando vôlei... A: Aquele curso da Totvs? Você fez por quanto tempo? Al: Tinha a duração de seis meses só.

A: Seis meses. E você gostou?

Al: Gostei. Bem legal. Eu conheci uma galera muito...era gente de todo o tipo de lugar, de toda a região tinha lá e é bem legal, tanto que a gente mantém contato até hoje, é muito interessante o curso.

A: Quantas pessoas tinham lá?

Al: Nossa, era uma turma grande, acho que era quase quarenta. Era quarenta. A: Nossa! Você fala com quantos de lá?

Al: A minha turma todinha eu falo ainda. A: Com os quarenta?

Al: Não com os quarenta, mas eu acho que eu falo com uns vinte pelo menos, porque foi os que