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ENTREVISTA COM ENI CORRÊA, EM 19.02.2010. Como foi o seu percurso na dança?

Eni: Eu fui formada no primário numa instituição muito boa, lembro que era o Suíço Brasileiro, onde tinha toda uma influência da escola suíça, através da diretora, que eu reputo como um colégio de classe super especial naquela época. Eu estava com sete anos e naquela época este colégio já mantinha Educação Física obrigatória. Os professores de lá, todos assim grandes mestres. Acho que foi fundamental para minha formação. Naquela época eu tinha um curso à tarde de francês com sete anos de idade. Lia-se uma coisa, se fazia a interpretação, dissertação, descrição, quer dizer: a gente fala muito do interior da gente e passava a observar os detalhes, isso ficou na minha cabeça e naquela época eu me lembro da Professora Dica Raimunda Albuquerque que até hoje é viva. Ela foi pra mim uma professora fundamental em questão do movimento... Ela me chamava de Socorro e eu me lembro dela me corrigindo; tudo tinha de ser muito certinho.

Depois de lá, eu fui para o Instituto de Educação do Pará, lá eu me formei... Quer dizer: a gente fazia quase um vestibulinho pra entrar e eu tive duas professoras muito boas de Educação Física, que foram a Sônia e a Joana D’Arc. Com a Sônia convivia muito mais com a Ginástica Rítmica Moderna. Acho que a minha formação de professora primária foi muito boa... Posso até citar nomes de alguns professores... Não lembro mais... Depois quando eu passei para o pedagógico, eu tive uma formação clássica no Colégio Paes de Carvalho. Então, com todo esse convívio, me levou a buscar muito mais conhecimento e eu comecei também essa minha paixão, principalmente pela música, a música clássica... Eu comecei a estudar piano muito jovem, muito garota, com sete anos a minha mãe já me botou pra estudar piano. Agora realmente o meu pai profissional que me deu impulso, que me deu oportunidade pra sair daqui de Belém, pra buscar mais, foi o Nagib, ele que me ofereceu todas as oportunidades, por isso não posso esquecer-me dele... Onde foi um novo universo de conhecimentos que eu deslumbrei... E eu acho que a carreira que escolhi foi muito boa... Você sabe que Educação Física... Tu fizeste, não é, Eleonora?! E tu sabes que ao contrário do que as pessoas pensam, ela não se retém apenas em fazer ginástica e pular e saltar... Ela tem um currículo muito bom, quer ver o homem como um todo... Quer dizer, a parte que eu tive de psicologia, lá na universidade, era dada num estúdio, atendia o bailarino, a pedagogia, cinesiologia, anatomia, tudo isso, eu acho que eles embasavam bastante... É claro que uma universidade ela não dá tudo, você tem que sair pra correr atrás... Antes daqui, eu tenho que lembrar que conheci Augusto Rodrigues, ele me deu oportunidade... Foi o meu primeiro

professor de dança... Foi isso aí... Ele não estabelecia diferença de nível social, era muito rigoroso para todos. Nós éramos muitíssimos amigos. Ele era professor de Educação Física e trabalhava num grupo escolar... E quando chegava o professor de canto, era eu e o Augusto, éramos como a xícara e o pires... Mas na hora da aula ele era professor e eu a aluna. Eu cheguei a dançar no festival do Augusto, a escola ficava no antigo Palácio do Rádio... Um grande amigo... Foi uma pessoa a quem eu devo o reconhecimento da dança, porque eu sempre falei que levo o Augusto como uma pessoa inacessível e me via ali, coitadinha, pobrezinha, na escola Normal... Quando eu cheguei ao Rio de Janeiro, eu já tinha convivido com a dança através do Augusto... Quando eu me lembro do Nagib... sabe quando a gente fica olhando e de repente percebe que eles se tornaram dois grandes amigos meus.

E sobre a cultura musical... Ah, sim! Ia me esquecendo a minha avó, aliás, a minha família de maneira em geral teve uma influência muito grande na minha formação... A minha avó era muito criativa, eu lembro que ela tinha um grupo de pessoas que criava assim meninos de rua... Ela era professora, ela alfabetizava... Ela me levou pra assistir os primeiros Pássaros... O meu pai também tocava flauta. A minha mãe não tinha nenhuma formação artística, mas adorava as artes, e dizia se viesse em outra reencarnação ela queria vir em uma grande artista. Bem, então foi assim que eu fui criada. Lembro que na época da semana santa, tinha a rádio Clube do Pará e na sexta-feira santa era só música clássica... Eu esperava ansiosa esse dia, porque eu ficava ouvindo aquela música clássica... A minha formação que sempre foi clássica... Estudei no Carlos Gomes... Hoje estudar no Carlos Gomes é chique, naquela época eu não tinha piano em casa, então estudava na casa da minha professora. No Carlos Gomes não tinha um horário pra gente praticar, e eu não tinha um piano em casa, porque a minha família não era uma família rica, então o meu pai não podia comprar um piano... Eu lembro que era tão engraçado, quando a diretora do Carlos Gomes virava as costas, eu começava a improvisar, tocar aqueles exercícios... Então eu acho que tudo isso vai construindo uma pessoa... Resumindo: a família, o ambiente, o amor à natureza, tudo isso vai formando uma pessoa... Eu tive um ambiente de formação básica como de formação superior e tudo isso influencia.

Bem, aí eu fui para o Rio fazer vestibular, naquela época eu fui sozinha fazer vestibular na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, que aqui não tinha. Naquela época se cha- mava Universidade do Brasil. Então, lá, meu horizonte ampliou. No meu currículo (currículo do curso) tinha dança nos três anos. A professora titular era a Maria Helena Sá Earp - Helenita Sá Earp, que foi discípula de Mary Wigmam. Então eu tive uma formação muito boa com ela, e acrescida com outros ensinamentos, como a Nina Verchinina, Dalal Achar, D. Eugenia. Lá, Helenita já tinha o Grupo de Dança da Universidade do Rio de Janeiro, mas tarde eu fui fazer parte. E ela permitiu que eu fizesse aulas no grupo quando que já viajava e ganhava prêmios. Eu fazia aula, mas eu tinha uma bolsa e não podia me dedicar ao grupo. Então eu participava do vôlei, esgrima e tudo que você pode imaginar. Mas eu fugia das aulas para fazer aula no grupo da dona Nina Verchinina, tudo com a minha bolsinha do Estado. Ah! Eu, assim que me formei,

trabalhei na escola primária da universidade, mas eu pedi demissão. Assim que eu cheguei, eu procurei o prof. Nagib Matni ( diretor do departamento de Educação Física) naquela época Serviço da Secretaria do Estado, subordinado à Secretaria e Cultura do Estado, e propus um curso de dança moderna.

Eni, quando você foi pro Rio, você estudou com a Helenita, com Klauss Viana e outros professores importantes da dança. Quais destes professores foram importantes para sua formação?

Eni: Eleonora, o que aconteceu foi o seguinte: quando eu fui pra lá... Eu vou falar tanto do período que fui fazer o curso de graduação, quanto o curso de especialização. Eu saí de uma região que era muito carente, então eu tentava aproveitar o máximo que eu podia. Tudo quanto era curso eu estava lá presente. Eu tive muitas professoras, de dança clássica, moderna... A Nina Verchinina, eu posso dizer que me influenciou, bem como Helenita Sá Earp, principalmente na área educacional e Klauss Viana, também. Se você verificar, a minha base é Helenita, mas eu não ficava só no centro universal de dança, porque eu acrescentava e também tinha a minha ligação com o teatro, e com Klauss Viana começou essa parte; eu fiz cursos de teatro, aqueles exercícios de laboratórios, e vi o quanto era importante não somente para o teatro, quanto tam- bém para a dança. E eu comecei a experimentar, e quando eu cheguei aqui, o Marbo também já estava experimentando essa parte; foi quando nós dois nos unimos, pra fazer isso... Então Klauss Viana teve muita influência sobre mim... Posso também dizer que o Marbo colaborou... Não no nível de Klaus Viana com experimento, era o que estávamos dando. Também naquela época o que estava em efervescência era o jazz... Mas o jazz é sempre muito decorativo e eu não me satisfazia e não era isso que eu queria... O que eu queria mesmo era a dança mais artística. Lembrei mais um detalhe: nesse período eu comecei a ler muito e estudar muito, me aprofun- dando nas leituras e nos estudos, por exemplo, a obra de Augusto Boal... Eu andava naqueles sebos, no centro da cidade catando livros da História da Arte, História da Música e dos grandes compositores... A Helenita, como ela tinha muitas obras musicais, ela emprestava pra gente gravar. E quando eu fiz o meu curso de Pós-Graduação, eu me aprofundei mais e nós fazíamos muita pesquisa musical... Outra coisa que ia esquecendo de dizer, é que trabalhei na Escolinha Brasileira da Criança e tinha dança. Foi a minha primeira experiência com crianças... E por incrível que pareça, quem dava aula lá era a Mirasala, que também foi a minha professora na universidade, e mandava-me dar aulas pras crianças... Eu gostava sempre de experimentar coisas e comecei a dar aulas com música, como música clássica e comecei com Chopin, contando sua história no nível de criança e eles fixavam de uma maneira que quando eu colocava Chopin, eles logo associavam com a história que tinha contado a eles, e isso era impressionante... Então viver de balé era muito difícil naquela época... Não me detive só em estudar a graduação em dança, eu queria saber tudo da arte em geral. Dancei tudo, também frequentei muito teatro... Naquela época era o eu podia fazer.

A partir de todas essas experiências nos cursos formais e informais, como foi sua vivência como professora?

Eni: Quando eu estava fazendo o curso de graduação, eu vinha todo ano pra cá (Belém) e dava cursos pras pessoas que tinham formação. Depois que eu me formei, o MEC me convidou e eu fiz parte de uma equipe que dava curso em todo Brasil. Então eu fiz Teresina, Maranhão, Amazonas, esses lugares não tinham curso superior. E hoje analisando tudo que vive... Sem falsa modéstia... Via-me uma pessoa revolucionária em termo de educação e cultura. Por exem- plo, eu estou me lembrando agora de uma coisa muito interessante... Eu tive uma formação muito rigorosa que foi no Colégio Serra Freire, depois entrou um professor, Jonatas Atias, que era todo liberdade, todo moderno... Então eu passei transições de educação na minha vida... Isso é muito importante você dizer que vem de um Suíço Brasileiro que tinha uma educação rigorosa e vai para um Serra Freire, mais rigoroso ainda e depois vem o Jonatas Atias que te dá uma nova formação, ele era o professor de geografia - maravilhoso - e depois como diretor, ele abriu as portas, ele era liberal... Liberal, não, era amigo, ele trocava com a gente... E tudo isso que te falei, ajudou na minha formação como pessoa. O que foi fundamental pra mim foi essa transição do rigoroso, conservador para o liberal... E hoje percebo como isso foi importante... Imaginas, eu saindo daqui, indo para uma universidade no Rio de Janeiro, onde era bem mais aberto e onde frequentei muitas academias de dança, dança clássica, moderna, até esgrima eu fiz.

Dentro disso tudo, qual era o contexto histórico-social no Brasil nesse período?

Eni: Eu peguei a revolução... Fui pro Rio em 64, quando comecei meu curso. Eu não tinha nem um mês de faculdade, quando começou a revolução. Realmente isto também me influenciou bastante, o alicerçamento da liberdade de expressão... Eu penso que tinha uma coisa muito importante ali... Eu acho que a minha geração foi muito feliz, foi uma geração transformadora, por causa das transformações que ela sofreu, quer seja política ou sócio político cultural... Eu agradeço a Deus por ter tido o privilégio de ver a minha geração... Eu me lembro de Chico Buarque cantando naquele festival, Pra ver a banda passar... Eu estava em Curitiba e anuncia- ram que o Chico tinha ganhado, aí foi aquela festa, também era festa em Curitiba dos Jogos e eu participava de tudo... Eu vivia 24 horas pro estudo, tudo que surgia eu aproveitava... Nesse período eu conheci todo o Brasil pelo estudo ou trabalho... Ah, tem outra coisa... Eu sempre falo da minha especialização em dança, mas eu fiz três especializações; além dessa eu tenho em Didática na Universidade do Amazonas e a Metodologia do Ensino na UNAMA. Mas, sempre falo só de uma, né! Eu sempre fui uma pessoa que buscava refletir e propor para mim outras possibilidades, porque eu não me contentava em repetir aquilo que já tinha sido feito, por exemplo: quando eu ia dar aula de ginástica eu conhecia muitos métodos, mas eu não me baseava em um método, eu tirava um pouco de cada um que eu achava que era importante e construía o meu próprio método, sabe? Eu lembro que eu fui dar um curso no Amazonas pelo

MEC de Ginástica Moderna, que era a disciplina que eu dava nesse curso para formar professor de lá, aí veio uma apostila da Deise para eu seguir as aulas. Então eu chamei o coordenador e disse: Felix, eu não vou dar isso, eu tenho a mesma formação da Deise, fui até aluna dela, mais eu não vou dar a aula que ela elaborou para o curso. Eu acho que o professor deve ter uma no- ção de todos os métodos para fazer o que for conveniente. Então, o Felix disse: Eni, faz o que tu quiseres... Deu-me liberdade total, aí eu peguei a apostila e engavetei. Eu sempre fui assim, sabe Eleonora? E por que isso? Porque na minha região eu respiro água, eu sou rodeada de água e eu coloco água para fora do meu corpo, que é diferente lá do sul, do Rio. Eu fiz vários cursos lá pro sul e é diferente. No frio você salta, você não sai do chão, você fica colada, não é verdade? Então eu tive de dar aula de acordo com a turma, como professora. Eu comecei a trabalhar na universidade com dança antes da criação da Escola de Educação Física, em que comecei a trabalhar em 1970, 71. Então, eu vi que eu poderia fazer a mesma coisa na Escola de Educação Física. Na universidade era formação artística, claro que está incluso nisso uma parte educacional porque elas são interligadas, mas eu não ia formar professores e lá na Escola de Educação Física eu iria formar professores. Então eu tive duas vertentes profissionais: uma na qual ia formar os bailarinos, o Grupo Coreográfico.... O Grupo Coreográfico sempre foi um grande laboratório pra mim, então lá era formação para a dança e na Escola de Educação Física era formação pela dança, porque a dança era utilizada como um instrumento para a educação. E com aqueles trabalhos que eles faziam lá, eu ficava tão feliz, Eleonora! Saber que meus alunos saíam dali capazes de fazer coreografia, certo. Como eu tinha conhecimento de prática coreográfica, eu dei uma orientação básica para eles criarem... Até criaram grupos de dança, os próprios rapazes. Eu acho que a vida de um artista tem de buscar sempre, eu penso que ele não tem que se acomodar. Eu tive uma experiência na Escola de Educação Física, eu dava Rítmica IV para o quarto ano. Eu tinha turma A, B, C e D, as aulas tinham o mesmo objetivo, mas os procedimentos para atingir o objetivo eram diferentes, porque cada turma era uma turma, os alunos eram diferentes, às vezes uma turma avançava mais, por produzir mais, outras tinham mais dificuldades e eu não podia avançar, então era assim eu tinha de recorrer alguns educa- tivos. A mesma coisa era com o Curso Experimental de Dança na Universidade, porque eram turmas e mais turmas com a dança, de manhã e de tarde, tinha o grupo da universidade e ainda dava aula de expressão corporal no curso de teatro. Foi uma dedicação total, eu não pensava em mim, mas eu acho que eu ganhei muito. Então, na universidade eu comecei assim, eu dava aula no curso experimental, sempre tinha técnica de dança artística e alguns dias no final da aula tinha o trabalho de improvisação, porque eu acho que esta foi uma característica da dança na universidade: dar oportunidade para que os alunos se manifestassem, se expressassem atra- vés do movimento com máximo de arte sem ter uma imposição rigorosa, porque na verdade a técnica de dança moderna, a técnica de dança artística que eu utilizava de qualquer maneira não era improviso, porque eu que dava o movimento buscando habilidades corporais, dava estudos coreográficos e também atividades para eles criarem, era uma oportunidade de experimentarem. Eles faziam laboratórios de improvisação, de movimento e de expressão, e eu dava tudo isso no

curso experimental de dança. Agora quando foi criado o Grupo Coreográfico, ele foi também responsável pelo meu crescimento como artista, educadora, porque lá houveram as grandes experimentações.

Como foi essa parceria com Marbo em relação à direção do Grupo Coreográfico?

Eni: Naquela época eu creio que a direção era dele, eu era professora do grupo, mas era uma parceria tão natural que não havia cargo. A relação entre nós foi tão espontânea, natural. Nós cansávamos de ficar sentados, eu e ele, trocando conhecimento sobre dança, ele com a experi- ência de teatro muito grande, e eu com minha experiência de movimento de educação e tudo, não havia diferença de título. Na verdade, nós éramos grandes companheiros que atuávamos em função de um ideal. As produções de coreografias eram de Marbo, eu preparava a parte técnica e assistia a preparação de laboratórios para os espetáculos, as coreografias, mas nós nunca cria- mos juntos. Inês de Castro, Sagração da Primavera foi ele que montou. O Égnos ele montou a coreografia, era um espetáculo musical que o grupo participou. O Marbo já vinha com as coisas predeterminadas, já sabia o que ele queria. O processo de criação dele era diferente do meu. O meu processo coreográfico foi crescendo, ele foi se desenvolvendo aos poucos de acordo com a minha experiência profissional. As minhas primeiras coreografias eram todas ditadas, eu ditava pros alunos, se bem que sempre eu deixava um trecho pra improviso. Uma das primeiras core- ografias que eu montei foi com a música de Cláudio Santoro, foi Sinfonia da Paz.

Quando você começou a solicitar do grupo uma participação no processo de criação? Eni: No primeiro trabalho que criei para o grupo, eu já deixava momentos para elas improvisa- rem, aliás, em todas as coreografias eu dava oportunidade de apresentarem os trabalhos delas em forma de improviso. Mas como parceria coreográfica foi no Santo Inquérito, não, começou em Abstração nº 1 e nº 2. Em Abstração Nº2 elas tiveram uma participação bem maior, foi na década de 70, era Soraia, Cristina, Rosana Bergue, Maria Clara... Aquela ideia que eu sempre tive que cada ser humano tem uma identidade própria, uma capacidade criativa imensurável, então, a gente não pode se limitar a achar que nós, por estarmos à frente da direção de um grupo, de uma coreografia, nós podemos às vezes pensar X e elas podem dar X+Y; elas são limitadas pela figura do coreógrafo. Eu comecei a pesquisar isso. E elas brotavam mais, então pronto. Mas é uma faca de dois gumes, se ela não for bem orientada, a pessoa passa pro narcisismo patológico. Então, esse aspecto social em que você se envolve na dança, que você leva pro seu grupo para desenvolver, que as pessoas abdiquem de determinadas situações pessoais em função do grupo, como é esse caso. Pra isso o grupo tem que estar bem maduro para você fazer isso, se não é um