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5.7.1 Aplicação do sistema

Para obter a validação da proposta, aplicou-se um questionário com perguntas objetivas de múltipla escolha para identificar se as questões envolvidas com as variáveis do conhecimento interativo e colaborativo se confirmam. Esse questionário foi elaborado para atingir os objetivos da proposição.

Este tópico aborda o estudo comparativo entre o conhecimento sobre ATM e DTM transmitidos por metodologia de ensino presencial com aulas expositivas e uma versão com utilização de um banco de dados eletrônico interativo baseado na tecnologia computacional conectada a uma rede.

Os alunos voluntários participantes da pesquisa foram os mesmos que acompanharam as aulas expositivas presenciais constantes do cronograma desenvolvido pela disciplina de Oclusão II do curso de Graduação em Odontologia da UFSC. Para os voluntários, alunos regularmente matriculados na disciplina e que foram participantes da pesquisa, criou-se acesso ao Portal da DTM.

Para obter uma avaliação do Portal eletrônico desenvolvido para esta pesquisa, observou-se o seguinte procedimento: aulas ministradas (pelo autor deste trabalho) teóricas expositivas presenciais sobre os seguintes assuntos sobre anatomia funcional da ATM (uma aula), sobre fisiologia muscular do sistema (uma aula) e, ainda, sobre as desordens temporomandibulares com enfoque nas alterações intraarticulares (outra aula).

O conhecimento foi exposto de forma protocolar expositiva clássica, com apresentação de fotos dos casos clínicos onde a queixa, os sinais e sintomas que caracterizam as alterações intraarticulares foram pelo referido autor explicados aos acadêmicos. Aos sinais e sintomas associaram-se slides que continham imagens da anatomia funcional da ATM e exames de diagnóstico por imagem das desordens (DTMs) correlacionando-se sinais e sintomas com o diagnóstico.

Num terceiro momento, para obter informações a respeito do Portal, foi disponibilizado o acesso ao mesmo grupo de estudantes aos quais se ministrou as aulas teóricas expositivas, acadêmicos da 7ª fase do curso de Graduação em Odontologia da UFSC. A estes acadêmicos após a exploração do portal por meio da navegação, lhes foi aplicado um questionário de avaliação.

O questionário foi submetido ao Conselho de Ética na Pesquisa em Seres Humanos (CEPSH) da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Santa Catarina, instituído pela PORTARIA número 0584/GR/99 de 04 de novembro de 1999, com base nas normas para a constituição e funcionamento do CEPSH, considerando o contido no Regimento Interno do CEPSH. Essas normas certificam que os procedimentos que envolvem seres humanos conforme especificado no projeto de pesquisa está de acordo com os princípios éticos estabelecidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP. Certificado de número 196, aprovado e registrado pelo protocolo de número 179/09, FR-271833 (ANEXO A).

Em linhas gerais o questionário objetiva obter informações sobre a aceitação, utilidade, interatividade e funcionalidade do portal comparando-o com a forma de representação presencial. Esse questionário foi analisado e respondido pelos alunos voluntários regularmente matriculados nas disciplinas de oclusão II do curso de Graduação em Odontologia que freqüentaram as aulas expositivas presenciais. Avaliou-se a proposta do portal eletrônico quanto à aceitação, utilidade e interferência no processo de formação acadêmica continuada e na evolução do binômio ensino-aprendizado.

Este tópico abordará também aspectos gerais relativos à aplicação do portal, análise e descrição dos resultados, aceitação, navegabilidade, utilidade do portal de acordo com as resposta dos acadêmicos em relação às questões levantadas pelo questionário.

5.7.2 Utilização do portal por acadêmicos de odontologia

Como descrito anteriormente o portal foi disponibilizado para os acadêmicos de Odontologia e para alguns profissionais especialistas em ATM e DTM, a fim de permitir a estes usuários a navegação e conseqüente avaliação da utilidade deste instrumento de

interação e transmissão do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem e formação continuada.

Avaliou-se a efetividade, a forma de elaboração e apresentação das interfaces, do conhecimento contido no banco de dados, a interação do conhecimento explícito textual com o conhecimento contido na leitura das imagens de diagnóstico, bem como a acessibilidade, a navegação intraportal e links com os periódicos científicos.

Como pré-requisito, estabeleceu-se a necessidade de um conhecimento prévio sobre o assunto. Para acessar o banco de dados contido no portal os alunos da 7ª fase do curso de Odontologia tiveram aulas expositivas presenciais sobre anatomia funcional da ATM e sobre as patologias que afetam essa articulação - aulas que fazem parte do programa da disciplina de oclusão II do curso de Graduação de Odontologia da UFSC. As aulas expositivas com quatro créditos cada uma constam no cronograma da disciplina e são divididas por assunto conforme descrito a seguir: introdução à disfunção miofacial, na qual o enfoque principal é funcionamento do mecanismo neuromuscular e biomecânico; parafunções oclusais, o que são e como podem interferir no funcionamento muscular do sistema estomatognático que alteram o padrão de funcionamento e desencadeando as disfunções musculares; anatomia-funcional da articulação temporomandibular (ATM); e, ainda, duas aulas sobre as desordens temporomandibulares (DTMs), todas com quatro créditos. Os encontros presenciais totalizaram dezesseis créditos.

Os estudantes foram convidados a participar da pesquisa, opção esta totalmente de caráter voluntário. Manifestaram-se voluntariamente trinta alunos como participantes da pesquisa. Os acadêmicos voluntários como participantes da pesquisa tiveram suas identidades preservadas.

Aos voluntários, em sucinta apresentação, evidenciou-se a importância da participação, apresentou-se o portal eletrônico, elucidou-se a intenção da proposta de sua criação, bem como a forma de funcionamento e interação com o usuário. Descreveu-se também o projeto de gestão do portal, a função exercida pela equipe especialista, os campos de acesso presentes na interface e a facilidade de complementar o conhecimento, possibilitar ao usuário realizar links com periódicos científicos. Após essa apresentação, entregou-se um questionário e liberou-se o acesso ao portal, para que pudessem navegar e posteriormente emitir suas opiniões e sugestões.

A freqüência e avaliação do desempenho dos alunos presentes nas aulas expositivas foram realizadas de acordo com o que estava previsto no plano de ensino da disciplina de oclusão II do Curso de Graduação da UFSC.

5.7.3 Experimentando o portal

Tem-se como pressuposto que a utilização da informática e da internet são inerentes à formação dos jovens universitários, com rotineira presença nas atividades diárias. Com base nessa premissa não foram necessárias quaisquer informações sobre a utilização do computador ou de acesso à internet.

Borba (1999) afirma que apesar da grande utilização da tecnologia da informação e comunicação ainda há uma subutilização desta tecnologia, como recurso didático estratégico na prática do ensino de uma forma geral.

Com a liberação do acesso ao portal, os estudantes passaram a navegar livremente, transitando pelas áreas de conhecimento específico guiados por suas curiosidades ou dúvidas sobre o domínio.

Os estudantes tiveram o tempo equivalente a quatro créditos de aula para explorarem o banco de dados do portal. O tempo de navegação variou muito, ao que nenhum estudante permaneceu navegando todo o tempo do qual dispunham. Observou-se, no entanto, que a adaptação deles às interfaces ocorreu com rapidez e facilidade. Muitos solicitaram que o acesso permanecesse aberto por tempo indeterminado para suas navegações.