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2.17 O QUE SÃO PORTAIS NO MEIO ELETRÔNICO – CONCEITUANDO PORTAL

2.17.3 A arte dos portais

É notório que em todo o mundo designers de software tem explorado maneiras para melhorar a organização gráfica da informação. Desta forma, eles têm desenvolvido linguagens de consulta e facilidades visuais para entrada, busca e saída de informação.

Muitos designers têm usado sons (música e voz), representações tridimensionais, animação e vídeo para melhorar o conteúdo e a expressão das interfaces, além de técnicas como manipulação direta e tele-presença, mudando, assim, a realidade virtual e a maneira de interagir e de pensar sobre computadores.

Hoje, são freqüentes os desenvolvedores na área de tecnologia científica criarem tutorias on-line, explorarem novas abordagens de discussões em grupo, apresentações de vídeo, etc. Portanto, os designers gráficos estão envolvidos com o layout visual, seleção de cores e animação de um portal.

Nesse contexto, importa salientar a usabilidade que, por sua vez trata da questão relacionada à quão bem os usuários podem utilizar a funcionalidade definida e adotada em um portal eletrônico.

Assim, a construção de um portal deve levar em conta os princípios do design. (ROCHA; BARANAUSKAS, 2003):

 visibilidade e affordances: as partes necessárias para a compreensão das informações contidas no portal devem estar visíveis, tanto para indicar quais as partes podem ser operadas e de como elas deverão ser operadas. A visibilidade indica o mapeamento entre ações pretendidas e as ações reais. Indica também distinções importantes – por exemplo, nos portais de saúde, diferenciar entre indicações e contra-indicações de medicamentos. A visibilidade do efeito das operações indica se a operação foi realizada como a pretendida;

 bom modelo conceitual: um bom modelo conceitual permite prever o efeito das ações efetuadas pelos usuários;

 bons mapeamentos: indica o relacionamento entre as informações veiculadas pelo portal por meio dos controles executados pelo usuário e os resultados obtidos. Assim, estes podem ser:

a. mapeamentos naturais: que aproveitam analogias físicas e padrões culturais, levam ao entendimento imediato. Por exemplo, é comum designers utilizarem analogias especiais: para mover um objeto para cima, move-se o controle também para cima;

b. problemas de mapeamento: são muitos e uma das principais causas das dificuldades que os usuários encontram para localizar uma dada informação. Tal erro ocorre quando as instruções são geralmente incompletas;

 feedback: retornar ao usuário informação sobre as ações que foram feitas, quais os resultados obtidos, é um conceito conhecido da teoria da informação e do controle.

Diante desses princípios Norman (1988 apud ROCHA; BARANAUSKAS, 2003) aponta o paradoxo da tecnologia. Para ele a tecnologia oferece potencial para tornar a vida mais simples e agradável, traz a cada nova tecnologia mais benefícios e no caso dos portais de saúde mais informações científicas.

Segundo Rocha e Baranauskas (2003), a usabilidade de um portal é definida em função de múltiplos componentes e é, tradicionalmente, associada com os atributos de usabilidade:

 facilidade de aprendizagem (learnability): o sistema precisa ser fácil de aprender;  eficiência: o sistema precisa ser eficiente no uso, de forma que uma vez aprendido

o usuário tenha um elevado nível de produtividade;

 satisfação subjetiva: os usuários devem gostar do sistema, ou seja, deve ser agradável de forma que o usuário fique satisfeito ao usá-lo.

Além disso, cabe lembrar ainda que para garantir a usabilidade em design para a web, em portais de saúde, em que a informação científica não é dirigida somente a cientistas e pesquisadores é preciso estabelecer alguns princípios básicos (NILESEN, 1999 apud ROCHA; BARANAUSKAS, 2003):

 clareza na arquitetura da informação: é essencial que o usuário consiga discernir o que é prioritário e o que é secundário no portal. Ou seja, antes de tudo é preciso chegar a um bom arranjo da informação. Os usuários sempre terão dificuldades em encontrar o que procuram, então devem ser ajudados provendo-se um senso de como a informação está estruturada e localizada. Para se conseguir isso, uma das alternativas adotadas em alguns portais é disponibilizar um mapa do próprio portal, de forma que os usuários saibam onde estão e para onde podem ir;

 facilidade de navegar: uma máxima é que o usuário deveria conseguir acessar a informação desejada no máximo em três cliques. Assim, organizar a informação dentro deste período já é um bom princípio;

 simplicidade: quem navega quer encontrar, o mais rapidamente possível, o que procura - este é o objetivo da busca. Portanto, a pirotécnica deve ser evitada, dando ao usuário paz e tranqüilidade para que a pessoa possa analisar a informação;

 relevância do conteúdo: na web o conteúdo é o que mais importa para atrair e prender a atenção do usuário;

 manter a consistência: quando as coisas acontecem sempre do mesmo jeito os usuários não precisam se preocupar a respeito do que irá acontecer. Ao contrário, eles sabem o que vai acontecer baseado numa experiência anterior. Isso leva a adoção de procedimentos padrões;

 tempo suportável: o tempo de carga das páginas deve ser necessariamente curto. Estudos indicam que 10s é o máximo de tempo antes que as pessoas percam o interesse. Mas, na web os usuários já têm uma baixa expectativa, então esse limite pode aumentar para 15s e mesmo assim ser aceitável;

 foco nos usuários: o foco deve estar nas necessidades e expectativas dos usuários. Diante desses apontamentos, observa-se que as pessoas são extremamente dirigidas a um objetivo quando usam a web. Elas têm alguma coisa específica que querem fazer e não toleram nada que dificulte atingir esse objetivo.

No tocante a oferta de informações, produtos e serviços relacionados à saúde na Internet verificam-se grande diversificação de conteúdos, como: informações sobre doenças, revistas e livros eletrônicos, educação sanitária, prestação de serviços interativos, alertas sanitários e aplicações de tele-medicina (NAFFAH FILHO; MARCONDES CECÍLIO, 2003).

Neste sentido, o usuário tende a escolher aquele portal ou site que mais atenda as suas necessidades e expectativas; logo, o acesso às e a clareza nas informações veiculadas são de suma importância para o sucesso do portal.

Portanto, percebe-se que embora o progresso tecnológico seja uma realidade é necessário que o desenvolvedor de portais leve em conta a praticidade, a eficiência e o desconhecimento sobre os acessos da grande maioria das pessoas, para que se promova, de forma efetiva, a interação homem-computador.

Além disso, observa-se que, no que tange aos portais de saúde, a preocupação com a qualidade da informação disponibilizada é crescente nos países mais desenvolvidos. Assim, discutem-se mecanismos que avaliem os vários fatores envolvidos em um portal de saúde, como definição de autoria, fontes utilizadas, conflito de interesses e atualização das informações, dentre outros. Todavia, cumpre afirmar que no Brasil ainda são bastante insipientes ações nesse sentido (NAFFAH FILHO; MARCONDES CECÍLIO, 2003; FARAH; HIGDY, 2007).