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2.17 O QUE SÃO PORTAIS NO MEIO ELETRÔNICO – CONCEITUANDO PORTAL

2.17.4 Exemplos de portais de saúde

Como já mencionado, atualmente, observa-se um crescente número de instituições públicas, sociedades científicas, empresas e associações de pacientes que vêm utilizando o meio eletrônico como forma de comunicação para disponibilizar produtos, serviços e informações referentes ao setor saúde.

Os portais têm proliferado na Internet nos últimos anos em função da facilidade de publicação de trabalhos científicos, da simplicidade de atualização e da interatividade com o usuário.

Segundo Naffah Filho e Marcondes Cecílio (2003, p. 3), números referentes a 2001 estimavam em mais de 500 milhões os usuários conectados à rede mundial, dos quais entre 50% e 75% deles em busca de informações sanitárias. Outros estudos relevantes estimam que cerca de 80% dos adultos com acesso à Internet buscam informações relacionadas à saúde, e a cada ano se duplica o número de sites onde se podem encontrar informes sobre especialidades médicas.

Importa salientar que são constatados diferentes agentes envolvidos na criação, publicação e utilização das informações e serviços de saúde disponibilizados no meio eletrônico: os técnicos de informática, os provedores da informação sanitária, os pacientes/consumidores e também os profissionais/gestores de saúde.

Nesta perspectiva, este tópico apresenta alguns exemplos de portais com conteúdo especializado na área da saúde. Dentre eles são verificados portais produzidos por órgãos governamentais, universidades e instituições particulares.

O Portal “www.saúde em movimento” é um portal voltado para o setor da saúde, logo seu público alvo são todos os profissionais da área da saúde e pessoas interessadas em manter a saúde. Esse portal é considerado o maior no seu setor de abrangência da América Latina. O portal disponibiliza artigos veiculados em revistas científicas em várias áreas da saúde. No entanto, cumpre salientar que, de acordo com o autor deste trabalho, embora muitos artigos científicos focalizem resultados obtidos em recentes pesquisas, esses estudos são alocados no portal em tamanho bem reduzido, com linguagem simples, o que dificulta a compreensão adequada, principalmente dos profissionais de saúde (ávidos por informações detalhadas). Neste sentido, cabe destacar que esses textos parecem focar o usuário “comum” que busca informações básicas e genéricas sobre saúde.

O portal “Saúde em Movimento” trás, ainda, dicionário biomédico (com mais de 200 termos), avaliação física on-line e avaliação sobre gasto calórico diário e ingestão calórica diária. Como canais de acesso constam temas como: bebê e gravidez, homem, mulher, terceira idade, atividade física, nutrição, drogas, primeiros socorros e lista de genéricos. Também mantém chat entre os usuários cadastrados, o envio de newsletter on-line semanais, enquetes, informações sobre cursos, eventos, concursos, além de links relacionados à saúde. Cumpre enfatizar que este portal possui mapa, como um de seus canais, de maneira que facilita o acesso do usuário durante a pesquisa, dado que foi supra mencionado como sendo um dos requisitos essenciais para o sucesso de um portal.

O portal “Saúde em Movimento” é mantido pelos chamados fornecedores, isto é, são academias de ginástica, revistas especializadas em saúde (farmácia, fisioterapia, medicina), esporte e fitness.

Ao considerar os portais de saúde disponibilizados pelo Governo Federal, observou-se aquele que se propõe a esclarecer sobre os medicamentos, que foi criado, segundo o próprio Ministério, especificamente para funcionar como base única de informações gerenciais sobre o setor. Inicialmente ele operou em âmbito estadual, atualmente atende todo território nacional.

O referido portal disponibiliza os dados atualizados do sistema de compras do Governo Federal, o Comprasnet, sendo de responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Neste contexto, verifica-se que esse tipo de portal, embora seja aberto ao público em geral (como forma de traduzir a transparência do setor diante dos cidadãos brasileiros), se enquadra mais aos objetivos de órgãos competentes na administração dos serviços de saúde no Brasil. Contém informações básicas sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Entretanto, ressalta-se que ao visita-lo observou-se que a última “notícia” postada aconteceu em 14 de março de 2007, isto é, fica visível a desatualização das informações que, com certeza, são de interesse público. O portal dos Medicamentos ainda oferece informações sobre licitações, preços dos medicamentos, legislação pertinente e contratos, todavia essas informações só estão disponíveis às instituições cadastradas; logo pouco (ou mesmo nada) ajuda o usuário/consumidor.

Outro portal de saúde vinculado ao Ministério da Saúde é o “Boletim Eletrônico Epidemiológico”, de responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). O objetivo desse portal é a difusão de informações epidemiológicas, ou seja, esse Boletim visa a divulgação de dados sobre doenças e a notificação compulsória de sua ocorrência. O referido portal disponibiliza análises curtas sobre aspectos epidemiológicos relevantes. Além disso, ele cumpre o papel de retroalimentar as unidades notificadoras, tendo em vista que dissemina informações a todas as instituições gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS) e aos profissionais de saúde. Viabiliza, através de seus canais, o acesso a informações sobre: Assistência farmacêutica, SUS, direitos do SUS, legislação, biblioteca virtual de saúde, informações de saúde, programas de saúde, vigilância sanitária. Destaca-se que os artigos alocados nestes canais são reduzidos e pouco esclarecedores.

Outro portal de saúde promovido pelo Governo Federal é o “Portal de Artigos Eletrônicos do SUS”. Este é um portal de iniciativa da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, que foi aprovado pelos membros do Conselho Editorial desse Ministério para começar a funcionar em 2005, porém até hoje ele não saiu do papel.

Outro exemplo de portal de saúde foi criado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o “Portal de Periódicos Eletrônicos”. Ele trás 17 revistas com resenhas e textos sobre resultados de pesquisas no setor da saúde, além de uma biblioteca com cerca de 2 mil artigos científicos. Esse portal conta com 233 volumes publicados em português, inglês, francês e espanhol, sendo que a maior parte dos artigos das publicações é assinada por pesquisadores da

própria UFG. O acesso ao portal é gratuito, mediante cadastro para obtenção de login e senha. O objetivo deste, conforme a Universidade, é a democratização do acesso às pesquisas científicas e à qualificação dos periódicos da Universidade.

Finalizando este capítulo é possível perceber que diferentes experiências reafirmam a importância dos setores da comunicação e informação em saúde disponibilizarem no meio eletrônico serviços e/ou informações para cidadãos, ao mesmo tempo em que viabiliza a apresentação de documentos técnicos e estatísticos sobre o setor da saúde para gestores e profissionais da área, com o fim de facilitar e qualificar o trabalho em saúde.

Entretanto, cumpre destacar a observância atenta aos critérios e características que um portal de saúde deve guardar para realmente atender às necessidades e expectativas dos usuários sejam eles profissionais de saúde ou cidadãos que buscam se informar sobre o tema. Na área odontológica, os Portais encontrados durante busca realizada, limitam-se a Portais comerciais ou ainda sobre instituições. Portais na área odontológica, com as características propostas neste trabalho, ou seja, estar vinculado a uma instituição renomada e conter material científico especializado com objetivo de disponibilizar conhecimento associando informações científicas e imagens especializadas de forma a ilustrar cada uma das situações patológicas relacionadas não foram localizados.