• Nenhum resultado encontrado

3.6 CLASSIFICAÇÃO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES

3.6.6 Classificação das alterações intra-articulares

Classificação das alterações intra-articulares na visão de Oliveira (2002).

Alterações permanentes intra-articulares: sinais e sintomas

Estágio 1 - deslocamento precoce do disco com redução

Epidemiologia: 0% a 1% da população

Sinais e sintomas clínicos: estalo recíproco sem dor e não progressivo.

O ruído articular é reproduzível, sem crepitação e sem limitação de abertura de boca.

Imagens: existe deslocamento de disco com redução, mas a forma é normal. Podem

ocorrer pequenas alterações degenerativas.

Estágio 2 - deslocamento de disco entre inicial e intermediário

Epidemiologia: 1% a 2% da população.

Sinais e sintomas clínicos: estalo de moderado a tardio, a translação pode estar

limitada, pode haver travamentos transitórios com variados graus de desconforto, sem crepitação.

Disco: há deslocamento anterior ou medial, que é reduzido com a abertura. Dor: ausente ou mínima.

Imagens: superfícies articulares aparecem com alterações degenerativas de

Estágio 3 - deslocamento de disco intermediário sem redução.

Epidemiologia: 1% a 3% da população.

Sinais e sintomas clínicos: a mandíbula abre com deflexão, com algum ou muito

desconforto. A abertura de boca é reduzida, sendo grave em alguns casos.

A dor varia de ausente a grave.

Imagens: disco articular com deslocamento parcial ou total, sem redução para a região

anterior ou ânteromedial. Existe um espaçamento da banda posterior e modificação de pequena a moderada da superfície articular, com remodelação e degeneração.

Estágio 4 - deslocamento de disco sem redução intermediário ou tardio.

Epidemiologia: 1% a 4% da população

Sinais e sintomas clínicos: existe travamento permanente. A limitação de abertura de

boca pode se resolver gradualmente. A articulação afetada mostra hipomobilidade, enquanto a outra apresenta movimento com amplitude normal, que provoca a deflexão da mandíbula para o lado afetado. O grau de motricidade é restringido.

A dor varia durante os movimentos de palpação da articulação afetada.

Imagens: disco aparece deslocado sem redução, degeneração aumentada e

deformação. Possível fibrose bilaminar.

Côndilo com superfície articular irregular, sem um trabeculado medular definido. Ocorre esclerose de leve a moderada. Em alguns casos, a eminência articular e a fossa apresentam modificações semelhantes às do côndilo com remodelação.

Estágio 5 e deslocamento tardio do disco, com degeneração avançada do disco e extensas alterações ósseas.

Sinais e sintomas clínicos: existe uma limitação variável da motricidade mandibular,

sendo que a translação pode parecer normal, com crepitação pronunciada.

A dor e o desconforto são variáveis, com possibilidade de alterações oclusais como mordida aberta anterior, contralateral ou ambas.

Imagens: degenerações extensivas e deformações do disco deslocado. A região

retrodiscal pode mostrar perfuração, a osteocartilagem mostra remodelação acentuada, o côndilo e a eminência articular mostram alterações degenerativas, sendo que o côndilo apresenta-se diminuído e encurtado, com reabsorções e aplainamento com presença de osteófitos. A esclerose é clara, com translucências císticas subcorticais.

Ainda na classificação de Oliveira (2002):

 Dor retrodiscal (retrodiscite)

Sinais e sintomas: com o aumento da pressão intra-articular promovendo um

processo de distração (deslocamento inferior do côndilo, que se afasta do disco e da fossa articular), em que ocorre afastamento dos dentes ipsolaterais, denominado má oclusão aguda.

A compressão dos tecidos retrodiscais promove dor profunda, e a contração protetora dos músculos pode evoluir para uma patologia muscular secundária.

 Doenças Articulares Degenerativas Osteoartroses/Osteoartrires - (primária e secundária.

Primária: Alterações degenerativas das estruturas ocorrem como resultado do

processo articular local.

Secundária: as alterações são causadas ou acentuadas por doenças sistêmicas:

artrite reumatóide, artrite psoriática, artrite reumatóide juvenil, lupus eritematoso sistêmico, artrite infecciosa, síndrome de Sjogren, artrites metabólicas. Sinais e

Sintomas comuns às desordens articulares degenerativas: sinovite deformante da

região anterodiscal; fibrilação da carttilagem na eminência articular; redução da lisura superficial; eventual dificuldade de deslocamento ou limitação da

mobilidade do disco articular; fibrose da membrana sinovial provocando oclusões; com tempo surgem: dores articulares (clicks, crepitações e remodelamento das superfícies); na ausência de inflamação não há dor, ou quando há é do tipo surda ou do tipo queimação; osteoartrite – doença articular degenerativa (remodelamento) associada à inflamação; osteoartrose – doença articular degenerativa(remodelamento)sem inflamação.

 Sinais comuns revelados por exame de imagem (RMN):aplainamento da eminência e do côndilo mandidular; redução do espaço articular súperoposterior; remodelação do disco articular; translocação condilar reduzida; erosão óssea quando há crepitação;

Capsulite e sinovite

Capsulite: inflamação da cápsula articular relacionada com a distenção do ligamento

capsular.

Etiologia: trauma, desequilíbrio ortopédico, bruxismo, hipermobilidade, inflamação

secundária, infecção e doenças sistêmicas.

Sinovite: inflamação do líquido sinovial que pode ter origem após disfunção

muscular, o qual desencadeia uma série de eventos bioquímicos intraarticulares gerando uma inflamação estéril. A sinovite prolongada pode levar à formação de adesões.

Características e sinais e sintomas da capsulite e da sinovite:

 dor resistente inclusive à medicamentos e pode não se resolver mesmo após meses de tratamento;

 limitação secundária de movimentos;

 alta associação de sinovite com doença articular degenerativa principalmente no ligamento posterior do disco.

Luxação e Subluxação

Luxação: condição clínica em que o côndilo mandibular ultrapassa a eminência e

permanece mecanicamente impedido de voltar a uma posição retrusiva.

Subluxação: deslocamento para anterior do côndilo mandibular em que há

ultrapassagem da eminência articular sem que aja o travamento mecânico, ocorrendo a redução.

Etiologia da luxação e subluxação: incoordenação muscular, espasmo muscular,

hiperlassidão ligamentar.

As propostas dos reconhecidos autores apresentadas nos quadros classificatórios descritos acima representam uma tentativa de classificar uma patologia de etiologia multi- fatorial. Essa patologia se manifesta com sinais e sintomas em área de difícil diagnóstico, porque compreende conhecimentos diferenciais multidisciplinares com similaridade dos sinais e sintomas entre patologias que afetam cabeça e pescoço. A idéia de se construir um portal eletrônico pedagógico é propiciar uma ferramenta tecnológica para complementar a qualidade de ensino, propiciar e compartilhar conhecimento e contribuir na melhoria da formação continuada do profissional da odontologia e que atue como meio auxiliar de diagnóstico sobre tema de difícil compreensão.

4

PLANEJAMENO METODOLÓGICO DA PESQUISA

Neste capítulo serão apresentados os procedimentos e meios que se utilizou para dar forma à pesquisa, bem como a apresentação dos objetivos do estudo, a classificação metodológica, a busca da normatização pelo conhecimento dos processos necessários ao desenvolvimento da estruturação do trabalho e da pesquisa.