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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.8. Aprendizagem Organizacional e Gestão do Conhecimento

Por força da mutabilidade do ambiente de negócios, soluções estratégicas devem ser encontradas, em um processo de ajuste contínuo, para que a empresa possa manter-se competitiva, crescer e perpetuar-se. Para isso, duas condições são vitais: utilização e gerenciamento eficaz da informação que conduzirá ao aprendizado organizacional.

O aprendizado é tanto o impulso quanto o motor que conduz à mudança. Impulso para a mudança significa observar o ambiente para detectar a intensidade dos sinais dele provenientes e os sintomas precoces de ameaças ou oportunidades que possam ampliar o distanciamento entre os desafios ambientais e o funcionamento de uma organização. Como motor, o aprendizado promove processos para redução desse distanciamento, identificando modelos e exemplos de respostas de outras organizações (MCGEE e PRUSAK, 1994).

Objetivos Ferramentas de busca e monitoramento Ferramentas de busca e monitoramento Distribuição das informações Mapeamento das informações Armazenagem de informações Análise das informações Ferramentas OLAP Banco de dados

O processo de aprendizado se desenvolve quando as discussões podem passar dos debates sobre os fatos aos debates sobre a interpretação desses fatos. O aprendizado também melhora quando se domina o medo de que disputas de poder tenham distorcido os fatos, pois todos podem consultar uma fonte comum para a verificação de eventos, tendências e demandas dos ambientes externo e interno (MCGEE e PRUSAK, 1994).

Senge (2004) foi um dos pioneiros a apontar a necessidade de se desenvolverem organizações que aprendem. A criação de conhecimento contínuo requer um novo padrão de comportamento, e uma maneira nova de olhar a organização, seus integrantes e demais partes interessadas em seu sucesso.

Enquanto o conhecimento nas organizações, também chamado de capital intelectual, competência, habilidade e inteligência, é considerado um ativo intangível de inestimável valor, a aquisição de conhecimento é um processo interno de compreensão das informações recebidas, as quais podem redundar em ações e decisões completamente diferentes, como resultado de um mesmo conjunto original de dados (STEWART, 1997, DAVENPORT, 1998; MCGEE ; PRUSAK, 1994).

Rezende (2002) entende a gestão do conhecimento como um processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação de conhecimentos, os quais são estratégicos para a vida da organização. Ela envolve a gestão de competências, a gestão do capital intelectual, a aprendizagem organizacional, a educação corporativa e a inteligência empresarial.

Turban (2003) ressalta que a gestão do conhecimento como um o processo destinado a adquirir, manter e disseminar / compartilhar o conhecimento organizacional permite maior efetividade da decisão. A TI figura como uma habilitadora desse processo fornecendo rotinas e procedimentos para a melhoria de criação, fluxo, aprendizagem, proteção e compartilhamento do conhecimento (LAUDON; LAUDON, 2004).

A gestão do conhecimento requer uma base que facilite a coleta e o compartilhamento de conhecimento. A Figura 12 mostra a integração dos sistemas no âmbito do processo da gestão do conhecimento.

Figura 12 – Integração de Sistemas no Processo de Gestão do Conhecimento

Fonte: LAUDON K C; LAUDON J P. Sistemas de informação gerencial: administrando a empresa digital.

São Paulo: Prentice Hall, 2004, p.326.

Para Laudon e Laudon (2004), a implantação da gestão do conhecimento não é um projeto simples, pois, além das questões relativas ao custo de construção e manutenção, é necessário definir:

• As pessoas que indicarão o que deve ser incluído na base de conhecimento, e como isso será feito?

• Como treinar os gestores profissionais para o uso eficaz do conhecimento? • O que e como será feito para manter o conhecimento atualizado?

• Qual parte do conhecimento pode ser pública e como proteger as informações confidenciais?

• Como integrar a base de conhecimento aos bancos de dados já existentes? Sapiro (1993) indica que o desafio concreto é entender as organizações como organismos sociais inteligentes, e quanto mais inteligentes, mais chances elas terão de se desenvolverem e de se perpetuarem. O autor faz uma analogia com as ciências naturais, especialmente a biologia, concluindo que a organização deve tentar utilizar os mesmos

Capturam e codificam conhecimento investimento Criam Conhecimento Sistemas de colaboração em grupo: .Groupware . Intranets Sistemas de escritório: .Edição de Texto .Editoração eletrônica .Digitalização de imagens .Calendários Eletrônicos .Banco de dados em computadores de mesa Sistemas de trabalhadores do conhecimento: .CAD .Realidade Virtual . Estações de trabalho de investimento Sistemas de inteligência artificial:

.Sistemas especialistas .Redes neurais .Lógica difusa .Algoritmos genéricos .Agentes Inteligentes investimento

Distribuem conhecimento Compartilham

conhecimento

atributos com que os seres vivos foram agraciados pela natureza, a qual os dotou de inteligência:

“Na organização, o grau de inteligência dependerá de uma incessante comunicação entre seus elementos, arranjados em massivas redes paralelas. Ao invés dos neurônios do cérebro humano ou microchips dos computadores, as redes paralelas das organizações referem-se a indivíduos e grupos, e a inteligência empresarial, finalmente, é função da velocidade e clareza na comunicação fluindo entre todos os funcionários” (SAPIRO, 1993, p.107).

A necessidade das organizações serem inteligentes, face às mudanças constantes da sociedade da informação e do ambiente de negócios, faz com que elas também se modifiquem, o que requer o planejamento de suas informações, com o auxílio dos recursos proporcionados pela TI (PARSONS, 1983; TAPSCOTT, 1997; MARKUS, 1997; BENJAMIN; BLUNT, 1992).

A organização inteligente é alimentada por vários sistemas de informação, classificados por Vieira (1993) de acordo com o seu nível de valor agregado e seu componente tecnológico:

Nível 1 - Bibliotecas e centros de documentação

Facilitam ao usuário o acesso ao documento tal como esse se apresenta; podem ser essenciais, as tecnologias de organização (catalogação, indexação), e secundárias ou desejáveis, as de processamento (informática);

Nível 2 - Centros de informação e bancos de dados

Coletam, armazenam, comparam e recuperam dados e informações, segundo padrões estabelecidos pelo usuário. Nesses sistemas de informação são essenciais, tanto as tecnologias de organização quanto as de processamento, e secundárias ou desejáveis, as tecnologias de telecomunicações;

Nível 3 – Centros de análise de informação

Localizam conteúdos de diferentes fontes, que são analisadas e sintetizadas sob forma de novos produtos de alto valor agregado, destinados a áreas ou setores específicos. Conhecimento humano especializado é o elemento essencial para o funcionamento desse tipo de sistema, seguindo-se as tecnologias de informática e editoração, consideradas como suporte;

Nível 4 – Sistemas de apoio à decisão

Baseiam-se em inteligência artificial e em modelos matemáticos da realidade. Esses sistemas associam capacidade de processamento convencional com habilidade lógica de solução de problemas e de aconselhamento especialista, replicando raciocínio e "expertise" humanos em ambientes lógicos delimitados;

Nível 5 – Gerência de recursos informacionais (GRI)

Coordena e integra criticamente os diversos meios (pessoas, fontes de informação e tecnologias) para apoio à gestão estratégica empresarial. Ela possibilita o monitoramento ambiental pela atividade de mapeamento da informação.

No ambiente competitivo globalizado contemporâneo, dois fatores são decisivos para as organizações: a definição de uma estratégia de posicionamento de mercado e a utilização da TI como valioso recurso para a definição e manutenção desse posicionamento (OLIVEIRA et al., 2001). Juntamente com a TI, o capital intelectual e a gestão do conhecimento também constituem valiosos recursos estratégicos (DAVENPORT, 1998; MCGEE; PRUSAK, 1994).