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4. ESTUDO DE CASO: MOTOROLA INDUSTRIAL

4.1 Sobre o segmento de telefones celulares no Brasil

Em 30 de dezembro de 1990, a comunicação móvel começou a funcionar no Rio de Janeiro, com capacidade para 10 mil terminais. (IDGNOW, 2006)

Há 15 anos, um aparelho chamado telefone celular começou a entrar na vida dos brasileiros e conseguiu fazer o que o telefone fixo não fez em mais de um século: tornar-se mania entre mais de 80 milhões de pessoas. (IDGNOW, 2006)

Hoje, dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que um a cada quatro brasileiros já carregam um telefone móvel, o que representa mais de um celular para cada um dos 42 milhões de telefones fixos instalado no País. (IDGNOW, 2006)

Para especialistas e fabricantes, o mercado brasileiro de telefonia celular começa a dar os primeiros sinais de amadurecimento, referindo-se que parcela de produtos mais baratos está praticamente saturada e o aumento da produção interna se deve ao grande aumento de exportações de celulares. A estratégia das empresas, entre elas Nokia, Siemens e Motorola é garantir as vendas entre os que vão trocar de telefone por causa do acesso cada vez maior a novos serviços. (IDGNOW, 2006)

O Brasil encerrou o ano de 2005 com 86,2 milhões de celulares e uma densidade de 46,58 celulares por grupo de 100 habitantes. O crescimento foi de 31,4% e as adições líquidas - novos clientes - totalizaram 20,6 milhões no ano, contra 19,2 milhões em 2004.

Em 2005, o mercado brasileiro absorveu 31,6 milhões de celulares, dos quais 4,5 milhões foram importados e 27,1 milhões produzidos no País. Esse total atendeu a demanda dos novos clientes, do mercado de reposição - cerca de 10 milhões de aparelhos -, além dos estoques das operadoras. (IDGNOW, 2006)

Estima-se que o Brasil vai ter em torno de 80% de taxa de penetração de celulares em pelo menos três anos.

Total de Linhas de Celulares 23,10 milhões 28,70 milhões 34,80 milhões 46,30 milhões 65,60 milhões 86,20 milhões 108,00 milhões (Previsão) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Gráfico 1 – Evolução de número de linhas de celulares

Fonte: Anatel (2005)

Com relação ao saldo de exportação de bens industrializados, em 2005, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o crescimento foi puxado principalmente pela venda de celulares e automóveis para o exterior (IDGNOW, 2006).

Com alta de 23,5% em relação a 2004, os manufaturados aumentaram de 54,9% para 55,1% sua fatia no bolo total de exportações. Somados aos bens semi-faturados, os produtos industrializados respondem, atualmente, por 68,6% das vendas externas brasileiras, contra 29,3% de produtos básicos (MARANGONI, 2006).

Dentre os produtos manufaturados, os segmentos que mais incrementaram as vendas foram celulares (99,6%), de veículos de carga (50,4), tratores (40,2%), máquinas para terraplanagem (37%), açúcar refinado (36,7%) e automóveis (31,6%). Para a Argentina, segundo maior destino dos embarques brasileiros, comprou 176,56% mais celulares. Para os Estados Unidos - principal destino dos produtos brasileiros - de janeiro a dezembro de 2005 as vendas de celulares cresceram 200% (MARANGONI, 2006).

Quase metade dos usuários de telefones celulares no Brasil (47,89%) está localizada na região Sudeste. Do total de 86,2 milhões de aparelhos, 41,2 milhões estão distribuídos no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais (MARANGONI, 2006).

De acordo com as previsões da consultoria de telecom Teleco, o Brasil atingirá até 108 milhões de assinantes de serviços celulares em 2006, e se os dados se confirmarem, poderá fechar 2006 com uma densidade de 56,5 celulares para cada 100 habitantes, mais de um aparelho para cada dois brasileiros (IDGNOW, 2006).

Como não há novos consumidores, o que resulta numa redução muito grande do mercado, as vendas ficam mais propensas para a reposição de aparelhos. Por isso o mercado brasileiro se aproxima da estabilidade.

Concorrência e segmentação

O mercado de celulares no Brasil reflete a posição mundial de ampla concorrência de empresas multinacionais. O quadro abaixo demonstra a supremacia das multinacionais que atuam no mercado brasileiro:

Empresa Característica Market Share

sobreValor Market Share sobreVolume Motorola Multinacional 35% 30% Nokia Multinacional 15% 22% Siemens Multinacional 14% 18% Samsung Multinacional 14% 10% LG Multinacional 14% 9%

Outras Nacionais e Multinacionais 8% 11%

Quadro 14 – Market Share - Fabricantes Fonte: Nielsen (2005)

Os 11% do mercado brasileiro, classificado como outras, é bastante diluído entre as seguintes empresas: VITELCOM, VENKO, SENDO, ZTE, GRADIENTE, PANASONIC, KYOCERA, AIKO, SONY ERICKSON.

A segmentação de celulares caracterizada no mercado de celulares no Brasil em 2005 demonstra que as empresas têm buscado faixas bem definidas de consumidores conforme a distribuição de renda do país (Quadro 15). A entrada de novos assinantes na telefonia celular vai depender da distribuição de renda e das condições econômicas do País a partir de 2006.

Segmento - Celulares Faixa de Preço do celular Importância

Muito Baixo Até R$ 199,00 34%

Baixo De R$ 200,00 a 399,00 17%

Médio Baixo De R$ 400,00 a R$ 599,00 34%

Médio Alto De R$ 600,00 a R$ 799,00 12%

Alto De R$ 800,00 a R$1,399,00 3%

Premium Acima de R$1.400,00 1%

Quadro 15 – Market Share – Segmentação de celulares Fonte: Nielsen (2005)

Tecnologias

A tecnologia GSM (utilização de micro-ship) superou a CDMA e é a mais utilizada no Brasil. A tecnologia GSM, usada por TIM, Claro e Oi, para citar três operadoras entre as quatro maiores, permanece sua escalada. Ela fechou 2005 com 51,8% de participação e vai atingir 62,5% ao final de 2006. A CDMA, usada pela Vivo, reduz-se de 29,7% para 27,9% (IDGNOW, 2006).

A maior queda é da tecnologia TDMA, que está sendo substituída pela GSM, que passa de 35,5% para 20,2% (IDGNOW, 2006).

TECNOLOGIAS (em m ilhões de unidades)

45 24 17 0,2 GSM CDMA TDMA AMPS

Gráfico 2 – Segmentação do mercado por Tecnologia Fonte: Anatel (2005)

Operadoras de Telefonia

Apesar de permanecer na liderança, a operadora VIVO vem perdendo participação no mercado. Em dezembro de 2005, a participação da empresa era de 35,40% e em abril, mês em que a Anatel passou a divulgar o ranking das operadoras, a Vivo detinha 38,82% do mercado (IDGNOW, 2006).

Na segunda colocação aparece a operadora TIM, com 23,42% do mercado. A operadora Claro foi a terceira colocada, com 21,64% e a Oi, a quarta do ranking, com 11,99%. Na seqüência aparecem as seguintes operadoras: Telemig/Amazônia Celular (5,30%), Brasil Telecom GSM (2,57%), CTBC Telecom Celular (0,45%) e Sercomtel Celular (0,09%) (IDGNOW, 2006).

Segundo as projeções de especialistas, a TIM crescerá de 23,4% para 25% no final de 2006, a Claro passará de 20,8% para 21,6% e a Oi, de 12% para 13% (IDGNOW, 2006).

Se depender das previsões dos especialistas, em menos de 20 anos, o mercado terá muito mais do que um pequeno aparelho nas mãos, mas um dispositivo com poder de processamento e memória de um desktop.

4.2 A empresa estudada: MOTOROLA INDUSTRIAL