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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO

3.1. Considerações Metodológicas sobre Pesquisa Empírica

3.1.3. Protocolo de Pesquisa

Martins (1994) considera que o estudo de caso só é validado pelo rigor do protocolo estabelecido.

Yin (2001, p.89) comenta sobre o protocolo:

O protocolo do estudo de caso é mais que um instrumento. O protocolo contém os procedimentos e as regras gerais que deveriam ser seguidas ao utilizar o instrumento. O protocolo é uma das táticas principais para aumentar a confiabilidade da pesquisa de estudo de caso e destina-se a orientar o pesquisador ao conduzir o estudo de caso.

Segundo o autor, o protocolo deve conter as seguintes seções:

a) Visão geral do projeto, incluindo objetivos, patrocínios, questões do estudo de caso e leituras importante sobre o caso em análise;

b) Procedimentos de campo, considerando as vias de acesso aos locais do estudo, fontes gerais de informação sobre o caso e procedimentos previstos de coleta de dados;

c) Questões do estudo de caso, abordando as questões específicas apresentadas no instrumento de coleta de dados, tabelas para arranjo de dados e fontes potenciais de informação para a resposta de cada questão;

Quanto aos procedimentos de campo do protocolo, enfatizam-se: a) Obter acesso à organização ou a entrevistados-chave;

b) Prever e levar todo o material que possa ser necessário dentro do previsto no protocolo;

c) Estabelecer uma agenda clara das atividades de coleta de dados;

d) Preparar-se para acontecimentos inesperados, como impossibilidade de o entrevistado atender o pesquisador, demora em assunto sem maior importância, etc. É importante que as linhas gerais de apresentação do relatório façam parte do protocolo, para facilitar a coleta de dados em formato apropriado. Entretanto, não se deve transformar este guia em uma camisa de força, já que o mérito do estudo de caso é a flexibilidade que o pesquisador tem para considerar novos aspectos e insights a partir da coleta inicial de dados.

Modelo teórico para o estudo

Dado o referencial teórico, foi desenvolvido um modelo teórico onde se demonstra o contexto do problema. Por um lado, os fatores condicionantes ao problema da pesquisa que impactam a organização: io desalinhamento entre SIC e o gerenciamento da TI. Por outro lado, as fontes que contribuem para a possível solução do problema: o alinhamento entre o SIC e o gerenciamento da informação.

Figura 19 – Modelo teórico para o estudo

Coleta, Processamento

e distribuição da informação

inadequados

INEFICIÊNCIA DOS BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS ESTRATÉGIA E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS NÃO

ATINGIDOS Volume e qualidade da informação incompatíveis com as necessidades dos usuários Vocabulário e Significância dissociados DESALINHAMENTO entre TI e SIC ALINHAMENTO ENTRE TI e o SISTEMA DE INTELIGÊNCIA Compatibilização do

SIC com a arquitetura

de TI Compatibilização da operacionalização do SIC com o tipo de gerenciamento de TI Estilo Gerencial da TI na Organização Vigilância Econômica – Tecnológica – Competitiva – Social – Demográfica Gestão estratégica do SIC e capacidade de solução da infra- estrutura de TI. POSSÍVEL SOLUÇÃO IMPACTOS SOBRE A ORGANIZAÇÃO

O desenho metodológico da pesquisa empírica

Como as variáveis no contexto destas ciências são muitas e atuam com pesos diferentes, é difícil muitas vezes, ou pelo menos questionável, desenhar uma pesquisa com um método único, de forma a identificar os reais fatores (e seus respectivos pesos contributivos) responsáveis pelo fenômeno em observação. O estudo de caso é uma ferramenta metodológica que tem sido amplamente utilizada pelos pesquisadores da área, incluindo-se grandes nomes como Michael Porter, Gary Hamel, C.K. Prahalad, Richard Daft e outros.

Gordon (2001) tem utilizado um formato para aplicar sistematicamente o método de estudo de caso que parece preencher os requisitos desta ferramenta. Uma adaptação do modelo de Gordon, portanto, pode servir aos propósitos de uma pesquisa que pretenda sustentar o contexto de um fenômeno.

Figura 20 - Desenho metodológico para estudo de caso

O desenho do método ilustrado na Figura 20 é constituído por dois eixos básicos: a. O eixo contextual: são estabelecidas as fases que permitem ao pesquisador modelar a coleta, a análise e a interpretação dos dados, chegando às conclusões possíveis, incluindo-se aí, as propostas para a solução do caso. Compõe-se pelas seguintes fases:

Descrição: compreende uma fase vital para as possíveis inferências teóricas do

estudo, fundamentada na coleta de dados. Essa coleta pode ocorrer de três diferentes formas: por observação (incluindo-se aí os dados documentais), por entrevista e por meio de questionário.

Diagnose: compreende, a partir dos efeitos observáveis, o trabalho de análise

dos dados a fim de identificar as reais causas do problema ou dos fatores de sucesso em estudo. Concomitantemente a análise processual dos fatores, com identificação de suas origens.

Interpretação: compreende trabalhar sobre as relações entre as causas e seus

efeitos identificadas na fase anterior. Analisam-se os dados à luz das teorias existentes e interpretam-se as implicações da presença e “comportamento” dos fatores e suas relações com seu ambiente (organização).

Prescrições: Refere-se à identificação das conclusões da análise feita

anteriormente, e possibilidade de sugerir soluções que redirecionem o estado atual da organização ou quais caminhos que possam alterar a situação estudada. b. O eixo processual: detalha as fases de diagnose e interpretação do eixo contextual, contendo os processos de análise mais detalhada dos fatores, suas origens históricas, suas dimensões contextuais (pessoas, grupos, estruturas organizacionais) e suas implicações para a atual situação em estudo. Na dimensão individual, são avaliados indicadores como tipo de liderança e estilo administrativo, motivação, percepção e visão, de indivíduos que tenham direcionado a situação da organização para o que se observa no momento do estudo. Avalia-se ainda, com o mesmo objetivo e formato, outras duas dimensões: a dos grupos e a das estruturas organizacionais. Na dimensão de grupos, observam-se as implicações de poder, desempenho grupal, conflitos e comunicações inter- grupais que possam ter alguma influência. Na dimensão organizacional, analisam-se as estruturas que possam ter sido conducentes, as contingências organizacionais (como políticas, diretrizes, normas e outros) e o desenho dos fluxos de trabalho.

A análise destes fatores de maneira sistêmica permite uma melhor visualização das reais causas que caracterizam as inferências e as propostas de solução para redirecionar, se for o caso, a organização para nova situação desejada.