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CAPITULO VI: CONCLUSÃO

6 ARREMATE DAS CONCLUSÕES

Face às argumentações suscitadas, sugere-se e concluí que:

a) as terras devolutas são um instituto genuinamente nacional, porque aqui nascido e consolidado, que deram origem à propriedade territorial rural no Brasil;

b) o usucapião especial rural ou pro labore de terras devolutas, para a reforma agrária, de até um módulo ou cinqüenta hectares – para dar continuidade a uma prática reiterada, legítima e eficaz abolida pela Constituição de 1988 – deverá ser restabelecido porque inspirado em fundamentos de ordem filosófica, sociológica, econômica e, principalmente, no Direito Público (Constitucional) e Privado (Civil e Agrário), que estratificaram e consolidaram o instituto em nossas leis ordinárias e Constituições por quase cem anos. Demais disso, com essa medida, cumprem-se os ditames da justiça distributiva, inseridos na Carta Política, calcados na função social da propriedade, tornando mais ágil o processo de desenvolvimento econômico e social do País, com repercussões altamente positivas no campo e na cidade;

c) tal qual instituído na cidade, estenda-se ao campo o usucapião especial rural coletivo ou pro labore de áreas de terras devolutas dominicais e do domínio privado superiores ao módulo ou a cinqüenta hectares, reduzidas aquelas à área destes, atendida a proporcionalidade entre posseiros ou ocupantes, visando ao teto vital mínimo de subsistência e de progresso social e econômico, conforme descrito no corpo desta dissertação;

d) existem distorções por falta ou má distribuição das terras do domínio privado e público ao produtor legitimado no Brasil. No Piauí essas distorções provêm do latifúndio improdutivo em geral, mas principalmente dos seus (do Estado) aproximados sete

milhões e trezentos mil hectares de terras públicas e devolutas dominicais, que não foram aproveitados nem pela iniciativa pública ou privada, sob quaisquer das formas de aproveitamento racional e econômico dos imóveis rurais. Motivados por esta caótica situação surgiram conflitos agrários e atrasos extraordinários ao desenvolvimento social e econômico do Estado e da população em geral, que devem ser corrigidos com urgência;

e) ficou demonstrado que é agrária, predominantemente, a vocação natural da atividade econômica do Estado do Piauí. No século dezenove e início do século vinte, sua economia, baseada no setor pecuário, obteve lugar de destaque no cenário nacional, quando abastecia até mesmo Estados do Sudeste e do Sul do País. Todavia, foi relegada a plano secundário. A Universidade Federal do Piauí – UFPI, nessa área, sempre estabeleceu relações de cooperação com o Estado, que devem ser intensificados, para um maior incentivo e conseqüente expansão da fronteira agrária quer qualificativa ou quantitativamente; e

f) por derradeiro, inserindo-se neste contexto de vocação dirigida, predominantemente, para o setor primário, o Direito Agrário, como ramo especial do direito privado, regulador das relações agrárias entre o homem e os imóveis rurais, deve ser ministrado na Universidade Federal do Piauí-UFPI como disciplina obrigatória do currículo de direito e não opcional como consta hoje.

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