• Nenhum resultado encontrado

AS NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM DOS PARTICIPANTES

4 CONHECENDO O UNIVERSO DA PESQUISA: CONSIDERAÇÕES

5.2 AS NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM DOS PARTICIPANTES

Nesta seção, serão analisadas as respostas das questões 10, 11, 12, 13 e 14 do questionário dos alunos que correspondem ao objetivo de investigar as necessidades de aprendizagem de línguas dos estudantes participantes do contexto envolvido.

Tanto os participantes do 5º como os do 6º ano puderam expressar, na questão 10, como gostariam de aprender uma língua. Alguns alunos, de ambas as turmas, demonstraram não saber o que responder nessa questão. Eu os informei que não havia uma resposta errada para isso, e não os influenciei em nenhum momento durante as respostas.

Os participantes do 5º ano que responderam à questão informaram, em sua grande maioria, que gostariam de aprender dada língua, viajando para lugares onde ela é falada. Três participantes escreveram que gostariam de aprender com o kahoot – ferramenta de quiz pela internet, que pode ser utilizada pelo professor em aula – e

um respondeu que adoraria aprender com legendas de filmes e com videogame. Já os participantes do 6º ano mostraram mais consciência da variedade de formas de como aprender uma língua, além de saberem explicar melhor os seus gostos em relação a como aprender uma língua. Para eles, um jeito de aprender línguas de forma interessante é, principalmente, através de filmes. Também, alguns comentaram que gostariam de aprender com músicas, com viagens e praticando a língua nas aulas, conforme escreve um participante “ouvindo, falando, escrevendo e observando nas aulas” (RELATO DE UM PARTICIPANTE). Poucos estudantes comentaram também que gostariam de aprender uma língua, ou falando-a em casa, ou com professor particular, jogando videogame, conforme relata um participante “conversando de uma maneira divertida com a professora da escola”.

Esse nível maior de consciência de aprendizagem pode ser devido a eles já terem tido mais um ano de aprendizado de alemão e de estarem já realizando a terceira prova de proficiência, nível A2, o que exige que eles entendam melhor como devem estudar e conheçam os métodos que facilitam a sua aprendizagem e o que lhes agrada. Cabe ressaltar que todos os participantes do 6º ano responderam a essa pergunta 10.

Questionamos, na questão 12, que tipo de tarefas/atividades eles gostariam que fossem trabalhadas em aula, no colégio – ou seja, essa questão foi mais específica em relação à sala de aula. Novamente, nem todos os alunos do 5º ano souberam responder à questão, e alguns a deixaram em branco. Porém, as respostas obtidas foram mais criativas e, apesar dessa questão ser parecida com a questão 10, ela os fez refletirem sobre outros meios e estratégias de aprendizagem. O que ficou mais saliente foi a vontade de eles fazerem tarefas mais descontraídas: eles gostariam principalmente que as tarefas fossem jogos ou que houvesse atividades diferenciadas no campão do colégio. Também apareceu a vontade de aprender a língua em aulas de educação física, história, matemática e de informática (nesta, com tarefas no computador).

O 6º ano também gostaria de ter, principalmente, tarefas com jogos, gincana e

kahoot. Eles gostam de fazer trabalhos em grupo e gostam de atividades que

envolvam cartazes e tarefas no computador do colégio (Chromebook). Poucos citaram atividades para se falar somente uma determinada língua para conversar com os colegas.

na questão 11, quais línguas eles gostariam de estudar, além das que eles já estudam no colégio. Eles poderiam marcar mais de uma opção. Onze participantes do 5º gostariam de aprender francês, nove espanhol, oito gostariam de estudar italiano, japonês, quatro chinês e dois Libras. Nessa questão, havia a opção “outra língua” e um participante respondeu tailandês. Os participantes do 6º ano apresentaram mais línguas. O francês também foi a preferência para 12 participantes. Onze gostariam de aprender italiano e espanhol, oito japonês, e cinco chinês e Libras. As línguas apareceram dentre as “outras” foram coreano, russo, esperanto, holandês e também tailandês, cada uma com 6%. O fato de os participantes terem escolhido mais línguas diferentes pode representar que eles estejam mais expostos a línguas em situações na internet e/ou em redes sociais, conforme apresentamos no gráfico 3 nas opções “Internet/Youtube/Redes sociais dentro e fora do país”.

Há diferenças entre o aprendizado de línguas para suprir necessidades do presente, em que eles precisam empregar línguas em jogos, em redes sociais e o uso das línguas no futuro, no local de trabalho, por exemplo. Nesse sentido, as questões 13 e 14 procuraram fazer que os estudantes refletissem sobre a importância do aprendizado de línguas para seu futuro e para seu presente. Na questão 13, os estudantes deveriam responder qual língua era a mais necessária no seu dia a dia: 81% dos participantes do 5º ano informaram que aprender inglês seria mais útil nas suas necessidades diárias, 12% citaram o japonês e 6% o francês. O inglês também é a língua mais importante para 95% dos participantes do 6º ano, ao passo que 4% acreditam ser o alemão.

Já na questão 14, os participantes precisavam informar que língua(s) consideravam mais importante(s) para seu futuro e o que eles planejavam usar e alcançar com essa(s) língua(s). O inglês foi o mais citado como língua importante nas atividades futuras em ambos os grupos participantes. No grupo do 5º ano, argumentou-se que precisariam do inglês para fazer viagens, morar fora do país e participar de intercâmbios. Também pensam esta ser a língua mais importante para a comunicação, pois é falada em muitos lugares. O francês foi mencionado para o objetivo de morar na França, o espanhol para viagens e o japonês para se morar no Japão. Já o grupo do 6º ano informou que usariam o inglês para morar fora do país, seja para cursar uma faculdade ou trabalhar. Com isso, eles esperam, como um participante informou, “ser mais cultos e conseguir ser fluentes na língua”. Alemão também foi mencionado com o objetivo de viagem, moradia e faculdade fora do país.

Com relação a outras línguas, dois participantes mencionaram ainda o italiano, para se morar na Itália, um aluno julga importante aprender espanhol, para trabalhar fora e conseguir enriquecer, outro se interessa pelo holandês, para estudar em Amsterdã, um citou o mandarim, para fazer negócios com a China, e um último mencionou o francês, para viajar. Ambos os grupos mencionaram que essas línguas seriam importantes para se viajar, porém, o grupo do 6º ano mencionou também situações de estudo e de trabalho no futuro.

Os dados mostraram uma aceitação positiva a diferentes línguas e a necessidade (atual ou futura) do seu uso em diferentes contextos. Os alunos entendem que o inglês é a língua mais importante para suas vidas, mas também consideram outras línguas úteis ou interessantes, e percebem, também, que eles podem experimentar várias atividades diferentes com elas. Também, os estudantes dos dois grupos desejariam trabalhar com tarefas atrativas, como jogos, ou aprender línguas durante viagens. O grupo do 5º ano mostrou grande interesse em um aprendizado fora do contexto escolar, em viagens, e o grupo do 6º ano entende que a melhor forma de aprender é com filmes, mas também ouvindo, falando, escrevendo e observando as pessoas. Isso mostra que eles sentem necessidade de tarefas que compreendam o mundo real deles. Conforme o estudo de West (1994), o questionário, nesse sentido, nos ajudou a desenhar um perfil das necessidades dos alunos e sob meu ponto de vista os tornou mais conscientes dessas necessidades.