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4 CONHECENDO O UNIVERSO DA PESQUISA: CONSIDERAÇÕES

4.3 A GERAÇÃO DE DADOS

4.3.4 Entrevista semiestruturada

Uma entrevista com a coordenação também foi realizada, ao final de todo o processo, em janeiro de 2018, para melhor compreender o contexto em que o aluno está inserido, o incentivo ao ensino das línguas no colégio e a sua estrutura, bem como para investigar possíveis ações pró-plurilinguismo. Desse modo, seria possível triangular todos os dados gerados e realizar uma análise mais completa. As questões foram planejadas ao longo de toda a geração de dados e reformuladas até o momento da entrevista, ficando conforme segue:

1) Algum momento em sua formação você trabalhou com questões relacionadas ao plurilinguismo?

2) Quais são as suas experiências e seu contato com outras línguas, além do português?

3) O que significa diversidade linguística para você? Você acha que a diversidade linguística do colégio é aproveitada? De que forma?

4) Qual é a importância, para o colégio, de oferecer as três línguas estrangeiras – alemão, espanhol e inglês – no currículo?

5) Você considera que os professores de línguas do colégio trabalham em conjunto?

6) Você acredita que é importante fazer atividades/projetos interdisciplinares que contemplem as três línguas estrangeiras do colégio? E as outras possíveis línguas dos alunos? Comente.

7) O colégio proporciona ações para o desenvolvimento do plurilinguismo do aluno?

8) Há uma política linguística explícita no colégio? Comente. 9) Como você vê o futuro das línguas no colégio?

11) Como funciona o Projeto Bilíngue e o Maths Project na Educação Infantil? Quantas horas semanais são usadas além das do currículo obrigatório?

12) Qual a importância do SAT para a escola e para os alunos? E o Studienkolleg? 13) Qual é o maior diferencial do Laboratório de Aprendizagem?

14) A partir de que ano é obrigatório o ensino de inglês?

15) Qual é o número de alunos que receberam certificados desde 2010?

A entrevista foi guiada com roteiro de perguntas e digitada durante a narração das respostas da coordenadora, que se demonstrou aberta a responder todas as perguntas.

5ANÁLISEDOSDADOS

Conforme explanei no capítulo anterior, a análise do contexto tem como objetivo entender como o estudante administra sua aprendizagem de línguas dentro e fora do contexto escolar, especificamente de um grupo de estudantes com nível de proficiência em língua inglesa superior à em língua alemã, em estágio inicial de aprendizagem desta no colégio, e se eles percebem seu processo de aprendizagem. A partir desse diagnóstico e análise, buscamos propor tarefas para contribuir na melhoria do aprendizado plurilíngue com novas formas de trabalhar a conscientização linguística dos alunos. Para tanto, nos embasamos em perguntas norteadoras que nos guiaram na investigação:

1) Qual é o perfil linguístico dos participantes?

2) Quais são as necessidades de aprendizagem de línguas dos estudantes do contexto envolvido?

3) Como os alunos se conscientizam em relação aos aspectos formais da língua e em relação a suas estratégias de aprendizagem?

4) Como ocorre o aproveitamento da pluralidade linguística dos estudantes por parte do colégio e dos professores no e para o ensino das línguas estrangeiras e como se fomenta uma influência positiva no desenvolvimento de uma aprendizagem plurilíngue?

Como já mencionado no capítulo 4, a análise para o controle dos dados dos participantes utilizada neste trabalho é a Análise Textual Discursiva de Moraes e Galiazzi (2011). Essa análise nos ajudou a realizar uma interpretação mais precisa dos dados, esclarecendo as respostas obtidas. Foi necessário realizar essa análise com as questões dissertativas. Nas questões objetivas, a análise não exigiu esse procedimento.

Com base nessa análise, segui alguns determinados passos. Realizei uma investigação em tópicos, constituída da cópia das respostas escritas dos participantes do Google Formulários para um documento de Word e, a partir disso, a minha reescrita dessas respostas com base no que eu entendia que o participante havia escrito. Para tanto, foi necessário elaborar uma tabela com duas colunas, uma com o que os participantes responderam e outra com o que eu escrevi a repeito das suas respostas. A partir dessa tabela e com a ajuda do localizador do Word (ctrl+l), eu consegui ver quais eram os tópicos de palavras que mais apareceram em ambas as colunas.

Contabilizei, então, o número de vezes que essas palavras apareceram, tanto na coluna do participante como na coluna que eu escrevi. Assim, consegui verificar se o número de vezes em que a palavra se repetia na coluna do participante condizia com o número de vezes na minha coluna. Ou seja, comparando esses números, eu conseguia observar se eu estava interpretando de forma equivocada ou não os resultados, ou até mesmo, se eu estava sem intenção alterando as respostas dos participantes. Para confirmar quais eram as palavras que mais apareciam nas respostas, eu utilizei uma ferramenta de gerador de palavras que mais surgem no texto, a Word Clouds. A partir disso, eu foquei as unidades que eu precisava investigar e pude, assim, realizar a descrição e interpretação dos dados. Então, pude articular os dados coletados pelos instrumentos utilizados neste trabalho.

Tive que me ater também à confiabilidade dos instrumentos utilizados para geração de dados. Por ser uma pesquisa qualitativa, esse tipo de pesquisa geralmente designa uma confiança excessiva nos instrumentos utilizados. Os dados dos nossos instrumentos necessitaram, assim, ser analisados com cautela. É importante ressaltar novamente aqui, que foi preciso ter cuidado, também, com a influência como observadora nos participantes estudados e com o envolvimento na situação pesquisada. Assim, houve a tentativa de uma delimitação de quando eu exercia a função de professora e de quando eu atuava como pesquisadora.

5.1 O PERFIL LINGUÍSTICO DOS PARTICIPANTES: DESCOBRINDO SEUS PRÉ-