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2.7 A Ilha de Santa Catarina

2.7.1 Aspectos Físicos da Ilha de Santa Catarina

constitui-se no principal mecanismo de proteção desse bioma, e “dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primaria ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica”. O decreto para Santa Catarina e regulamentado pela resolução n° 4 , de 04 de maio de 1994, pelo CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), e a Resolução 261 de 1999, aprova o parâmetro básico para análise dos estágios sucessionais de vegetação de restinga para o Estado de Santa Catarina.

Capítulo IV (Das Disposições Finais):

Art. 35 - Para assegurar a responsabilidade técnica das atividades florestais previstas nesta Lei, todos os projetos e documentos técnicos deverão ser assinados por profissionais habilitados e registrados nos conselhos profissionais correspondentes.

Art. 36 - O Estado poderá celebrar convênios com instituições públicas, e privadas para fins de apoio técnico e financeiro para aplicação desta Lei, no que couber.

2.7 A Ilha de Santa Catarina

A Ilha de Santa Catarina está situada no litoral Sul do Brasil, no município de Florianópolis, e é a capital do Estado de Santa Catarina.

2.7.1 Aspectos Físicos da Ilha de Santa Catarina

Conforme Peluso (1991), a Ilha de Santa Catarina tem 52 km de comprimento por 17 km em sua parte mais larga, ao norte, e reduzida ao sul, a menos de 5 km. Distinguem-se nela diversos maciços isolados unidos por planícies. O seu contorno é bastante recortado, apresentando um litoral de 172 km de extensão com baías, pontas e enseadas, muitas praias, costões e manguezais.

Ainda, de acordo com este mesmo autor, a Ilha de Santa Catarina foi construída pela ação do mar que reuniu diversas ilhotas, antigos picos que ficaram isolados com a transgressão marinha. As ilhas foram unidas em diferentes processos de consolidação.

Para Caruso (1990), geologicamente, a Ilha de Santa Catarina teve a sua formação na depressão oriental do Brasil e, nesse afundamento, as águas invadiram os vales, os contrafortes que mais se projetavam para oriente transformaram-se em cabos e as partes mais altas das montanhas foram rodeadas pelas águas, transformando-se em ilhas. Esse processo é

revelado pelos canais existentes entre a Ilha e o Continente, que são antigos leitos de rios, e pela direção do relevo, paralela à Serra do Mar.

Conforme Cecca (1997), esta configuração geográfica da Ilha – sendo uma extensão dos grandes traços geológicos continentais – permite classificá-la como uma ilha continental. Seu relevo é caracterizado pela associação de duas unidades geológicas maiores: as elevações dos maciços rochosos que compõem o embasamento cristalino, e as áreas planas de sedimentação, delineando, respectivamente, as denominadas serras litorâneas e planícies costeiras, unidades geomorfológicas que caracterizam a paisagem da ilha.

Em resumo, conforme Caruso (1990), a Ilha de SC está constituída por duas formas básicas:

a) os terrenos cristalinos antigos – formados durante o Pré-Cambriano Superior e destacadas pelas maiores altitudes, com nascentes de águas limpas e remanescentes florestais da Mata Atlântica. Formam as partes mais elevadas da Ilha, como os dois maciços principais de direção N-S, que têm como pontos culminantes, ao Sul, o Morro do Ribeirão com 540 metros e, ao Norte, o Morro da Costa da Lagoa com 490 metros de altitude.

b) os terrenos sedimentares de formação recente - com um relevo variando de plano a ondulado e caracterizado por uma diversidade de ecossistemas de transição entre eles, as restingas, os banhados e os manguezais, que regulam uma série de processos ecológicos aquáticos e terrestres.

Assim, o relevo da Ilha de Santa Catarina apresenta duas unidades marcadamente diferenciadas por suas formas e processos de origem e evolução:

As serras - formadas pelos terrenos cristalinos antigos, que são destacadas pelas maiores altitudes da Ilha, chegando até 532 m, com nascentes de águas limpas e remanescentes florestais da Mata Atlântica e,

A planície costeira - formada pelos terrenos sedimentares de formação recente, com um relevo variando de plano a ondulado, caracterizado por uma diversidade de ecossistemas de transição destacando, as restingas, os banhados e os manguezais, que regulam uma série de processos ecológicos, aquáticos e terrestres.

Os solos “PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO”, cuja denominação é solo ”ILHA”, encontram-se sobre as formações cristalinas, e eram originalmente cobertos pela Floresta Pluvial de Encosta Atlântica.

[...] A superfície da ilha é irregular, com montanhas e planícies, e, em alguns lugares, pantanosas; aqui se encontra excelente stratus de esplêndida argila

vermelha, com a qual se fabricam utensílios exportados em quantidade para o Prata e para o Rio de Janeiro. As terras dignas de cultivo melhoram cada vez mais; a princípio, grande extensão estava coberta de árvores altas, mas, nos últimos anos, cortou-se grande quantidade para empregar na construção de navios, e a madeira de qualidade, atualmente, escasseia. (MAWE, 1807 apud ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, 1984, p.42).

Com relação ao clima da Ilha de Santa Catarina, CECCA (1997) diz que o mesmo é fortemente influenciado pela atuação das massas polar marítima e tropical marítima do Atlântico, e é considerado subtropical úmido, com temperatura média anual de 20,4°C. As precipitações, de cerca de 1.500mm anuais, encontram-se bem distribuídas ao longo do ano, e o clima, não apresenta uma estação seca definida, e se caracteriza por apresentar chuvas abundantes, torrenciais e rápidas, nos meses de verão.

2.7.2 Principais ecossistemas da Ilha de Santa Catarina

Conforme CECCA (1997), a história geológica da Ilha proporcionou uma certa diversidade de tipos de solos, e de perfis topográficos (relevos) que, interagindo com fatores físicos e biológicos, permitiu o desenvolvimento de vários ambientes. A Floresta Ombrófila Densa, ou Mata Atlântica, encontrou condições para se desenvolver predominantemente nos morros; a vegetação litorânea de praias e dunas, formada principalmente por arbustos e ervas (vegetação de restinga), ocupou a maior parte das áreas planas de solo arenoso da Ilha; outra porção das áreas planas foi ocupada pelos manguezais, nos solos lodosos e salgados, e os banhados de água doce. Na costa leste, além dos campos de dunas, encontra-se o ambiente dos costões rochosos, e cordões arenosos que represaram corpos d’água, formando as duas maiores lagoas da Ilha, Lagoa da Conceição e Lagoa do Peri. Essa enorme diversidade de ambientes, que proporciona uma grande diversidade de habitats para a fauna e a flora, é talvez a maior encontrada por unidade de área em todo o Estado de Santa Catarina, pois, e difícil encontrar ecossistemas tão diversos de uma forma tão concentrada.

Para Caruso (1990), de acordo com a maior influência das condições edáficas ou climáticas, as formações vegetais da Ilha de Santa Catarina podem ser agrupadas em dois grupos distintos:

Formações vegetais edáficas, em que as condições do solo são dominantes. É o caso da ″Vegetação Litorânea″ que se subdivide em três subformações muito distintas e com características próprias:

- Manguezais, nas áreas de solo pantanoso e salino do litoral; destacam-se por suas extensões, os Manguezais de Ratones, Saco Grande, Rio Itacorubi e Rio Tavares;