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No capítulo anterior, da fundamentação teórica, fez-se uma abordagem dos temas ambientais que se considera fundamentais no contexto geral da pesquisa.

Neste capítulo, será apresentada a metodologia utilizada para a realização da pesquisa, ou seja, os procedimentos necessários para atingir os objetivos propostos. Assim, serão abordadas a caracterização da pesquisa, e a estrutura do estudo de caso.

3.1 Caracterização metodológica da pesquisa

Conforme Selltiz et al. (apud MARCONI e LAKATOS, 1996), a finalidade da pesquisa é “descobrir respostas para questões, mediante a aplicação de métodos científicos”.

Ainda segundo este mesmo autor, esses métodos, mesmo que às vezes, não obtenham respostas fidedignas, são os únicos que podem oferecer resultados satisfatórios ou de total êxito. Por sua vez, os planos de pesquisa variam de acordo com a sua finalidade, e no entanto, toda pesquisa deve basear-se em teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem-sucedida de um problema, mas que para ser válida, também deve apoiar-se em fatos observados e provados, resultantes da pesquisa. Assim, a pesquisa dos problemas práticos pode levar à descoberta de princípios básicos e, freqüentemente, fornece conhecimentos que têm aplicação imediata.

As pesquisas podem ser classificadas de diversas formas, sendo que a classificação pode variar de acordo com o autor pesquisado. As formas mais tradicionais são quanto à natureza da pesquisa - que pode ser básica ou aplicada e, quanto à forma de abordagem do problema - que pode ser quantitativa e qualitativa.

Quanto à natureza, esta é uma pesquisa aplicada, pois, o seu objetivo é exatamente gerar conhecimento para a aplicação prática, no sentido de solucionar problemas específicos; já em relação ao tipo de abordagem esta pesquisa pode ser classificada como qualitativa. Como diz Minayo (1994), os dados respondem a questões muito particulares, uma vez que se preocupam com a realidade que não pode ser quantificada.

Para Gil (2002) as pesquisas podem ser classificadas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas.

As pesquisas exploratórias, têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, e na maioria dos casos, envolvem: a) levantamento bibliográfico; b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o

problema pesquisado; e c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão. (SELLTIZ et al., 1967 apud GIL, 2002, p. 41).

Assim, baseando-se nestes pressupostos metodológicos a pesquisa aqui desenvolvida enquadra-se no grupo das pesquisas exploratórias, e assume a forma de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica, que de acordo com Gil (2002, p.44), “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, e cuja “principal vantagem reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”, foi utilizada nesta pesquisa, principalmente, para o levantamento de aspectos teóricos sobre a natureza e o meio ambiente, com especial ênfase nos ecossistemas, na biodiversidade, nos biomas brasileiros e nas florestas, abordando também a legislação florestal, em nível nacional, estadual e municipal e a educação ambiental nas florestas; sobre os aspectos físicos do Estado e da Ilha de Santa Catarina, e por fim, sobre a conservação da natureza, com ênfase nas áreas protegidas brasileiras, nas Unidades de Conservação e, principalmente, nas reservas naturais particulares.

A pesquisa documental, que conforme Gil (2002, p.45), “cuja diferença da pesquisa bibliográfica, está na natureza das fontes...”, ”vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico [...], as fontes são muito mais diversificadas e dispersas”. Nesta pesquisa, estes documentos estão representados por jornais, revistas e periódicos, além de boletins e de folhetos de instituições federais, como do IBAMA, sobre as reservas particulares.

O estudo de caso, para Gil (2002), “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento[...]”. Para Yin (2001), “os estudos de caso estão sendo cada vez mais utilizados como ferramenta de pesquisa...e como esforço de pesquisa, contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos”, para este mesmo autor, a definição técnica de um estudo de caso é “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. Este estudo de caso pretende verificar a situação ambiental e legal de uma unidade de conservação particular da floresta atlântica, que foi gravada com perpetuidade pelo Poder Público - por livre iniciativa dos seus proprietários - com relação aos seus objetivos de criação, que é a proteção integral dos seus recursos naturais e da biodiversidade que contém.

3.2 Estrutura do estudo de caso

De acordo com Yin (2001, p. 27):

[...] o estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas, mas acrescenta duas fontes de evidência que usualmente não são incluídas no repertório de um historiador: observação direta e série sistemática de entrevistas, assim, [...] o poder diferenciador do estudo de caso é a sua capacidade

de lidar com ampla variedade de evidências – documentos, artefatos, entrevistas e observações – além do que pode estar disponível no estudo histórico convencional. Assim, o estudo de caso desta pesquisa está estruturado nas seguintes fontes de evidências: documentação, registros em arquivo, entrevista e observação direta.

O estudo de caso consiste no desenvolvimento de uma pesquisa empírica, por meio da observação e avaliação de uma unidade de conservação da Mata Atlântica, no caso, uma Reserva Particular do Patrimônio natural – RPPN, localizada na Ilha de Santa Catarina, no centro da cidade.

O objetivo final da pesquisa em relação ao estudo de caso realizado, é avaliar a efetividade da gestão desta RPPN urbana, no âmbito legal, e sentido da conservação da sua área florestal urbana e da biodiversidade local.

3.2.1 Análise documental

Para Yin (2001, p. 107-109) “este tipo de informação pode assumir muitas formas e deve ser o objeto de planos explícitos da coleta de dados, [...] devido ao seu valor global, os documentos desempenham um papel óbvio em qualquer coleta de dados, ao se realizarem estudos de caso”.

Neste estudo foram utilizados os seguintes documentos:

- Documentos administrativos: relatórios, memorandos, ofícios, boletins e outros documentos internos;

- Relatórios escritos de eventos em geral;

- Estudos ou avaliações formais do mesmo “local” sob estudo, - Recortes de jornais e outros artigos publicados na mídia;

3.2.2 Registros em arquivo