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4 DOS BENEFÍCIOS DA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

4.1 Dos Benefícios Diretos da Redução da Jornada de Trabalho

4.1.3 Aspectos psicológicos

Constatamos, ainda, o avanço significativo da jurisprudência e da doutrina ao reconhecerem os diversos tipos de violência psicológica aos quais os empregados estão sujeitos. No entanto, nem sempre foi assim. Ainda hoje, quando abordamos a saúde do trabalhador, a primeira ideia de saúde que nos ocorre diz respeito aos aspectos físicos do indivíduo.

No entanto, a Constituição reconhece o direito fundamental à saúde mental, conforme assevera Sebastião Geraldo de Oliveira:

Já é possível afirmar, entretanto, que os pilares e as bases fundamentais para a construção do direito à saúde mental já estão fixados, permitindo desde agora sua aplicação. A Constituição da República de 1988 instituiu, como direito do trabalhador, a redução dos riscos inerente ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Conjugando essa previsão com o preceito do art. 196, pode-se concluir que também a saúde mental é direito do trabalhador e dever do empregador.70

69

OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. São Paulo: LTR, 2010, p. 366.

A saúde do trabalhador, há tempos, não está mais atrelada somente aos aspectos fisiológicos, mas sobretudo aos psicológicos.

Isso se deve à evolução do trabalho desenvolvido pelo homem, cada vez mais relacionado ao uso de tecnologias e que demandam inúmeras habilidades intelectuais.

Salvo os cargos historicamente relacionados ao uso da força física – como os de pedreiro, estivador e os ajudantes gerais, entre outros – as demandas de trabalho que necessitam de profissionais habilitados para desenvolver tarefas que exigem o raciocínio e um certo preparo intelectual, cresceram aceleradamente nos últimos anos.

Neste sentido, Sebastião Geraldo de Oliveira, ao comentar a tendência moderna das relações de trabalho, no que tange ao deslocamento da força de trabalho:

A força de trabalho exigida do operário está se deslocando rapidamente dos braços para o cérebro, especialmente com o ritmo acentuado da informatização. Com isso, percebe-se que vem ocorrendo uma diminuição efetiva da fadiga física, porém um aumento considerável da fadiga psíquica, cuja recuperação é muito mais lenta e complexa. Ademais, o trabalhador dirige-se para a empresa carregando toda a carga de apreensões da sociedade moderna em que está inserido, cujos problemas de moradia, segurança, trânsito, além dos aspectos familiares, são fatores adicionais que completam as agressões psicossociais.

Esse quadro de mudanças quase permanentes refletiu em cheio na saúde mental do trabalhador, acarretando, conforme as circunstâncias, ansiedade, euforia, irritação, angústia, frustração, depressão e outros tantos agravos que podem evoluir para um quadro patológico das doenças psicossomáticas.71

Prova deste novo cenário é o setor de prestação de serviços, que lidera o número de vagas de trabalho no mercado. Um exemplo é o fenômeno dos operadores de telemarketing, um dos setores que mais contrata atualmente.

Sebastião Geraldo de Oliveira prevê um avanço legislativo quanto à preocupação relativa aos aspectos psicológicos dos trabalhadores:

71 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. São Paulo: LTR, 2010, p.

É verdade que boa parte da legislação em vigor ainda está impregnada da visão estreita da saúde, restrita ao aspecto físico, porém o intenso debate doutrinário, apontando os diversos agentes que afetam a saúde mental, em curto espaço de tempo levará o legislador a prescrever o “dever ser”, ou o caminho da normalidade.72

Assim, em consonância com as novas demandas das modernas relações de trabalho, verificamos a importância, para o Direito do Trabalho, da criação da área de estudo chamada “Psicologia do Trabalho”.

Não adentraremos no seu estudo específico, mas julgamos importante definir o conceito. Segundo Amauri Mascaro Nascimento:

Psicologia do Trabalho, tema a que se dedicou Arnulfo Russel em Psicología Del trabajo (1963), é o ramo da psicologia que se ocupa do estudo das técnicas para a adaptação do trabalhador, como criatura humana, à atividade que exerce. Seus primórdios vêm do século XVIII e seu objeto consiste no estudo dos problemas psíquicos da pessoa humana como trabalhador.73

Outro aspecto que causa grande preocupação à preservação da saúde mental do trabalhador é o fato de que está cada vez mais difícil ao trabalhador desconectar-se das tecnologias.

É um fenômeno atual, de um período em que o avanço da tecnologia permite ao trabalhador ter em seus telefones móveis recursos suficientes para trabalhar a distância e viabilizar o labor de qualquer lugar do mundo. Essa conduta, se não estiver bem regulada, significa um verdadeiro retrocesso às conquistas na legislação trabalhista, no que tange à limitação da jornada de trabalho.

Felizmente já existem algumas doutrinas e jurisprudências preocupadas com o assunto. Neste sentido, Sebastião Geraldo de Oliveira:

Em decorrência dessas mudanças, já se começa a discutir como necessário para a saúde e bem-estar do trabalhador o “direito a desconexão”, ou seja,

72

OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. São Paulo: LTR, 2010, p. 209.

73

deve-se estipular normas jurídicas impedindo que o poder diretivo patronal invada, abusivamente, a vida particular do empregado.74

É de se destacar que, em recente entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, houve alteração da Súmula nº 428, regulamentando que o empregado, em dias de descanso, que estiver de sobreaviso por meio do celular, e-mail ou outros meios eletrônicos, tem o direito de receber um valor adicional correspondente a um terço da hora normal de trabalho.

Certamente tal decisão desestimulará os empregadores que, pelas facilidades de comunicação dos tempos modernos, utilizem a força de trabalho do empregado em período fora de sua jornada de trabalho habitual.

4.1.4 Lazer

Quando tratamos do “lazer“, a primeira ideia que podemos ter é uma imagem negativa, relacionada à imaturidade ou improdutividade. No entanto, a importância do lazer é absolutamente relevante.

A supressão do direito ao lazer, muito provavelmente ensejará o surgimento de doenças, em especial, as estudadas há pouco, que dizem respeito à saúde mental do trabalhador.

Nos momentos de lazer o homem se desliga de seus afazeres cotidianos e realiza atividades prazerosas, como a prática de esportes, passeio em parques, natação e demais atividades que proporciona diversão.

Historicamente o conceito de lazer foi associado ao desperdício de tempo. Prioriza-se o trabalho, em detrimento dos momentos de diversão, porém, como mencionado por Domenico De Masi, a avaliação social do divertimento está em fase de mudança:

74 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. São Paulo: LTR, 2010, p.

Para cada um de nós, tempo livre significa viagem, cultura, erotismo, estética, repouso, esporte, ginástica, meditação e reflexão. Significa, antes de tudo, nos exercitarmos em descobrir quantas coisas podemos fazer, desde hoje, no nosso tempo disponível, sem gastar um tostão: passear sozinhos ou com amigos, ir à praia, fazer amor com a pessoa amada, adivinhar os pensamentos, os problemas e as paixões que estão por trás dos rostos dos transeuntes, admirar os quadros expostos em cada igreja, assistir a um festival na televisão, ler um livro, provocar uma discussão com um motorista de táxi, jogar conversa fora com os mendigos, admirar a sábia beleza de uma garrafa, de um ovo ou das carruagens antigas que ainda passam pelas ruas. Balançar numa rede, que, como já disse, me parece encarnar o símbolo por excelência do trabalho criativo, perfeita antítese da linha de montagem, a qual foi o símbolo do trabalho alienado. Em suma, dar sentido às coisas de todo o dia, em geral lindas, sempre iguais e sempre diversas, que infelizmente são depreciadas pelo uso cotidiano.75

A avaliação social do divertimento, tradicionalmente condenada pelos educadores e pela religião, deve mudar, já que hoje não representa mais a antecâmara pecaminosa da degradação moral, mas o gozo pleno de nossa existência, a fase tranquila na qual somos mais descontraídos, mais criativos e mais tolerantes.76

Tal constatação evidencia que, em um futuro próximo, o lazer será visto com mais importância, já que o tempo livre tende a crescer com o desenvolvimento de novas tecnologias.

Neste sentido, Orlando Gomes e Elson Gottschalk, ao tratarem da importância do lazer na vida do homem:

Hoje não se pode desprezar a importância do lazer como elemento de organização da vida social dos povos. O futuro indica ainda maior relevância ao problema. Servan-Schreiber, em seu notável livro de denúncia dos desequilíbrios da realidade e das perspectivas do futuro, escreve: “Dentro de trinta anos, estando a América em situação “pós-industrial”, a renda per capita deverá ser de 7.500 dólares; a semana de trabalho, de quatro dias de sete horas; o ano dividir-se-á em 39 semanas e treze semanas de férias, o que, somadas aos fins de semana e dias feriados, darão 147 dias de trabalho por ano e 218 dias livres de trabalho. Isto no prazo de uma geração.”77

O direito ao lazer está previsto na Constituição Federal de 1988, art. 6º:

São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à

75

DE MASI, Domenico. (1938). O ócio criativo / Domenico de Masi; entrevista à Maria Serena Palieri; tradução: Léa Manzi. Rio de Janeiro: Sextante, 2000, p. 321.

76 Id. Ibid., p. 322.

77 GOMES, Orlando e GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense,

maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.78

As horas de lazer do trabalhador, em geral, são usufruídas junto à família. Assim, os benefícios dos momentos de lazer não estão restritos apenas ao trabalhador, mas à toda família, o que proporciona maior fortalecimento dos vínculos afetivos entre todos.

Ao discorrer sobre a necessidade de se estabelecer uma limitação de jornada de trabalho, assim se posiciona Cláudia José Abud:

Sob diversos aspectos, como já antes referido, é imprescindível estabelecerem-se limites à duração do trabalho. Do ponto de vista social, a limitação da duração do trabalho é fundamental, pois permite ao trabalhador gozar da vida, como um ser humano, participando da comunidade em que vive, podendo praticar atividades esportivas, culturais, aprimorar seus conhecimentos e conviver com sua família.79

Domenico de Masi destaca que o maior tempo livre alimentaria a própria criatividade do trabalhador: “Os trabalhadores teriam mais tempo disponível para a vida pessoal, revitalizariam seus relacionamentos com a família, com o bairro, com a cultura, alimentariam a própria criatividade”.80

Outro aspecto bastante relevante é que os momentos de lazer também poderão ser utilizados para as atividades da moderna vida social, como a participação em reuniões escolares, de condomínio e diversas outras atividades.

É certo que a fadiga crônica pode evoluir para a ocorrência de doenças diversas. Em função disso, Amauri Mascaro Nascimento se refere ao lazer como uma forma eficaz para combatê-la:

O meio de combater ou evitar a fadiga é o lazer, cujo significado pode ser avaliado pela afirmação de Guy Rocher: “já entramos na civilização do lazer”, para mostrar uma conscientização do problema da ocupação

78 Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 10

set. 2012.

79

ABUD, Cláudia José. Jornada de trabalho e a compensação de horários. São Paulo: Atlas, 2008, p. 17.

80 DE MASI, Domenico. (1938). O ócio criativo / Domenico de Masi; entrevista à Maria Serena Palieri; tradução:

distensiva e o largo emprego que hoje se faz, até com aspectos comerciais notórios, do aproveitamento do tempo disponível em recreação, diversão, turismo etc.81

O lazer é a única atividade que é de plena faculdade do trabalhador; seu exercício o eleva à sua essência como homem, e não somente como “produto” do mercado de trabalho.

O trabalho, salvo algumas exceções, geralmente é contrário à ideia de plena liberdade, já que o trabalhador, em regra, fica a disposição do empregador e, em muitas ocasiões, não desenvolve todas as sua habilidades, já que sua atuação fica limitada a determinadas tarefas. O lazer liberta o homem desta condição, já que fica livre para realizar quaisquer atividades que pretenda.

Manuel Alonso Olea, citando Georg Wilhelm Friedrich Hegel, destaca que o trabalhador, ao usufruir seus momentos de lazer, alcança a sua liberdade: “É, em suma, o lazer uma tarefa a qual ninguém nos obriga a realizar e que, por isso mesmo, somos livre para interromper quando queiramos”.82

Amauri Mascaro Nascimento também o entende como uma forma de libertação:

O lazer atende à necessidade de libertação, de compensação às tensões da vida contemporânea, e é uma resposta à violência que se instaurou na sociedade, ao isolamento, à necessidade do ser humano de encontrar-se consigo e com o próximo, sendo essas, entre outras, as causas que levam a legislação a disciplinar a duração do trabalho e os descansos obrigatórios.83

Pelo exposto, não paira dúvida sobre a importância do lazer na vida dos trabalhadores e de suas famílias. Portanto, são legítimos todos os esforços visando preservar este direito.

Sebastião Geraldo de Oliveira assevera os riscos do progresso da informática e das telecomunicações, em face do direito ao lazer do trabalhador brasileiro:

81 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 761. 82

OLEA, Manuel Alonso. Introdução ao direito do trabalho. Tradução de Regina Maria Macedo Nery Ferrari, Aglaé Marcon, Itacir Luchtemberg e Sebastião Antunes Furtado. 5. ed. Curitiba: Genesis, 1997, p. 49.

83

O progresso da informática e das telecomunicações está mantendo os trabalhadores permanentemente conectados com a empresa, contaminando o tempo que deveria ser de descanso, lazer e convívio familiar, principalmente dos diretores, gerentes ou chefias intermediárias.84

Ao alertar sobre a importância do lazer na vida do trabalhador e de sua família, Mauricio Godinho Delgado esclarece que sua fruição proporciona ainda a socialização entre crianças e jovens:

Propiciar aos responsáveis legais por crianças e adolescentes maior tempo de interação e convivência familiar, de transmissão cotidiana de valores e princípios éticos, de lazer comunitariamente compartilhado, é instituir efetiva política pública de resgate da família na sociedade brasileira, viabilizando o melhor funcionamento de mecanismo comprovadamente eficaz de formação e socialização das crianças e jovens brasileiros. 85

Quanto à efetividade dos períodos de lazer, surgem algumas ponderações à necessidade de se trabalhar cada vez mais em face dos baixos salários.

Orlando Gomes e Elson Gottschalk, já observaram que a fruição dos momentos de lazer podem encontrar obstáculos na superveniência de baixos salários:

(...) Com efeito, interessa à sociedade e ao Estado que os indivíduos façam boa aplicação de seu tempo livre, ao invés de desperdiçá-lo como tantas vezes ocorre, em detrimento da saúde, da família e da sociedade em geral. Por outro lado, verifica-se que com os baixos níveis de salário existentes, impossível será ficar sobra para cobrir as despesas que exige uma razoável aplicação dos ócios, quase sempre de elevado custeio. Dessarte, verifica-se que o maior interessado na organização racional do lazer é o próprio empregado.86

Sangheon Lee, Deirdre McCann e Jon C. Messenger também atrelam rendas maiores ao efetivo aproveitamento dos períodos de lazer:

84 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5. ed. São Paulo: LTR, 2010, p.

181.

85 DELGADO, Maurício Godinho. Duração do trabalho: o debate sobre a redução para 40 horas semanais.

Revista do Tribunal Superior do Trabalho, v. 75, n. 2. abr./jun.2009. Disponível em:

<http://www3.tst.jus.br/Ssedoc/PaginadaBiblioteca/revistadotst/Rev_75/Rev_75_2/delgadomauricio.pdf> Acesso em: 23 abr. 2012, p. 28.

86 GOMES, Orlando e GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense,

Uma abordagem econômica difundida é a de que os trabalhadores, ao obterem maior renda, tendem a uma demanda maior por “lazer” e, assim, as lacunas entre lei e prática efetiva se reduzem com o crescimento da economia.87

Orlando Gomes e Elson Gottschalk, há 22 anos, contribuíram com excelentes ideias que visavam efetivar o direito ao lazer dos empregados, considerando os baixos salários e os altos custos dos entretenimentos, em especial, nas grandes cidades:

As empresas privadas e públicas, os órgãos autárquicos, as instituições semipúblicas, como o SESI, SESC, deveriam, entre nós, assumir a seu cargo um programa sério de recreação operária, coordenadamente com o serviço estatal que venha a ser organizado, a fim de levar a cabo a construção de colônias de férias, casas de repouso no campo e nas praias, teatros populares, bibliotecas, turismo, excursões etc., elementos de uma infra-estrutura sem a qual não é possível organizar-se, racionalmente, o lazer do empregado.

...

A Constituição de 1988, pela primeira vez, entre nós, incluiu o lazer entre os itens componentes do salário mínimo (art. 7º, IV). Resta a implementação de medidas que tornem eficaz a previsão constitucional.88

Importante destacar a necessidade de adequação do salário do trabalhador ao labor realizado, como forma de garantir o efetivo gozo do lazer.

Se as remunerações não forem suficientes, certamente haverá a necessidade de o indivíduo trabalhar mais, realizar horas extraordinárias ou ter outro emprego. As duas formas trarão prejuízo ao trabalhador que não terá acesso ao lazer, estará mais propenso às doenças profissionais e aos acidentes de trabalho.

A prática de trabalho em duas empresas, ao mesmo tempo, não ocasiona prejuízos somente ao trabalhador. O empregador também observará menores índices de produção, mais faltas ao trabalho e ocorrências de doenças.

Também será prejudicada a economia, como um todo, pois não haverá a almejada divisão do trabalho, resultando em prejuízo direto ao pleno emprego.

87 SANGHEON LEE, Deirdre McCann e Jon C. Messenger. Duração do trabalho em todo o mundo. Suíça.

Tradução: Oswaldo de Oliveira Teófilo. OIT, 2009, p. 21.

88 GOMES, Orlando e GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense,

Rodrigo Garcia Schwarz associa a redução da jornada de trabalho ao lazer e demais benefícios:

A redução da jornada seria uma forma de assegurar ao trabalhador um benefício em razão do aumento da lucratividade das empresas, proporcionando a ele mais tempo para a vida social, para a família e para o lazer, com maior motivação para o trabalho e melhor desempenho profissional.89

Verifica-se, desta forma, a relevância do lazer na vida do trabalhador e do empregador.

Por fim, devemos destacar que o lazer é compreendido não somente pelo exercício de atividades esportivas ou de entretenimento, mas sim, de quaisquer outras atividades recreativas; até mesmo o ócio pode ser entendido como uma forma eficiente de lazer.