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5 A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL PARA OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

5.3 A assistência estudantil do IFPE

A referência feita unicamente ao ensino superior e o incremento orçamentário, via LOA, da ação intitulada “2994 - Assistência ao Educando da Educação Profissional”, que disponibilizou recursos para que os Institutos pudessem iniciar a implementação da política, como consequência, de acordo com Taufick (2014), levou à indução, para a grande maioria dos Institutos, do movimento de elaboração da sua política de assistência estudantil. E o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) foi um deles, tendo sua proposta de política de assistência estudantil, através da Resolução nº 21, aprovada.

O IFPE delimita a Política de Assistência Estudantil no PDI como mais um instrumento a ser desenvolvido junto aos alunos, com o intuito de:

• assegurar o caráter público e gratuito da Instituição, trabalhar a inclusão educacional e social, pautada na igualdade de condições, para acesso e permanência com êxito do estudante no seu percurso educacional.

• atender o educando, respeitando aspectos socioeconômicos, culturais, étnicos e ambientais.

• trabalhar a convivência, com base no respeito e na solidariedade, observando preceitos éticos.

• preparar o estudante para intervir de forma consciente, crítica e criativa na sociedade, respeitando as diversidades culturais, as diferenças individuais e coletivas, como agente de formação e de transformação dessa mesma sociedade;

• vincular a educação ao trabalho e às práticas sociais;

• desenvolver a educação como pleno desenvolvimento da pessoa para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2015, p. 193).

A proposta da política de assistência estudantil do IFPE tem como objetivo conceder recursos suficientes para que o discente vença as dificuldades e, assim, tenha um bom desempenho escolar. Este documento “apresenta-se como um instrumento que visa contribuir

com o processo de criação, ampliação e consolidação de programas, projetos e ações que propiciem a permanência do estudante na Instituição” (BRASIL, 2012, p. 9).

No IFPE, a política de assistência estudantil é conduzida pela DAE, em conjunto com as coordenações de assistência estudantil dos campi (BRASIL, 2012).

Seguindo as orientações da Política de Assistência Estudantil do IFPE (BRASIL, 2012), o ponto de partida para o planejamento das ações da assistência ao estudante é o perfil socioeconômico dos discentes. O estudante ao fazer sua primeira matrícula preenche um questionário socioeconômico, elaborado pelo Serviço Social, que servirá de base para a equipe formada por assistente social, psicólogo e pedagogo, juntamente com a equipe gestora do campus, planejar as ações a serem desenvolvidas no ano letivo.

A equipe multiprofissional, responsável pela condução da política de assistência estudantil no campus, será formada pelo assistente social, psicólogo, pedagogo e outros profissionais caso seja necessário (BRASIL, 2012). De acordo com este documento, a equipe multiprofissional terá como atribuições, observando as especificidades de cada profissional:

 Planejar, implementar, acompanhar e avaliar a Política de Assistência Estudantil do IFPE;

 Divulgar as ações da assistência estudantil na perspectiva de consolidá-la como política institucional;

 Manter atualizado o cadastro dos estudantes atendidos pelos Programas de Assistência Estudantil;

 Acompanhar os recursos financeiros da rubrica de assistência ao educando;  Elaborar anualmente relatórios dos Programas implementados através

desta Política;

 Articular os setores comprometidos com a exequibilidade da Política de Assistência Estudantil nos campi. (BRASIL, 2012, p. 13).

Os três diferentes programas desenvolvidos pela Política de Assistência Estudantil (Técnico-Científicos, Pesquisa e Extensão; Específicos e Universais) reforçam alguns princípios desta política, que são, principalmente, a inclusão social, melhoria do desempenho acadêmico e qualidade de vida. Tem como uma das estratégias pela permanência e pelo desempenho acadêmico o oferecimento de benefício financeiro (bolsas) e/ou estágios remunerados. Uma das áreas contempladas com o benefício financeiro (bolsas) é a de Cultura, Lazer e Esporte que oferece acesso às manifestações artísticas e culturais e às ações de educação esportiva, recreativa e de lazer, com a finalidade de ampliar qualitativamente as condições de permanência dos jovens (BRASIL, 2012).

Cada campus do IFPE recebe um valor anual para desenvolver os projetos descritos acima. De acordo com informações internas repassadas pela Direção do campus Pesqueira, o referido campus recebeu em 2015 o valor referente a R$ 1.748.402,70 para desenvolver os

diferentes programas executados pela divisão de assistência estudantil do campus. Deste valor, noventa e nove por cento (99%) foi executado, o equivalente a R$ 1.737.526,40. Sendo assim, R$ 19.489,30 foram devolvidos à Diretoria de Assistência Estudantil da Reitoria do IFPE (DAE-Reitoria). Em 2016, o orçamento da assistência estudantil praticamente não teve alteração, o campus recebeu R$ 1.785.922,00 para a execução de programas e ações.

O Programa de Incentivo ao Esporte e Lazer, em 2015, foi contemplado com o valor de R$ 98.184,80. Já em 2016, apesar do orçamento do campus ter ficado estabilizado, o valor executado no Piel diminuiu, ficando em R$ 78.540,00.

Dados do Fonaprace (2012) apontaram que alguns dos fatores fundamentais para garantir a permanência dos discentes é a cultura, o lazer e o esporte.

O fomento à participação irrestrita e o entendimento do esporte e do lazer como manifestações culturais vivenciadas no tempo livre é uma tendência cada vez mais concreta, em função da significativa presença de ambos nas práticas sociais. As atividades culturais na esfera do esporte e lazer podem ser potencialmente educativas e mobilizadoras, sob diferentes perspectivas, incluindo aí seu desenvolvimento no ambiente universitário. (FONAPRACE, 2012, p. 188).

Assim, essas atividades de esporte e lazer nos Institutos Federais passa a ser disponibilizada dentro do tempo livre dos estudantes, fora de seus afazeres, através da política de assistência. Vale ressaltar que essas atividades esportivas e de lazer, além de contribuir com as condições de permanência, tem papel fundamental na formação cidadã, na transmissão de valores e na melhoria da saúde do praticante.