A pobreza é um fenômeno complexo e multidimensional, resultado de processos econômicos, sociais, culturais e políticos entrecruzados. Ela se manifesta tanto nas assimetrias de acesso aos serviços e bens, quanto na frágil inserção da população mais pobre no sistema produtivo. A persistência da pobreza constitui o principal entrave para o desenvolvimento em bases sólidas e para a garantia do princípio da equidade.
Se a insuficiência de renda é um importante sinalizador de vulnerabilidade das pessoas, ela não é o único. Fatores sociais, geográficos e biológicos ampliam ou diminuem os efeitos desta carência sobre os indivíduos. Além de um rendimento capaz de suprir as necessidades básicas, é preciso garantir às pessoas pobres, instrução, acesso à terra e a insumos para produção, saúde, moradia, justiça, apoio familiar e comunitário, crédito e acesso a oportunidades de trabalho e desenvolvimento pessoal.
UNIDADES EXECUTORAS
Secretaria de Estado da Assistência Social, Traba-lho e Habitação
Fundo Estadual de Assistência Social
Fundo Est. de Combate e Erradicação da Pobreza Fundo para a Infância e Adolescência
Fundo de Habitação Popular do Estado de Santa Catarina
Fundo Estadual de Artesanato e da Economia Soli-dária
IDENTIDADE ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA
DE ESTADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, TRABALHO E
HABITAÇÃO
Missão
Promover o direito à assistência social por meio de ações que garantam oaprimora-mento permanente da gestão e quali"cação dos serviços, programas e benefícios
socio-assistenciais, com o objetivo de consolidar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em Santa Catarina. Facilitar a inserção ou reinserção do cidadão no mercado de trabalho contribuindo para a inclusão social e produtiva. Formular políticas de desenvolvimento e de apoio ao setor habitacional e garantir o direito humano à alimentação adequada, atra-vés de políticas setoriais e de direitos para resgatar a cidadania e a garantia dos direitos sociais.
Visão de futuro
Ser referência na qualidade de gestão da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Segu-rança Alimentar e reconhecida pela excelência da sua atuação, comprometida com a po-pulação catarinense.Valores
Compromisso com o cidadão, Garantia dos direitos sociais, Ética e transparência, Justiça social, Respeito à vida e à dignidade do cidadão, Honestidade, Integração intersetorial das ações, Estar aberto para mudanças e Diversidade humana e cultural.OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Diminuir as desigualdades sociais e regionais. Erradicar a extrema pobreza.
Reduzir a vulnerabilidade e riscos sociais e a violação de direitos. Aprimorar a gestão das políticas públicas de responsabilidade da SST.
ÁREA DE RESULTADO
Participação social Conselho Estadual do Artesanato e Economia Solidária –
CEAES
Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS/SC Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca/SC)
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – Cedim Cadastro de Conselhos Municipais do Idoso
Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes - CEPA
Conselho Estadual dos Povos Indígenas - Cepin Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência - Conede Conselho Estadual de Trabalho e Emprego - CETE Conselho Estadual de Segurança Alimentar eNutricional -CONSEA
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INDICADORES E METAS
TEMA INDICADORES / UNIDADES DE MEDIDA
REFERÊNCIA META
DATA ÍNDICE 2019
Assistência Social
Déficit habitacional (unidade) 2010 150.516 75.258
Percentual de cumprimento das metas do pacto de
apri-moramento dos municípios - (%) 2014 34,5 100,0
Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de
As-sistência Social – IGDSUAS 2013 0,56 0,85
Pessoas inscritas no CadÚnico, em situação de extrema
pobreza (unidade) jun/15 105.371 0
Taxa de cobertura do Programa Santa Renda (%) 2014 78,5 100
Taxa de incidência do trabalho infantil (%) 2013 9,8 4,9
Taxa de cobertura da proteção social especial (%) 2013 28,1 56,2
Taxa de trabalhadores inseridos no mercado de trabalho
(%) 2014 63 83,0
Taxa de cobertura da proteção social básica (%) 2015 94,3 100,0
Execução das ações que competem à Secretaria de Com-bate à Fome previstas no Plano Estadual de Segurança Ali-mentar e Nutricional - PESAN (%)
jun/15 10 100
Percentual de cumprimento das metas do pacto de
apri-moramento dos municípios - (%) 2014 34,5 100,0
Quadro de servidores da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação
DIAGNÓSTICO SANTA CATARINA – ASSISTÊNCIA SOCIAL
Um dos temas de grande relevância em termos de políticas sociais no enfrentamento da pobreza é a questão da Segurança Alimentar - SA. Entende-se por esse conceito como a situação em que um indivíduo exerce plenamente o seu direito de ter acesso a uma alimentação em quantidade e de qualidade adequadas e de forma permanente. Em sentido contrário, sem con-dições para exercer esse direito, a pessoa se encontra em situação de Insegurança Alimentar - IA.
A questão da IA está intimamente relacionada à situação de pobreza pelas restrições que a insuficiência de renda impõe ao acesso a alimentos, principalmente sobre a aquisição destes. Assim, os ganhos de rendimento teriam papel fundamental na redução dessas dificuldades ligadas à má alimentação e à fome.
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga dados referente aos índices de segurança alimentar no Brasil.
A pesquisa utiliza a classificação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), considerando o período de referência dos três últi-mos meses anteriores à data da entrevista. A Ebia define critérios para a segurança e a insegurança alimentar. A insegurança alimentar pode ser classificada como leve, moderada ou grave.
Pelos critérios da Ebia, são domicílios em condição de segurança ali-mentar aqueles onde os moradores têm acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas e não sentem qualquer ameaça de sofrer restrição no futuro próximo.
Em Santa Catarina, 2.026 mil domicílios particulares, ou seja 88,9%, estão em situação de segurança alimentar e 253 mil domicílios estão em situação de insegurança alimentar.
Os domicílios com insegurança alimentar leve, de acordo com a Ebia, são aqueles nos quais é detectada alguma preocupação com a quan-tidade e qualidade dos alimentos disponíveis.
Nos domicílios com insegurança alimentar moderada, os moradores convivem com a restrição quantitativa de alimento. Por fim, nos do-micílios com insegurança alimentar grave, além dos membros adul-tos, as crianças, quando há, também passam pela privação de ali-mentos, podendo chegar à sua expressão mais grave, que é a fome. De acordo com a PNAD/IBGE, o percentual de domicílios particulares catarinenses que se encontravam em algum grau de insegurança ali-mentar era de 11,1% em 2013. De acordo com o IBGE, em 2013, 253 mil domicílios apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos, alguma preocupação com a possibilidade de ocorrer restri-ção, devido à falta de recursos para adquirir alimentos.
Quanto à fome, que é a expressão mais grave da insegurança alimen-tar e nutricional, o percentual de caalimen-tarinenses nesta condição é de
1,6%. Segundo o IBGE, “a insegurança alimentar grave apresentou
reduções importantes em relação aos levantamentos anteriores. Esse indicador caiu de 6,9% em 2004 para 5,0% em 2009 e,
em 2013, atingiu seu patamar mais baixo: 3,2%”.
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Baixo cumprimento das Metas do Pacto de Aprimoramento dos Municípios
O Estado possui o nono pior percentual de cumprimento das metas.
Baixo Índice de Gestão Descentralizada do SUAS (IGDSUAS)
O Estado possui o segundo pior índice do País que afere a qualidade da gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
Incidência de trabalho infantil
O Estado possui o quinto maior percentual do País de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.
Baixa cobertura dos serviços da Proteção Social Especial
O Estado é o quinto pior colocado do País e não possui serviços regionalizados.
Desemprego
A grande massa de trabalhadores desempregados no Estado é fruto de baixa escolaridade e pouca qualificação.
Falta de mão de obra qualificada
A grande dificuldade de ter acesso a um posto de trabalho formal devido à precária qualificação profissional.
Segurança alimentar 88,9% Insegurança alimentar 11,1% Domicílios particulares em situação de Segurança ou Insegurança Alimentar
-Santa Catarina - 2013
170.925
43.301 38.743
Leve Moderada Grave
Insegurança Alimentar
Número de domicílios em situação de Insegurança Alimentar - Santa
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Falta de formalização dos programas de geração de renda
O grande número de empreendedores atuando de maneira informal, sem qualquer amparo legal, e com rendimento aquém de sua real potencialidade.
Situação de Insegurança Alimentar e Nutricional da população catarinense
Existência de pessoas que sofrem de fome e outras que não têm acesso a alimentos de qualidade.
Falta de informações sistematizadas de Segurança Alimentar e Nutricional
Informações que permitam o diagnóstico, acompanhamento, monitoramento e avaliação das condições de Segurança Alimen-tar e Nutricional.
Fragilidade nos mecanismos estaduais que garantem a Segurança Alimentar e Nutricional da população
catari-nense
Pouca efetividade dos programas e projetos da Secretaria Executiva de Políticas Sociais de Combate à Fome.
Limites na relação com os municípios
Fórum Bipartite do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN ainda não está formado.
Fragilidade na Política de Abastecimento de Alimentos
Há uma lacuna entre a produção de alimentos e a forma de como o alimento chega ao consumidor. Dificuldade na logística entre a produção e o consumo de alimentos, principalmente a logística de transporte e armazenamento adequado dos alimen-tos.
Aumento nas violações de direito da criança e do adolescente
Através de pesquisas, monitoramentos e acompanhamentos detectou-se um aumento das violações de direito das crianças e adolescentes.
Falta de capacitação/qualificação dos atores da política da criança e adolescente
Atualmente os atores da política se capacitam de forma individualizada, sem ter um eixo norteador único, dificultando uma ação conjunta contínua dentro dos segmentos da política da criança e do adolescente.
Falta de articulação entre os atores do sistema de política da criança e do adolescente
Dificuldade em conseguir os contatos necessários com todos os segmentos que tratam da política da criança e do adolescente.
Captação de recursos para Fundo para a Infância e Adolescência – FIA Estadual
Falta de material explicativo/informativo sobre a importância do FIA e sua relevância perante a sociedade.
Falta de habitação/moradia no Estado
Não atendimento à demanda de habitação urbana, rural, indígena e quilombola, baseada no déficit habitacional existente.
Falta de projetos habitacionais para captação de recursos
Inexistência de projetos habitacionais para atender todas as regiões com esta necessidade, tendo em vista as particularidades de cada grupo populacional, rural, urbano, indígena e quilombola.
ESTRATÉGIAS DE MÉDIO PRAZO
TEMAS ESTRATÉGIAS
Assistência Social
Realizar estudos quali-quantitativos sobre a área de Assistência Social.
Coordenar a gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS apoiando e acompanhando sua implementação nos municípios.
Organizar e coordenar a vigilância social para o monitoramento das vulnerabilidades, riscos soci-ais e violações de direitos, dos padrões dos benefícios e ações ofertadas pela política de assistên-cia soassistên-cial.
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TEMAS ESTRATÉGIAS
Aumentar a cobertura da Proteção Social Especial.
Crianças e adolescentes
Coordenar a organização de serviços de atendimento às crianças e adolescentes com direitos violados, ameaçados ou restritos, formulando parâmetros de qualidade dos programas e cofi-nanciando sua infraestrutura e funcionamento.
Qualificar os atores da política da criança e do adolescente. Aumentar a captação de recursos do FIA.
Trabalho, emprego e
renda
Estimular a inclusão produtiva e contribuir para a geração de trabalho e renda. Aumentar o número de cidadãos formados nos programas de qualificação profissional. Aumentar o número de empreendedores formados nos programas de geração de renda. Segurança alimentar e
nu-tricional Erradicar a fome da população em extrema pobreza.
Habitação
Reduzir o déficit habitacional.
Reestruturar o Programa Estadual de Regularização Fundiária.
Conselhos de direito
Propor, acompanhar e controlar políticas públicas integradas, garantidoras dos direitos humanos e sociais de populações vulneráveis, com articulação de ações no nível estadual e deste com o municipal e nacional.
Direitos e Políticas para as Mulheres
Promover políticas públicas que visem assegurar os direitos das mulheres, considerando a igual-dade e a equiigual-dade de gênero, e a inclusão da população feminina nas ativiigual-dades políticas, eco-nômicas, sociais e culturais do Estado.
RELAÇÃO DE PROGRAMAS
PROGRAMAS OBJETIVOS DOS PROGRAMAS TESOURO DO
ESTADO
OUTRAS
FONTES TOTAL
510 - Sistema Único de Assis-tência Social - SUAS
Conceder apoio técnico e financeiro aos municípios e às entidades de Assistência Social para a gestão e execução qualificada dos ser-viços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais visando à implementação do SUAS em todo o estado de Santa Catarina.
344.357.765 11.246.053 355.573.818
550 - Erradicação da Fome em Santa Catarina
Reduzir e prevenir situações de insegurança alimentar dos indiví-duos e/ou coletividades de Santa Catarina, principalmente os mais vulneráveis biológica, social e economicamente.
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