• Nenhum resultado encontrado

O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080/90 e nº 8.142/90, Leis Orgânicas da Saúde, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público e gratuito a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob

qual-quer pretexto.

Da Constituição Federal ressaltam-se os artigos 196 que preconiza que “a saúde é um direito de todos e dever do Estado” e o

198 que indica que “as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um

Sistema Único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.

Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais. Participação da comunidade.

O SUS é financiado com recursos do orçamento da Seguridade Social da União, dos Estados e dos Municípios, além de outras fontes e, tem como principal objetivo, promover a equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de atenção.

Seguindo as legislações, foram compostas as Comissões de Intergestores com o papel importante de negociar, pactuar, articu-lar e integrar junto aos gestores, a operacionalização do processo de descentralização. Na gestão federal está a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) composta de modo igualitário por representantes do Ministério da Saúde, o CONASS (entidade de representação dos secretários estaduais de saúde) e o CONASEMS (entidade de representação dos secretários municipais de saúde). Na esfera estadual está a Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) formada paritariamente por representantes da Secretaria de Estado da Saúde e a entidade de representação do conjunto dos secretários municipais de saúde do Estado. O conjunto de ações e serviços de saúde constitui o Sistema Único de Saúde, cujos campos de atuação estão assim divididos:

Promoção e Atenção à Saúde: que se refere à proteção e atenção à saúde dos diversos grupos etários e aos serviços de saúde correspondentes às ações de atenção. Inclui os subtemas: Atenção Básica, Programas Estratégicos, Assistência de Média e Alta Complexidade e Assistência Farmacêutica.

Vigilância em Saúde que está historicamente relacionada aos conceitos de saúde e doença presentes em cada época e lugar, às práticas de atenção aos doentes e aos mecanismos adotados para tentar impedir a disseminação das doenças. Inclui os subtemas: Epidemiologia e controle de doenças e Vigilância Sanitária.

Ciência e Tecnologia em Saúde que se refere a investimentos públicos em ciência e tecnologia; desenvolvimento instituci-onal e de formação de pessoal voltados à ciência e tecnologia em saúde; políticas públicas e de gestão em Ciência e Tec-nologia.

Regulação da Saúde que está atrelada à função do Estado em ordenar as relações de produção e distribuição de recursos, bens e serviços de saúde.

Neste processo são identificados quatro papéis básicos para o Estado, os quais não são, necessariamente, exclusivos e sequen-ciais.

O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS, no âmbito estadual.

O segundo papel é promover as condições e incentivar o poder municipal para que assuma a gestão da atenção à saúde de seus munícipes, sempre na perspectiva da atenção integral.

O terceiro, é assumir, em caráter transitório (o que não significa caráter complementar ou concorrente) a gestão da atenção à saúde daquelas populações pertencentes a municípios que ainda não tomaram para si esta responsabilidade.

As necessidades reais não atendidas são sempre a força motriz para exercer este papel, no entanto, é necessário um esforço do gestor estadual para superar tendências históricas de complementar a responsabilidade do município ou concorrer com esta função, o que exige o pleno exercício do segundo papel.

Finalmente, o quarto, o mais importante e permanente papel do Estado é ser o promotor da harmonização, da integração e da modernização dos sistemas municipais, compondo, assim, o SUS - Estadual.

O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito estadual, depende do pleno funcionamento do Conselho Estadual de Saúde - CES e da CIB, nos quais se viabilizam a negociação e o pacto com os diversos atores envolvidos.

Os Programas e Ações do Governo de Santa Catarina para o período 2016-2019 contemplam a ampliação do acesso da popu-lação, com aperfeiçoamento da qualidade das ações e dos serviços de saúde.

Secretaria de Estado da Fazenda/Diretoria de Planejamento Orçamentário 52

UNIDADES EXECUTORAS

Secretaria de Estado da Saúde Fundo Estadual da Saúde

IDENTIDADE ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

Missão Assegurar aos catarinenses o acesso aos serviços de saúde, coordenando, planejando e

ava-liando a política e as ações de saúde no Estado, tendo como referência a resolutividade dos serviços, estímulo a parcerias, regionalização da saúde e o controle social, visando à promo-ção, prevenção e recuperação da saúde para a melhoria da qualidade de vida da população.

Visão de futuro Ser referência de inovação da gestão da saúde pública no Brasil, contribuindo para que Santa Catarina seja o Estado onde se viva mais e melhor, com qualidade de vida, principalmente através de suas instituições de caráter público, para melhorar, promover, proteger e restau-rar a saúde da população por meio de atuações de alcance coletivo.

Valores Humanização, Ética, Probidade, Responsabilidade, Inovação, Compromisso, Qualidade,

De-cisões baseadas nas melhores evidências científicas, Prática profissional pautada no trabalho em equipe, Atendimento ao usuário de forma acolhedora, Autonomia/Protagonismo, Capa-cidade de articulação e integração, Conhecimento Técnico-científico como fonte para a ação e qualificação dos serviços.

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Garantir acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de Atenção Básica e a Atenção Especializada.

Reduzir os riscos e agravos à saúde da população, por meio das ações de promoção e vigilância em saúde. Assegurar o atendimento integral à saúde com equidade e resolutividade.

Propiciar melhores infraestruturas físicas aos serviços de saúde das unidades da administração direta e indi-reta.

Fortalecer e incrementar a participação da comunidade e o controle social na gestão do SUS-SC. Estimular o desenvolvimento científico e tecnológico na área da Saúde.

Aperfeiçoar a capacidade de serviços da Secretaria Estadual de Saúde no SUS.

Promover a atenção integral à saúde da mulher e da criança e implementar a Rede Cegonha, com ênfase nas áreas e populações de maior vulnerabilidade.

Fortalecer a rede de saúde mental, com ênfase no enfrentamento da dependência de crack e outras drogas. Garantir a atenção integral à saúde da pessoa idosa e dos portadores de doenças crônicas.

Aprimorar a Rede de Atenção às Urgências, com expansão e adequação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), de prontos-socorros e centrais de regulação, arti-culada às outras redes de atenção.

Garantir a assistência farmacêutica no âmbito do SUS.

Contribuir para a adequada formação, alocação, qualificação, valorização e democratização das relações in-tersetoriais dos trabalhadores e dos Gestores do SUS.

Implementar modelo de gestão e instrumentos de relação federativa, com centralidade na regionalização, garantia do acesso, gestão participativa com foco em resultados, participação social e financiamento estável.

Qualificar os instrumentos de execução direta, com geração de ganhos de produtividade e eficiência para o SUS.

Ampliar a cooperação com instituições de pesquisa e universidades para o desenvolvimento de pesquisas das necessidades no âmbito do SUS.

Participação social

Secretaria de Estado da Fazenda/Diretoria de Planejamento Orçamentário 53

INDICADORES E METAS

TEMAS INDICADORES / UNIDADES DE MEDIDA REFERÊNCIA META

DATA ÍNDICE 2019

Saúde da família Proporção da cobertura populacional estimada pela estratégia da saúde da

família (%)

Mortalidade Taxa de mortalidade infantil (por mil)

Número de Conselhos Municipais de Saúde qualificados Percentual da população coberta pelo SAMU (%)

Quadro de servidores da Secretaria de Estado da Saúde

Estrutura da Secretaria de Estado da Saúde

ESPECIFICAÇÃO Nº ESPECIFICAÇÃO Nº

Central de regulação do acesso 1 Laboratório de saúde pública 1

Central de regulação médica das urgências 7 Policlínica 1

Centro de saúde/unidade básica 3 Secretaria de saúde (unidades) 37

Clínica/centro de especialidade 5 Telessaúde 1

Consultório isolado 2 Unidade de apoio diagnose e terapia (sadt isolado) 2

Hospital especializado 6 Unidade móvel de nível pré-hospitalar na área de

urgên-cia 26

Hospital geral 12

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES

DIAGNÓSTICO SANTA CATARINA - SAÚDE

REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE

A Comissão Intergestores Bipartite - CIB, em 08 de novembro de 2012, aprovou a organização geren-cial e administrativa da Política de Saúde do Estado de Santa Catarina em 9 macrorregiões de saúde (DELIBERAÇÃO 458/CIB/12), ratificando a intenção de uma política de gestão regionalizada. Cada ma-crorregião de saúde deve ser autossuficiente em procedimentos de alta complexidade.

Esta mesma Comissão Intergestores Bipartite, através da Deliberação 457/CIB/12, aprova a nova configuração e denominação das 16 regiões de sa-úde do estado de Santa Catarina, de acordo com art.4º da Deliberação nº 348/CIB/2012 e o Decreto nº 7508, de 28 de junho de 2011.

10.550 279 5.417 16.246

Mapa das 16 regiões de saúde de Santa Catarina. Fonte: SES. SUR. GECOR, 2013.

Secretaria de Estado da Fazenda/Diretoria de Planejamento Orçamentário 54

A “região de saúde” conceitua-se como um espaço geográfico contínuo, constituído por agrupamentos de municípios

limítro-fes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transpor-tes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

O conceito foi incorporado ao Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011, da Presidência da República6. Para ser instituída, uma

região de saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde.

CONDIÇÕES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO

Mortalidade Geral

No período de 2010 a 2013, as doenças do aparelho circulatório mantiveram-se como a primeira causa de mortalidade entre a popu-lação catarinense, representando 30% do total de óbitos, seguida pelas neoplasias, com 21,9%. As causas externas (lesões e violências) reduziram de 12,6% em 2010 para 11,7% em 2013, caindo da ter-ceira para a quarta posição entre os principais grupos de causas. As doenças do aparelho respiratório passaram a ser o terceiro grupo em frequência de óbitos, com 11,9% dos óbitos em 2013.

A maioria dos indicadores de saúde mostra que a sobremortalidade

masculina é maior em praticamente todas as idades e para quase todas as causas. Nas causas externas esta diferença é expres-siva. Em 2010, a proporção de óbitos entre homens é 4 vezes maior do que entre mulheres, respectivamente, 106,4 e 25,9 óbitos por 100.000 hab. Em 2013 esta diferença reduz, sendo que a mortalidade entre os homens é 3 vezes maior do que entre as mulheres, respectivamente, 95,3 e 26,7 óbitos por 100.000 habitantes. Por outro lado, as mulheres têm proporções ligeira-mente maiores nas doenças do aparelho circulatório e respiratório (tabela abaixo).

Tabela - Óbitos, mortalidade proporcional e coeficiente de mortalidade (por 100.000 hab) por sexo e grupo de

causas definidas. SC, 2010 - 2013.

Grupo de Causas Masculino Feminino Total

Óbitos % Coef Óbitos % Coef Óbitos % Coef

Doenças do aparelho circulatório 5.500 27,8 165,3 4.842 32,3 146,4 10.344 29,7 155,9

Neoplasias (tumores) 4.320 21,8 129,9 3.295 22,0 99,6 7.615 21,9 114,8

Doenças do aparelho respiratório 2.294 11,6 69,0 1.857 12,4 56,1 4.151 11,9 62,6

Causas externas de morbidade e mortalidade 3.171 16,0 95,3 883 5,9 26,7 4.057 11,7 61,2

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 60 0,3 1,8 1.165 7,8 35,2 2.030 5,8 30,6

Doenças do aparelho digestivo 1.124 5,7 33,8 706 4,7 21,3 1.830 5,3 27,6

Algumas doenças infecciosas e parasitárias 804 4,1 24,2 620 4,1 18,7 1.424 4,1 21,5

Doenças do sistema nervoso 865 4,4 26,0 574 3,8 17,4 1.061 3,0 16,0

Demais causas definidas 1.658 8,4 88,2 1.067 7,1 32,3 2.303 6,6 34,7

Total 19.796 100,0 ... 15.009 100,0 ... 34.815 100,0 ...

Fontes: MS/SVS/CGIAE- Sistema de informações sobre mortalidade – SIM. 1 Nota Técnica: Dados preliminares

Os óbitos por causas externas de morbidade e mortalidade ocuparam o terceiro lugar no Estado. Os acidentes de transporte foram responsáveis pelo maior número de mortes em ambos os sexos, respectivamente, 41,60 óbitos/100.000 hab. do sexo masculino e 10,37 óbitos/100.000 hab do feminino, contribuindo com 42,57% do total dos óbitos. Nos acidentes de transporte

6Este decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

Principais causas de mortalidade (2013)

Doenças do aparelho circulatório 29,7% do total de óbitos

Neoplasias (tumores) 21,9%

Doenças do aparelho respiratório 11,9%

Causas externas de morbidade e mortalidade 11,7% do total de óbitos

Secretaria de Estado da Fazenda/Diretoria de Planejamento Orçamentário 55

esta diferença é expressiva, a proporção de óbitos entre homens é 4 vezes maior do que entre mulheres. Em segundo lugar estão as agressões e em terceiro as lesões autoprovocadas voluntariamente por este sexo. No feminino, em primeiro lugar estão os óbitos por acidentes de transporte, seguido das quedas e das lesões autoprovocadas. A predominância do total de óbitos por causas externas chega a ser 3 vezes maior no sexo masculino, contribuindo com 78,16% do total dos óbitos (tabela acima).

Mortalidade Infantil

Em Santa Catarina o Coeficiente de Mortalidade In-fantil (CMI) apresentou redução contínua conside-rando a série histórica de 1996 a 2014, saindo de 17,7 para 10,0 óbitos/mil nascidos vivos. A queda foi mais acentuada no componente pós-neonatal (28 dias a menor de 1 ano), que é mais sensível às ações de sa-úde pertencentes à atenção primária (aleitamento materno, atenção às Infecções respiratórias agudas, etc), e menos no neonatal precoce (0 a 6 dias de vida), que é mais sensível às condições de assistência à gravidez, parto e período perinatal (figura 8). De 2010 a 2013 o coeficiente de mortalidade infantil se manteve estável, com predominância do compo-nente neonatal precoce (5,32 a 5,28 óbitos/mil nas-cidos vivos (NV)) e pós-neonatal (3,23 a 3,48 óbi-tos/mil NV). Apesar da estabilidade do coeficiente, é

possível que em algumas situações ocorra sub-registro de nascimentos e óbitos em menores de um ano em algumas situações.

Mortalidade Materna

Mortalidade materna é o óbito de mulheres durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, in-dependentemente da duração ou da localização da gra-videz. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em re-lação a ela. O Brasil assumiu o compromisso de reduzir em 3/4 a razão de mortalidade materna, entre 1990 e 2015.

A razão de mortalidade materna em Santa Catarina até o ano de 2003 mantinha-se bastante elevada, porém, a partir desse ano vem diminuindo constantemente, com 2 picos de elevação apenas nos anos de 2006 e 2012,

voltando a reduzir nos anos seguintes (figura ao lado).

O número reduzido de óbitos maternos está intrinsica-mente relacionado com a proporção de óbitos em mu-lheres em idade fértil (MIF) investigado e a codificação correta das causas básicas dos óbitos.

ATENÇÃO BÁSICA

A implantação das equipes de Saúde da Família e Agentes Comuni-tários de Saúde - ACS teve início no Estado em 1995, e as equipes de Saúde Bucal, em 2001.

Em 2014, a cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família - ESF foi 79,0% e a de Saúde Bucal na ESF foi 48,8%. A ESF está pre-sente em todos os municípios de SC. Destes, 215 municípios (72,9%) possuem 100% de cobertura da ESF. Nos municípios acima de 100

mil habitantes, três municípios têm cobertura da ESF inferior a 50%, sendo Joinville (38,0%), Balneário Camboriú (42,6%) e Jaraguá do Sul (48,8%).

Fica evidente a necessidade de ampliação das equipes de Saúde Bucal em todas as regiões de saúde.

79,0% é a cobertura populacional da Estratégia Sa-úde da Família em 2014

48,8% é a cobertura da saúde bucal

215 municípios possuem 100% de cobertura da ESF

15,7 15,5 15,3 14,1 13,6 12,6 12,6 12,8 11,7 11,4 10,5 11,8 10,6 10,5 10,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Taxa de mortalidade infantil Santa Catarina 2000

-2014

Fonte: MS/SVS/CGIAE- Sistema de informações sobre mortalidade – SIM.

36,9 42,0 44,3 52,9 43,3 33,1 44,0 40,2 36,3 21,6 29,6 25,2 37,2 27,9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Razão de mortalidade materna (por 100 mil nascidos vivos) - Santa Catarina - 2000 - 2013

Secretaria de Estado da Fazenda/Diretoria de Planejamento Orçamentário 56

Embora a cobertura da ESF no Estado seja de 79,0%, a cobertura de Atenção Básica - AB atinge 86,8%, contribuindo para a melhoria do acesso. Na maioria das regiões de saúde a cobertura da Saíde da Família - SF se aproxima da cobertura de AB. No entanto, nas regiões Planalto Norte, Nordeste, e Alto Vale do Rio do Peixe, evidencia-se menor cobertura da ESF.

Mesmo com a expansão da ESF e da AB no Estado, persistem desafios. Destaca-se a necessidade de qualificação da AB para ordenação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), capacidade efetiva de gestão do cuidado, bem como articulação e suporte com outros pontos de atenção.

Saúde da Mulher

Para a atenção à saúde das mulheres catarinenses o Estado adota a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Estas são a maioria da população catarinense e as principais usuárias do SUS. Representam 50,4% do total da população do Estado.

As principais causas de internações no SUS segundo Capítulo CID-10 para as mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos em 2014, são em primeiro lugar, gravidez, parto e puerpério, com 59.562 internações; doenças do aparelho digestivo, com 13.421 inter-nações e, em terceiro lugar, doenças do aparelho geniturinário, com 12.674. As gestantes que realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal totalizam mais de 70%, em 2014 .

As três primeiras causas de óbito materno no período de 2010 a 2014, conforme o Sistema de Informações de Mortalidade - SIM foram eclâmpsia (9,4%), hemorragia pós- parto (7,0%) e infecção puerperal (4,7%).

Na investigação de óbitos de mulheres em idade fértil os resultados alcançados superaram o pactuado de 70%. Em 2013, foram investigados 89,5% dos óbitos femininos nesta faixa etária.

Entre as principais causas gerais de óbito de mulheres de 20 a 59 anos estão as neoplasias, as doenças do aparelho circulatório e as causas externas.

Entre as neoplasias, as de mama e colo de útero se destacam. A análise da evolução das taxas de mortalidade por neoplasias específicas ou mesmo a comparação entre áreas geográficas, deve considerar que taxas mais elevadas podem estar relaciona-das ao maior acesso a serviços especializados e maior facilidade de diagnóstico. Outros fatores que podem explicar diferenças, estão relacionados à menor quantidade de óbitos por causas mal definidas, verificada em algumas áreas e a estrutura etária das mesmas.

Saúde do Homem

Santa Catarina segue a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) (Portaria GM/MS nº 1.944, de 27/08/2009) com objetivo de ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde e contribuir para a redução da morbimortalidade, por meio do enfrentamento dos fatores de risco, fortalecendo ações e serviços em rede de cuidado da saúde.

Os agravos do sexo masculino são um problema de Saúde Pública. A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e apresentam mais doenças e agravos crônicos (PNAISH/2009). Os homens representam 49,6% do total da população. A faixa de 20 a 59 anos corresponde a 29% da população total de homens (1.874.273 habitantes) (IBGE, 2012). Estes adentram o sistema de saúde por meio da atenção especializada, com consequente agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS. Com relação às causas de mortalidade, em primeiro lugar estão as causas externas, seguidas pelas neoplasias e as doenças do aparelho circulatório.

Entre as causas externas dos óbitos masculinos, 46,66% correspondem a acidentes de transportes e 23,43% a homicídios.

Saúde da Pessoa Idosa

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (Portaria nº 2.528, de 19/10/2006) tem como propósito trabalhar em dois grandes eixos: idosos frágeis e idosos independentes, tendo como foco a capacidade funcional da população idosa.

O processo acelerado de envelhecimento populacional vem acontecendo com a redução da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida. No Brasil, conforme o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é considerado pessoa idosa, indivíduo com sessenta anos ou mais.

O Estado tem uma população idosa de aproximadamente 700 mil pessoas. Em 1990, representava 6,35%; em 1996, era de 7,36%;, em 2000, era de 8,40% e, em 2012, correspondia a 10,49% da população total catarinense (IBGE/2012).

Em Santa Catarina a expectativa de vida ao nascer é de 75,4 anos. A esperança de vida aos 60 anos, no Estado, em 2012, era de mais 21,6 anos, sendo que apresentou um incremento de 1,8 anos no período de 2006/2012. O ganho do tempo de vida é