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3. CARACTERIZAÇÃO DA RMPA

4.1 Arranjos institucionais da RMPA

4.1.2 Outras formas de articulação institucionais relevantes

4.1.2.3 Associações de municípios

Conforme aponta Martins (2013), as Associações98 de municípios da RMPA, surgiram na perspectiva da retomada das funções do antigo CMM e do poder de decisão dos prefeitos. No quadro 11 são apresentadas as associações que pertencem a RMPA com seu respectivo ano de fundação, número de municípios e breve caracterização.

Quadro 11 - Associação de municípios da RMPA - Composição, ano de fundação, número de municípios e caracterização - 2015.

Instituição Composição Ano de fundação Número de municípios Caracterização Associações Municipais (06) 12) AMVRS 13)COSTADOCE 14)GRANPAL 15) ASMURC 16) AMVARC 17) AMPARA 1968 1979 1985 1989 1994 2010 10 01 15 04 05 04

- Caracterizam-se como organização de direito privado que visam à busca de soluções para problemas comuns aos municípios;

- A filiação dos municípios às associações tem caráter voluntário e pode variar de acordo com a legislatura municipal;

- A FAMURS, criada em 1976 representa formalmente as associações municipais do estado.

Elaboração própria a partir Relatório da Famurs, 2015.

Em ordem cronológica observa-se que a Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos e a Granpal são as mais antigas, logo a seguir aparece no final da década de 80 a Associação dos Municípios da Região Carbonífera e nas décadas seguintes aparecem a Associação dos municípios do Vale do Rio Caí e Associação do Vale do Rio Paranhana (ver quadro 07 no apêndice 18).

De acordo com Koch (2012) a Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVRS) e a Associação de Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal99) além de serem as

98 As associações de municípios se caracterizam como pessoas jurídicas de direito privado, de natureza civil, não

sendo passíveis de institucionalização.

99A associação dos Municípios da RM de Porto Alegre, Granpal, tem um estruturadiretiva composta por uma

mais antigas, são as mais atuantes politicamente na questão metropolitana da RMPA, pois a elas estão ligados os maiores municípios. Segundo a mesma autora, essas associações representam juntas 66% dos municípios metropolitanos. As outras três Associações de Municípios tem em sua maioria municípios não metropolitanos.

Para a mesma autora, as Associações100 de municípios da RMPA, surgiram na perspectiva da retomada das funções do antigo CMM e do poder de decisão dos prefeitos.

De acordo com Koch (2012, p.51):

“A criação das Associações de Municípios no âmbito da RMPA foi à alternativa política que os municípios encontraram para se contrapor a estrutura dirigida e centralizada pelo Estado”.

Dentro desta perspectiva por iniciativa de um grupo de municipalistas que sentia necessidade de congregar as 17 associações regionais de municípios então existentes em uma entidade de âmbito estadual dedicada a discutir os assuntos de interesse comum e representar seus filiados frente aos Governos Estadual e Federal surge em maio de 1976, em Porto Alegre a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul. Em 1988, a Famurs foi reconhecida como entidade de utilidade pública (Lei n. 6.206/88) e, em março de 1994, como representante oficial dos municípios do Rio Grande do Sul (Lei n. 10.114). Atualmente, a entidade agrupa 27 associações regionais, que congregam os 497 municípios gaúchos.

Para Famurs (2016):

“A Famurs101 é a casa dos Municípios. Composta por 27 Associações Regionais, a

entidade representa todas as 497 cidades gaúchas – reunindo prefeitos, vice- prefeitos, secretários, técnicos e órgãos da gestão pública municipal”.

Segundo Famurs (2016), a discussão dos assuntos que dizem respeito aos municípios ocorre nas Assembleias Gerais, momento em que todas as associações se reúnem, apresentam demandas e alinham decisões. Em casos onde a pauta apresenta temas polêmicos ou de grande relevância são convocados para o encontro todos os prefeitos do Estado. A estrutura

período de um ano. A estrutura administrativa funcional é formada pelos Conselhos dos Prefeitos, Grupo Executivo e Câmaras Temáticas. Os três eixos temáticos que acompanham esta estrutura sõ Cidadania, Desenvolvimento e Infraestrutura.

100 As associações de municípios se caracterizam como pessoas jurídicas de direito privado, de natureza civil, não

sendo passíveis de institucionalização.

101 A Famurs, criada em 1976, e que agregada as associações municipais do estado, foi declarada legalmente como

“de utilidade pública” em 1988, pela Lei Municipal da prefeitura de Porto Alegre, nº 6.206, em conformidade com a Lei Municipal nº 2.926 de 1966, que permitia esse tipo de declaração para sociedades civis, às associações e as fundações constituídas no território do município, que exclusivamente servissem à coletividade. Em 1994, a federação teve sua atividade decretada como de utilidade pública no âmbito estadual, pela Lei Est. nº 10.114 foi reconhecida como “Entidade Oficial dos Municípios do Rio Grande do Sul”. (Relatório de Pesquisa 2013 – (IPEA, 2013, p.49).

institucional da Famurs é composta por: (01) Presidente; 1º. Vice-Presidente, 2º. Vice- Presidente e; 3º. Vice-Presidente; 1º. Secretário e, 2º. Secretário; 1º. e 2º. Tesoureiro

Dentro deste panorama, pode-se verificar que entre as associações de municípios existe uma tendência em buscar soluções para problemas comuns por meio de consórcios que seriam principalmente adequados para a gestão nos espaços metropolitanos e aglomerados urbanos públicos, ou seja, são iniciativas metropolitanas de articulação institucional.

Em conformidade com o Relatório do IPEA (2013, p. 190):

No que tange às relações federativas percebe-se que há muitos pontos de tensão entre o estado e os municípios em relação à distribuição dos poderes. Por um lado, os municípios tendem a querer manter a relativa autonomia, sobretudo do ponto de vista político, alcançada a partir das mudanças constitucionais de 1988, e na medida do possível até aumentá-la sob o aspecto da distribuição dos recursos. Sob esse aspecto pode ser observado o desenvolvimento de muitas políticas setoriais102 através de

programas, desenvolvidas em nível municipal, que são financiadas com recursos oriundos da União, estabelecendo uma ligação direta entre os municípios e o governo federal, em que a presença do estado fica praticamente inexistente. Por outro lado, há a tendência do estado de não querer abrir mão da centralização de algumas prerrogativas.

Apesar destas contradições IPEA (2013), o estado e municípios no nível metropolitano vêm buscando construir consensos que englobem as prerrogativas de ambas as esferas e incluam também a sociedade civil.