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ATELIÊ DE IOLE DI NATALE A GÊNESE DO TRABALHO

Iole Di Nat ale, art ist a plást ica. Professora de gravura e aquarela na Faculdade Sant a M arcelina/ SP. Com várias exposições pelo mundo. Possui o at eliê calcográfico Iole Di Nat ale, que em 2009 complet a 29 anos, pont o de encont ro de vários art ist as e grupos de est udos em São Paulo.

Iole Di Nat ale mora no cent ro de São Paulo numa rua bem agradável, seu at eliê é no apart ament o ao lado. Ela me recebe em sua casa, me convida para ir ao seu escrit ório, o que eu não sabia, t ambém era um pedacinho de seu at eliê, na verdade ext ensão dele, ou como ela mesma cont a, a Gênese de seus t rabalhos.

Seu at eliê calcográfico f az 29 anos em 2009, Há alguns anos, ela t eve a oport unidade de comprar o apart ament o que ficava exat ament e ao lado do seu e assim mont ar seu at eliê que at é ent ão ocupava uma sala em seu apart ament o. A comodidade de t er um at eliê assim ao lado, t rouxe as vant agens de não obt er problemas para a dispersão das químicas usadas nas gravuras em met al e que ficam no ambient e e t ambém para t er maior privacidade em sua casa quando recebe visit as, alunos e seu grupo de gravura e aquarela, mas a própria art ist a cont a que t em o benefício de sempre est ar muit o próxima de suas coisas, livros e t rabalhos em andament o.

Já t inha visit ado Iole duas vezes ant es em reuniões com amigos, e para minha surpresa na verdade não conhecia o t odo que era seu ambient e de t rabalho. Ela me levou primeiro a part e de seu at eliê que fica em sua casa, part e que eu não sabia e nunca t inha ent rado. Ela me cont a que passa boa part e do t empo, ali, criando est udos e produzindo seu t rabalho. Ela diz:

- Aqui é a Gênese do t rabalho, desenho, faço minhas anot ações, rascunhos e est udos.

Iole

Iole t em uma grande produção art íst ica em várias linguagens: pint uras, aquarelas, desenhos, gravuras, t apeçaria, et c. t udo pode acont ecer ao mesmo t empo, com uma organização só dela. A art ist a caminha por ent re sua poét ica de forma t ranqüila, t udo em sua vida cot idiana pode se t ornar uma obra de art e, como sua vida ínt ima com seu companheiro que junt o com ela compõe e const rói o seu lugar. Seus objet os nos cont am suas obras, são font es de cor e formas at raent es que nos est imulam e nos faz conhecer cada vez mais a art ist a e seu t rabalho.

M eu olhar se sent e curioso e olha o t odo com muit a alegria, seus objet os e ferrament as de t rabalho são bast ant e organizados, mas est ão dispost os de uma forma que se pode t er acesso quando for preciso. Cada coisa ali est á para cont ar-nos algo, são papéis; convit es; lápis; cadernos; bibelôs; fot os e t rabalhos.

Seu lugar de criação ainda é visit ado por um grupo de gravura que passa por lá semanalment e, são obras acont ecendo

do at eliê. A marca do uso e das idéias que permeiam e permanecem no ar e é int eressant e pensar que muit as das coisas que nem percebemos como obras de art e est a surgindo a nossa volt a em cada pequeno det alhe selecionada pela art ist a. Em sua organização e com seus guardados Iole est a sempre em um árduo, mas prazeroso, t rabalho criat ivo com const ant es t ransformações e fazeres, que faz nascer lindas obras de art e.

QUESTIONÁRIO

RESPONDIDO PELA ARTISTA

PLÁSTICA IOLE DI NATALE

O que significa o ateliê para você?

At eliê é est udo de art e, é o lugar onde mora art e. Onde se est á física e espirit ualment e circundados de art e. Onde se t rocam experiências do fazer art íst icos com maquinários, inst rument os, livros específicos que cont ribuem t ambém para a práxis da obra desejada. É o lugar da t roca de experiências ent re f amílias espirit uais de vivências art íst icas afins.

O que é e como é o SEU ateliê?

O meu at eliê é minha vida, é meu mundo, o ar que respiro. Ele const a de um pequeno núcleo dent ro de minha casa onde nasce a gênese das idéias t ransformadas em desenho e em aquarelas. Onde ouço música, leio sobre art e e o que int eressa no moment o permeado do afet o do companheiro e da vida dos fazeres da casa. Gost o de cozinhar e invent ar. Tudo aqui é cor e muit as flores, onde na ext ensão dos meus braços est ão os lápis, pincéis, cores em t ubo, memórias de fot os, guardados signif icat ivos da vida.

Cada objet o ergomét rico na ext ensão do braço sem desperdício de moviment os.

Há duas prensas calcográficas, uma elét rica para folhas de um met ro e uma manual para t ext os e segue o set or de impressão e bancada com grande vidro mart elado para difundir a luz sobre o cobre. Há o set or de deixar de molho os papéis, o set or dos ácidos com dois balancins agit adores de ácido, o set or de limpeza e desengordurament o da placa de cobre, set or da caixa de breu e fixação do mesmo, o chama viva. Há uma sala t oda com duas mapot ecas, uma mesa t ampo sobre elas de 2,50m por 1,20m. Blocos de inst rument os t ransponíveis para qualquer lugar dispost os em uma sucessão de prat eleiras numa parede e uma bibliot eca de prat eleiras e colunas de met al com aproximadament e 1800 livros cat alogados como bibliot eca de numeração int ernacional – a grosso modo é especializada em gravura e em pint ura de aquarela- t alvez seja uma das bibliot ecas part iculares mais complet a nesses assunt os. No dia de at eliê colet ivo abert o a out ros gravadores, pessoas fora do at eliê podem vir consult ar os livros. É nessa sala que t odas as quart as feiras, há 29 anos, por 40 minut os ou uma hora aproximadament e converso sobre art e com o grupo de gravadores art ist as que freqüent am. Abri meu at eliê de gravura um dia por semana ao colet ivo a art ist as que desejam

desenvolver sua obra gráf ica, é minha cont ribuição cult ural a sociedade art íst ica brasileira.

Há t ambém um acervo de quase duas mil gravuras originais, sendo mant ida a cat alogação cont ínua, por uma das part icipant es do at eliê.

Qual sua relação com este espaço?

Quando ent ro nest e “ at eliê calcográfico Iole” para realizar minhas gravuras ou para pegar algum livro de art e, o t empo fica infinit o, não vejo passar e mergulho em êxt ase, aliás, aonde vou, sou meu at eliê ambulant e, carrego t udo dent ro do meu ser e ajo da mesma forma e sou a mesma em qualquer lugar como no at eliê da faculdade Sant a Marcelina, o qual ajudei a desenhar e o frequent o como professora at é hoje.

Foi indispensável à visão organizat iva de meu companheiro Federico que prest ando at enção de como eu t rabalhava, fez o designer e ele mesmo const ruiu vários móveis e peças. Sint o-me alt ament e privilegiada.

Você acredita que este lugar é imprescindível para seu processo criativo?

Sim, pois mesmo quando pint o ao ar livre, aqui ou na It ália (que são modos de execut ar t ant o desenhos como aquarelas), levo comigo mat eriais, t int as, pincéis, papéis, referências como lembranças dos guardados dest e espaço.

Nos últ imos 20 anos a idéia da poét ica da seriado de minha obra t em nascido na It ália, mas é aqui que realizo prat icament e a execução dos desenhos que desencadeavam as gravuras e aquarelas das series.

Você guarda objetos que fazem parte especialmente deste lugar? Que objetos são estes e porque estão lá?

Bast a levant ar os olhos de onde est ou escrevendo e vejo inúmeras coisas como: à esquerda, vários cadernos de art ist a – subdivididos em cadernos de const rução de imagens em aquarela: cadernos de cat alogação com fot os e informações da obra produzida em desenho, gravura e aquarela, caderno de palhet a – caderno de bilhet es- blocos de papel de aquarela de diferent es marcas, fot ografias com t axinhas presas a prat eleira – fot os de flores de nossa casa bat ida por Federico, art e post al de um amigo- est at uet as dos meus presépios a part ir de 1950- Yoko

Ono uma ret rospect iva. Lat as que cont ém t int as de aquarela que uso normalment e, caixas e mais caixas com est oque de t int as de aquarela, pincéis dependurados e em pot es, canet as, colas, past a com Xerox e veget ais dos desenhos das séries dos últ imos 20 anos – cadernos com flores herborizadas – alguns cat álogos que pego com freqüência quando quero relembrar algo – viro a cabeça à esquerda e gavet as e mais gavet as com desenhos desde 1962.

Na sala as flores art ificiais ganhas na It ália – os t ouros em escult ura present es meus ao Federico, lembrando dat as de aniversários. Escult ura de um casal que meu pai comprou na época da 2ª guerra e nos present eou em 1980. Escult uras variadas que lembram pessoas e lugares que nos present earam. Port a ret rat os ganhos com fot os nossas marcando pessoas e moment os.

Enfim, seria longo demais colocar t udo, mas sei muit o bem o que t enho e porque lá est ão, pois fazem part e de uma vida alt ament e bem vivida impregnada de energia dos lugares e pessoas que t iveram e t em significado para nós. Out ro dia revimos filmes super oit o feit os logo que nos mudamos aqui (1973) e out ro indo a córdoba na Argent ina e nos emocionamos com o regist ro dest a

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