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Torta da Responsabilidade

ATITUDES QUE AUXILIAM O PACIENTE E AS QUE PREJUDICAM

Durante a realização da TCC é importante que os familiares sejam aliados do tratamento e que sua atitude favoreça as tarefas de exposição e a prevenção de rituais e a correção de crenças errôneas. Faz parte do bom senso supor que atitudes coerentes da família com as orientações da terapia favoreçam a adesão do paciente e, conseqüentemente, os resultados do tratamento. O contrário também é verdade. Familiares que se opõem ou sabotam o tratamento certamente poderão tornar as coisas muito mais difíceis. Partindo desse pressuposto, a experiência clínica consolidou algumas recomendações destinadas aos familiares. Essas regras não são rígidas, inflexíveis ou autoritárias, pelo contrário, deve prevalecer, acima de tudo, o bom senso, a tolerância e o interesse genuíno em ajudar o paciente a vencer o transtorno.

Atitudes que auxiliam o paciente

1. Encorajá-lo o máximo possível a enfrentar as situações que evita e a abster-se de fazer os rituais. Lembrá-lo de que, especialmente no início, isso é muito difícil e pode provocar medo e aumento da aflição.

2. Se forem verificações lembrá-lo de que são excessivas. Lembrá-lo das combinações com o terapeuta: verificar as coisas apenas uma vez.

3. Alertar o paciente quando algum está executando algum comportamento ritualístico ou o medo é excessivo. Lembrá-lo de que a maioria das pes- soas se comporta de forma diferente. Mencionar exemplos.

4. Lembrá-lo de que a aflição passa e, em geral, desaparece rápida e naturalmente.

5. Responder às perguntas uma única vez. Ser honesto nas respostas, lembrando-o de que é o TOC e a necessidade de ter certeza que o levam a repetir perguntas. Além disso, lembrá-lo de que é impossível ter certeza absoluta sobre muitas questões. Portanto, torna-se necessário conviver com incertezas e dúvidas.

5. Lembrá-lo de que ruminar é inútil – não acrescenta novas evidências ou novos fatos que ajudem a chegar ao maior grau de certeza. Apenas produz aflição e mantém as dúvidas.

7. Usar lembretes com humor e sem agredir: “Olha o TOC”, “Você não tem de...”, “Nem o Banco Central é tão seguro!”, etc.

8. Procurar manter as combinações feitas com o terapeuta: “Não vou lhe - responder por que combinamos isso com seu terapeuta” ou “Vou fechar o registro do seu chuveiro daqui a cinco minutos porque foi isso que nós combinamos com o seu terapeuta”. Ser firme, sem ser autoritário.

9. Marcar o horário no qual sairão de casa para almoçar, jantar, etc. Se, por acaso, o paciente se atrasar, avisar quanto tempo mais vai esperá- lo. Passado esse tempo, cumprir o combinado.

10. Não deixar o TOC arruinar a vida da sua família: manter seus compromissos profissionais, horas de lazer e vida social.

11. Participar de grupos de auto-ajuda: familiares de outros pacientes poderão dar dicas valiosas de como lidar com os sintomas e com as diferentes situações que ocorrem a todo o momento.

12. Dispor-se a apoiar o paciente a realizar os exercícios com ele. Permanecer ao seu lado, especialmente quando vai fazer atividades que produzem muito medo pela primeira vez.

13. Pedir que ele lhe avise quando estiver na iminência de fazer um ritual que acredita não poder resistir. De forma gentil, estimulá-lo a resistir, sem pressioná-lo, permanecendo ao seu lado até o impulso diminuir, procurando distraí-lo.

14. Auxiliá-lo a completar a lista de sintomas, apontando aqueles que ele, talvez, não tenha percebido.

15.Ficar atento a sinais de recaída e descobrir uma forma gentil e delicada de sinalizar ao paciente.

Atitudes que devem ser evitadas

1. Estimular os rituais (mandar lavar as mãos) ou os comportamentos evitativos para que a aflição diminua.

2. Ser impaciente. Deve-se controlar a aflição, manter a calma. Caso o paciente se recuse a fazer as exposições que foram combinadas ou a abster-se de executar rituais em alguma situação, não deve ser criticado. Se ele repetir perguntas já respondidas, lembrá-lo disso edu- cadamente.

3. Pressioná-lo a todo o momento para que não se atrase. Aguardar o tempo necessário para que ele tome seu banho ou arrume suas coisas antes de sair. A pressão só tornará a situação ainda pior. Sob pressão, a ansiedade aumenta, e as dificuldades são ainda maiores para - planejar a seqüência das tarefas ou para concluir o que está realizando, tornando-se ainda mais lento, e demorando ainda mais.

4. Discutir acaloradamente com o paciente ou perder a paciência.

5. Guardar rancor ou ressentimento: lembrar que as obsessões são pensamentos invasivos involuntários e os medos são irracionais, e muitas vezes estão num nível tal que o paciente se sente incapaz de enfrentá-los.

6. Ridicularizá-lo, ser hostil ou excessivamente crítico. A maioria dos pacientes tem vergonha de seus rituais e tem baixa auto-estima. É cruel humilhá-los por problemas que ultrapassam sua capacidade de con- trole. O criticismo excessivo só piora as coisas.

7. Oferecer reasseguramentos para dúvidas ou obsessões de conteúdo aflitivo. Não responder a perguntas mais de uma vez. Comentar que a pergunta já foi respondida e que repetir a resposta “já é TOC”.

8. Lembrar das combinações feitas com o terapeuta e ajudá-lo a mantê- las. A uma solicitação para romper uma regra perguntar: ”O que foi que você combinou (ou combinamos), com seu terapeuta?”

9. Como regra geral, jamais se deve impedir o portador de TOC de realizar ritual utilizando meios físicos, a não ser que a execução do ritual represente algum risco de vida ao paciente ou tenha havido acordo prévio para que isso seja feito.

Tarefas para casa

1. Tarefas de EPR: anote no espaço abaixo as tarefas de casa, de exposição e prevenção de rituais para a próxima semana. Especifique a tarefa, o local ou situação, o tempo a ser dedicado e o número de vezes a ser feita quando for o caso. No espaço a direita anote na véspera da sessão seguinte, o percentual da tarefa que foi realizado. Nas observações anote as dificuldades encontradas ou sentimentos experimentados. Escolher os sintomas de grau de aflição 3 e 4. Tarefas % de realização 1. 2. 3. 4. 5. 6. Observações: .

2. Preencha o Inventário de Obsessões e Compulsões – OCI-R e a escala Y-Bocs que estão na próxima página. Depois compare com as preenchidas na primeira sessão de tratamento.

3. Leia todas a informações sobre o TOC da sessão 9 e anote suas dúvidas para que sejam discutidas na próxima sessão

INVENTÁRIO DE OBSESSÕES E COMPULSÕES - OCI-R

As afirmações a seguir referem-se a experiências que muitas pessoas vivenciam diariamente. Assinale o número que melhor descreve O QUANTO a experiência mencionada tem lhe incomodado ou causado aflição NESTE ÚLTIMO MÊS. Os números referem-se às seguintes expressões verbais:

0 = Nem um pouco 3 = Muito

1 = Um pouco 4 = Extremamente 2 = Moderadamente

1. Eu tenho acumulado tantas coisas que elas já estão me atrapalhando 0 1 2 3 4 2. Eu verifico coisas mais vezes do que é necessário. 0 1 2 3 4 3. Eu fico chateado se os objetos não estão arrumados corretamente. 0 1 2 3 4 4. Eu sinto vontade de contar enquanto estou fazendo coisas. 0 1 2 3 4 5. Eu sinto dificuldade em tocar um objeto se sei que este já 0 1 2 3 4 foi tocado por estranhos ou por certas pessoas.

6. Eu tenho dificuldades em controlar meus próprios pensamentos. 0 1 2 3 4 7. Eu coleciono coisas de que não preciso. 0 1 2 3 4 8. Eu verifico repetidamente as portas, janelas gavetas, etc. 0 1 2 3 4 9. Eu fico chateado se outras pessoas mudam as coisas que arrumei. 0 1 2 3 4 10. Eu sinto necessidade de repetir certos números. 0 1 2 3 4 11. Às vezes tenho que me lavar simplesmente porque me 0 1 2 3 4 sinto contaminado.

12. Pensamentos desagradáveis que invadem minha mente 0 1 2 3 4 contra a minha vontade me deixam chateado.

13.Evito jogar coisas fora, pois tenho medo de precisar delas 0 1 2 3 4 em um outro momento.

14. Eu verifico repetidamente o gás, as torneiras e os interruptores 0 1 2 3 4 de luz após desligá-los.

15. Eu necessito de que as coisas estejam arrumadas em uma 0 1 2 3 4 determinada ordem.

16. Eu acredito que há números bons e ruins. 0 1 2 3 4 17. Eu lavo as minhas mãos mais vezes que o necessário. 0 1 2 3 4 18. Eu tenho pensamentos impróprios com freqüência e tenho 0 1 2 3 4 dificuldade em me livrar deles.

YALE-BROWN OBSESSIVE-COMPULSIVE SCALE (Y-BOCS) Escala Y-BOCS

Por favor, pensando apenas nas suas OBSESSÕES responda cada questão marcando um “X” no quadrado respectivo:

1. TEMPO OCUPADO POR PENSAMENTOS OBSESSIVOS

P.: Quanto de seu tempo é ocupado por pensamentos obsessivos?

0 = Nenhum

1 = Menos de 1 hora/dia ou ocorrência ocasional 2 = 1 a 3 horas/dia ou freqüente

3 = Mais de 3 horas até 8 horas/dia ou ocorrência muito freqüente

4 = Mais de 8 horas/dia ou ocorrência quase constante

4. RESISTÊNCIA CONTRA OBSESSÕES

P.: Até que ponto você se esforça para resistir aos seus pensamentos obsessivos? Com que freqüência você tenta não ligar ou distrair a atenção desses pensamentos quando eles entram na sua mente?

0 = Faz sempre esforço para resistir, ou sintomas mínimos que não necessitam de resistência ativa.

1 = Tenta resistir a maior parte das vezes 2 = Faz algum esforço para resistir

3 = Entrega-se a todas as obsessões sem tentar controlá-las, ainda que faça isso com alguma relutância

4 = Cede completamente a todas as obsessões de modo voluntário

2. INTERFERÊNCIA provocada pelos PENSAMENTOS OBSESSIVOS

P.: Até que ponto seus pensamentos obsessivos interferem com seu trabalho, escola, vida social ou outras atividades importantes? Há qualquer coisa que você não faça por causa deles?

0 = Nenhuma

1 = Alguma: leve interferência com atividades sociais ou ocupacionais, mas o desempenho geral não é prejudicado

2 = Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas conseguindo ainda desempenhar

3 = Grave: provoca prejuízo considerável no desempenho social ou ocupacional 4 = Muito grave: incapacitante

5. GRAU DE CONTROLE SOBRE OS PENSAMENTOS OBSESSIVOS

P.: Até que ponto você consegue controlar os seus pensamentos obsessivos? É habitualmente bem- sucedido quando tenta afastar a atenção dos pensamentos obsessivos ou interrompê-los? Consegue afastá-los?

0 = Controle total

1 = Bom controle: geralmente capaz de interromper ou afastar as obsessões com algum esforço e concentração

2 = Controle moderado: algumas vezes capaz de interromper ou afastar as obsessões

3 = Controle leve: raramente bem sucedido quando tenta interromper ou afastar as obsessões, consegue somente desviar a atenção com dificuldade.

4 = Nenhum controle: as obsessões experimentadas como completamente

involuntárias, raramente capaz, mesmo que seja momentaneamente, de desviar seus

pensamentos obsessivos. 3. SOFRIMENTO relacionado aos PENSAMENTOS

OBSESSIVOS

P.: Até que ponto os seus pensamentos obsessivos o perturbam ou provocam mal-estar em você? (Na maior parte dos casos, a perturbação/mal-estar é equivalente à ansiedade; contudo, alguns pacientes podem descrever as suas obsessões como

perturbadoras mas negam sentir ansiedade. (Avalie somente a ansiedade que parece ser desencadeada pelas obsessões, não a ansiedade generalizada ou a ansiedade associada a outras condições).

0 = Nenhuma

1 = Não atrapalha muito

2 = Incomoda, mas ainda é controlável 3 = Muito incômoda

4 = Angústia constante e incapacitante

__________ SOMA PARCIAL

6. TEMPO GASTO COM COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS P.: Quanto tempo você gasta com comportamentos

compulsivos? Quanto tempo você leva a mais do que a maioria das pessoas para realizar atividades rotineiras por causa de seus rituais? Com que freqüência você faz rituais?

0 = Nenhum

1 = Leve: menos de 1 hora/dia ou ocorrência ocasional de comportamentos compulsivos

2 = Moderado: passa 1 a 3 horas/dia realizando as

compulsões (ou execução freqüente de comportamentos compulsivos)

3 = Grave: mais de 3 horas/dia até 8 horas/dia ou execução muito freqüente de comportamentos compulsivos 4 = Muito grave: passa mais de 8 horas/dia realizando

compulsões (ou execução quase constante de comportamentos compulsivos - muito numerosos para contar)

9. RESISTÊNCIA às COMPULSÕES

P.: Até que ponto você se esforça para resistir às

suas compulsões?

0 = Faz sempre esforço para resistir ou sintomas tão mínimos que não necessitam de resistência ativa

1 = Tenta resistir na maior parte das vezes 2 = Faz algum esforço para resistir 3 = Cede a todas as compulsões sem tentar

controlá-las, ainda que faça isso com alguma relutância

4 = Cede completamente a todas as compulsões de modo voluntário

7. INTERFERÊNCIA provocada pelos COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS

Até que ponto suas compulsões interferem em sua vida social ou

profissional? Existe alguma atividade que você deixa de fazer por causa das compulsões? (se atualmente não estiver trabalhando, avalie até que ponto o desempenho seria afetado se o paciente estivesse empregado)

0 = Nenhuma

1 = Alguma: leve interferência com atividades sociais ou ocupacionais, mas o desempenho global não está deteriorado

2 = Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas conseguindo ainda desempenhar 3 = Grave: provoca prejuízo considerável no desempenho

social ou ocupacional 4 = Muito grave: incapacitante

10. GRAU DE CONTROLE SOBRE O COMPORTAMENTO COMPULSIVO

P.: Com que força você se sente obrigado a executar os comportamentos compulsivos? Até que ponto consegue controlar as suas compulsões?

0 = Controle total

1 = Bom controle: sente-se pressionado a realizar as compulsões mas tem algum controle voluntário

2 = Controle moderado: sente-se fortemente pressionado a realizar as compulsões e somente consegue controlá-las com dificuldade 3 = Controle leve: pressão muito forte para

executar as compulsões; o comportamento compulsivo tem que ser executado até o fim e somente com dificuldade consegue retardar a execução dessas compulsões

4 = Nenhum controle: a pressão para realizar as compulsões é experimentada como completamente dominadora e involuntária; raramente capaz de, mesmo que seja momentaneamente, de retardar a execução das compulsões

8. SOFRIMENTO relacionado aos COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS

P.: Como você sentiria se fosse impedido de realizar sua(s) compulsão(ões)? Quão ansioso você ficaria?

0 = Nenhum

1 = Leve: ligeiramente ansioso se as compulsões forem interrompidas, ou ligeiramente ansioso durante a sua execução

2 = Moderado: A ansiedade sobe a um nível controlável se as compulsões forem interrompidas, ou a ansiedade sobe a um nível controlável durante a sua execução

3 = Intenso: aumento proeminente e muito perturbador da ansiedade se as compulsões forem interrompidas, ou aumento de ansiedade proeminente e muito perturbador durante sua execução

4 = Muito intenso: ansiedade incapacitante a partir de qualquer intervenção com o objetivo de modificar as compulsões, ou ansiedade incapacitante Durante a execução das

compulsões Uso do entrevistador __________ SOMA PARCIAL (COMPULSÕES) SOMA TOTAL: ___________ (OBSESSÕES +COMPULSÕES)

SESSÃO 9 – Colecionismo e automonitoramento