• Nenhum resultado encontrado

Torta da Responsabilidade

EXERCÍCIO DE EPR

Recomendações gerais para as tarefas de exposição e prevenção de rituais para pensamentos impróprios

Para vencer os pensamentos impróprios, você deve seguir as recomendações a seguir, que o auxiliarão nas tarefas de exposição e prevenção de rituais:

• Deixar os pensamentos impróprios simplesmente virem à mente, não tentar impedi-los, não lutar contra eles e não tentar afastá-los, lembrando que são apenas pensamentos do TOC e nada mais.

• Evitar qualquer manobra de neutralização ou ritual com a finalidade de anular o mau pensamento, como substituir um mau pensamento por um bom, fazer algum ritual mental (rezar, repetir frases, fazer contagens), ficar argumentando para si mesmo se o que pensa é verdade ou não, realizar rituais como lavar-se ou tomar banho depois de a mente ser invadida por um pensamento impróprio.

• Diminuir a vigilância, procurando não dar importância aos maus pensamentos ou imagens violentas ou impróprias quando surgirem na cabeça. Não ficar vigiando.

Exposição e prevenção de rituais para os maus pensamentos

No tratamento desses sintomas, podem ser usadas várias técnicas que possibilitam a exposição na imaginação, descritas a seguir.

1. Evocação intencional do pensamento, palavra ou cena horrível

Um exercício simples que pode ajudar você a vencer esses sintomas é a evocação intencional do pensamento incômodo. Para isso, você deve marcar determinado horário ao longo do dia em que tenha tempo disponível. Chegado

LEMBRETE

“Não lute contra seus pensamentos, mas resista às suas compulsões!” (Lee Baer)

o momento, procurará evocar propositalmente cenas, palavras, imagens ou pensamentos horríveis, que lhe causam aflição, e ficará pensando neles o tempo necessário para o desconforto desaparecer por completo. Esse exercício deverá ser repetido várias vezes ao longo do dia, até que nenhum desconforto seja sentido com sua realização (p. ex., durante 15 minutos, 3 a 4 vezes ao dia).

2. Escrever uma história horrível

Uma das técnicas mais efetivas para tratar pensamentos impróprios de conteúdo agressivo é escrever uma pequena história com todos os detalhes de uma cena horrível imaginada, de mais ou menos uma página, incluindo os acontecimentos posteriores. Uma vez escrita a “história horrível”, você deverá programar-se para repetir a leitura várias vezes, em diversas ocasiões ao longo do dia (5 a 10 vezes, em três ocasiões por dia), durante vários dias, até a aflição desaparecer por completo e a leitura não provocar mais qualquer desconforto. A história deve conter todos os detalhes de um pensamento ou uma cena horrível, eventualmente exagerando seus aspectos mais chocantes. Um exemplo de história horrível

A paciente que escreveu esta história conseguiu eliminar seus pensamentos horríveis – esfaquear os familiares quando eles chegassem em casa da rua – após a leitura repetida do texto.

“À noite, enquanto todos estão dormindo, acordo, vou até a cozinha e abro a gaveta dos facões. Escolho, dentre eles, o maior, de 30 a 40 cm. Afio o facão muito bem. Pego também a tesoura. Primeiro vou ao quarto do meu pai e corto-lhe a garganta; em seguida, corto a artéria da virilha, para ocorrer uma grande hemorragia. Sei que assim não sobreviverá. Depois, corto a garganta do meu irmão. Dou, ainda, diversas punhaladas no peito dos dois. Abro a cabeça deles picotando com o facão freneticamente. Tiro o cérebro e os olhos. Depois disso, faço algo parecido com uma necropsia. Corto o corpo deles em forma de Y e retiro todas as vísceras em um bloco só. Os corpos viram pedaços de carne. Espalho os pedaços pela casa e coloco par- tes no forno para assar. Vou ao apartamento ao lado, pois tenho a chave. Faço o mesmo com a mulher. Corto-lhe o pescoço, pico a cabeça, perfuro o peito e extraio as vísceras. Tudo vai para o forno, e sinto um grande prazer em mata-los, o que é o mais apavorante. Mas, depois de certo tempo, me arrependo. Tento me matar cortando meu pescoço, mas não consigo dessa forma. Atiro-me da janela de cabeça para baixo. Caio, espatifo minha cabeça e morro”.

3. Exposição virtual

Pacientes que evitam cenas de conteúdo agressivo (p. ex., filmes ou programa de TV) podem beneficiar-se com a exposição virtual: assistir várias vezes a filmes, ou trechos de filmes que contenham cenas de conteúdo vio- lento chocante, sangue ou corpos estraçalhados, até não produzirem aflição e se tornarem estímulos neutros como por exemplo, assistir aos primeiros 20 minutos do filme O resgate do soldado Ryan, ou cenas de outros filmes como O poderoso chefão, Os bons companheiros, Gangues de Nova York, Meu ódio será tua herança, Pulp Fiction, Tropa de Elite, Onde os fracos não tem vez, etc., se for o caso. Os filmes (ou partes deles) devem ser assistidos diversas vezes, até ficarem monótonos e não provocarem mais aflição.

4. Exposição na imaginação assistida

Certos pacientes portadores de TOC grave ou com convicções muito intensas sobre o conteúdo de suas obsessões são incapazes de realizar a exposição na imaginação se não forem acompanhados por terapeuta. Nesses casos, é interessante a terapia de EPR assistida (por terapeuta ou algum – familiar).

Quando a exposição na imaginação não funciona A exposição na imaginação não funciona quando:

• As cenas imaginadas provocam aflição intolerável. Nesse caso, paciente e terapeuta devem combinar exposição que produza menos ansiedade. • A exposição não produz nenhuma ansiedade. Deve-se revisar os

motivos. É possível que a cena imaginada não tenha nada a ver com você, que não se sente incluído ou não se concentra o suficiente na história.

• Você não consegue imaginar cenas suficientemente vívidas ou aterrorizadoras para produzir algum grau de ansiedade.

Exercícios para casa:

1. Preencha o Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD). Escolha situações associadas as suas crenças sobre avaliação exagerada do risco e/ou da responsabilidade e sobre os “maus” pensamentos.

Situação Ativadora (local, objeto,

pessoa)

Pensamentos Automáticos (O que passou pela

minha cabeça?)

Conseqüências (O que senti? O que

fiz?)

Crenças

2. Escolha dois pensamentos relacionados aos “maus” pensamentos e cite-os abaixo:.

Pensamento 1_______________________________________________ _______________________________________________________________

Pensamento 2_______________________________________________ _______________________________________________________________

3. Para corrigir essas crenças, responda as seguintes perguntas:

• Podemos controlar inteiramente nossos pensamentos? Eles necessariamente revelam aspectos do nosso caráter ou personalidade, ou podem ser sintomas de TOC?

• Posso ser responsabilizado moralmente por um pensamento, imagem,

lembrança que eu não controlo nem desejo?

• O fato de eu pensar aumenta a probabilidade de que algo (bom ou ruim) aconteça?

• Imagine se tudo o que eu penso acontecesse!

• Ter um pensamento mau é tão condenável quanto praticá-lo?

• Sou o tipo de pessoa capaz de fazer o que me passa pela cabeça? • O que as pessoas diriam se o que pensei viesse a acontecer? • O que eu diria se o que imaginei acontecesse com outra pessoa?

• Estes pensamentos são possíveis ou passam pela minha cabeça porque tenho

TOC?

4. Tarefas de EPR: anote no espaço abaixo as tarefas de casa, de exposição e prevenção de rituais para a próxima semana. Especifique a tarefa, o local ou situação, o tempo a ser dedicado e o número de vezes a ser feita quando for o caso. No espaço a direita anote na véspera da sessão seguinte, o percentual da tarefa que foi realizado. Nas observações anote as dificuldades encontradas ou sentimentos experimentados. Para aqueles que já se atrevem, podem escolher as de grau de aflição 3 e 4. Tarefas % de realização 1. 2. 3. 4. Observações:

5. Utilize as linhas abaixo para escrever uma história que cause ansiedade e esteja associada aos seus “maus” pensamentos:

6. Leia todas a informações sobre o TOC da sessão 7 e anote suas dúvidas para que sejam discutidas na próxima sessão.

SESSÃO 7 – Dúvidas, indecisão, compulsão por ordem simetria exatidão e alinhamento: o perfeccionismo e a necessidade de ter certeza

Agenda

• Revisão dos exercícios: RPD, crenças disfuncionais e EPR. • Explanação sobre perfeccionismo e a necessidade de ter certeza.

• Tarefas de casa: RPD, questionamento socrático e escolha individual de ao menos mais 4 exercícios de EPR de acordo com a lista de sintomas com grau de aflição 3 ou 4; leitura da sessão 8; traga um familiar para próxima sessão.

• Avaliação da sessão.