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Leia todas a informações sobre o TOC da sessão 5 e anote suas

Modelo Cognitivo (ABC)

4. Leia todas a informações sobre o TOC da sessão 5 e anote suas

SESSÃO 5 – Obsessões por sujeira ou contaminação, nojo, compulsões por limpeza, lavagens excessivas e evitações: Avaliação exagerada do risco e da Responsabilidade

Agenda

• Revisão dos exercícios: RPD, crenças disfuncionais e EPR.

• Explanação sobre crenças distorcidas envolvendo responsabilidade excessiva e avaliação exagerada do risco, bem como a utilização de técnicas para correção destas distorções.

• Tarefas de casa: escolha individual de ao menos mais 4 exercícios de EPR de acordo com a lista de sintomas com grau de aflição 2 ou 3; leitura da sessão 6.

• Avaliação da sessão.

Obsessões por sujeira ou contaminação, nojo, compulsões por limpeza, lavagens excessivas e evitações

Preocupar-se demasiadamente com sujeira, germes, venenos ou contaminação, ter compulsões por limpeza, realizar lavagens excessivas e evitar o contato com determinados objetos, substâncias ou locais estão entre os sintomas mais comuns do TOC.

As técnicas cognitivas que vamos utilizar nesta sessão auxiliam na correção das crenças distorcidas, como avaliar de forma errada ou exagerada o risco que o contato com os objetos, pessoas. Sua correção também auxilia a reduzir o medo decorrente dos pensamentos catastróficos que passam pela cabeça dos pacientes nessas situações – as idéias de contrair uma doença grave (câncer, leptospirose, Aids) ou de levar doenças para dentro de casa. Além disso, a correção de tais crenças facilita na realização dos exercício de exposição e prevenção de rituais.

Avaliar de forma exagerada o risco

Avaliar de forma exagerada o risco é a tendência de superestimar a gravidade das conseqüências e a probabilidade de que eventos negativos aconteçam, ocasionando rituais de limpeza e lavagens excessivas, verificações e evitações.

Por exemplo: “Se eu apertar as mãos ou tocar em outras pessoas, posso contrair doenças” ou “Se eu deixar o rádio despertador ligado na tomada, ele poderá incendiar, e toda a casa pegará fogo” ou “Se eu usar um banheiro público poderei contrair AIDS”.

Pensamentos automáticos e crenças relacionadas a exagerar o risco

As crenças relacionadas a exagerar o risco orientam a conduta do portador do TOC. Como conseqüências, podemos mencionar a hipervigilância (a pessoa que tem obsessão por limpeza está sempre enxergando sujeira em todos os lugares), bem como os rituais e as evitações que o indivíduo executa sem questionar.

• “Me contaminei com o HIV”, depois de uma relação sexual na qual rompeu o preservativo “.

• “Isso pode dar câncer”, ao usar prolongadamente o celular

• “Pode-se contrair doenças tocando em maçanetas de porta, dinheiro, telefones públicos, teclado ou mouse de computador, porque foram tocados por outras pessoas”. “Devo lavar as mãos sempre que os tocar”. • “Não devo usar banheiros públicos, toalhas ou lençóis de hotéis, pois

posso contrair doenças”.

• “Lavar bastante e usar bastante sabão ou álcool (corpo, mãos, objetos, roupas, alimentos) ajuda a não contrair doenças”.

• “Se um objeto (ou roupa) cai no chão, não devo usá-lo sem antes lavar”. • “Se minha toalha de banho tocar na toalha dos meus familiares, posso

contrair ou transmitir doenças”.

• “Devo lavar as mãos antes de tomar banho”.

• “Não posso entrar em casa com os sapatos que usei na rua: vou levar doenças para dentro de casa”.

Correção de Crenças Distorcidas Questionamento Socrático

Uma estratégia cognitiva muito utilizada para corrigirmos nossas crenças distorcidas é: após a identificação dos pensamentos automáticos (técnica treinada na sessão anterior), devemos questionar estes pensamentos através de perguntas.

Este método é denominado questionamento socrático. O nome desta técnica é uma homenagem ao filósofo grego Sócrates (470-399 a.C.), que punha em dúvida crenças arraigadas dos seus contemporâneos, tendo sido acusado de corruptor da juventude e condenado à morte por este motivo. Sócrates ficou famoso pelo seu lema, “Conhece-te a ti mesmo”. Afirmava por exemplo que “Sábio é o que sabe que nada sabe”, e que o conhecimento da verdade levava as pessoas a serem virtuosas. No tratamento do TOC, o paciente fica prisioneiro de convicções e crenças das quais aparentemente não tem dúvidas, mesmo que não haja nenhuma evidência de que sejam verdadeiras. Um dos recursos para corrigir essas crenças é o questionamento socrático. Esta técnica procura pôr as crenças em dúvida, questionando suas evidências, buscar explicações alternativas, com o objetivo de substituir a forma de pensar não-racional por um raciocínio lógico.

Questionamento socrático Exemplo

• Que evidências tenho de que o pensamento que passou pela minha cabeça naquele momento ou de que os medos que senti têm fundamento? (Existe alguma prova (ou evidência) de que chinelos vi- rados provocam desastres?)

• E que evidências são contrárias ao que pensei? (Muitas vezes os chinelos ficaram virados, e nem por isso alguém adoeceu?)

• Existem explicações alternativas? (De que tenho tais medos por ser portador de um transtorno, o TOC, por exemplo, e não porque chinelos virados provocam de fato desastres). Escreva pelo menos uma.

• Meus medos têm base em alguma prova real ou ocorrem porque sofro de TOC? O que é mais provável?

• O que imagino e o que de fato acontecerá caso não faça o ritual? (Realize um teste: deixe os chinelos virados à noite e veja se acontece algum desastre).

• Que provas tenho de que de fato o que imaginei na ocasião vai acontecer? (Possuo alguma prova?)

• O que as pessoas que não têm TOC diriam sobre tais medos e como se comportariam em situações idênticas? Como a maioria dos indivíduos se comporta em situações semelhantes? (Todos se assustam quando vêem um chinelo virado ou a maioria não dá importância?)

• Qual é a crença errônea que está por trás? (Exagerar o risco ou o poder de certos pensamentos; pensamento mágico.)

Técnica das duas alternativas (ou do pensamento alternativo)

Esse exercício pode ser utilizado em inúmeras situações nas quais você é compelido a executar rituais. No exercício prático a seguir, a técnica das duas teorias é utilizada para o tratamento de pacientes que têm obsessões por lim- peza, medo de contaminação e realizam lavagens excessivas das mãos.

1) Teoria A: Você está de fato contaminado e precisa se lavar porque pode