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2.6.1 Atividade antifúngica

Cruz et al. (2007) observaram que o infuso (1mg/mL) da entrecasca de Z.

joazeiro apresentou atividade antifúngica contra Candida albicans, C. guilliermondii, Cryptococcus neoformans, Trichophyton rubrume Fonsecaea pedrosoi. Foram

observados valores de CIM entre 6,25 µg/mL e 400 µg/mL. Em outro estudo, as saponinas extraídas da casca apresentaram atividade contra C. albicans (156 µg/mL) e Aspergillus niger (312.5 µg/mL) pelo método de microdiluição em caldo (RIBEIRO et al., 2013). O extrato etanólico (SILVA et al, 2011) e o extrato hidroalcoólico da casca (MELO et al., 2012) também apresentaram atividade frente a C. albicans pelo método de difusão em ágar.

As folhas foram avaliadas num estudo recente acerca da sua atividade antifúngica. A CIM do extrato hidroetanólico das folhas foi determinada pelo método de microdiluição em caldo, frente a cepas clínicas de Candida krusei, Candida

tropicalis e Candida albicans, além de cepas multirrestitentes de C. krusei, C. tropicalis e C. albicans. Nesse estudo, a CIM foi ≥ 1024 µg/mL, indicando, segundo

os autores, ausência de atividade antifúngica para as folhas (BRITO et al., 2015).

2.6.2. Atividade antibacteriana

Em estudos que realizaram uma triagem da atividade antibacteriana, extratos etanólicos, hidroalcoólicos e hexânicos de diferentes partes do joazeiro (folhas, casca, frutos) apresentaram variada atividade frente a isolados clínicos e cepas de referência de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Em geral, os extratos

etanólicos foram os mais ativos, assim como os da casca. (LIMA, 2008; SILVA et al., 2011; MELO et al., 2012).

Contrariamente aos estudos mencionados, um extrato da casca da planta, rico em saponinas, não apresentou efeito inibitório, em concentração igual ou inferior a 12,5 mg/mL, frente às seguintes cepas: Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027,

Escherichia coli ATCC 8739, Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Bacillus subtilis ATCC 6633 (RIBEIRO et al., 2013).

Por outro lado, em estudos fitoquímicos biomonitorados, compostos triterpênicos isolados de extratos metanólicos da casca apresentaram atividade frente a bactérias Gram-positivas, com CIM entre 8 e 128 µg/mL (SCHÜHLY et al., 1999, LEAL et al., 2009).

Foi realizado um estudo sobre a atividade antibacteriana de dentifrícios pelo método de difusão em ágar. O dentifrício da empresa Unilever (Gessy Cristal®), contendo extrato da casca do joazeiro em sua composição, apresentou atividade frente a bactérias causadores de cárie (BARRETO et al., 2005).

Em um estudo etnobotânico sobre plantas utilizadas em doenças bucais, a atividade antibacteriana do extrato etanólico (maceração) e do extrato aquoso (decocção) da casca do juá foi avalidada frente a bactérias associadas a doenças bucais. O extrato etanólico foi ativo contra todas as cepas enquanto que o decocto não apresentou efeito inibitório contra a maioria (CAVALCANTE, 2010). Um extrato aquoso (infuso) da casca interna de Z. joazeiro Mart. também apresentou atividade antimicrobiana contra bactérias relacionadas à doenças bucais, com valores de CIM variando de 1mg/mL a 16 mg/mL (ALVIANO et al., 2007).

Recentemente, o EHF das folhas foi avaliado pelo método de microdiluição em caldo para a determinação da CIM. O extrato foi testado frente às cepas de

Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922 e Enterobacter aerogenes, assim como frente a cepas multirresistentes de S. aureus, E. coli e E. aerogenes. Além da CIM, foi avaliado o sinergismo do extrato quando associado a

diferentes antimicrobianos, como amoxicilina, penicilina G, gentamicina, amicacina e vancomicina. Nesse estudo, a CIM foi ≥ 1024 µg/mL, indicando, segundo os autores, ausência de atividade antibacteriana para as folhas. Porém, foi observada uma redução da CIM dos antimicrobianos amicacina e gentamicina, quando associados ao extrato hidroetanólico das folhas (BRITO et al., 2015).

2.6.3 Atividade larvicida

Ao analisar as atividades dos extratos aquoso (15%, p/v) hidroalcoólico (50%, p/v) e etanólico das folhas de Z. joazeiro Mart. contra a larva do Culex

quinquefasciatus, verificou-se que os extratos hidroalcoólico e etanólico

apresentaram resultados significativos contra o estágio larval L3 (26% e 28% de mortalidade, respectivamente), ao contrário do extrato aquoso que não apresentou resultados satisfatórios (LIMA, 2008).

2.6.4 Atividade antioxidante

Em um estudo, avaliou-se a atividade antioxidante da fração butanol, obtida do extrato metanólico da casca, e de uma fração enriquecida em saponinas, obtida a partir da lavagem da fração butanol com NaOH 1%. A atividade antioxidante foi avaliada pela capacidade dos extratos em capturar o radical livre DPPH (2,2-difenil- 2-picrilhidrazila). A fração enriquecida em saponinas apresentou CE50 (quantidade de amostra necessária para diminuir em 50% a absorbância do DPPH) maior que 10.000 µg/mL. A fração butanol, composta de saponinas e compostos fenólicos, apresentou CE50 de 668 µg/mL (RIBEIRO et al., 2013). Alviano et al. (2007) avaliaram o potencial do extrato aquoso da entrecasca do Z. joazeiro Mart. para capturar radicais livres pelo método do DPPH. O extrato apresentou CE50 de 821,4 ± 35,3 µg/mL. Em outro estudo, que empregou o mesmo método do DPPH, o extrato etanólico das folhas e cascas de Z. joazeiro Mart. apresentaram valores de CE50 iguais a 461,88 e 1743,05 µg/mL, respectivamente (SILVA et al, 2011).

2.6.5 Avaliação toxicológica

Alviano et al. (2007) avaliaram a toxicidade aguda, por meio de doses crescentes em camundongos (via oral), do extrato aquoso da parte interna da casca de Z. joazeiro Mart.. Os resultados não demonstraram qualquer alteração comportamental e nenhum efeito letal sobre os camundongos com as doses testadas (1-5 g/Kg). Desta forma, o referido estudo indicou que o extrato apresentou baixa toxicidade.

Por outro lado, em outro estudo toxicológico não-clínico da casca do juazeiro feito em camundongos, observou-se que estes apresentaram alterações metabólicas, bioquímicas, hematológicas e histopatológicas após ensaios de toxicidade aguda e crônica. No ensaio toxicológico agudo, foi administrada, por via oral, uma dose de 2000 mg/Kg do extrato etanólico da casca. Após 14 dias, foi observado que as fêmeas passaram a ingerir mais ração e que apresentaram leucopenia e neutropenia. Os machos apresentaram redução na ingestão de água, níveis séricos de uréia diminuídos e os de creatinina aumentados. No estudo crônico, administrou-se as doses de 7 mg/Kg , 35 mg/Kg e 175 mg/Kg aos camundongos por 90 dias. Ao final do teste e alguns dias após, pôde-se observar que ocorreram alterações hematológicas em ambos os sexos (leucopenia, neutropenia, monocitose), mudanças na ingestão de água e ração, elevação da creatinina sérica em machos e fêmeas, diminuição da uréia em machos, além de alterações renais, hepáticas e pulmonares após a análise histopatológica. Dessa forma, são necessários mais estudos clínicos acerca da toxicidade da espécie Z.

joazeiro Mart., a fim de esclarecer a segurança de preparações desta planta

(ESTEVAM, 2008). É importante destacar que para as folhas não há até o momento estudos que avaliem a sua toxicidade em modelos animais.

2.6.6 Avaliação do potencial genotóxico

Resende et al. (2008) avaliaram a mutagenicidade de extratos hidroalcoólico (tratamentos de 500, 1000, 1500 e 2000 mg/Kg) das cascas e folhas da espécie Z.

joazeiro Mart., por meio do teste do micronúcleo em medula óssea in vivo. Controles

negativo (NaCl 0,9%) e positivo (50 mg/Kg de N-Nitroso-N-etilureia) foram utilizados. O resultado deste ensaio sugeriu ausência de potencial clastogênico e/ou aneugênico do extrato de Z. joazeiro Mart. testado.

2.6.7 Atividade anti-inflamatória do gênero Ziziphus e da espécie Ziziphus joazeiro Mart.

Até o momento, foi reportado apenas um estudo acerca da avaliação da atividade anti-inflamatória de Ziziphus joazeiro Mart., porém o foco desse trabalho foi a casca. Nesse estudo, o extrato etanólico da casca apresentou atividade anti-

inflamatória nos modelos de edema de pata e peritonite induzidos por carragenina (ESTEVAM, 2012).

Para uma espécie do mesmo gênero, Zizyphus lotus, foi relatado que as frações ricas em flavonoides, provenientes das folhas, e ricas em saponinas, provenientes das folhas e casca, apresentaram atividade anti-inflamatória significativa no modelo de edema de pata e inibição da produção de óxido nítrico em macrófagos (BORGI; et al., 2008). Em outro estudo, os extratos de diclorometano e acetato de etila das folhas e casca de Ziziphus spina Cristi foram capazes de inibir a atividade enzimática das enzimas COX-1 e COX-2 (ELDEEN; STADEN, 2008).