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SUMÁRIO

2 REDES E SISTEMAS DE SERVIÇOS EM SAÚDE: BASES CONCEITUAIS E EMPÍRICA

2.1 REDE INOVARH  REDE SOCIAL COLABORATIVA

2.1.3 Atores e Instrumentos Institucionais e Operacionais

Nesta subseção, são apresentados os atores, os instrumentos institucionais e operacionais da Rede InovarH-BA. E, ainda, são discorridos aportes conceituais sobre governança, produtos e serviços informacionais.

2.1.3.1 Atores da Rede InovarH-BA

A Rede InovarH-BA possui 39 organizações de serviços de saúde, 02 associações e 08 secretarias de saúde, totalizando 49 organizações parceiras. As 39 organizações de serviços de saúde (31 hospitais, 04 maternidades, 02 clinicas, 01 banco de sangue e 01 posto de saúde) se mostram interessadas em desenvolver práticas inovadoras de gestão. Tal interesse se coaduna com a missão e os objetivos dessa rede.

Participam da Rede InovarH-BA clínicas, bancos de sangue e postos de saúde por entender que estão inseridos no contexto do complexo industrial da saúde, já que demandam produtos e processos de indústrias farmacêuticas, biotecnológicas, de equipamentos hospitalares dentre outras. Adicionalmente, a Rede conta com a participação de organizações do primeiro e do terceiro setor: oito secretarias de saúde de governo (uma estadual e sete municipais) e duas associações (organizações não governamentais).

As organizações integrantes da Rede InovarH-BA possuem Termo de Adesão firmado com a coordenação da rede, que está sob a responsabilidade da EAUFBA. A finalidade do Termo é estabelecer as atribuições das partes signatárias na estruturação e no fortalecimento da Governança da Rede InovarH.

Segundo Cruz (2006, p. 2), a “governança é definida como um processo de coordenação de atores, de grupos sociais, de instituições para alcançar propósitos próprios discutidos e definidos coletivamente, dentro de ambientes fragmentados e incertos”. E para Boiser (2006, p. 91) governança “é também bom governo e, portanto, pressupõe uma racionalidade da intervenção, isto é, pressupõe conhecimento”.

Lastres e Cassiolato (2005, p. 12-13) evidenciam a existência de diferentes formas de governança e hierarquias nos sistemas e aglomerados produtivos (i.e. redes colaborativas) com vistas a propiciar inovações tecnológicas. Assim, governanças

[...] hierárquicas são aquelas em que a autoridade é geralmente internalizada dentro de grandes corporações, com real ou potencial capacidade de coordenar as relações produtivas, mercadológicas e tecnológicas. A governança não hierárquica geralmente caracteriza-se pela existência de sistemas de micro, pequenas e médias empresas e outros atores, onde nenhum deles é dominante. Estes dois tipos de governança representam duas formas de poder na tomada de decisão - centralizada e descentralizada.

Conforme Garcia, Motta e Amato Neto (2004), o fenômeno da governança ou a estrutura de comando nos aglomerados de produção locais é analisado focando a cadeia produtiva. Essa análise identifica os benefícios da concentração geográfica entre os produtores locais e os agentes exógenos ao aglomerado. Para esses autores, as formas de comando local são: sistema centro-radial; cooperação bilateral vertical; horizontal bilateral; multilaterais horizontais; e multilaterais verticais. Dentre estes sistemas, destaca-se o multilateral horizontal, cujas formas de comando envolvem agentes e organismos públicos e privados, tais como

[...] ações multilaterais horizontais, em que organismos públicos e/ou privados coordenam projetos setoriais, que envolvem a participação de várias empresas concorrentes, e as multilaterais verticais, em que cooperam instituições e empresas pertencentes a cadeias produtivas diferentes, a partir do estabelecimento de interações mais densas do que uma simples relação comercial (GARCIA; MOTTA; AMATO NETO, 2004, p. 345, grifo nosso).

Fundamentado na definição de Cruz (2006), a governança implica coordenação de atores, grupos sociais e instituições, assim, considerou-s esta diversidade de sujeitos para compor a amostra da pesquisa de campo. Entretanto, especificamente do universo de organizações de saúde que compõem a InovarH-BA, o recorte para a realização da pesquisa de campo desta tese foram os 31 hospitais, as 04 maternidades e as 02 clínicas, não foram incluídos o banco de sangue e o posto de saúde, dada a especificidade das atividades destas organizações. As 37 organizações prestadoras de serviços em saúde (i.e. caracterizadas como hospitais) desta rede são públicas, privadas ou filantrópicas. Outras informações sobre a amostra analisada nesta tese são apresentadas no Capítulo 4, que aborda a metodologia aplicada à pesquisa de campo.

2.1.3.2 Instrumentos Institucionais da Rede InovarH-BA

Em relação aos instrumentos institucionais da Rede InovarH-BA destacam-se: a) a Portaria n°. 1.773, de 28 de julho de 2006, do Gabinete do Ministro da Saúde, publicada no Diário Oficial da União em 31 de julho de 2006 (Anexo A); b) os Termos de Adesão firmados entre as organizações e a Rede (Anexo B); c) a “Carta Acordo” firmada entre a FEAUFBA e a OPAS/Organização Mundial de Saúde (OMS) (BR/LOA/0700033.001, Ano); d) o projeto de intervenção social firmado entre a EAUFBA e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) através da Coordenação Geral do Programa de Pesquisa em Saúde (CGSAU), órgão da Diretoria de Programas Temáticos e Setoriais (DPT) (Processo nº. 409393/2006-1 referente ao Edital MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT); e) a “Carta Acordo” firmada entre a FEAUFBA e a OPAS/OMS (BR/LOA/0800108.001, 2008), que contempla o Projeto Rede de Ensino para a Gestão Estratégica do SUS (REGESUS), do Núcleo de Pós- graduação em Administração (NPGAUFBA) da EAUFBA.

Alem destes instrumentos institucionais, outros projetos foram firmados visando dar continuidade às ações da Rede, especialmente com a mediação da EAUFBA, por exemplo: (a) Curso de Extensão em Gestão Hospitalar e Serviços de Saúde, modalidade presencial para 1.000 profissionais, com formação de nível médio e superior, em parceria com o Núcleo de Extensão (NEA) da EAUFBA e o Ministério da Saúde, amparado no Termo de Cooperação (TC) 118/2009; (b) Curso de Extensão em Gestão Hospitalar e Sistemas em Serviços de Saúde, modalidade EaD, para 2.025 profissionais com formação de nível médio e superior, em parceria com o NEA da EAUFBA e o Ministério da Saúde, amparado no TC 44/2010; (c) Curso de Especialização em Administração Hospitalar e Sistemas em Serviços de Saúde, para 525 profissionais, em parceria com o Núcleo de Capacitação Avançada (NCPA) da EAUFBA e o Ministério da Saúde, amparado no TC 43/2010.

2.1.3.3 Instrumentos Operacionais da Rede InovarH-BA

Para operacionalizar as ações proposta da Rede destacam-se os seguintes

instrumentos operacionais: a) o Portal eletrônico da Rede InovarH-BA (www.inovarh.ufba.br); b) o Sistema de Informação Gerencial (SIG); c) os eventos presenciais, realizados geralmente nos espaços físicos da EAUFBA e, eventualmente, em

espaços de hospitais integrantes da Rede; d) os cursos de extensão e de pós-graduação lato sensu chancelados pela EAUFBA.

Esses instrumentos operacionais podem ser associados a atividades envolvendo produtos e serviços informacionais. Estas atividades, integrantes do processo de gestão da informação, imprimem as qualidades que agregam valor à informação e sinalizam, intensificam ou reforçam a utilidade potencial das mensagens no sistema de informação, propiciando a difusão do conhecimento. Nesta lógica, tais atividades oferecem uma estrutura para a criação de produtos e serviços que levam em conta o ambiente em que os integrantes da rede utilizam a informação (CHOO, 2003).

Silva (2000) esclarece que produtos e serviços informacionais podem ser oferecidos na atividade de sistemas de gerenciamento de informações. No entanto, essa atividade pauta-se em algunsaspectos, tais como:

 Manutenção do fluxo interno e externo de informações, atualizadas, permitindo verdadeira interação da organização com seu entorno;

 Produção de informações para a gestão organizacional, que facilitam o processo de tomada de decisão a custos e prazos compatíveis;

Apoio ao meio organizacional, como elemento fomentador de inovação incremental e radical (STRAUHS, 1998 apud SILVA, 2000, p. 38, grifo nosso).

Assim, infere-se que a Rede InovarH-BA tem como produtos e serviços informacionais os encontros presenciais, os indicadores do SIG e o portal colaborativo. Tais produtos e serviços visam à difusão de informações relacionadas à gestão de hospitais, no âmbito assistencial e administrativo.