• Nenhum resultado encontrado

SUMÁRIO

ENTREVISTAS E DOS QUESTIONÁRIOS 163 4.6.1 Entrevistas

1.4 ESTRUTURA DA TESE

Nota-se que, em pleno século 21, o cientista/pesquisador não é mais um observador externo e independente do seu objeto de estudo, mas sim, é “o protagonista com entendimento da história” (NAVES; ROCHA NETO, 2008, p. 123). Tal fato é aqui adotado

como critério do processo de aprendizagem, do devir da pesquisa, o que me leva a recorrer à “necessidade da abordagem complexa”, por envolver “relações humanas e sociais em todas as suas dimensões” (NAVES; ROCHA NETO, 2008, p. 123).

Para os autores supracitados

[...] os reducionismos do pensamento cartesiano/mecanicista, bem como da abordagem puramente holística, não dão mais conta da complexidade dos processos educativos, nem tampouco para explicar as experiências humanas e as relações sociais envolvidas nos processos de aprendizagem. Se por um lado, a abordagem cartesiana reduz os fenômenos às suas partes, separando-as para entender o todo, o pensamento holístico o faz mediante reconhecimento das propriedades que emergem da totalidade, mas não olham as relações de interdependência, que podem neutralizar ou potenciar as contribuições dos protagonistas individuais (NAVES; ROCHA NETO, 2008, p. 126).

Assim sendo, esta tese é estruturada e desenvolvida a partir de uma escolha de abordagem epistêmica baseada no pensamento complexo (MORIN, 2003, 2007). Está organizada em mais cinco capítulos, além da presente introdução que delimitou a proposta do problema da tese; os objetivos a serem investigados; as justificativas e as contribuições sobre a temática explorada; e para finalizar, a estrutura deste documento.

No segundo capítulo, são ampliados os conceitos sobre redes sociais e sistemas de saúde e de inovação. Trata-se de multirreferenciar14 elementos para uma reflexão, no que

diz respeito ao papel do Estado, da academia e das organizações de serviços em saúde, em particular os hospitais, na promoção, geração e difusão de conhecimentos sobre gestão hospitalar por meio da proposta da Rede InovarH-BA.

Os objetivos do segundo capítulo são: 1) apresentar o objeto empírico da pesquisa, a Rede InovarH-BA e associar a proposta desta Rede a alguns conceitos de redes sociais; 2) analisar a proposta do SUS, sob o prisma dos princípios voltados à sociedade em rede; 3) discorrer sobre os elementos estruturantes de um SLI; 4) deslindar a interface do SUS e o papel dos hospitais, como organizações de serviços intensivas em conhecimento, no complexo industrial da saúde; e, para finalizar, 5) refletir sobre as redes e sistemas de serviços em saúde, à luz de alguns princípios-guia da complexidade. Assim, o capítulo é

14Segundo Fróes Burnham (1998, p. 45), multirreferencialidade pode ser compreendida como uma forma de

percepção da realidade através “da observação, da investigação, da escuta, do entendimento, da descrição, por óticas e sistemas de referência diferentes”, não redutíveis uns aos outros e explicitados com abordagens e terminologias distintas, exigindo do pesquisador uma postura aberta aliada à capacidade de síntese.

estruturado em três seções, a saber: 1) Rede InovarH  Rede Social Colaborativa; 2) Rede InovarH, SUS e SLI; 3) O Complexus das Redes e Sistemas de Serviços em Saúde e de Inovação.

No terceiro capítulo, são apresentados e discutidos conceitos sobre os processos de aprendizagem organizacional, bem como as premissas sobre organizações de aprendizagem e aprendizagem organizacional. Esses conceitos são contextualizados como fenômenos sociais e cognitivos para a proposição de uma rede social colaborativa em aprendizagem e inovação em gestão hospitalar (i.e. Rede InovarH-BA).

Neste terceiro capítulo, o objetivo central é realizar uma revisão conceitual, não exaustiva, sobre aprendizagem organizacional, a partir de aportes conceituais de caráter multirreferencial (FRÓES BURNHAM, 1998). A sociedade em rede, os conceitos de organizações de aprendizagem, aprendizagem organizacional e redes sociais de inovação e aprendizagem são discorridos. Em seguida, mapeiam-se os conceitos de aprendizagem no âmbito da economia, discutindo-os na perspectiva do processo de inovação gerencial relacionando-os ao complexus de uma rede em gestão hospitalar (i.e. da Rede InovarH-BA). Assim, este capítulo é estruturado em três seções, quais sejam: 1) organizações em aprendizagem basilares para redes de aprendizagem e inovação gerencial; 2) redes sociais de inovação e aprendizagem; 3) o complexus das redes de aprendizagem e inovação em gestão hospitalar.

As bases conceituais (re)visitadas contemplam a organização de sistemas sociais, em particular, os sistemas de organizações produtivas, visando elucidar o fenômeno das redes sociais de inovação e aprendizagem em gestão hospitalar. Tal escolha é refletida na epígrafe desta Introdução.

No quarto capítulo, evidencia-se o estudo dos métodos e técnicas escolhidos para esta tese e sua base epistêmica (i.e. o pensamento complexo). As seis seções deste capítulo relatam: 1) o tipo de estudo; 2) as fontes e os instrumentos utilizados na pesquisa; 3) os métodos de análise das informações levantadas; 4) o lócus, as instâncias e os respectivos sujeitos do objeto empírico; 5) os processos de levantamento, organização, análise e interpretação das informações; 6) a organização, análise, e interpretação das informações das entrevistas e dos questionários.

No quinto capítulo, são apresentados os resultados e as discussões sobre eles. O capítulo é dividido em três seções: 1) análise e discussões das entrevistas; 2) análise e discussão dos questionários; 3) o complexus dos resultados.

E, finalizando, no sexto capítulo são apresentadas as conclusões finais, constituindo, assim, o complexus revelado nesta tese.

Para finalizar esta Introdução, destaco que a leitura deste documento não necessariamente precisa ser linear e sequencial. A título de exemplo, os leitores familiarizados com os aportes conceituais e o objeto empírico (i.e. Rede InovarH-BA) podem resumir a leitura dos Capítulos 2 e 3 apenas às seções 2.3 (i.e. o complexus dos sistemas e redes de serviços em saúde ) e 3.3 (i.e. o complexus das redes de aprendizagem e inovação em gestão hospitalar).

Saliento que o Capítulo 5 remete o leitor aos Capítulos 2 e 3, nos quais são apresentados os aportes conceituais e o objeto empírico. Algumas informações presentes nesses dois capítulos já foram disseminadas em trabalhos apresentados e publicados em Anais de Congressos e capítulos de livros ao longo dos anos de 2005 até 2011 (Apêndice A). Esses trabalhos foram construídos de maneira colaborativa (i.e. de uma interação espontânea) com outros colegas pesquisadores, professores e colaboradores envolvidos com o objeto empírico. Lembro que esta tese é um desdobramento da minha dissertação e do meu envolvimento com a implantação e o desenvolvimento da Rede InovarH-BA.